Storytelling:
a importância das histórias no processo de aquisição da língua
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Introdução
A “contação” de histórias é prática muito estimulada nesta instituição e por
conta deste estímulo, e também por acreditarmos que as histórias são importantes,
optamos por apresentar um artigo que englobe a prática e que mostre como o
trabalho de língua inglesa pode ser valorizado já que propicia momentos de total
envolvimento dos alunos com o novo idioma.
Neste artigo pontuaremos a importância de se trabalhar com Storytelling e
usaremos como embasamento teórico autores que atribuem às histórias a
importância devida, seja no âmbito da formação do caráter dos alunos, seja no que
diz respeito ao trabalho direto com a língua.
Os contos de fadas, por exemplo, ajudam as crianças na elaboração de seus
conflitos internos já que oferecem uma gama de situações nas quais seus
personagens estão expostos às adversidades da vida (morte, abandono, inveja,
velhice etc). Eles também ajudam a despertar/desenvolver valores como respeito,
justiça, lealdade etc.
Já no que diz respeito ao processo de aquisição da língua as histórias
oferecem aos leitores ou “escutadores” uma gradual ampliação de vocabulário, a
capacidade de compreender o enredo como um todo, não se prendendo a todas as
palavras desconhecidas, enfim propicia um aprendizado da língua de maneira não
formal e sistemática. Porém, para que isso aconteça é necessário que o professor
esteja atento às atividades que pode extrair de uma história: os momentos que
precedem a “contação” podem ser muito ricos se essas atividades forem bem
encaminhadas. Possibilidades de aprendizado que estejam relacionados a uma
história também acontecem durante e após uma “contação”. Todos esses
momentos serão melhor explicitados ao longo deste artigo.
Desenvolvimento
A introdução de histórias em inglês leva os alunos a uma maior variedade de
linguagem e ajuda no desenvolvimento de competências lingüísticas, isto porque a
leitura oferece linguagem contextualizada e ajuda os alunos a compreenderem
conceitos de linguagem novos ou já vistos. É possível para as crianças lerem livros e
compreenderem o ponto essencial do texto, sem necessariamente entenderem cada
palavra. É o sentido geral que é importante. Isto lhes dá confiança e pode ser uma
experiência motivadora.
Quando o professor conta uma história ele está despertando no aluno o gosto
pela leitura e essa posição de “escutador” de história contribui para formar no
futuro um leitor que lê por prazer e não por obrigação.
Na introdução deste artigo mencionamos a importância das histórias na
formação do caráter e no desenvolvimento de valores. Os contos de fadas, por
exemplo, ajudam a despertar sentimentos e valores intuitivos. “Contar histórias não
é apenas um jeito de dar prazer às crianças: é um modo de ampará-las em suas
angústias, ajudá-las a nomear o que não podia ser dito, ampliar o espaço da
fantasia e do pensamento”.(in CORSO, p.18).
Um conto pode ajudar as crianças a lidar com seus conflitos psicológicos por
tratar de conflitos internos importantes, inerentes ao ser humano, como a morte, o
envelhecimento, a luta entre o bem e o mal, a inveja etc. Vale lembrar que não
cabe qualquer espécie de julgamento moral ou censura por parte de quem conta,
pois o que importa aqui não é ensinar às crianças como se comportar, mas sim
ajudá-las a lidar com as adversidades da vida, na elaboração de seus conflitos
íntimos. Assim, há também uma outra função para o uso de histórias em sala de
aula que não só a aquisição gradual do idioma.
“para as crianças, os contos infantis são instrumentos para o conhecimento do
mundo: ao mesmo tempo, enunciados de problemas e propostas de soluções.
Eles não funcionam como exemplos, mas como exercícios narrativos graças aos
quais a criança descobre a complexidade das relações e dos afetos e elabora
estratégias possíveis de ação” (in CALLIGARIS)
“Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da
condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje.
