quarta-feira, 30 de abril de 2008

O que é teoria?


Teoria
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Teoria, do grego θεωρία , é o conhecimento especulativo, puramente racional. O substantivo theoría significa ação de contemplar, olhar, examinar, especular[1] e também vista ou espetáculo[2]. Também pode ser entendido como forma de pensar e entender algum fenômeno a partir da observação. Na Grécia antiga teoria significava "festa solene, procissão ou embaixada que as cidades helênicas enviavam para representá-las nos jogos olímpicos ou para consultar os oráculos". O termo é aplicado a diversas áreas do conhecimento, sendo que em cada área possui uma definição específica.

Teoria Científica
Uma definição científica de teoria (existem outras) – é que a teoria é uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo de hipóteses que foram devidamente testadas, através de leis e fatos científicos que descrevem os fenômenos naturais (mas refutável). É uma idéia que tenta prever com alto grau de exatidão os fenômenos da natureza. Sempre que observamos algum fato, que contraria a teoria, devemos abandonar ou modificar a teoria, muito embora isso demore a acontecer na prática.

Para Karl Popper, deve-se submeter criticamente as teorias à prova dos fatos e selecioná-las de acordo com os resultados obtidos, através da dedução lógica e da comparação dos resultados. Popper indica quatro diferentes linhas para submeter uma teoria à prova:

Comparação lógica das conclusões umas com as outras, para se testar a coerência interna do sistema;
Investigação da forma lógica da teoria, com objetivo de determinar se ela apresenta caráter de uma teoria empírica, cientifica ou tautológica;
Comparação com outras teorias, para ver se há avanço de ordem cientifica ;
Comparação da teoria por meio de aplicações empíricas das conclusões que dela se possam deduzir.[3]
No pensamento científico o fato sempre é superior à idéia, sendo que o fato sempre pode destruir a idéia. Por isso, uma teoria científica é sempre formada a partir de hipóteses, pois mais cedo ou mais tarde, aparece um fato que poderá destruí-la.

O pensamento cientifico, está sempre evoluindo e sempre preserva a última e melhor idéia.

Janice Moulton defende que as teorias científicas incorporam valores, porque advogam uma forma de descrever o mundo em detrimento de outras, e que mesmo as observações de fato são feitas a partir de algum ponto de vista ou teoria sobre o mundo, já pressuposta.[4]

Thomas Kuhn defende que mesmo a argumentação usada na ciência não é livre de valorações, ou certa. A ciência envolve um sistema, ou paradigma, não apenas de generalizações e conceitos, mas de crenças sobre a metodologia e critérios de avaliação da investigação: sobre o que são boas questões, o que sejam desenvolvimentos adequados de uma teoria, ou métodos de investigação aceitáveis. Uma teoria substitui outra, não porque funcione, com sucesso, como premissa maior num maior número de deduções, mas porque responde a algumas questões que a outra teoria não responde. As mudanças de teoria ocorrem porque uma teoria satisfaz mais do que outra, porque as questões a que dá resposta são consideradas mais importantes. A investigação feita sob um paradigma não é feita para falsificar uma teoria, mas para preencher e desenvolver conhecimento para o qual o paradigma fornece um quadro de trabalho. O procedimento envolvido no desenvolvimento e substituição de um paradigma não é simplesmente dedutivo, e não existe, provavelmente, uma caracterização única adequada de como tal procedimento funciona. Isto não significa que ele seja irracional, ou não mereça ser estudado, mas apenas que não existe uma caracterização universal simples do que seja uma boa argumentação científica.[5]


Equívocos sobre teorias científicas
Muitas vezes as pessoas se confundem sobre a definição de uma teoria. Nossos dicionários trazem o significado que corresponde a uma visão popular de uma teoria, o que seria equivalente a uma hipótese, ou definindo de uma forma ainda melhor, uma especulação. No entanto, na Ciência, uma hipótese não é o mesmo que teoria.

