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terça-feira, 29 de abril de 2008
O ensino de história e sua historiografia
O Ensino de História e sua Historiografia
Rudimar Serpa de Abreu
Mestre em Educação pela PUCRS. Coordenador e
Professor do Curso de Licenciatura em História da
ULBRA São Jerônimo.
rudiabreu@terra.com.br
Abstract
This article intends to discuss the history teaching from the point of view of the
conceptions currently produced by the historiography: positivism, marxism and
annales as well as promote the reflection on the problems involving the act to
teach and to learn in History, in order to the educators can perceive and discover
in their practices which conceptions appear in the plannings of lesson and
consequently in the chosen methodology.
Key words: History, history teaching, historiography
Resumo
Este artigo pretende discutir o ensino de história sob o ponto de vista das
concepções atualmente produzidas pela a historiografia: positivismo, marxismo e
annales. E, proporcionar a reflexão sobre os problemas envolvendo o ato de
ensinar e aprender em História, para que os educadores possam perceber e
desvelar em suas práticas quais concepções aparecem nos planejamentos de aula e
conseqüentemente na metodologia escolhida.
Palavras-chave: História, ensino de história, historiografia.
Introdução
As discussões relativas à construção de aprendizagem, aos elementos envolvidos
nos processos cognitivos por parte dos alunos, ao trabalho didático-pedagógico
desenvolvido em sala de aula vêm ocupando as atenções dos educadores em geral e dos
professores de História em particular.
No entanto, diante dos avanços das reflexões e investigações a esse respeito, é
comum nos deparamos com o coro dos descontentes de ambos os lados.
CIÊNCIA E CONHECIMENTO – REVISTA ELETRÔNICA DA ULBRA SÃO JERÔNIMO – VOL. 01, 2007, HISTÓRIA, A.1 2
www.cienciaeconhecimento.com
De um lado, os professores de História queixam-se do desinteresse e apatia de
seus alunos que, distanciados de um passado orgânico e de uma consciência clara a
respeito do valor da educação e de sua práxis, perdem-se em meio a um conjunto de
ações cotidianas desprovidas de sentido e não conseguem estabelecer claras relações
entre aquilo que estudam em termos de conteúdos históricos e sua vida real.
Por outro lado, os alunos desses mesmos professores seguidamente repetem suas
queixas em outro tom: as aulas são chatas, os temas são desinteressantes e os
professores são distantes e inacessíveis. Enfim, a vida cotidiana e o presente vivido em
nada se aproximam de um passado inacessível e abstrato.
Na verdade, cabe a nós situar o cenário de reflexões sobre problemas envolvendo
o ato de ensinar e aprender História no qual sejamos capazes de olharmos para as nossas
práticas e desvelar qual concepção de História aparece nos planejamentos de aula e
conseqüentemente na metodologia escolhida.
Segundo CORSETTI, 2001, p. 68,
A existência de diferentes paradigmas epistemológicos da História é fato
que caracteriza não apenas a chamada ciência histórica, como todo o campo
das ditas ciências sociais. A coexistência de diferentes modelos explicativos
faz com que o conhecimento histórico não se apresente vinculado a um
único paradigma. Na medida em que o objeto histórico pode ser deslocado
de um para outro nível do topo social, verificamos a manutenção de diversas
matrizes interpretativas que caracterizam as escolas históricas, embora cada
uma delas apresente a pretensão de elaborar um modelo de ciência válido
para toda a historiografia.
O professor de História quando planeja suas aulas aparecem subjacentes ao seu
trabalho, teorias da historiografia. Essas teorias podem ser percebidas na ação docente
que leva o professor a produzir uma aula de história centrada na narração de fatos, na
crítica social ou na reflexão dos conflitos de classes. A partir desse reconhecimento,
identificam-se modelos diferenciados que vão do positivismo à tendência da Nova
História, que contemporaneamente acaba por combinar vários modelos de interpretação.
Mesmo percebendo a discussão polêmica que cerca esse assunto, inclusive a utilização
do próprio termo paradigma para o campo das ciências sociais, acreditamos que esses
modelos existem, coexistem e influenciam de formas diferenciadas as práticas didáticopedagógicas
no ensino de História.
1. A concepção positivista
A teoria positivista nasce no século XIX, com o francês AUGUSTO COMTE,
iniciador desta corrente que exprime a exaltação da ciência moderna, parte do
pressuposto de que a humanidade (e o próprio homem, na sua trajetória pessoal) passa
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