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sábado, 19 de julho de 2014

O Lúdico no Auxilio do Ensino da Matemática: Uma Proposta Possível


O Lúdico no Auxilio do Ensino da Matemática: Uma Proposta Possível
RESUMO
O aspecto lúdico é uma característica fundamental do ser humano, por isso, podemos dizer que o desenvolvimento da criança está intimamente relacionado com a ação de jogar. O trabalho com jogos na escola apresenta-se como possibilidade de investigação, pelo aluno, sobre o modo como se dá o seu próprio processo de construção de conceitos matemáticos.
No âmbito da educação matemática, ao se propor um trabalho com jogos, visa-se também, desmistificar a matemática enquanto uma disciplina maçante, difícil, que envolve somente a memorização. Neste artigo, propõe-se expor reflexões acerca do trabalho com jogos na escola, partindo das experiências pedagógicas vivenciadas no período de prática de ensino. O foco da preocupação tem sido a matemática e o jogo apresentando-se como grande aliado.
Palavras-chave: Ludicidade. Educação Matemática. Aprendizagem
1 INTRODUÇÃO
O ensino da Matemática esteve por muito tempo, vinculado a simples memorização de regras e fórmulas. Dessa maneira, seu estudo, muitas vezes considerado desmotivador, foi adquirindo uma forma pouco apreciada por estudantes.
No entanto, sabe-se da importância da Matemática para a vida humana, suas regras fazem parte do cotidiano de todos e quanto mais a conhecemos, mais percebemos sua extrema relevância para as mais diversas funções exercidas pela sociedade.
Por esta razão, foi preciso buscar novas formas para que o educando tivesse a oportunidade de compreender a Matemática como elemento indispensável em sua vida e vivenciá-la de forma prazerosa e significativa. Para tal, encontramos o jogo como um excelente recurso utilizado como facilitador de aprendizagem.
Desde muito cedo, o jogo é de fundamental importância na vida da criança, pois, quando brinca, a criança explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta, construindo, desse modo, a compreensão da realidade na qual está inserida. O jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades.
Por serem considerados meios de compreender e intervir nos processos cognitivos das crianças, os jogos de regras merecem uma atenção especial. Eles possuem um conjunto de regras, um objetivo a ser atingido e um resultado dependente das ações utilizadas durante o jogo. O objetivo constitui um desafio ao pensamento do aluno, fazendo com que ele busque ou construa meios para atingir um resultado favorável, que ao ser alcançado, proporciona o desenvolvimento cognitivo.
A partir de uma prática pedagógica, vivenciada, este artigo foi elaborado, visando comprovar que por meio da utilização de jogos, as crianças podem melhorar seus desempenhos nas aulas de matemática, desenvolvendo também o raciocínio, habilidades motoras, cognitivas e sócio-afetivas.
2 A RELAÇÃO ENTRE A MATEMÁTICA E O JOGO
Atualmente, existe uma grande preocupação por parte de profissionais envolvidos em Educação, no sentido de insistir na idéia de que a prática pedagógica precisa valorizar as tarefas que promovam o desenvolvimento do pensamento matemático dos alunos. Neste sentido, também se pretende valorizar a prática onde as situações de aprendizagem sejam variadas, com aulas diversificadas. Há uma urgente necessidade de que a Matemática seja trabalhada dentro do contexto de vida dos alunos.
É nesse contexto que o jogo ganha um espaço como a ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, que como todo pequeno animal adora jogar e desenvolve níveis diferentes da sua experiência pessoal e social. (ANTUNES, 1998, p. 36).
Desta forma, o trabalho com jogos pode estimular a curiosidade dos alunos para saber a origem dos assuntos que estudam. Cria ainda oportunidade de entrar em contato com idéias de outros colegas e de propor um conflito cognitivo que os façam evoluir em suas hipóteses de aprendizagem.
Ao analisar a História da Matemática, é possível perceber que esta ciência foi constituída pelo homem através dos tempos e que, sendo desenvolvida por meio de jogos, torna-se um poderoso instrumento didático para possibilitar que os alunos raciocinem e desenvolvam operações mentais criativas.
Sendo assim, não faltam argumentos que reforcem as potencialidades pedagógicas da utilização de jogos matemáticos como um excelente recurso didático.
Para Piaget (1989, p.5), “Os jogos não são apenas uma forma de divertimento, mas são meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Para manter seu equilíbrio com o mundo, a criança necessita brincar, criar, jogar e inventa”.
De inicio, é importante explicar que foi utilizada a palavra jogo para referir-se ao “brincar”. Vocabulário predominante da Língua Portuguesa quando se trata de atividade lúdica infantil. A palavra “jogo” se origina do vocábulo latino ”ludus”, que significa diversão, brincadeira. O jogo é reconhecido como meio de fornecer à criança um ambiente agradável, motivador, planejado e enriquecido, que possibilita a aprendizagem de várias habilidades.
2.1 O JOGO COMO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM
Aqui se pretende enfatizar a importância dos jogos na Educação Infantil e Séries Iniciais, como forma de facilitar a aprendizagem da matemática, desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo seu conhecimento.
