segunda-feira, 28 de abril de 2008

Como fazer um seminário.



SEMINÁRIO

Seminário é um procedimento metodológico, que supõe o uso de técnicas (uma dinâmica de grupo) para o estudo e pesquisa em grupo sobre um assunto predeterminado.

O seminário pode assumir diversas formas, mas o objetivo é um só: leitura, análise e interpretação de textos dados sobre apresentação de fenômenos e / ou dados quantitativos vistos sob o ângulo das expressões científicas-positivas, experimentais e humanas .

De qualquer maneira, um grupo que se propõe a desenvolver um seminário precisa estar ciente da necessidade de cumprir alguns passos:
determinar um problema a ser trabalhado;
definir a origem do problema e da hipótese;
estabelecer o tema;
compreender e explicitar o tema- problema;
dedicar- se à elaboração de um plano de investigação (pesquisa );
definir fontes bibliográficas, observando alguns critérios;
documentação e crítica bibliográficas:
realização da pesquisa;
elaboração de um texto, roteiro, didático, bibliográfico ou interpretativo.


Para a montagem e a realização de um seminário há um procedimento básico:

1º o professor ou o coordenador geral fornece aos participantes um texto roteiro apostilado, ou marca um tema de estudo que deve ser lido antes por todos, a fim de possibilitar a reflexão e a discussão;

2º procede-se à leitura e discussão do texto-roteiro em pequenos grupos.

Cada grupo terá um coordenador para dirigir a discussão e um relator para anotar as conclusões particulares a que o grupo chegar;

3º cada grupo é designado para fazer:
a.exposição temática do assunto, valendo-se para isso das mais variadas estratégias: exposição oral, quadro-negro, slides, cartazes, filmes etc.Trata-se de uma visão global do assunto e ao mesmo tempo aprofunda-se o tema em estudo;
b.contextualizar o tema ou unidade de estudo na obra de onde foi retirado do texto, ou pensamento e contexto histórico-filosófico-cultural do autor;
c.apresentar os principais conceitos, idéias e doutrinas e os momentos lógicos essenciais do texto (temática resumida, valendo-se também de outras fontes que não o texto em estudo);
d.levantar os problemas sugeridos pelo texto e apresentar os mesmos para discussão;
e.fornecer bibliografia especializada sobre o assunto e se possível comentá-la;

4º plenário-é a apresentação das conclusões dos grupos restantes. Cada grupo, através de seu coordenador ou relator, apresenta as conclusões tiradas pelo grupo.

O coordenador geral ou o professor faz a avaliação sobre os trabalhos dos grupos, especialmente do que atuou na apresentação, bem como uma síntese das conclusões .

Outros métodos e técnicas de desenvolvimento de um seminário podem ser acatados, desde que seja respeitado o plano de prontidão para a aprendizagem .


Finalizando, apontamos que todo tema de um seminário precisa conter em termos de roteiro as seguintes partes:
a.introdução ao tema;
b.desenvolvimento;
c.conclusão


Fonte: Guia para a elaboração de trabalhos escritos - UFRGS

Os Fazeres na Educação Infantil.


Um livro que vale a pena ter em casa. Mostra, todo o procedimento dentro de uma escola de educação infantil. Saber fazer é uma coisa explicar o saber é outra. João Maria

Este livro conta histórias sobre as formas de trabalhar com as crianças em creches e pré-escolas.
As histórias tecem as experiências práticas e os conhecimentos produzidos por um grupo de educadores e pesquisadores da Universidade de São Paulo.
Os temas abordados são: os medos, a alimentação, a higiene, o sono, as mordidas, as brigas, os materiais didáticos e os brinquedos, a chegada de uma criança portadora de deficiência, os afetos e desafetos, a arrumação do espaço, a aprendizagem e seus problemas, os limites, a disciplina.
O livro também apresenta textos sobre as novas leis que regulamentam o trabalho em educação infantil e as formulações mais recentes da ciência sobre o desenvolvimento das crianças.
Nesta obra você vai encontrar muitas histórias sobre os fazeres de crianças de 0 a 6 anos de idade e sobre os fazeres de uma instituição que as atende em parceria com as famílias. Histórias bem informadas, que ajudam pais e profissionais a refletirem sobre o seu próprio fazer com as crianças."


