sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Método Científico Védico

 Método Científico Védico

A tradição védica é reconhecida por sua sabedoria inesgotável e pela descoberta de diversas verdades que posteriormente foram validadas pela ciência moderna. No entanto, esse método de construção do conhecimento possui um manual divulgado pelo Maharishi Gautama. Ao aprofundarmos nosso estudo nele, tornamo-nos capazes de aprimorar nossas pesquisas e descobertas, de inovar e atualizar esse Smrti através do “método científico” védico, o Pramana.

Para o ocidental, acostumado com grandes batalhas entre a fé espiritual e a fria razão materialista, este conceito pode trazer um estranhamento inicial, pois é bastante singular. No entanto, a Índia trilhou um caminho histórico diferente do nosso, no qual a sua fé foi construída por buscadores atentos aos fenômenos. Eles não apenas contavam com a revelação, mas também nutriam uma fé racional e sistemática, uma comunhão pacífica com a natureza e ações motivadas pelo bem-estar de todos os seres, nunca buscando apenas a mera satisfação individual. Fizeram tudo isso, confiando em seus mestres e na Consciência Suprema, que tutela a nossa jornada espiritual.

Com essa abordagem, deixamos de ser meros exegetas para assumir as virtudes de “originalidade” e “conhecimento de tempo e lugar” de forma precisa e responsável, atributos exigidos de toda classe dos astrólogos védicos e ensinados por Varaha Mihira no Capítulo 2 do Brihat Samhita. Sem correr o risco de atribuirmos efeitos a determinadas configurações astrológicas que elas, de fato, não têm.

Índice

Maharishi Gautama

Maharishi Gautama, fundador da Escola Nyaya

O Grande Sábio Gautama, o fundador da Escola Nyaya

O Maharishi Gautama (não confundir com Siddharta Gautama, o Buda) instituiu a Escola de Filosofia Nyaya em Mithila (atualmente Darbhanga), ao norte de Bihar. O eminente sábio Gautama é reverenciado tanto no contexto do Caminho Eterno (hinduísmo) como em outras tradições dhármicas, como o jainismo e o budismo. Ele se casou com Ahalya e gerou sete filhos: Shatananda, Sharadvana1, Jaya, Jayanti e Aparajita2.

O Rio Godavari

O Rio Sagrado Godavari, anteriormente chamado de Rio Gautami.

Na porção do Kotirudra Samhita do Shiva Purana, também é narrada a origem verdadeira de um dos rios mais sagrados da tradição védica, o Godavari, atribuída ao sábio Gautama. Uma terrível seca assolou a região por um século, impulsionando o Maharishi a engajar-se em uma meditação profunda ao Senhor Varuna, o Deus dos céus e das águas. Após seis meses de árdua penitência, o Deus finalmente se manifestou, embora tenha negado a concessão de chuva, devido à ausência de concordância dos outros deuses. Contudo, ao perceber o esforço dedicado do sábio, Varuna instruiu-o a escavar uma vala, prometendo preenchê-la com água divina e assegurando a perenidade de todos os sacrifícios ali ofertados aos deuses e aos antepassados.

Desse modo, tanto Gautama quanto outros sábios da região dirigiram-se à nova fonte de água, retomando a prática do cultivo agrícola. No entanto, em determinada ocasião, ao enviar seus discípulos para buscar água, Gautama deparou-se com o obstáculo das esposas dos demais sábios, que pretendiam obter água em primeiro lugar. Inconformados, os discípulos relataram o ocorrido a Ahalya, esposa de Gautama, que se antecipou a todos e coletou a água desejada. Diante dessa insignificante situação, os outros sábios, movidos pela ira, recorreram a Ganesha em busca de vingança. Relutantemente, Ganesha metamorfoseou-se em uma vaca, mas ao ser afastado por Gautama com um punhado de grama, sucumbiu de forma inesperada, caracterizando um grave pecado segundo a religião hindu, denominado Gohatya, o assassinato de vacas.

Abalado pela culpa, Gautama e sua esposa abandonaram o eremitério (ashram) e empreenderam um rigoroso processo de expiação, incluindo uma peregrinação por toda a montanha Brahmagiri, a confissão pública do pecado a todos os que encontravam e a adoração a Shiva através da criação de Lingams. Ao final dessa jornada, Shiva manifestou-se perante Gautama, que suplicou por purificação. Shiva, entretanto, riu dizendo que não havia cometido pecado, enaltecendo sua sabedoria e proclamando-o como um sábio cuja mera presença tornava as pessoas inocentes de qualquer pecado.

