domingo, 27 de abril de 2008

Educação como prática de Liberdade.


A Educação como Prática de Liberdade
Neste momento em que impera entre nós a globalização neoliberal, a ideologia do pensamento único, do mercado acima da vida, deve se repensar e dialogar sobre estratégias e os desafios para uma educação popular e libertadora.
Ao abordar a questão: como vejo a educação como prática de liberdade, deve se primeiro pensar o ser humano em sua relação com o mundo, seus condicionamentos e desafios, implica a consciência de sua história e de como superar a desumanização. Neste caso, nos remete logo a figura do educador Paulo Freire. A percepção de Freire, sobre sua época, sua capacidade de apreender seu momento histórico de propor caminhos para uma pedagogia da libertação popular o fez um dos maiores intelectuais de nossa história.
A educação libertadora para Freire é fundamental na prática revolucionária, pois não se pode primeiro fazer a revolução para depois pensar a educação que queremos. A necessidade de uma pedagogia da libertação popular, afirma-se em nossos cotidianos porque em nossos corpos, mentes e em toda a prática social está a pedagogia do opressor. Esta pedagogia legitima sua prática domesticadora, negando o direto de ser mais do povo (FREIRE, 1991).
Esta educação libertadora que Freire defende é revolucionária porque radical, pois o desvelamento do mundo de opressão instaura-se pelo questionamento, pela dúvida. Esse processo pode ser construído na sua dialogicidade com e jamais para o povo (FREIRE, 1991). É na busca de todos que, em comunhão fazem à história da libertação.
A inserção crítica do povo na história, a sua emerção como sujeito histórico não é um explicar como agir e como é o mundo, mas fundamentalmente resultado do diálogo e da luta política com o povo e não para o povo, para a transformação deste mundo opressor.
Freire aborda que o homem deve dinamizar seu mundo, para ir dominando a realidade, para deixar de ser rebaixado a puro objeto, para atuar como construtor da sua história, assumindo cada vez mais funções de intelectuais (FREIRE, 2000 & Giroux 2001).
A educação como prática de liberdade torna-se a reflexão crítica e a ação, partes de um projeto social, tornando o político mais pedagógico, na tentativa de humanização da própria vida, sendo a educação como forma de libertar a sociedade da opressão.
Somente no compromisso autêntico e a compreensão crítica de sua condição de opressor é que temos as forças para construir uma outra pedagogia, uma outra sociedade. É nesta perspectiva de emancipação do sujeito, que a educação deve ser usada como prática de liberdade, afinal, ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho, os homens se libertam em comunhão. (FREIRE, 1991).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra, 1991.
_______, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática educativa. Paz e Terra, 2001.
_______, Educação como prática de liberdade: a sociedade brasileira em transição. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2000.
GIROUX, Henry A. Os professores como intelectuais Transformadores: rumo a uma nova pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médias 157-163.
SCHNORR, Gisele Moura. Pedagogia do oprimido. In SOUZA, Ana Inês. Paulo Freire, Vida e Obra. São Paulo; Expressão Popular, 2001. P 71-72.

autor,
Odair José Moura de Araújo
Possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal do Tocantins-Arraias-TO, Pós-Graduado em Gestão de Programa de Reforma Agrária e Assentamento pela UFLA, Pós-Graduado em Desenvolvimento Rural Sustentável pela UNITINS. Tem experiência na área de Educação e Extensão Rural. Professor da FADES- Faculdade Para o Desenvolvimento do Sudeste Tocantinense- Dianópolis-TO e Técnico em Extensão Rural no Instituo de Desenvolvimento Rural do Tocantins- RURALTINS

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