Sumário

1. O fazer dos fazeres: história de uma parceria produtiva
2. Um diálogo com os diretores de creches e pré-escolas
3. A formação nossa de cada dia
4. Virar gente: reflexôes sobre o desenvolvimento humano
5. Pais e educadores: a fome de conhecimento um do outro
Na relação entre pais e educadores deve existir espeço para expressar sentimentos, facilitando a adaptação na creche.
6. Relação afetiva, assunto de berçário
Reconhecer a importância do vínculo afetivo do bebê com a mãe e familiares é fundamental no trabalho do educador.
7. O adulto, um parceiro especial
O adulto facilita a criança a explorar o amiente e a socializa-se
8. Quando a criança começa a freqüentar a creche ou pré-escola
Planejamento e organização podem auxiliar nos primeiros dias da criança, dos familiares e dos próprios educadores na creche.
9. Encontros e despedidas
Educadores, crianças e famílias constroem vínculos aprendendo a despedir-se
10. Novo ano, nova turma, nova adaptação
O educador num processo de adaptação à nova turma, seus pais e antigos educadores.
11. Chegou a hora de ir para a escola
Crianças elaboram o processo de despedida da creche.
12. Como será que eu vou me virar com ele na turma?
Crianças portadoras de deficiências são capazes de fazer algumas coisas e outras, não. Como todo mundo
13. É meu, é seu, é nosso, ou é da creche?
Trabalhando com a idéia do que é próprio, a criança vai construindo sua identidade com o apoio e limite do educador
14. Bicho de estimação
O bicho de estimação pode ajudar uma criança a expressar sentimentos, compreender o que é respeito e responsabilidade
15. Conversando sobre a sexualidade
Questões sobre sexuallidade na creche e pré-escola
16. Quando a creche é lugar de desenvolvimento de gente grande
Relação entre o profissional da creche e o estudante de psicologia é tensa, mas pode ser produtiva.
17. Todo mundo tem bagunça, só a bailarina que não tem...
Reflexões sobre a delicada relação creche - família a partir de queixas costumeiras sobre as sacolas desarrumadas das crianças
18. Família é coisa pra se guardar do lado esquerdo do peito
Educadores trabalham com as crianças a idéia de família
19. Conversas para aprender a conversar
Falar e pensar não se aprende sozinho, mas na interpretação com outros
20. Olha o que eles estão falando
Imaginar o que as crianças estão pensando traz novas descobertas aos educadores
21. "Roda, roda, roda, pé, pé, pé..."
Investir na conversa de roda é uma forma de lutar pela cidadania
22. As histórias de um contador
Um contador de histórias educa, socializa, informa e desperta a imaginação das crianças na creche
23. Os contos que as caixas contam
Entender o mundo pode acontecer através de uma caixa de história
24. Rótulos, embalagens & cia
Ler rótulos ajuda na aprendizagem da escrita
25. "Vamos na biblioteca?"
Educadores de creche oferecem às crianças pequenas atividades para que elas tomem gosto pelo livro
26. Rito literário
Rito literário é um projeto de blibliotecas com pré-escolares
27. Poesia: a rima no trabalho com a linguagem
Crianças pequenas em contato com a poesia aumentam suas experiências afetivas e cognitivas
28. Faz-de-conta, por quê?
A linguagem do faz-de-conta, elemento básico do trabalho psicopedagógico na educação infantil, é discutida
29. O poder de um avental
O educador a proveita o faz-de-conta e exercita com as crianças a construção da autonomia e o fortalecimento da identidade
30. Criança fazendo arte
A arte é uma forma da criança entrar em contato consigo e com o universo
31. A música na creche
Trabalho com música ajuda a criança pequena a desenvolver-se e socializa-se
32. Gerando problemas
Educadores brincam com histórias e jogos para ensinar matemática ás crianças de quatro a seis anos
33. Minhocoscópio
Crianças de três anos observam minhocas: um estímulo para fazer ciência
34. A história do menino que engoliu um corpo estranho
Educadores promovem atividades psicopedagógicas para prevenção de acidentes na creche
35. Linha de produção Arco-Íris
Crianças da pré-escola compreendem idéias sobre higiene pessoal, químicas e vendas na criação de uma linha de produtos de beleza
36. Banho: que delícia!
Num banho bem organizado pelo educador, a criança brinca e constrói bons hábitos
37. Bolinhas de sabão
O banho das crianças nas creches
38. "Comer, comer...comer, comer...é o melhor para poder crescer
Dando mais autonomia para a criança comer, o adulto enfrentará menos resistência
39. Bem-vinda, Dona Maria Chicória
Como despertar o interesse em crianças que apresentam um repertório alimentar restrito
40. Trabalhadores da limpeza e cozinha também são educadores
41. Dona Escova e Comadre Alice
A linguagem dramática auxilia a criança a incorporar hábitos de higiene
42. Controle de esfícteres
Creche e família juntas educam o controle do xixi e do cocô e a aquisição de hábitos de higiene
A creche no seu dia-a-dia
Algumas fotos podem sugerir boas idéias
43. Nana, neném...ZZZZZZZ
O dormir e o acordar na creche é um processo que envolve uma série de rituais importantes para as crianças pequenas
44. Um lugar gostoso para o bebê
Educadores organizam o espaço de forma atraente para o desenvolvimento dos bebês
45. Um ambiente para explorar
Numa creche, espaços e objetos devem oferecer novas experiências aos bebês
46. Estruturando a sala
Interações na creche mudam dependendo da área espacial
47. Por que as crianças gostam de áreas fechadas?
Espaços circunscritos reduzem as solicitações de atenção do adulto
48. O porquê da preocupação com o ambiente físico
Planejamento do espaço favorece a aprendizagem e o desenvolvimento da criança
49. O canto que conta tanto: a organização de pequenos espaços
Educadores organizam espaços externo com cantinhos estruturados que vão se transformando continuamente
50. O canto caipira
Educadores e crianças de pré-escola organizam juntos o espaço externo da creche com um cantinho: o canto caipira
51. Mordidas: agressividade ou aprendizagem?
O primeiro contato da criança com o mundo é pela boca e morder faz parte disso
52. Sim e não na hora certa!
Pais e educadores dando limite e ouvindo as crianças
53. Pensando a disciplina
Trabalhar regras é mais importante do que ter uma classe quietinha
54. Novos ares para a educação infantil
55. As leis e a educação infantil
A vontade era contar tudo de uma vez, só que...
Sugestões de leituras

http://www.cortezeditora.com.br/

domingo, 27 de abril de 2008

Química Energia Nuclear. Vícdeo-aula.



Obrigado pela visita.

Pedagogia Social. (Educação integral).


Pedagogia Social

1. Introdução

Pedagogia Social significa "agir sobre si mesmo, com os outros e com as perguntas da sociedade, de tal forma que nossa ação torne possível o desenvolvimento sadio de outras pessoas e das condições sociais." Ela é uma aplicação das idéias de Rudolf Steiner sobre organização social, que ele formulou em 1919 com o nome de "Trimembração do Organismo Social" ("Dreigliederung des Sozialen Organismus"), no âmbito de grandes ou pequenos grupos sociais (como empresas ou grupos de trabalho) e também do âmbito do desenvolvimento de sensibilidade, responsabilidade e ação sociais individuais.

2. Histórico no Mundo

O impulso da Pedagogia Social foi dado pelo médico antroposófico Dr. Bernard Lievegoed, na Holanda. Em 1950 ele foi convidado para ser professor de Psicologia Social na Faculdade de Administração Empresarial de Roterdã. Aí, criou uma nova cátedra: Pedagogia Social. Em 1954 fundou o NPI - Nederlands Pedagogish Instituut. Esse Instituto foi a primeira consultoria empresarial com base nos conceitos antroposóficos.