Apesar da absolvição concedida por Shiva, Gautama expressou o desejo de invocar a presença de Ganga no local para efetuar a purificação tanto dele quanto dos demais. Atendendo a esse pedido, Shiva revelou a Gautama a essência da terra e do céu, permitindo-lhe invocar a deusa Ganga. A resposta de Ganga, contudo, dependia de Shiva também permanecer no local. Assim, Shiva manifestou-se como Tryambakeshwara, um dos doze Jyotirlingas que emergiram quando ele se manifestou como uma coluna de luz.

Finalmente, Ganga concordou em permanecer como um novo rio, inicialmente denominado Gautami, mas que se tornou conhecido como Godavari. Como resultado, Gautama e seus discípulos banharam-se em suas águas sagradas para purificar-se dos pecados. Ainda que os sábios que haviam buscado vingança estivessem ansiosos para libertar-se de suas transgressões, Ganga inicialmente hesitou em purificar esses homens que haviam sido cruéis com Gautama. No entanto, ele conseguiu persuadi-la a conceder-lhes perdão e, para esse fim, cavou uma vala para que a deusa emergisse e purificasse os sábios de seus pecados. Essa vala tornou-se conhecida como o renomado Kushavartha Thirtha, localizado no templo de Tryambakeshwara.

Outras Histórias de Gautama

Sua magnitude espiritual era tal que, quando o rei dos semideuses, Indra, disfarçou-se para se deitar com sua esposa, ele o amaldiçoou de forma a fazer nascer por todo o seu corpo desta divindade mil vulvas, que mais tarde se transformaram em olhos3, esta que é uma das narrativas associadas ao nakshatra de Jyeshtha. A existência de Maharishi Gautama é referenciada em textos shruti (que possuem máxima autoridade de revelação), notadamente no Brhadaranyaka Upanishad, onde é convocado a integrar um tribunal com o propósito de avaliar a veracidade da grandeza do sábio Yajnavalkya. Mas não se engane, além de sua intensa vida de meditação e devoção a Deus, este era um homem lógico e racional, que tinha a missão de ensinar aos homens sobre como chegar à Verdade sobre todas as questões.

A Escola Nyaya

A Escola Nyaya (Sânscrito: न्याय), que significa literalmente “método” ou “julgamento”, é uma das seis escolas tradicionais (darshanas) da filosofia hindu que não rejeita a autoridade dos Vedas, e por isso não é considerada “herética”, segundo os critérios apresentados pelo Sábio Parashara no Vishnu Purana4Esta é uma escola de pensamento focada em descobrir quais os meios mais confiáveis para adquirir conhecimento correto e remover todas as noções erradas. A partir do conhecimento correto podemos descobrir e superar as próprias ilusões e compreender a verdadeira natureza da alma, do eu e da realidade. A principal escritura desta escola de pensamento é o chamado “Nyaya Sutras“, compilado ainda no século 6 a.C.

O físico e filósofo hindu Kanada Kashyapa

Há também outra escola muito semelhante fundada pelo cientista e filósofo hindu Kanada Kashyapa, por volta do ano 6 a.C. a 2 a.C., que embora tenha sido desenvolvida de forma independente chegaram em conclusões bastante semelhantes a respeito de como buscar e compreender a Realidade. Esta escola possui um grande destaque até mesmo fora da religião hindu, pois são os primeiros descobridores da teoria atômica, da gravidade e das três leis físicas aceitas hoje pela Ciência. Como existe uma grande semelhança em suas epistemologias, geralmente ambas escolas são estudadas em conjunto.

Método Científico Moderno

método científico moderno é o que faz uma ciência ser considerada tal na cultura ocidental, logo, quando os critérios da metodologia científica são ignorados, este conhecimento não pode ser considerado uma ciência em moldes modernos. Este método atual surgiu no século XVII e foi gradualmente aperfeiçoado por filósofos da ciência. Ele envolve uma observação cuidadosa e um ceticismo rigoroso, a formulação de hipóteses por meio das observações, a testagem estatística dessas hipóteses e o refinamento delas, onde as que não são validadas devem ser abandonadas.

Karl Popper

Karl Popper, filósofo da ciência que revolucionou o método científico no século XX.