Neles encontramos o amor, os medos, as dificuldades de ser criança, as carências
(materiais e afetivas), as auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.”
(www.grautez.com.br/litinf)
É pertinente lembrar que esses ensinamentos mencionados anteriormente são
passados para as crianças numa linguagem que as envolvem, estimulando a
imaginação e a criatividade.
Em relação aos aspectos de aquisição da língua, podemos afirmar que um dos
principais meios pelos quais as crianças aprendem a ler em língua estrangeira é
através de imagens. Assim, a primeira “leitura” que uma criança realiza é a de
imagens ou ilustrações do que se está lendo.
Através desse processo, as imagens e ilustrações agem como um suporte vital
no processo de aquisição da língua: elas ajudam as crianças a adivinhar o sentido
das palavras que não conhecem e reforçam as palavras que já sabem.
Além disso, o fato de ouvirem/lerem, em Inglês, histórias já conhecidas por
eles na própria língua materna (conto de fadas, por exemplo), ajuda na
compreensão do contexto e na realização de deduções e inferências. Também
contribui para o reconhecimento de elementos familiares tais como a forma da
história, o enredo e os tipos de personagens. Tudo isso leva a um envolvimento
maior e a uma significativa compreensão da estrutura da língua.
Nas aulas de língua inglesa procuramos trabalhar com as histórias de diversas
maneiras. Promover “rodas de leitura” como aquelas que acontecem com a
professora de sala é ação recorrente. A escolha da história a ser lida pode ser feita
simplesmente pelo prazer que ela proporciona ou pode ter como norte a
necessidade de relaciona-la ao conteúdo que está sendo estudado.
Para o desenvolvimento da habilidade de escuta e melhor compreensão da
narrativa, alguns fatores devem ser considerados no momento da escolha daquilo
que vai ser lido. São eles: deve ser uma história de que as crianças provavelmente
irão gostar; pode ser uma história que leve a atividades relevantes/interessantes;
ela deve ser curta para garantir concentração e envolvimento, se desejar contar
uma história mais longa divida-a em capítulos e conte no decorrer das aulas sempre
retomando o que aconteceu na aula anterior; ela deve ter um enredo simples e
conter diálogos (na educação infantil de preferência com repetições e rimas); o nível
de linguagem deve ser apropriado para a classe. Segundo algumas fontes, é
necessário que 75% de toda a linguagem seja compreendida pelos alunos. Os 25%
restantes fornecerão exposição a novo vocabulário e estruturas.
Algumas vezes usamos somente imagens (picture cards) e nos tornamos
contadores de história e não leitores, isso porque não temos nenhum material
escrito que dite o que vai ser contado. Nestes momentos as imagens fazem um
suporte essencial, já que prendem a atenção dos alunos. Uma das vantagens de ser
um contador e não leitor é que ao contar, o professor garante um contato visual
melhor e também pode usar mímica levando as crianças a uma maior compreensão
da narrativa. Além disso, ele pode modificar a linguagem para o nível dos seus
alunos.
É válido ressaltar que uma mesma história pode ser contada/lida várias vezes
e que, inclusive, as crianças costumam gostar de ouvi-las novamente, ouvir algo
conhecido passa segurança e noção de competência sobre um assunto.
Através do trabalho com histórias é possível desenvolver várias atividades: as
que antecedem o storytelling/reading, as que acontecem durante o
storytelling/reading e as pós storytelling/reading.
O propósito das pre-reading activities (aquelas que antecedem) é despertar
interesse sobre o que irão ouvir/ler (através de charadas, forca etc) e auxiliar na
compreensão da história. Isso pode ser feito ao encorajar os alunos a predizerem o
que irão ouvir/ler usando a ilustração da capa do livro (ou alguma outra ilustração
da história), com isso eles são incentivados a falar sobre o que podem ver nela, ou
seja, a identificar a imagem e a predizer a história se eles a conhecerem. Quando os
alunos lerem ou ouvirem a história, eles poderão descobrir se suas predições
estavam certas ou não. Isto é geralmente feito como uma atividade com toda a
classe.