3. Histórico no Brasil

Pedro Smith, acionista e diretor da Giroflex (indústria de cadeiras e móveis para escritórios), em 1963, durante uma estadia na Europa, conheceu o trabalho de Lievegoed com empresários, identificando-se profundamente com ele. Na sua volta para o Brasil, criou um grupo de empresários que se ocupavam com as novas idéias do NPI. A partir de 1972 o grupo se consolidou e, anualmente, Lex Bos, consultor do NPI na Holanda, vinha ao Brasil para ministrar seminários e trabalhar com este grupo. Em 1975 funda-se o NPI no Brasil.

A partir de 1979, Lex Bos e sua esposa, Johanna, retornam sistematicamente e anualmente ao Brasil dando início, junto com Herwig Haetinger (consultor do NPI no Brasil, infelizmente falecido em 1997) aos Seminários de Pedagogia Social. Até hoje esses Seminários continuam se realizando, agora, com o suporte de um outro grupo de consultores.

Em 1993 foi fundada a Associação para o Desenvolvimento da Pedagogia Social no Brasil, com secretaria geral itinerante (V. abaixo).

4. Descrição

O desafio da Pedagogia Social é lidarmos de forma construtiva com as questões sociais do nosso dia-a-dia, no convívio e no trabalho com outras pessoas. Cada um de nós está constantemente em busca do caminho de realização de sua própria individualidade e nisso dependemos também daqueles com os quais convivemos. Como podemos, em nosso convívio social, criar as condições necessárias para a realização de cada individualidade e como cada individualidade pode contribuir para a realização da sociedade? A Pedagogia Social visa nos auxiliar nessa tarefa, à luz da Antroposofia.

Quando nos apresentamos como profissionais, as pessoas contam com nossos conhecimentos específicos adquiridos em alguma universidade ou escola. Sabem, também, que desenvolvemos habilidades organizacionais em algum centro técnico ou pela experiência. O curioso é que, para o convívio social e para o desenvolvimento pessoal, também se espera que cada um saiba como proceder. Por exemplo: Como trabalhar em grupo? Como se comportar? Como conviver com quem não se escolheu? Como colaborar com pessoas estranhas?

Precisamos saber estas respostas sem nunca tê-las estudado! Em nenhum lugar aprende-se a resolver problemas em grupo ou lidar de forma construtiva com conflitos numa equipe. Aprender, neste contexto, significa estar disposto a desenvolver novas habilidades - pessoais e sociais. O indivíduo é capaz de desenvolver-se. Mas é no convívio com os outros que ele consegue encontrar novas soluções para continuar o seu próprio desenvolvimento e contribuir para o desenvolvimento ao seu redor.

Este é o campo de ação da Pedagogia Social: saber lidar com as questões e com as perguntas das empresas, instituições, grupos ou indivíduos, de maneira tal que empresa e consultor, ou indivíduo e o "coacher" (conselheiro), o grupo e o facilitador possam encontrar novas soluções no campo social e organizacional.

"Uma atitude realmente social na vida [...] significa ajudar o outro a dar o próximo passo em seu desenvolvimento pessoal. [...] significa ter a coragem de confrontar-se com a dúvida a desconfiança, o ódio e o medo. Isto significa estar atento diante das dúvidas sobre o que sei, o que sou e o que faço." B. Lievegoed.

Do ponto de vista metodológico a consultoria com bases antroposóficas, ou a Pedagogia Social, evita os chamados projetos (com data de início e data de término) e privilegia os chamados processos (que tem data de início mas não de término). Isso não quer dizer que não existam objetivos, organização, prazos, orçamentos, etc. Mas quer dizer que se privilegia o desenvolvimento das pessoas e não o seu adestramento numa determinada tarefa. Quer dizer que a consultoria não chega com as suas respostas, programas, "softwares", ou enlatados, que procura impor de fora para dentro da empresa, ou de cima para baixo, com a pressão do poder de um presidente, ou diretor. A abordagem é muito mais situacional, construída sob medida para a situação específica, aproveitando as experiências profissionais e de vida dos participantes. Constrói-se, assim, passo a passo, com eles, a solução para um determinado problema. A conseqüência é um compromisso muito mais forte dos envolvidos, pois a solução partiu deles e da sua realidade. A solução e suas ações são vistas como propriedade do grupo e não da consultoria.

A metodologia ainda propicia uma profunda conscientização das pessoas envolvidas quanto a seus valores, missão de vida e o desenvolvimento das chamadas habilidades sociais: ouvir, falar, aconselhar, observar, negociar, decidir, perdoar, etc. É um trabalho na assim chamada "oficina interna". É feito com muitas "vivências", seguidas de reflexões individuais e "resgates" nos grupos ao invés de discursos e palestras intelectuais. Também são estimuladas atividades artísticas, como pintura, modelagem, euritmia e outras como suporte ao auto-conhecimento.

5. Publicações

Boletim de Pedagogia Social da Associação de Pedagogia Social de base Antroposófica.

Correspondência: R. Cancioneiro de Évora, 125 - CEP: 04708-110 - São Paulo - SP.

Responsáveis:

Editora Antroposófica - http://www.sab.org.br/ed

A Importância do Ato de Ler.


Introdução

O livro “A Importância do Ato de Ler” de Paulo Freire, relata os aspectos da biblioteca popular e a relação com a alfabetização de adultos desenvolvida na República Democrática de São Tomé e Príncipe.

Ao mesmo tempo, nos esclarece que a leitura da palavra é precedida da leitura do mundo e também enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, colocando o papel do educador dentro de uma educação, onde o seu fazer deve ser vivenciado, dentro de uma prática concreta de libertação e construção da história, inserindo o alfabetizando num processo criador, de que ele é também um sujeito.

1 - a importância do ato de ler

Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de suas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto em cuja percepção experimentava e, quando mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no seu trato com eles, na sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.

A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente.

Esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo de alfabetização que deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.

A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Assim as palavras do povo, vinham através da leitura do mundo. Depois voltavam a eles, inseridas no que se chamou de codificações, que são representações da realidade. No fundo esse conjunto de representações de situações concretas possibilitava aos grupos populares uma “leitura da leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra. O ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do lido.

