CLIENTE: Gr. kluein, ouvir, obedecer, e, posteriormente, do latim cluere, cliens, clientis. Plebeu de origem estrangeira que se colocava, voluntariamente, sob autoridade de um patrício (v.Patrício), ao qual devia o temor reverencial. Clientela era a instituição que denominava, genericamente, todos clientes. Havia entre patrono e cliente direitos e deveres recíprocos: o patrono devia auxílio e atenção, a todo momento, ao cliente, dando-lhe, todas as manhãs, um pequeno cesto (espórtula), contendo víveres e dinheiro. Era dever do patrono, também, defender e assistir seu cliente perante a Justiça; em contrapartida, o cliente devotava-se ao ao trabalho determinado pelo patrono (daí, patrão), contribuindo para formação do dote filha deste e, mesmo, no pagamento de encargos fiscais. Era comum os clientes de patronos atuarem na política, fazendo a propaganda política destes. O poeta Virgílio coloca no Inferno o patrono, ao lado do filho que iludiu o próprio pai, Por metonímia, a expressão patrono indica, hoje, o advogado perante seu cliente. (Silveira, César da, Dicionário de direito romano, São Paulo, José Bushatsky, Editor, 2v., 1957).
fonte:
Extraído do Livro Etimologias e Expressões Pitorescas: Marcus Claudio Acquaviva, Ed. Ícone
página29-30.