“O campo do desenvolvimento humano concentra-se no estudo científico dos processos sistemáticos de mudança e estabilidade que ocorrem nas pessoas” (Papalia, p. 36).
Olá amigos!
Existe uma grande área de estudos chamada de desenvolvimento humano, na qual o objeto de estudo é o processo de mudança que ocorre ao longo do ciclo da vida; mudanças no desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. A psicologia é uma das ciências presentes nesta área de estudos, uma área desde o início interdisciplinar, ou seja, que reúne os conhecimentos da medicina, antropologia, sociologia, biologia, genética, educação, história.
Neste texto, vamos descrever as 8 etapas ou fases típicas do desenvolvimento. Embora possamos demarcar tais fases por idades, é até certo ponto arbitrário. Em outras palavras, a demarcação das idades visa facilitar o estudo. Assim, por exemplo, é evidente que existe uma passagem da vida intrauterina (a fase 1) para a primeira infância (fase 2), como geralmente é possível demarcar o início da adolescência (fase 5) pelas transformações da puberdade. Outras fases, como a vida adulta intermediária (fase 7) não possui demarcação tão clara.
Desta forma, entendemos as 8 fases, etapas ou períodos como um critério arbitrário, mas necessário em termos didáticos.
1) Período Pré-Natal
É comum pensar que a vida começa com o nascimento. Porém, os nove meses (em média) que o antecedem são responsáveis por um complexo desenvolvimento intrauterino. As características genéticas já começam a interagir com o meio no qual o bebê se encontra. A alimentação da mãe afeta diretamente no crescimento e o bebê passa a responder à voz da mãe, a distingui-la das demais, e ter preferência por ela.
2) Período da Primeira Infância
A primeira infância começa com o nascimento e vai até os 3 anos de idade. Nos primeiros meses, os cinco sentidos começam a se desenvolver. Na parte cognitiva, “as capacidades de aprender e lembrar estão presentes mesmo nas primeiras semanas. O uso de símbolos e a capacidade de resolver problemas se desenvolvem por volta do final do segundo ano de vida”. (Papalia, p. 40).
Neste período, a criança começa a formar vínculos fortes com os pais ou cuidadores. Há o início da percepção de si mesmo (autoconsciência) e o interesse por outras crianças.
3) Período da Segunda Infância
Segundo os desenvolvimentistas, os cientistas do desenvolvimento, a segunda infância vai dos 3 aos 6 anos de idade. O corpo tende a se tornar mais esguio e as partes do corpo começam a se assemelhar, em termos de proporções, com as de um adulto. O apetite tende a diminuir e podem aparecer distúrbios do sono, como insônia.
“O pensamento é um tanto egocêntrico, mas aumenta a compreensão do ponto de vista dos outros. A imaturidade cognitiva resulta em algumas ideias ilógicas sobre o mundo. Desenvolve-se a identidade de gênero” (Papalia, p. 40). É curioso que normalmente pensamos que o cérebro está em crescimento, que o córtex, a massa cinzenta, está em expansão, razão pela qual uma criança teria pensamentos menos lógicos ou abstratos que um adulto. Porém, como sabemos através das neurociências, “a substância cinzenta diminui em uma onda inversa à medida que o cérebro amadurece e conexões neurais são desativadas”, ou seja, com o tempo há uma perda na densidade da massa cinzenta, o que gera, paradoxalmente, um maior amadurecimento, um funcionamento mais eficiente.
4) Período da Terceira Infância
Nesta fase, há uma diminuição do crescimento físico. Existe a tendência de aparecem problemas respiratórios, entretanto, é uma das fases que, em média, nota-se a presença de maior saúde. Entre os 6 e 11 anos, há uma diminuição do egocentrismo, ou seja, a criança não é mais tão centrada em si mesma. A escolarização ajuda neste processo e igualmente na estimulação da memória e da linguagem (que melhoram independentemente da escola).
Certas crianças podem apresentar necessidades especiais de educação ou, no extremo oposto, talentos que exigem cuidado também. O conceito de si (autoconceito) fica mais complexo, o que pode igualmente gerar modificações na autoestima. A convivência com colegas com idade próxima é um fator a ser levado em conta neste período.