1.1 - Alfabetização de Adultos e Biblioteca Populares: Uma introdução

Para Paulo Freire falar de alfabetização de adultos e de biblioteca populares é falar, entre muitos outros, do problema da leitura e da escrita. Não da leitura de palavras e de sua escrita em si próprias, como se lê-las e escrevê-las, não implicasse uma outra leitura da realidade mesma, para aclarar o que chama de prática e compreensão crítica da alfabetização.

Do ponto de vista crítico é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político. Quanto mais ganhamos esta clareza através da prática, mais percebemos a impossibilidade de separar a educação da política e do poder.

A relação entre a educação enquanto subsistema e o sistema maior são relações dinâmicas contraditórias. As contradições que caracterizam a sociedade como está sendo, penetram a intimidade das instituições pedagógica em que a educação sistemática se está dando e alterando o seu papel ou o seu esforço reprodutor da ideologia dominante.

O que temos de fazer então, enquanto educadoras ou educadores, é aclarar assumindo a nossa opção que é política, e ser coerentes com ela na prática.

A questão da coerência entre a opção proclamada e a prática é uma das exigências que educadores críticos se fazem a si mesmos. É que sabem muito bem que não é o discurso o que ajuíza a prática, mas a prática que ajuíza o discurso. Quem apenas fala e jamais ouve; quem “imobiliza” o conhecimento e o transfere a estudantes, quem ouve o eco, apenas de suas próprias palavras, quem considera petulância a classe trabalhadora reivindicar seus direitos, não tem realmente nada que ver com a libertação nem democracia.

Pelo contrário, quem assim atua e assim pensa, consciente ou inconsciente, ajuda a preservação das estruturas autoritárias.

Só educadoras e educadores autoritários negam a solidariedade entre o ato de educar e o ato de ser educado pelos educandos.

Uma visão da educação é na intimidade das consciências, movida pela bondade dos corações, que o mundo se refaz. É, já que a educação modela as almas e recria corações ela é a alavanca das mudanças sociais.

Se antes a transformação social era entendida de forma simplista, fazendo-se com a mudança, primeiro das consciências, como se fosse a consciência de fato, a transformadora do real, agora a transformação social é percebida como um processo histórico.

Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária, centrada na compreensão mágica da palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam a realidade, agora pelo contrário, alfabetização como ato de conhecimento, como um ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra. Agora já não é possível textos sem contexto.

A alfabetização de adultos e pós-alfabetização implicam esforços no sentido de uma correta compreensão do que é a palavra escrita, a linguagem, as relações com o contexto de quem fala, de quem lê e escreve, compressão, portanto da relação entre “leitura” do mundo e leitura da palavra. Daí a necessidade que tem uma de biblioteca popular, buscando o adentramento crítico no texto, procurando aprender a sua significação mais profunda, propondo aos leitores uma experiência estética, de que a linguagem popular é inteiramente rica.

A forma com que atua uma biblioteca popular, a constituição do seu acervo, as atividades que podem ser desenvolvidas no seu interior, tudo isso tem que ser como uma certa política cultural.

Se antes raramente os grupos populares eram estimulados a escrever seus textos, agora é fundamental fazê-lo, desde o começo da alfabetização para que, na pós-alfabetização, se vá tentando a formação do que poderá vir a ser uma pequena biblioteca popular com a inclusão de páginas escritas pelos próprios educandos.

1.2 - O Povo diz a sua Palavra ou a Alfabetização em São Tomé e Príncipe

Segundo Freire com a alfabetização de adultos no contexto da República Democrática de São Tomé e Príncipe, a cujo governo vem dando juntamente com Elza Freire, uma contribuição no campo da educação de adultos como assessor, se torna indispensável uma concordância em torno de aspectos fundamentais entre o assessor e o governo assessorado. Seria impossível, por exemplo, dar uma colaboração, por mínima que fosse a uma campanha de alfabetização de adultos promovido por um governo antipopular. Não poderia assessorar um governo que em nome da primazia da “aquisição” de técnicas de ler e escrever palavras por parte dos alfabetizando, exigi-se, ou simplesmente sugerisse que fizesse a dicotomia entre a leitura do texto e a leitura do contexto. Um governo para quem a leitura do concreto, o desenvolvimento do mundo não são um direito do povo, que, por isso mesmo, deve ficar reduzido à leitura mecânica da palavra.

É exatamente este aspecto importante — o da relação dinâmica entre a leitura da palavra e a leitura da realidade em que nós encontramos coincidentes os governos de São Tomé e Príncipes e nós.

Todo esforço que vem sendo feito em São Tomé e Príncipe na prática da alfabetização de adultos como na da pós-alfabetização se orienta neste sentido. Os cadernos de cultura popular vêm sendo usados pelos educandos como livros básicos, com exercícios chamados Praticar para o Aprender. A linguagem dos textos é desafiadora e não sloganizado. O que se quer é a participação efetiva do povo enquanto sujeito, na reconstrução do país, a serviço de que a alfabetização e a pós-alfabetização se acham. Por isso mesmo os cadernos não são nem poderiam ser livros neutros, é a participação crítica e democrática dos educandos no ato de conhecimento de que são também sujeitos. É a participação do povo no processo de reinvenção de sua sociedade, no caso a sociedade são tomense, recém-independente do jugo colonial, que há tanto tempo a submetia.

É preciso, na verdade, que a alfabetização de adultos e a pós-alfabetização, a serviço da reconstrução nacional, contribuam para que o povo, tomando mais e mais a sua História nas mãos, se refaça na leitura da História, estando presente nela e não simplesmente nela estar representado.

No fundo o ato de estudar, enquanto ato curioso do sujeito diante do mundo é expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas sabem, mas sabem que sabem.

O povo tem de conhecer melhor, o que já conhece em razão da sua prática e de conhecer o que ainda não conhece.

