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terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Distúrbio Específico de Linguagem


Distúrbio Específico de Linguagem

Rita de Cássia ALVES-LIMISSURI
Fonoaudióloga pelo Centro Universitário São Camilo; Especialista em Linguagem pela PUC-SP; Mestre em Lingüística pela USP-SP; Pós-Graduada em Psicolingüística no LSCP/ENS – Paris, França.
E-mail: rita_dias_alves@hotmail.com
Site: http://fonolang.blogspot.com

Introdução

Atualmente muito tem se falado sobre o Distúrbio Específico de Linguagem no Brasil e no mundo. Essas crianças despertam a atenção dos pais e educadores porque, ao contrário dos retardos simples da fala e da linguagem, elas apresentam alterações mais significativas (em alguns casos) e, principalmente, mais duradouras.

Definição

Esse distúrbio é definido como um acometimento da linguagem onde não existe perda auditiva, alteração no desenvolvimento cognitivo e motor da fala, síndromes, distúrbios abrangentes do desenvolvimento, alterações neurossensoriais, lesões neurológicas adquiridas ou qualquer outra patologia que justifique essa dificuldade (Befi-Lopes, 2004).

Diagnóstico

O diagnóstico do Distúrbio Específico de Linguagem é multidisciplinar e caracteriza-se por um diagnóstico de exclusão, ou seja, deve-se descartar a possibilidade de qualquer outra patologia antes de se afirmar que a criança apresenta exclusivamente um distúrbio de linguagem.
Segundo Chevrie-Muller (2007), na avaliação de linguagem esta deve ser examinada em suas modalidades expressivas e receptivas e quanto aos seus diferentes aspectos: fonológico, lexical, morfossintático, semântico e pragmático. Esse exame permitirá classificar quanto ao tipo e avaliar a gravidade do distúrbio, tendo por referência o desenvolvimento normal que seria esperado para a idade da criança.
Jakubowicz (2003) comenta sobre a dificuldade em se diferenciar um Distúrbio Específico de Linguagem de um simples atraso quando a criança é ainda
pequena. Segundo a autora, na França é comum que o diagnóstico seja confirmado somente na idade de cinco anos.

Características

SZLIWOW et al (s/d) descrevem as seguintes características do Distúrbio Específico de Linguagem:
-Dificuldade de linguagem expressiva e/ou receptiva, sendo a compreensão normalmente melhor do que a expressão;
-Atraso na aquisição das primeiras palavras;
-Falha na discriminação dos fonemas;
-Frases mal elaboradas (algumas vezes sem artigos, preposições ou concordância verbal);
-Fonologia, semântica, sintaxe e pragmática são atingidas em graus diferentes. Uma criança pode ter mais dificuldade para produzir os fonemas da língua enquanto outra tem mais dificuldade para construir frases gramaticalmente corretas. IMPORTANTE: Uma mesma criança pode apresentar maiores problemas em relação à fonologia num momento e em relação à semântica num outro momento, ou seja, o quadro nem sempre é estável.
Como ajudar as crianças com Distúrbio Específico de Linguagem
Os estímulos visuais ajudam a compensar uma possível dificuldade de compreensão oral e as situações concretas, contextualizadas tendem a ser mais facilmente compreendidas em relação às abstratas. Nesse caso, SZLIWOW et al (s/d) aconselham a:
-Repetir várias vezes até que a criança compreenda. Se necessário, utilizar sinônimos e dar exemplos;
-Falar daquilo que se encontra ao redor da criança;
-Utilizar frases curtas no início e torná-las mais complexas pouco a pouco, conforme o desenvolvimento da criança;
-Usar da linguagem corporal (expressão facial, gestos...);
-Complementar a comunicação com desenhos e filmes.

Bibliografia

▪BEFI-LOPES, D. M. Avaliação, diagnóstico e aspectos terapêuticos nos distúrbios específicos de linguagem. In: FERREIRA, L. P.; BEFI-LOPES, D. M.; LIMONGI, S. C. O. Tratado de Fonoaudiologia. São Paulo: Roca, 2004. cap. 79, p. 987-1000.
▪CHEVRIE-MULLER, C. Troubles spécifiques du développement di langage (TSDL): « dysphasies de développement ». In: CHEVRIE-MULLER, C.; NARBONA, J. Le langage de l’enfant. Aspects normaux et phonologiques. Issy-les-Moulineaux: Masson: 2007, cap.19, 361-419.
▪JAKUBOWICZ, C. Hypothèses Psycholinguistiques sur la nature du déficit dysphasique. In: GÉRARD, C. L., BRUN, V. Les dysphasies. Paris: Masson, 2003. p. 23-70.
▪SZLIWOW, H; KLEES, M; POZNANSKI, N; GRAMMATICOS, E; EVRARD, S; WETZBURGER, C. Les besoins éducatifs des enfants dysphasiques: évaluation et proposition pour l’accompagnement pédagogique. http://www.enseignement.be/@librairie/documents/ressources/272/synthese/article2002.pdf. Acesso em 18 agosto 2007.

Fonte: http://www.portalensinando.com.br/ensinando/principal/conteudo.asp?id=4118

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