Para ampliar os momentos de compreensão o professor pode suprir os alunos
com palavras-chave e conceitos de que eles irão precisar para a compreensão da
história.
As while-reading activities (acontecem durante) são atividades nas quais os
alunos, por exemplo, repetem as frases junto com o professor (se a história tiver
padrão repetitivo, por exemplo Bruxa, bruxa venha a minha festa); participam com
palavras ou ações enquanto ouvem a história (eles podem responder fisicamente ao
que ouvem levantando as mãos quando uma certa palavra ou frase é expressa
oralmente; diferentes grupos podem ouvir e responder a diferentes palavras ou
frases).
O professor deve tomar muito cuidado com as atividades que propõe durante
uma leitura/contação: elas não devem distrair os alunos e com isso fazer com que
percam a linha de raciocínio sobre o que estava acontecendo na história.
Ao final da leitura/”contação” podemos propor outras atividades, as Postreading
activities. Um meio para checar a compreensão da história por parte das
crianças é formular perguntas orais logo após o termino da “contação”/ leitura.
Geralmente, é através das post-reading activities que os alunos demonstram sua
criatividade, quando eles reagem de algum modo à história através da realização de
atividades como a ilustração de diferentes finais para a história; dramatizações;
ilustração de uma parte preferida da história e sua respectiva legenda; uma
atividade para ordenar trechos escritos ou figuras da história; atividades coletivas
em que os alunos recuperam as palavras-chaves da história em voz alta enquanto o
professor as registra na lousa; atividades orais quando conversam sobre a história
em grupos, dizendo qual é o seu personagem principal, qual é a melhor ilustração,
de que parte gostaram mais etc; jogos; músicas e vídeos que estejam relacionados
ao conteúdo apresentado na história.
No grupo 3 realizamos uma apresentação da história Bruxa, bruxa venha a
minha festa. Após uma leitura em inglês feita pelo professor os alunos são
convidados a interagir no momento da segunda leitura. É impressionante como as
histórias que trabalham com repetição despertam nas crianças a vontade de ajudar
a contar a história propiciando momentos de total envolvimento das turmas. Na
seqüência, as crianças escolhem quais personagens querem ser, produzem
máscaras e apresentam a história em forma de teatro. Esse produto final é filmado
e apresentado aos grupos 2.
Conclusão
Concluindo, ouvir histórias pode ser uma atividade que carregue consigo
diversas outras propostas, porém nunca devemos nos esquecer que antes de
qualquer coisa as crianças estão ouvindo uma história, ou seja, isso deve ficar em
primeiro plano, as pre-reading, while-reading e post-reading activities jamais são
mais importantes do que a história em si.
Gostaríamos de enfatizar que já podemos ver nas turmas do Fundamental 2
os bons resultados de se ouvir histórias quando crianças.
Bibliografia
- Contardo Calligaris. “Fadas no Divã” in Folha de SP Ilustrada, 13/10/2005
- COELHO, Nelly Novaes. O conto de fadas, São Paulo: DCL, 2003.
- CARLE, Eric. The very hungry caterpillar. Philomel Books
- Storytelling – CATS Children and Teenagers – The Young Learners SIG
Newsletter, Summer 2000.
- CORSO, Diana Lihtenstein. Fadas no Divã: a psicanálise nas histórias
infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.
- DRUCE, Arden. Witch, witch come to my party.
- HUGHES, Annie e WILLIAMS, Melanie Penguin Young Readers – Teacher’s
Guide to Using Stories in Class
- www.penguinreaders.com
- www.grautez.com.br/litinf
Por este artigo vemos, a "importância das educadoras e educadores" do ensino infantil e anos iniciais.
Fonte: http://www.teachingchildren.com.br/arquivos/STORYTELLING.pdfObrigado por sua visita, volte sempre.