Nesse processo, não se trata propriamente de entregar ou de transferir às massas populares a explicação mais rigorosa dos fatos como algo acabado, paralisado, pronto, mas contar, estimulando e desafiando, com a capacidade de fazer, de pensar, de saber e de criar das massas populares.

Na alfabetização pós-alfabetização não nos interessa transferir ao Povo frases e textos para ele ir lendo sem entender. A reconstrução nacional, exigem de todos nós uma participação consciente em qualquer nível, exige ação e pensamento, exige prática e teoria, procurar descobrir de entender o que se acha mais escondido nas coisas e aos fatos que nós observamos e analisando.

A reconstrução nacional precisa de que o nosso Povo conheça mais e melhor a nossa realidade.

2 - análise das idéias do autor

Ao elaborar uma síntese das reflexões sobre o livro “A Importância do Ato de Ler” e as relações da biblioteca popular com a alfabetização de adulto de Paulo Freire, leva-nos a compreensão da prática democrática e crítica da leitura do mundo e da palavra, onde a leitura não deve ser memorizada mecanicamente, mas ser desafiadora que nos ajude a pensar e analisar a realidade em que vivemos. “É preciso que quem sabe, saiba sobre tudo que ninguém sabe tudo e que ninguém tudo ignora” (FREIRE, p.32).

É essencial que saibamos valorizar a cultura popular em que nosso aluno está inserido, partindo desta cultura, e procurando aprofundar seus conhecimentos, para que participe do processo permanente da sua libertação.

A biblioteca popular como centro cultural e não como um depósito silencioso de livros, é vista como um fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação com o contexto” (FREIRE, p.38).

Nesse sentido a atuação da biblioteca popular, tem algo a ver com uma política cultural, pois incentiva a compressão crítica do que é a palavra escrita, a linguagem, as suas relações com o contexto, para que o povo participe ativamente das mudanças constantes da sociedade.

O processo de aprendizagem na alfabetização de adultos está envolvida na prática de ler, de interpretar o que lêem, de escrever, de contar, de aumentar os conhecimentos que já têm e de conhecer o que ainda não conhecem, para melhor interpretar o que acontece na nossa realidade” (FREIRE, p. 48).

Isso só conseguimos através de uma educação que estimule a colaboração, que dê valor à ajuda mútua, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade: uma educação que incentive o educando unindo a prática e a teoria, com uma política educacional condizente com os interesses do nosso Povo.

Conclusão

Concluímos com a leitura desse livro, nós educadores e educandos para melhorarmos nossa prática devemos começar a avalizar que, a importância do ato de ler, não está na compreensão errônea de que ler é devorar de bibliografias, sem realmente serem lidas ou estudadas. Devemos ler sempre e seriamente livros que nos interessem, que favoreçam a mudança da nossa prática, procurando nos adentrarmos nos textos, criando aos poucos uma disciplina intelectual que nos levará enquanto professores e estudantes não somente fazermos uma leitura do mundo, mas escrevê-lo o reescrevê-lo, ou seja, transformá-lo através de nossa prática consciente.

Sabemos que, se mudarmos nossa disciplina sobre o ato de ler, teremos condições de formar as nossas bibliotecas populares, incentivando os grupos populares e a escrever seus textos desde o início da alfabetização; assim iríamos aos poucos formando acervos históricos escritos pelos próprios educandos.

E através da cultura popular o que se quer é a afetiva participação do povo enquanto sujeito na construção do país, pois quanto mais consciente o povo faça sua história, tanto mais que o povo perceberá, com lucidez as dificuldades que tem a enfrentar, no domínio econômico, social e cultural, no processo permanente de sua libertação.

Referência bibliográfica

Freire, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. 80 p.



Biologia. Células Troncos. vídeo-aula.



Vídeo aula sobre célula tronco.

Espartacus. O Filme.



Este filme está dublado em espanhol quer arriscar, conhecer um outro idioma. Ele foi dividido em 17 partes. Que você terá acesso ao clicar no menu desta tela virtual. Obrigado por sua visita.

MARTINHO LUTERO - Parte - ( 01 ao 04 ). Filme.



Este filme está dividido em 4 partes. Para ter acesso basta clicar no menu desta tela virtual.
Na verdade este vídeo serve para nós que estudamos a filosofia da educação e história da educação.

Educação como prática de Liberdade.


A Educação como Prática de Liberdade
Neste momento em que impera entre nós a globalização neoliberal, a ideologia do pensamento único, do mercado acima da vida, deve se repensar e dialogar sobre estratégias e os desafios para uma educação popular e libertadora.
Ao abordar a questão: como vejo a educação como prática de liberdade, deve se primeiro pensar o ser humano em sua relação com o mundo, seus condicionamentos e desafios, implica a consciência de sua história e de como superar a desumanização. Neste caso, nos remete logo a figura do educador Paulo Freire. A percepção de Freire, sobre sua época, sua capacidade de apreender seu momento histórico de propor caminhos para uma pedagogia da libertação popular o fez um dos maiores intelectuais de nossa história.
A educação libertadora para Freire é fundamental na prática revolucionária, pois não se pode primeiro fazer a revolução para depois pensar a educação que queremos. A necessidade de uma pedagogia da libertação popular, afirma-se em nossos cotidianos porque em nossos corpos, mentes e em toda a prática social está a pedagogia do opressor. Esta pedagogia legitima sua prática domesticadora, negando o direto de ser mais do povo (FREIRE, 1991).
Esta educação libertadora que Freire defende é revolucionária porque radical, pois o desvelamento do mundo de opressão instaura-se pelo questionamento, pela dúvida. Esse processo pode ser construído na sua dialogicidade com e jamais para o povo (FREIRE, 1991). É na busca de todos que, em comunhão fazem à história da libertação.
A inserção crítica do povo na história, a sua emerção como sujeito histórico não é um explicar como agir e como é o mundo, mas fundamentalmente resultado do diálogo e da luta política com o povo e não para o povo, para a transformação deste mundo opressor.
Freire aborda que o homem deve dinamizar seu mundo, para ir dominando a realidade, para deixar de ser rebaixado a puro objeto, para atuar como construtor da sua história, assumindo cada vez mais funções de intelectuais (FREIRE, 2000 & Giroux 2001).
A educação como prática de liberdade torna-se a reflexão crítica e a ação, partes de um projeto social, tornando o político mais pedagógico, na tentativa de humanização da própria vida, sendo a educação como forma de libertar a sociedade da opressão.
Somente no compromisso autêntico e a compreensão crítica de sua condição de opressor é que temos as forças para construir uma outra pedagogia, uma outra sociedade. É nesta perspectiva de emancipação do sujeito, que a educação deve ser usada como prática de liberdade, afinal, ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão. (FREIRE, 1991).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 1991.
_______, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. Paz e Terra, 2001.
_______, Educação como prática de liberdade: a sociedade brasileira em transição. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2000.
GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais Transformadores: rumo a uma nova pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médias 157-163.
SCHNORR, Gisele Moura. Pedagogia do oprimido. In SOUZA, Ana Inês. Paulo Freire, Vida e Obra. São Paulo; Expressão Popular, 2001. P 71-72.