O método científico implica em algumas etapas essenciais. Primeiramente, é necessário fazer uma observação cuidadosa e coletar dados sobre o fenômeno que se deseja investigar. Em seguida, formula-se uma pergunta específica e clara com base nas observações feitas. Com a pergunta em mente, o próximo passo é formular uma hipótese, que é uma explicação provisória para o fenômeno em questão. A hipótese é uma suposição que pode ser testada através de experimentos ou da coleta de mais dados.

Após formular a hipótese, são realizados experimentos ou pesquisas para testá-la. Essa fase envolve manipular variáveis e comparar os resultados com o que se espera, com base na hipótese. Os resultados obtidos nos experimentos são analisados e interpretados. Se os resultados apoiam a hipótese, ela é considerada válida, mas se os resultados não estiverem de acordo com a hipótese, é preciso refinar ou descartar a explicação inicial.

Por fim, os cientistas compartilham seus resultados e conclusões com a comunidade científica através de publicações em revistas científicas. Isso permite que outros cientistas revisem, critiquem e reproduzam os experimentos, garantindo a validade e confiabilidade das descobertas.

O método científico é uma abordagem dinâmica e iterativa, ou seja, os cientistas estão sempre refinando e expandindo o conhecimento existente. Ele nos permite entender o mundo natural de forma objetiva, baseada em evidências e livre de preconceitos, tornando-se uma das maiores ferramentas da humanidade para desvendar os mistérios da natureza e melhorar nossas vidas.

Método Pramana

Muitas outras culturas já possuíam sistemas semelhantes antes do método ocidental, consolidado por Francis Bacon, René Descartes, Karl Popper e outros, incluindo os gregos e árabes. Além disso, os hindus também possuem uma epistemologia do conhecimento que pode ser aplicada em todas as ciências védicas e que foi sistematizada oficialmente pela Escola Nyaya. Esse sistema é chamado de Pramana, os “meios do conhecimento”, que nos fornecem ferramentas para buscar a verdade em todos os assuntos:

  • Percepção sensorial (pratyaksha) refere-se à observação direta do mundo ao nosso redor, através dos nossos cinco sentidos. Quando os nossos sentidos já não são mais suficientes, pode-se usar instrumentos que os amplificam, como um telescópio, um software ou microscópio, ou ainda pode-se recorrer à percepção inferencial.
  • Inferência (anumana) refere-se ao uso da lógica e do raciocínio para chegar a uma conclusão a partir de uma premissa. Existem cinco passos para que possamos realizar esta tarefa corretamente, como veremos mais à frente.
  • Testemunho (shabda) refere-se à aceitação de uma afirmação como verdadeira com base no testemunho de uma fonte confiável, como um especialista. Vale destacar que esta não é considerada a autoridade mais confiável de conhecimento, mas sim um complemento aos meios de conhecimento mais diretos. A percepção e a inferência são consideradas as fontes mais confiáveis de conhecimento, pois são baseadas na experiência direta e na observação dos fenômenos.
  • Comparabilidade (upamana) refere-se à comparação entre um objeto e outro objeto conhecido para obter uma ideia ou conceito sobre o objeto ainda desconhecido. Se você já viu um gato e nunca viu um tigre, eu posso descrevê-lo com uma grande gato alaranjado cheio de listras e um apetite voraz. Agora, você já consegue ter uma noção de como um tigre é.

Ainda que o testemunho (shabda) não seja realmente inquestionável, ele é um recurso importante, principalmente quando vem de uma fonte confiável (apvakya). Pois a maioria de nós jamais teremos tempo e energia suficientes para descobrir ou validar todas as verdades, por isso precisamos delegar esta tarefa a outras pessoas capazes e dignas de confiança. Por isso, a opinião de astrólogos védicos clássicos do passado possuem sua importância, embora sejam passíveis de questionamento e precisam ser validadas. Este testemunho pode ser de dois tipos:

  • Vaidika, de acordo com os textos shruti, principalmente os quatro Vedas;
  • Laukika, o escrito de seres humanos confiáveis;

Há uma recomendação óbvia de que o testemunho dos Vedas sempre é mais excelente do que as opiniões humanas, mas qualquer conhecimento que esteja fora dos textos Shruti, inclusive nos Smritis, está passível de testes de validação. Fora os Vedas, a pratyaksha, a verificação direta, é aquela que tem o máximo de autoridade dentro dos meios de conhecimentos da tradição védica.