5) Período da Adolescência
Como vimos, a divisão da vida em etapas é arbitrário. O conceito de adolescência é recente. Segundo o dicionário etimológico: “A palavra “adolescente” vem do particípio presente do verbo em latim adolescere, crescer. Já o particípio passado, adultus deu origem à palavra “adulto”. Em português, as palavras seriam equivalentes a “crescente”e “crescido”, respectivamente”.
Muitas culturas não possuem esta ideia que temos da adolescência, como um período entre a infância e a idade adulta.
Como sabemos, nesta fase ocorre a maturidade reprodutiva, quando torna-se possível para os indivíduos serem pais ou mães. A saúde é afeta, geralmente, pelo comportamento, como transtornos alimentares ou uso de drogas.
Na cognição, “desenvolvem-se a capacidade de pensar em termos abstratos e de usar o raciocínio científico. O pensamento imaturo persiste em algumas atitudes e comportamentos. A busca pela identidade, incluindo a identidade sexual, torna-se central” (Papalia, p. 41).
6) Período Início da Vida Adulta
Os cientistas do desenvolvimento demarcam o início da vida adulta a partir dos 20 anos e indo até os 40. “A condição física atinge o auge, depois declina ligeiramente. O pensamento e os julgamentos morais tornam-se mais complexos. São feitas escolhas educacionais e vocacionais, após um período exploratório. Traços e estilos de personalidade tornam-se relativamente estáveis, mas as mudanças na personalidade podem ser influenciadas pelas fases e acontecimentos da vida. São tomadas decisões sobre relacionamentos íntimos e estilos de vida pessoais, mas podem não ser duradouros. A maioria das pessoas casa-se e tem filhos” (Papalia, p. 41).
Aqui vemos que a fase anterior, a adolescência pode se prolongar, ainda e haver uma certa intersecção de fases. Afinal, não é possível demarcar com precisão quando começa a idade adulta. Alguns argumentam que esta se inicia com o primeiro trabalho e o auto-sustento, outros com o início da faculdade ou com a constituição de uma nova família.
7) Período da Vida Adulta Intermediária
Esta fase vai dos 40 aos 65 anos de idade. Há mudanças significativas nas condições físicas (saúde, vigor), porém, com grandes diferenças de uma pessoa para outra. “As mulheres entram na menopausa. As capacidades mentais atingem o auge, a especialização e as habilidades relativas à solução de problemas práticos são acentuadas. A produção criativa pode declinar, mas melhor em qualidade. Para alguns, o sucesso na carreira e o sucesso financeiro atingem seu máximo, para outros, poderá ocorrer esgotamento ou mudança de carreira. A dupla responsabilidade pelo cuidado dos filhos e dos pais idosos pode causar estresse. A saída dos filhos deixa o ninho vazio” (Papalia, p. 41).
8) Período da Vida Adulta Tardia
Este período começa a partir dos 65 anos. “A maioria da pessoas é saudável e ativa, embora geralmente haja um declínio da saúde e das capacidades físicas. O tempo de reação mais lento afeta alguns aspectos funcionais. A maioria das pessoas está mentalmente alerta. Embora inteligência e memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas encontra meios de compensação. A aposentadoria pode oferecer novas opções para aproveitar o tempo. As pessoas desenvolvem estratégias mais flexíveis para enfrentar perdas pessoas e a morte eminente. O relacionamento com a família e com amigos íntimos pode proporcionar um importante apoio. A busca de significado para a vida assume uma importância fundamental” (Papalia, p. 41).
Conclusão
Neste texto, demos uma visão geral sobre as 8 etapas do desenvolvimento humano. Quer aprender com mais detalhes? Inscreva-se em nosso Curso Psicologia do Desenvolvimento!
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FONTE DO TEXTO ACIMA> http://www.psicologiamsn.com/2015/10/8-periodos-do-desenvolvimento-humano-psicologia.htmlObrigado pela visita, volte sempre.
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