autor,
Odair José Moura de Araújo
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Tocantins-Arraias-TO, Pós-Graduado em Gestão de Programa de Reforma Agrária e Assentamento pela UFLA, Pós-Graduado em Desenvolvimento Rural Sustentável pela UNITINS. Tem experiência na área de Educação e Extensão Rural. Professor da FADES- Faculdade Para o Desenvolvimento do Sudeste Tocantinense- Dianópolis-TO e Técnico em Extensão Rural no Instituo de Desenvolvimento Rural do Tocantins- RURALTINS

TRABALHANDO COM A AVALIAÇÃO DO ERRO NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL


Trabalhando com a avaliação do erro nas séries iniciais do ensino fundamental

joão carlos maria

Trabalho apresentado ao Curso (Pedagogia) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina [Organização do trabalho docente nos anos inicias do ensino fundamental].

Orientadora: Professora Edilaine Vagula. Campinas 2008.

INTRODUÇÃO

Vamos, a partir da leitura dos dois anexos enviados pela Professora Edilaine : “Do erro como forma de punição ao erro como fonte de virtude” e “Função pedagógica do erro”, fazer uma análise desta temática tão importante para nós, futuros educadores. Procuraremos abordar o papel da avaliação, do professor e do educando no processo de construção do saber.

O ERRO COMO FONTE DE CASTIGO.

O erro dentro da educação teve sempre um lado sombrio, que infelizmente não se alterou com o passar dos anos. Castigos, palmatórias, ridicularização, e todas as demais atitudes mascaradas pela justificativa de se corrigir um possivel erro infelizmente permanecem nos tempos modernos, mais ou menos disfarçadas, uma vez que a visão de que o castigo inibe o erro continua presente em nossa sociedade. E assim como uma doença evolui, e necessita de que seja sempre estudada, essas concepções de erro e castigo também têm evoluído, dando origem a uma violência psicológica e impessoal nos relacionamentos que aos poucos substitui a violêncoa física, hoje menos tolerada. Basta lembrarmos o “bulliyng” e o “assédio moral”, causa de preocupação em todo o mundo contemporaneo. Essas práticas sutis de violência persistem, causando medo, vergonha e culpa. Uma violência simbólica toma a cena.

Uma forma de castigar um pouco mais sutil que as anteriores, que existiu no passado e ainda existe, é a prática pela qual o professor cria um clima de medo, tensão e ansiedade entre os alunos: faz uma pergunta a um deles, passando-a para o segundo, o terceiro, o quarto, e assim por diante, gerando tensão no aluno que pode vir a ser o subseqüente na chamada. Deste modo, a classe toda fica tensa, já que cada um espera ser o próximo. (LUCKESI ,1999).

A prática deste procedimento por alguns professores podem ter as mais variadas origens. Todavia., não podemos admitir este tipo de recursos como pedagógico. Um médico, mesmo sabendo que o paciente que acabara de entrar na sala de cirurgia é um bandido, não se prende a este detalhe, mas na vida que está em perigo. Pela mesma forma, na educação, por mais que os alunos tenham um comportamento rebelde, o foco deve ser mantido. E o foco é a educação.

O ERRO E A VIRTUDE

Há um ditado antigo que diz “errar é humano”. Isso é verdade - portanto sabemos, desde a antiqüidade, que erros vão acontecer. Isso vale até mesmo para as ciências exatas e biológicas, para a elaboração de estatísticas etc. Em todos os campos do conhecimento e das relações humanas este fator é constatado. Mas como fazer para que este erro seja o fator de busca, de realização e de inclusão na educação nos anos iniciais? Entramos deste modo na avaliação e seu importante papel na construção e formação dos educandos. Na psicologia da educação há um modo de aprendizagem chamado ensaio e erro, consistindo tal método na eliminação sucessiva das respostas infrutiferas. Quando aprendemos a dirigir um carro, por exemplo, aplicamos este procedimento. O aprendiz de motorista, a princípio, pede que ninguém converse com ela, e se matém extremamente preocupada com o câmbio, o retrovisor, o freio, o acelerador, etc. Com o passar do tempo e após se utilizar do ensaio e erro o motorista consegue dirigir sem olhar o tempo todo para o câmbio e a enbreagem. Dizemos que ela aprendeu a dirigir, e neste sentido houve uma mudança de comportamento. O mesmo ocorre na aprendizagem. Na educação, a avaliação deve admitir o erro como forma de buscar uma melhor abordagem de um determinado assunto - o que nos leva a observar que a avaliação é um instrumento que tem um fim em si mesmo. Após muitas tentativas infrutiferas Santos Dummond chegou ao 14 Bís.

Vamos agora a uma pequena conclusão, pois o assunto é profundo.