A escola Nyaya identifica 16 padarthas, elementos básicos que compõem a realidade, que nos ajudam a compreendê-la e a alcançar a verdade a respeito de qualquer assunto. Focaremos neste momento nos 6 pilares principais dos padarthas:

  • Pramana – conhecimento válido;
  • Prameya – objeto de conhecimento;
  • Samshaya – dúvida;
  • Prayojana – propósito ou objetivo;
  • Drshtanta – exemplo ou ilustração;
  • Siddhanta – conclusão ou doutrina estabelecida;

Exemplo Prático

Imagine uma criança pequena aprendendo ainda a andar. Ela olha em volta, e através dos seus sentidos encontra um brinquedo que pode ajudá-la a se levantar e também constata que as pessoas à sua volta andam em pé. Após levantar-se, ela percebe seus passos ainda hesitantes e incertos, há uma dúvida (Samshaya) sobre como ela deve exatamente fazer.

Mesmo sem pensar de forma muito elaborada, ela intui, por uma mescla de intuição e instinto, que precisa aprender a se mover corretamente (Prameya).

Esta criança agora tem um objetivo claro: aprender a caminhar com segurança e autonomia (Prayojana).

Observando o exemplo de outras crianças caminhando de forma confiante e ouvindo as dicas de seus cuidadores, a criança tenta imitá-los e percebe que finalmente está fazendo progresso (Drshtanta), com isto ela dá um sorriso sapeca aos que observam, não consegue esconder a felicidade de firmar os pezinhos.

Nem tudo que ela tentou funcionou de primeira, mas ao adquirir mais exemplos, se sentiu cada vez mais confiante e empolgada para praticar suas habilidades motoras. Após atentar-se aos seus sentidos, perceber sua dúvida, ter os exemplos das informações obtidas por meio da observação de várias pessoas, ela finalmente encontrou uma estratégia que a auxiliasse a caminhar com autonomia.

Seu método de andar agora finalmente funciona e é um consenso (Siddhanta).

Os Cinco Passos de Uma Inferência

  • Pratijna: afirmação da proposição que se deseja provar verdadeiro (afirmar) ou falso (refutar). Por exemplo, “Todos os cisnes são brancos”.
  • Hetu: estabelecimento da razão ou do motivo para a proposição. Por exemplo, “Este cisne que estou vendo é branco”.
  • Udaharana: apresentação de exemplos ou ilustrações para apoiar a razão ou o motivo. Por exemplo, “Todos os outros cisnes que já vi são brancos”.
  • Upanaya: aplicação da razão ou do motivo à proposição original. Por exemplo, “Este cisne que estou observando agora também deve ser branco”.
  • Nigamana: conclusão da inferência. Por exemplo, “Portanto, a proposição original que todos os cisnes são brancos é verdadeira”.

É importante lembrar que, para que a inferência seja válida, é necessário que a razão ou o motivo estabelecido (hetu) seja universal, invariável e relevante para a proposição que se deseja provar ou refutar. Além disso, a inferência deve ser baseada em observações e experiências confiáveis, e não em suposições ou crenças infundadas. Na astrologia védica, um hetu, se torna uma regra universal, como um yoga (combinação especial) ou descrição de um planeta em uma casa ou signo, por exemplo.

Prakarana é a apresentação de uma objeção contra uma proposição existente. É uma forma de avaliar a validade da inferência em questão, expondo as suas falhas ou inconsistências. A apresentação de objeções à conclusão encontrada é uma parte essencial do método de Anumana, pois ajuda a refinar a compreensão de uma proposição e a estabelecer uma inferência válida e confiável. Se um cisne negro é encontrado, a inferência inicial de que “todos os cisnes são brancos” é refutada. Isso significa que a regra geral ou universal (hetu) estabelecida na inferência é inválida ou limitada, e uma nova regra precisa ser estabelecida para a proposição em questão.

De acordo com a escola Nyaya, a validade de uma inferência depende da validade do motivo ou da razão (hetu) estabelecido. Se um cisne negro é encontrado, então o motivo de que todos os cisnes são brancos não é mais válido, e uma nova razão precisa ser estabelecida para apoiar uma nova proposição universal. Esse processo de refutação e estabelecimento de novas regras é essencial para a construção do conhecimento válido e confiável.

Quanto menos cisnes eu vejo em minha vida, menos confiável é a declaração que todos os cisnes são brancos, se queremos encontrar uma ideia universalmente aceita precisamos ter o maior número possível de exemplos dessa proposição, isto chamamos de amostragem (pranzagrahanam). Devemos tomar muito cuidado, quando estabelecemos regras à partir de poucos exemplos que conhecemos, pois quanto menor a amostragem menos confiável será. Uma experiência pessoal não é suficiente para criar uma regra universal, mas pode ser uma inspiração para nos ajudar a sermos capazes de buscar a Verdade através de um maior rigor metodológico.