O jogo pode ser concluído no processo escolar de uma forma estimulante, resgatando o brincar e abrindo espaço para a expressão livre e envolvendo a criança num mundo cheio de fantasia.
Através dos jogos, as crianças desenvolvem o seu raciocínio e constroem o seu conhecimento de forma descontraída. Desta forma, dando uma contribuição e incentivo com significados também para o processo de aprendizagem da matemática.
A criança não é atraída por algum jogo por forças externas inerentes ao jogo e sim por uma força interna, pela chama acesa de sua evolução. É por esta chama que busca no meio exterior os jogos que lhe permitem satisfazer a necessidade imperiosa posta pelo seu crescimento. (ANTUNES, 2000, p.37).
Quando a criança entra num processo de construção de conhecimento, começa a despertar o faz-de-conta. A partir deste momento, vai trocar idéias e experiências, tornando-se um sujeito crítico e colocando-se em contato com as diferentes linguagens.
O jogo também proporciona uma melhor integração e um enriquecimento no vocabulário, adquirindo assim um hábito de aprender construtivamente e com uma visão ampla do mundo em sua volta.
Acredita-se que através do jogo, a criança constrói novos conhecimentos e facilita a sua socialização atingindo duas funções: lúdica e educativa. A atividade lúdica proporcionada pelos jogos deve ser o desencadeador de todo o processo de aprendizagem. O jogo na matemática desenvolve a imaginação e exige a tomada de iniciativas, desafiando a sua inteligência para encontrar soluções para os problemas.
No seu processo de desenvolvimento, a criança vai criando várias relações entre objetos e situações vivenciadas por ela e, sentindo a necessidade de solucionar um problema, de fazer uma reflexão, estabelece relações cada vez mais complexas que permitirão desenvolver noções matemáticas mais e mais sofisticadas. (SMOLE, 2000, p.63).
Nos jogos, os alunos são desafiados constantemente por problemas que lhes são estimulados a pensar rápido e a traçar inúmeras estratégias, para conseguir atingir seus objetivos.
A troca de opiniões que o jogo favorece, é de extrema importância para o desenvolvimento do pensamento mais lógico e coerente. Os alunos testam a lógica dos conhecimentos e são obrigados a organizar falas coerentes para se fazer entender pelos outros.
O jogo jamais pode surgir como um trabalho ou estar associado a alguma forma de sanção. Ao contrário, é essencial que o professor dele se utilize como ferramenta de combate à apatia e como instrumento de inserção e desafios grupais. O entusiasmo do professor e o preparo dos alunos para um momento especial a ser propiciado pelo jogo constitui um recurso insubstituível no estímulo para que o aluno queira jogar. (ANTUNES, 1998, p. 41).
Alguns professores acham que incluir jogos nos planejamentos é perda de tempo. A escola é lugar de trabalho, entendo como trabalho o ato de preencher inúmeros exercícios, sem considerar o interesse dos alunos por esse tipo de atividade.
Como se sabe que o uso do jogo contribui no processo ensino-aprendizagem, é certo que podem ser utilizados como recursos no cotidiano escolar nas aulas de matemática, permitindo ao professor desenvolver aulas criativas e permeadas de ricas experiências para o aluno. Possibilitando, desse modo, o aprender brincando, com mais prazer, maior significado e melhor resultado; são justificativas para a realização do presente artigo científico.
Enfim, os jogos, para serem utilizados no processo educacional, devem propor diversos tipos de atividades que possam ser praticadas em todas as matérias, de diversas maneiras, facilitando a aprendizagem, desenvolvendo a originalidade, a criatividade dos alunos, enriquecendo e vivenciando fatos.
2.2 A UTILIZAÇÃO DO JOGO COMO PRÁTICA EDUCATIVA
A partir do estudo realizado sobre a importância do jogo no ensino da Matemática, foi elaborado um projeto de ensino que serviu de base teórica para a realização das atividades propostas durante o estágio de prática de ensino.
O objetivo do projeto foi o de proporcionar às crianças um ambiente prazeroso, onde, por meio dos jogos, elas tivessem a oportunidade de compreender melhor a matemática, desenvolvendo o raciocínio, habilidades motoras cognitivas e sócio-afetivas. Durante a execução, constatou-se que os jogos lúdicos são um extraordinário instrumento de motivação, uma vez que transformam o conhecimento a ser assimilado em recurso de ludicidade e em sadia competitividade.
Os jogos lúdicos, além de motivadores contribuem seguramente para a criatividade, desinibição, coerente avaliação dos progressos da criança pelo professor, revisão dos conhecimentos adquiridos e, principalmente, favorecimento e fortalecimento da formação da personalidade do envolvido, na medida que o insere positivamente em um grupo de trabalho ou estudo.
De acordo com o RCNEI:
[...] para que as crianças possam exercer suas capacidades de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas voltadas às brincadeiras ou à aprendizagem que ocorrem por meio de uma intervenção direta. (BRASIL, 1998, p.27).