CONCLUSÃO

A avaliação do erro tem uma função pedagógica, que não pode ser reduzida à palavra excluir, mas deve ser vista como um instrumento de inserção e inclusão. Não podemos nos utilizar deste instrumento como forma de vingança ou outros, como no exemplo da fábula do gato e do galo*. Vamos portanto utiliza-lo como um termômetro de nossa práxis pedagógica, que avalia o currículo, a didática, a metodologia e o ensino-aprendizagem. O erro deixa de ser erro à medida que professor e aluno se construam de uma maneira dialógica. O erro passa a ser então novo olhar, sem nada de constrangedor ou repulsivo. O olhar dos quatro pilares da educação: saber ser, saber fazer, saber conhecer e saber viver.

“ O mundo não é, está sendo mundo” (Paulo Freire).

REFERÊNCIA

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação Escolar. Cortez, São Paulo, 1999.

Anexo

*O Gato e o Galo. (Fábulas de Esopo).


Um dia um gato caçou um galo e resolveu transformá-lo em almoço. Só que antes queria achar uma boa desculpa para matar o outro. Primeiro explicou a

o galo que ele era um verdadeiro transtorno para os homens com aquela história de cantar no meio da noite e não deixar as pessoas dormirem.

– Nada disso – disse o galo. – Eu canto para ajudar os homens!

E disse que na verdade fazia um favor aos homens porque servia de despertador e avisava a hora de começar o trabalho do dia.

– Que enorme besteira! – disse o gato. – Você acha que vou desistir do meu almoço só por causa de uma conversa dessas?

E devorou o galo.

Moral: O disfarce da justiça não impede uma natureza cruel de praticar suas maldades.

Do livro: Fábulas de Esopo - Companhia das Letrinhas


Artigo de joão maria. Aluno Unopar Virtual. Campinas.

O erro e a Aprendizagem.







A PEDAGOGIA DO ERRO
Todos erramos, em qualquer momento, em muitas circunstâncias.
Errar faz parte do crescimento, faz parte da construção do nosso conhecimento. Ninguém consegue abarcar a totalidade da realidade que o cerca, com um só relance do olhar. Até chegar à essência das coisas, dos factos, dos conceitos, é necessário debruçarmo-nos várias vezes sobre cada uma delas.
O conhecimento constrói-se errando várias vezes. As competências adquirem-se errando várias vezes. Hoje erra-se aqui nesta fase do conhecimento, amanhã erra-se um pouco mais além e é assim, passo-a-passo, que vamos construindo a pirâmide do nosso conhecimento.
Evidentemente que há várias formas de cometermos erros. O aluno pode cometer erros, estando a fazer um esforço por não os cometer, ou o aluno comete erros não estando minimamente preocupado em deixar de os cometer. São duas atitudes completamente diferentes.
Gosto fundamentalmente do aluno que comete erros e que está preocupado, esforça-se por deixar de os cometer. O outro aluno tem, primeiro que tudo, de mudar de atitude e querer construir o seu conhecimento. Essa, é outra tarefa, diferente, a realizar pelo professor.
Não há ensino sem erro. Nem é nada estimulante o ensino sem haver erro e sem a consequente actuação de superação do mesmo. Penso que o ensino em que se cometem vários erros durante a aprendizagem, para além de estimulante para o professor, é muito útil para o aluno.
Porquê?
Quando há dúvidas numa matéria, quando se cometem erros, essas situações obrigam o professor a voltar a explicar o assunto utilizando geralmente estratégias diferentes, utilizando vias diferentes, utilizando novas ideias, novos conceitos. Este processo alarga necessariamente a visão que o aluno terá dos problemas, os conceitos ficarão mais solidamente retidos. Penso que a generalidade dos professores gosta desta acção do ensino-aprendizagem: o professor explica → o aluno tem dúvidas → o professor volta a explicar → o aluno elimina as dúvidas.
O caminho faz-se caminhando!
Aquilo que o professor geralmente não gosta é de voltar a explicar os assuntos a alunos distraídos, a alunos que não fazem nenhum esforço para aprender. Essa não é a atitude correcta do aluno! Claro que o professor acaba por explicar várias vezes o mesmo assunto, para alunos interessados e alunos desinteressados ou distraídos.
Quando o aluno diz que não compreendeu um determinado assunto, o professor nunca sabe, à partida, se o aluno não compreendeu porque não esteve com atenção, se não compreendeu porque tem falta de pré-requisitos, se não compreendeu porque o professor explicou mal ou porque o assunto é um pouco complicado, relativamente aos conhecimentos normais.
Esse é também um aspecto que o professor tem de ponderar em cada momento, para decidir se deve voltar a explicar do mesmo ‘ponto de partida’ ou um pouco mais atrás, ou até introduzindo algumas ideias que os alunos deviam saber, mas eventualmente não sabem. Tudo isto acontece em tempo real e o professor tem de dar uma resposta rápida e objectiva à situação. É por isso que ensinar é simultaneamente gratificante e, por vezes, difícil.
Ensinar a alunos interessados, mesmo que não sejam nenhuns ‘crânios’, é sempre um prazer, é uma actividade aliciante. Essa parte da profissão é efectivamente agradável. Os grandes problemas, desgastantes, que o professor tem de resolver, não têm, no entanto, a ver propriamente com o acto de ensinar, mas sim com a indisciplina que existe frequentemente nas turmas.
No ensino, temos sempre alguns alunos que dizem frequentemente ‘não percebi nada’. Temos outros que ‘dizem sempre que sim, com a cabeça’. Temos outros que nunca dizem nada. Temos os restantes, frequentemente a maioria, que aqui e ali vão pondo algumas dúvidas sobre a matéria.
PedagogiaDoErro JMatias 20/12/2006
Perante esta plêiade de alunos, o que é que podemos dizer!
Bom, os que nunca percebem nada são geralmente alunos que não se esforçam minimamente por compreender os assuntos. Estão à espera que alguém lhes abra o cérebro e lhes meta lá dentro os ‘byte de informação’, como se faz num disco rígido.
Os alunos que ‘dizem sempre que sim, com a cabeça’ enganam muito. Há alguns deles que de facto percebem as matéria e, nesses casos, o sim quer dizer sim; há, no entanto, alunos destes que não percebem a maior parte das coisas mas gostam de mostrar ao professor que estão a perceber ou que estão com atenção. Portanto, é preciso estar atento .
Os alunos que não dizem nada, pode ser por timidez, por feitio ou porque estão a perceber e não necessitam de se manifestar. Um aluno que está quieto, concentrado, parecendo estar atento, geralmente está. O estar quieto é geralmente sinal de concentração.
A maioria dos alunos põe geralmente questões aos professores, aqui e ali. Nem sempre percebem o resto das matérias explicadas, mas escolhem criteriosamente os temas a questionar.
Às vezes, acontecem situações em que os alunos não percebem um dado assunto à primeira, nem à segunda, o que deixa o professor atónito, sem perceber no momento porque é que os alunos não percebem – é essa a diferença entre ensinar e aprender. Esse é um problema que o professor tem de resolver na altura, tentando compreender a razão de tal facto; essa ocorrência pode querer dizer que há algum assunto que não foi, anteriormente, explicado pelo professor, estando ele convencido do contrário.
Os erros cometidos pelo aluno não são geralmente graves, a não ser que ele os cometa quando está a realizar trabalhos práticos laboratoriais ou oficinais, ligando aparelhagem à rede eléctrica, colocando em risco a sua integridade física ou a da aparelhagem eléctrica. Nas aulas teóricas, o único risco que corre é o de não aprender convenientemente um dado assunto.
Portanto, o aluno não tem de ter medo de cometer erros, no geral, durante o seu processo de aprendizagem. É normal, é humano, é salutar. Ele só tem é de se esforçar para ultrapassar os erros naturais! E, sem esforço, não se vai a lado nenhum! PedagogiaDoErro JMatias