Enquanto realizamos a formulação das regras universais que encontramos através de vários exemplos, devemos descartar as hipóteses que são excessivamente complexas de forma desnecessária e que podem ser todas explicadas por um elemento também universal e comum a todas elas. Se um conceito mais simples é o suficiente para estabelecermos determinadas regras universais, ele é o verdadeiro.

Imagine que você precisa descobrir o que causou um incêndio doméstico e levanta algumas hipóteses para explicar o que ocorreu: pode ter sido um curto-circuito, uso inadequado de velas, uma explosão de gás, um desafeto tentando incendiar a casa, ou um dragão apareceu e com um só sopro incendiou toda a casa. As causas mais comuns devem ser primeiro consideradas (simples) e as mais improváveis (complexas), devem ser abandonadas. Porém, quanto maior o número de evidências, as outras hipóteses deverão ser consideradas. Se o incêndio iniciou e há um forte cheiro de gás, sabemos que a explosão do gás é a opção mais provável, mas se isto ocorre após a ameaça de um desafeto, então devemos partir para começar a recolher provas, como imagens de câmeras e substâncias inflamáveis que não estavam lá.

Digamos que em uma pesquisa, estejamos buscando o motivo pelo qual uma pessoa possui obesidade, mas nos deparamos com alguns que têm Júpiter no ascendente e outros com Lua debilitada na casa 1. Então, declaramos que todas essas posições levam ao sobrepeso. No entanto, encontramos pessoas nessa população que nunca tiveram esse problema em toda a sua vida. Encontramos cisnes negros. Portanto, devemos analisar uma amostragem ainda maior em busca da explicação mais simples e comum a todos os exemplos. Todos têm, na verdade, a casa 2 destruída e aflita, seja no Rasi ou Navamsha, e a presença de um planeta em Aquário. Assim, concluímos que a obesidade não possui relação alguma com as hipóteses antes suspeitas. Esta é a verdadeira regra universal encontrada (siddhanta).

Referências

  • 1 Adi Parva, capítulo 130, verso 2.
  • 2 Vamana Purana, capítulo 4
  • 3 Padma Purana, Capítulo 54
  • 4 Você me disse, venerável senhor [Parashara], que uma cerimônia ancestral não deve ser performada para certas pessoas, entre as quais você mencionou ‘os hereges’. Estou desejoso de saber a quem você se refere com essa denominação e que práticas conferem tal título a um homem. Parashara disse: O Rig Veda, Yajur Veda, [Atharva Veda] e Sama Veda são […] as vestimentas que cobrem todas as castas, quando o pecador as arranca, ele está nu.” – Trecho do Vishnu Purana, capítulo XVII 
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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Upaveda o que é? Por João Maria andarilho utópico (Jagad Iswara Dasa Adhykhari)




UPA-VEDAS

APLICAÇÃO DOS VEDAS PARA O BEM-ESTAR

Por Mutalik Gururaj


O termo upaveda (Vedas Aplicados) é usado para designar as quatro disciplinas técnicas. Tiro com arco (Dhanurveda), associado ao Rigveda, Arquitetura (Sthapatyaveda), associado ao Yajurveda, Música e dança sagrada (Gāndharvaveda), associado ao Samaveda e Medicina (Āyurveda), associado ao Atharvaveda. Esta classificação é fornecida no texto védico chamado Charanavyuha.

Os Upavedas abordam, em sua totalidade, vários aspectos de saúde, segurança, cultura estética, literatura e confortos cívicos necessários para uma civilização.

Dhanurveda tecnicamente conhecido como parte de śastra-vidyā, conhecimento de armas. Dhanurveda deriva das palavras para arco (dhanushya) e conhecimento (veda), a "ciência do arco e flecha". O texto do Vishnu Purana descreve dhanuveda como um dos dezoito ramos tradicionais de "conhecimento aplicado" ou upaveda, como uma ciência militar. O uso de cânticos védicos para fortalecer misticamente as armas é um dos conceitos populares e uma parte da "fé" ancorada nas obras purana. A divindade da arma é parte integrante da fé de um guerreiro.

Arquitetura ou Sthapatyaveda está ligada à divindade Vishwakarma. A ciência dos materiais e construções, ferraria e metalurgia, engenharia civil e têxteis são parte das disciplinas sob este tópico.