Daí a importância de inserir no cotidiano escolar, momentos de interação, divertimento e apropriação de novos conhecimentos por meio dos jogos. As crianças demonstraram ter um conhecimento lógico matemático adequado à idade. No entanto, a medida em que eram estimuladas as respostas foram cada vez mais positivas.
Com o desenvolvimento dos jogos propostos teve-se a oportunidade de constatar que, durante a realização deste tipo de atividade, a criança desenvolve a capacidade de observação do meio à sua volta, através de comparações de semelhanças e diferenças. Tudo isso permitindo a elaboração de certas estruturas: classificação, ordenação, estruturação de tempo e espaço, os primeiros elementos da lógica, através da resolução de problemas simples, buscando estratégias para vencer o jogo.
Teve-se uma grande preocupação para que cada criança tivesse seu próprio tempo para realizar a atividade, o que me fez compreender que a criança precisa ser respeitada, pois seu processo de aprendizagem é construído aos poucos, ela precisa do jogo e do objeto, bem como de espaço para que se sinta à vontade e segura.
A primeira relação da criança com a aprendizagem é justamente o fato de a criança aprender a brincar, o fato da brincadeira estar intimamente ligada à comunicação com outros indivíduos e ao contato com suas próprias emoções, o que favorece à criança, o desenvolvimento de sua auto-estima e a formação de vínculos. (DOHME, 1998, p. 163).
Percebe-se que professor que utiliza os jogos torna-se mais seguro, desenvolvendo também a sua criatividade, inovando suas aulas e criando outros jogos. Pois os jogos pedagógicos são excelentes recursos de que o professor poderá lançar mão no processo ensino-aprendizagem, porque contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual e social na criança.
O trabalho do professor, não consiste em resolver problemas e tomar decisões sozinho. Ele anima e mantém as redes de conversas e coordena ações. Sobretudo, ele tenta discernir, durante as atividades, as novas possibilidades que poderiam abrir-se à comunidade da classe, orientando e selecionando aquelas que não ponham em risco algumas de suas finalidades mais essenciais na busca por novos conhecimentos. (SMOLE, 2000, p.136).
Portanto, ao professor cabe o papel de mediador, orientando para que cada aluno tenha iniciativa em propor novas respostas para as situações-problema apresentadas.
Para Antunes (1998, p. 36),
O jogo ajuda o educando a construir suas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva ao professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem.
As estratégias utilizadas durante o desenvolvimento do projeto, proporcionaram momentos de descontração e despertaram interesses dos alunos. O que novamente me fez constatar que brincando também se aprende, que o brincar pode desenvolver muitas habilidades e capacidades nos alunos.
Durante o jogo, fez-se presente a interação e pude constatar que a formação dos pequenos grupos foi facilitada em virtude das afinidades já estabelecidas entre eles.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Toda a realização de um trabalho de qualidade envolve fatores que passam por um bom planejamento, uma ação competente e eficaz e uma preocupação com coletas de resultados e avaliações.
Dentro do artigo apresentado, muito dos resultados aqui descritos podem ser sintetizados ao fato da comprovação que a educação de qualidade pode ser uma proposta possível.
Constatou-se que, ao utilizar-se de um recurso significativo dentro do contexto infantil, todo um processo de ensino e aprendizagem foi facilitado, não somente dentro da esfera do educando, mas também propiciou avanços na ação do educador, que teve a oportunidade de trabalhar com um grande aliado na prática educativa. Percebendo e comprovando quão maravilhoso é saber que uma boa intervenção, pode ser a única chance de um pequeno e frágil indivíduo compreender todo o processo matemático que está à sua volta.
Partindo do pensamento expresso neste documento, é que verifiquei que o professor tem mudado de concepção em relação à Matemática, assim como a concepção de ensino a que vinha sendo submetido. A concepção do aluno sujeito passivo, que repassa o conhecimento pronto, acabado, via memorização de regras, fórmulas e processos, se modifica para uma atitude de compreensão de que o aluno é, também, um construtor de conhecimentos.
REFERÊNCIAS
ANTUNES. Celso. Jogos para estimulação das inteligências múltiplas. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1998.
Brasil. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Formação pessoal e social. Brasilia: MEC, volume 1, 2, 1998.
DOHME, V. D’ Ângelo: 32 idéias divertidas que auxiliam o aprendizado. São Paulo: Informal, 1998.
KISHIMOTO. Tizuko Morchida. Jogos Infantis: o jogo, a criança e a educação. 6. ed. Rio de Janeiro: vozes, 1993.
PIAGET, J. & INHELDER, B. A psicologia da criança. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1989.
PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trd. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
RIZZO, Gilda. Jogos Inteligentes: A Construção do Raciocínio na Escola Natural.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1996.
SANTA CATARINA, Secretaria do Estado da Educação e Desporto de. Proposta Curricular. Florianópolis: SED, 1997 e 1998.
SMOLE. Kátia Cristina Stocco. A matemática na educação infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: artmed, 2000.
VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
Autor: Daniela Maria Bernardes

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