Legislação Básica - Graduação Tecnológica


Legislação Básica - Graduação Tecnológica


CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Constituição Federal da República Federativa do Brasil.



LEIS FEDERAIS

Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961.
Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Lei nº 6.494 de 7 de dezembro de 1977.
Dispõe sobre os estágios de estudantes de estabelecimento de ensino superior e ensino profissionalizante do 2º Grau e Supletivo e dá outras providências.

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999.
Dispõe sobre o valor total das anuidades escolares e dá outras providências.

Lei nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001.
Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.

Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001.
Dispõe sobre o Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior e dá outras providências.

Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.
Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências.

Lei nº 10.870, de 19 de maio de 2004.
Institui a Taxa de Avaliação in loco das instituições de educação superior e dos cursos de graduação e dá outras providências.

Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005.
Institui o Programa Universidade para Todos - PROUNI, regula a atuação de entidades beneficentes de assistência social no ensino superior; altera a Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004, e dá outras providências.

Lei nº 11.507, de 20 de julho de 2007.
Institui o Auxílio de Avaliação Educacional - AAE para os servidores que participarem de processos de avaliação realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP ou pela Fundação CAPES; altera as Leis nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.357, de 19 de outubro de 2006, e 11.458, de 19 de março de 2007; cria cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS; cria, em caráter temporário, funções de confiança denominadas Funções Comissionadas dos Jogos Pan-americanos - FCPAN; trata de cargos de reitor e vice-reitor das Universidades Federais; revoga dispositivo da Lei no 10.558, de 13 de novembro de 2002; e dá outras providências.



DECRETOS

Decreto nº 5.154 de 23 de julho de 2004.
Regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências.

Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005.
Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006.
Dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais no sistema federal de ensino.

Decreto nº 5.786, de 24 de maio de 2006.
Dispõe sobre os centros universitários e dá outras providências.



PORTARIAS

Portaria nº 2.051, de 9 de julho de 2004.
Regulamenta os procedimentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído na Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004.

Portaria nº 107 de 22 de julho de 2004.
SINAES e ENADE – disposições diversas.

Portaria nº 4.362, de 29 de dezembro de 2004.
Institui banco único de avaliadores da educação superior.

Portaria nº 1.027, de 15 de maio de 2006.
Dispõe sobre banco de avaliadores do Sistema Nacional de A valiação da Educação Superior - SINAES, a Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação - CTAA, e dá outras providências.

Portaria nº 10, de 28 de julho de 2006.
Aprova em extrato o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia.

Portaria Normativa nº 12, de 14 de agosto de 2006.
Dispõe sobre a adequação da denominação dos cursos superiores de tecnologia ao Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, nos termos do art. 71, §1º e 2º, do Decreto 5.773, de 2006.

Portaria nº 282, de 29 de dezembro de 2006.
Inclusões no Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia.

Portaria Normativa nº 1, de 10 de janeiro de 2007.
Calendário do Ciclo Avaliativo do SINAES, triênio2007/2009.

Portaria Normativa nº 40, de 12 de dezembro 2007.
Institui o e-MEC, sistema eletrônico de fluxo de trabalho e gerenciamento de informações relativas aos processos de regulação da educação superior no sistema federal de educação.

Portaria Normativa nº 3, de 1º de abril de 2008. (novo)
Determina as áreas e os cursos superiores de tecnologia que serão avaliados pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) no ano de 2008 e dá outras providências.



PARECERES

Parecer CNE/CEB nº 02/97.
Dispõe sobre os programas especiais de formação pedagógica de docentes para disciplinas do currículo do ensino fundamental, do ensino médio e da educação profissional em nível médio.

Parecer CNE Nº 776/97.
Orienta para as diretrizes curriculares dos cursos de graduação.

Parecer CNE/CES Nº 436/2001.
Trata de Cursos Superiores de Tecnologia - Formação de Tecnólogos.

Parecer CNE/CP Nº 29/2002.
Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais no Nível de Tecnolólogo.

Parecer CNE/CES nº 261/2006.
Dispõe sobre procedimentos a serem adotados quanto ao conceito de hora-aula e dá outras providências.

Parecer CNE/CES nº 277, de 07 de dezembro de 2006.
Nova forma de organização da Educação Profissional e Tecnológica de graduação.



RESOLUÇÃO

Resolução CNE/CP 3, de 18 de dezembro 2002.
Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a organização e o funcionamento dos cursos superiores de tecnologia.
http://portal.mec.gov.br/setec/index.php?option=com_content&task=view&id=820&Itemid=
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