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quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A importância do trabalho psicopedagógico na educação de jovens e adultos


A importância do trabalho psicopedagógico na educação de jovens e adultos
Robianca Munaretti
janeiro/2007

O aluno que freqüenta a modalidade educativa de jovens e adultos é diferenciado, pois possui vivências significativas, um aprendizado muito rico, muitas vezes obtido com a vida. É um aluno que pode estar voltando à Escola para a realização de um sonho, ou porque se deparou com um mercado de trabalho que está cada vez mais exigente, ou ainda por motivação de familiares e até mesmo para driblar a solidão. Outras vezes o educando da E.J.A. é aquele que evadiu no ensino regular, ainda criança ou até mesmo aquele multi-repetente que ao se ver com 15 anos, encontra nesta modalidade uma “luz no final do túnel”. De acordo com Lemos (1999), a proposta da E.J.A. tem como espaço de influência o universo de mais de 35 milhões de brasileiros maiores de 15 anos que não completaram a primeira fase do ensino fundamental, além de outros 20 milhões identificados em diferentes níveis de analfabetismo.

Nesta modalidade de ensino devem ser considerados alguns aspectos, tais como: a diversidade do público a que se destina, os modelos que atendam às realidades específicas, a seleção e a distribuição dos conteúdos que considerem o desenvolvimento da personalidade do aluno e às exigências sociais. E, seguindo estes aspectos, as distintas realidades encontradas, que os educadores devem trabalhar para o resgate do interesse e o desenvolvimento da criatividade e, que possam possibilitar vivências através de atividades que estimulem o pensar e ajudem o sujeito a lidar com mais firmeza, confiança e responsabilidade nos problemas do seu dia-a-dia.

Com base nestes aspectos é que devemos dar muita importância ao planejamento, que para Mella (2003) não é fazer alguma coisa antes de agir, é agir de um determinado modo para um determinado fim. É um processo de construir a realidade com as características que se deseja para ela. É interferir na realidade para transformá-la numa direção claramente indicada. Planejar, portanto, é pensar sobre aquilo que existe, sobre o que se quer alcançar, com que meio se pretende agir e como avaliar o que se pretende atingir.

A avaliação é parte integrante do processo de ensino-apredizagem, na obtenção e fornecimento de informações, que provam o processo participativo e o avanço qualitativo das propostas pedagógicas. Para Callai (2003) avaliam-se os progressos, os bloqueios, os impasses presentes no processo ensino-aprendizagem-socialização, a partir da observação sistemática do processo de aprendizagem, do registro e da interpretação dessas observações da produção dos alunos. A avaliação é um processo contínuo, dinâmico, que objetiva o crescimento do aluno para a autonomia e competência, considerando os pressupostos básicos do conhecimento da realidade e as possibilidades de transformações.

Nestes aspectos do planejar, bem como do avaliar que a Psicopedagogia pode se fazer atuante nesta modalidade de ensino, auxiliando o educador a construir planejamentos adequados às diferentes realidades encontradas em uma turma. Realidades estas identificadas através de um diagnóstico realizado em conjunto pelos dois profissionais. Este diagnóstico se faz necessário, pois é capaz de identificar formas diferenciadas de aprender e, por conseqüência professor e psicopedagogo poderão atuar nestas diferenças, incentivando e/ou resgatando no educador o prazer pelo ensinar e o desejo em ver seus alunos aprendendo, bem como refere Fernández (1990) que o desejo não é apenas daquele que aprende, mas também daquele que ensina.

Além de auxiliar o educador em planejar aulas prazerosas e que sejam de acordo com a realidade encontrada, também, propicia critérios avaliativos coerentes com a proposta desta modalidade de ensino. A Psicopedagogia pode atuar diretamente com o educando, auxiliando em suas dificuldades, trabalhando com suas expectativas e desejos de aprendizagem, que muitas vezes podem estar distorcidos, quase sempre influenciados pelas diferentes épocas em que o educando vivenciou suas situações de aprendizagem – se quando criança chegou a freqüentar escolas, ou até mesmo na vivência escolar de seus filhos, sua visão muitas vezes é a do ensino tradicional, o “quadro-cheio” e o professor como o detentor do saber – é mais do que na hora de se desfazer destes paradigmas e mostrar que existe uma forma prazerosa e feliz de se aprender conteúdos que se relacionem com suas vidas.

Nestes aspectos a Psicopedagogia vem como aliada no processo educativo da Educação de Jovens e Adultos, auxiliando gloriosamente educandos e educadores na suas caminhadas, rumo a dignidade, cidadania e autonomia, aspectos fundamentais para o desenvolvimento de um país coerente para todos. Para finalizar, deixo uma frase de Lemos (1999) que resume um pouco do que a Psicopedagogia pode interferir nesta modalidade de ensino:
“...deve-se ter uma concepção que valorize o ideal da educação popular e que destaque o valor educativo do diálogo e da participação, do saber dos alunos e estimule um desempenho inovador dos educadores...”

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CALLAI, D. Critérios Avaliativos na EJA e a Interdisciplinaridade. Fragmentos dos Encontros de Formação de Professores de Jovens e Adultos, Porto Alegre, v.1, n.1, p. 41-42, jun/out, 2003.

FERNÁNDEZ, A. A Inteligência Aprisionada. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

LEMOS, M. E. P. Proposta Curricular. In: GARCIA, M. Salto para o futuro: Educação de Jovens e Adultos. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

MELLA, V. Planejamento: Construção e Operacionalização de Planos de Trabalho. Fragmentos dos Encontros de Formação de Professores de Jovens e Adultos, Porto Alegre, v.1, n.1, p. 39-40, jun/out, 2003.

Robianca Munaretti, Fonoaudióloga, Esp. em Psicopedagogia Clínica e Institucional,

Alfabetizadora -Professora da E.J.A.Coordenadora Técnica do Centro Clínico Thiago Würth – Instituto Pestalozzi de Canoas/RS


Associação Brasileira de Psicopedagogia
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Fonte: http://www.abpp.com.br/artigos/67.htm

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