A sacralidade da arte e da literatura é apresentada em relação aos Vedas no Gandharvaveda. A mais alta experiência de bem-aventurança estética – rasa é comparada à experiência do Divino Supremo em um modo flash. Toda arte e literatura, música e dança são consideradas sagradas e devem ser usadas para elevação da alma e refinamento emocional.

As ideias centrais do Ayurveda são derivadas principalmente da filosofia védica. Corpo e mente saudáveis ​​são considerados uma necessidade para a experiência total da Divindade em um modo sustentável. Saúde aqui abrange o bem-estar ao longo da vida da fusão corpo-mente. O equilíbrio é enfatizado, e suprimir impulsos naturais é considerado prejudicial à saúde e alega-se que leva à doença. Cuidados com a saúde são integralmente entrelaçados com Yoga.

Ayurveda significa “conhecimento da vida”. A medicina ayurvédica é um sistema de medicina védica tradicional nativo do subcontinente indiano. Ayurveda é uma disciplina do upaveda ou “conhecimento auxiliar” na tradição védica. As origens do Ayurveda também são encontradas no Atharvaveda, que contém 114 hinos e encantamentos descritos como curas mágicas para doenças. Existem também vários relatos lendários da origem do Ayurveda, por exemplo, que foi recebido por Dhanvantari (ou Divodasa) de Brahma. As práticas ayurvédicas incluem o uso de medicamentos fitoterápicos, suplementação mineral ou metálica (rasa shastra), técnicas cirúrgicas, ópio e aplicação de óleo por massagens. O Ayurveda nomeia três substâncias elementares, os doshas (chamados Vata, Pitta e Kapha), e afirma que o equilíbrio dos doshas resulta em saúde, enquanto o desequilíbrio resulta em doença. O Ayurveda tem oito componentes canônicos, que são derivados da literatura clássica sânscrita. Alguns dos textos ayurvédicos mais antigos conhecidos incluem o SuśruthaSaṃhitā e o CharakaSaṃhitā, que são escritos em sânscrito.



Devido ao tremendo progresso no campo das ciências materiais que resultou no amadurecimento da arqueologia, epigrafia, datação por carbono e outros como métodos científicos viáveis. O impacto dessa transformação resultou na ênfase de que a história válida só pode ser baseada em artefatos materiais como cerâmica, inscrições e outras evidências materiais tangíveis e não em tradição, folclore etc.

Portanto, os historiadores modernos relegaram tudo o que era história oral à mitologia. Para eles, a mitologia era uma arte para entretenimento cultural, em vez de ser considerada uma história séria de uma cultura ou civilização. Portanto, a história se tornou, em vez de uma narração robusta e viva da história das culturas de nossos antepassados, um mero esqueleto de fatos e números com muito pouca possibilidade de um impacto válido na psique da sociedade. Portanto, nos tempos modernos, a história perdeu sua posição principal de importância como um guia para formular as opiniões das pessoas a fim de preservar a cultura e as tradições que são únicas para cada civilização.

Bharata não foi exceção. Embora fosse reconhecido como o repositório da mais antiga criação poética, a saber, os Vedas, e fosse reconhecido como uma das civilizações mais antigas do mundo, todos os seus registros orais foram relegados como pura mitologia – uma invenção da imaginação dos antigos.

Assim foi o destino da história do rio Sarasvati. Embora os textos tradicionais de Bharata, dos Vedas em diante, falassem sobre um poderoso rio chamado Sarasvati, na época em que os historiadores modernos tentaram olhar para a história de Bharata, Sarasavati havia desaparecido. Então, todas as informações associadas ao rio Sarasvati foram relegadas a segundo plano. Ele teve pouca atenção do mundo acadêmico por um longo tempo. Ela se tornou um mito.

Mas o rio Sarasvati continuou a ser uma realidade nas mentes das massas de Bharata como um rio sagrado que tinha ido para o subterrâneo. Feiras, melas eram celebradas em locais de peregrinação que se acreditava estarem nas margens do rio Sarasvati durante a estação chuvosa. As pessoas acreditavam que o rio Sarasvati apareceria nos tanques e lagoas durante a estação chuvosa nos locais de peregrinação para abençoá-los e se aglomerariam para tomar banho e se sentir santificados pelas águas do rio Sarasvati.
fonte: 


Método Científico Védico

 Método Científico Védico A tradição védica é reconhecida por sua sabedoria inesgotável e pela descoberta de diversas verdades que posterior...