Há também uma confusão quando se quer analisar o grau de confiabilidade que uma teoria apresenta. Muitas pessoas acreditam que uma lei científica possuiria um grau maior de comprovação que uma teoria, mas não é isso que ocorre. Teorias e leis segundo a ciência são conceitos distintos, de natureza diferente, e logo tratam de coisas diferentes. Entre elas não existe nenhum tipo de hierarquia, sendo comum que muitas teorias de fato expliquem leis - de certa forma, sendo as teorias mais abrangentes.

Outra confusão frequente é o equívoco entre fato e teoria. Teoria é o que explica o fato, e portanto uma teoria deve ser construída a partir de um fato.

Qual seria então o papel do fato face à teoria? Ele inicia a teoria. O fato reformula e rejeita a teoria, na medida em que qualquer teoria é passível de modificação; ele redefine e esclarece a teoria, melhorando os conceitos por ela propostos.

Não se pode afirmar que uma teoria é um fato. Pode ocorrer que leis científicas possuam o mesmo "nome" que teorias. E há fatos que são também reconhecidos pelo mesmo nome de uma teoria.

Uma teoria jamais é uma expressão perfeita da realidade, mas um modelo pelo qual essa realidade pode ser descrita e compreendida.


Teoria nas Ciências Sociais
Segundo Robert K. Merton, nas ciências sociais, a palavra teoria tem sido empregada de forma bastante diversa, incluindo quase tudo, desde as menores hipóteses de trabalho, as amplas mas vagas e desordenadas especulações, até os sistemas axiomáticos de pensamento, daí o cuidado que se deve ter no uso da palavra, posto que frequentemente, obscurece a compreensão ao invés de suscitá-la.[6]

Teoria do Conhecimento
"Chama-se teoria do conhecimento a um conjunto de especulações que têm por fim determinar o valor e os limites dos nossos conhecimentos" (A. REY - Psychologie et Philosophie). Trata-se de explicar e interpretar os problemas que decorrem de uma análise fenomenológica do conhecimento. Agrupados em cinco problemas particulares: as questões da possiblidade do conhecimento, da origem do conhecimento, da essência do conhecimento, das espécies do conhecimento e do critério de verdade.


Hipótese
Do Latim hypothese e do Grego hypóthesis originalmente siginifica suposição. Conjunto de condições que se supõe serem verdadeiras e que são tomadas como ponto de partida para deduções; em ciências experimentais, é a explicação plausível dos factos, provisoriamente adaptada, com o principal objectivo de submetê-la à verificação metódica através da experiência; teoria provável mas não demonstrada.[7]

Para existir uma pesquisa, estudo ou investigação é preciso existir um problema ou uma questão suscitada por um fato. Com isso elaboramos uma hipótese. Hipótese é a tentativa que fazemos de apresentar uma solução para um problema. Hipótese é uma solução provisória, isto é, que ainda não foi testada. Nesse sentido é que podemos dizer que as hipóteses são explicações provisórias que tem por objetivo fazer compreender mais facilmente os fatos. É o "embrião" da teoria.
Hipótese seria o mesmo que conjectura.


Marco teórico
É uma afirmação teórica específica de determinado autor. O marco teórico é, portanto, uma afirmação de um pesquisador de determinado campo do conhecimento que realizou investigações e reflexões sobre determinado tema e chegou a explicações e conclusões metódicas sobre o assunto, ou seja, é o ponto de vista de alguém sobre determinado assunto em particular.


Tese
Do grego thésis, (acto de pôr), pelo latim these, (proposição). Tese é literalmente uma proposição que se apresenta para ser defendida como conclusão de um teorema. Ou seja, é a conclusão que se obtem por dedução lógica a partir de outras conclusões já comprovadas ou admitidas como verdadeiras. Necessitando de comprovação.

Existem basicamente três níveis para se definir a validade de uma afirmação dentro do conhecimento científico. O mais básico é a hipótese. Quando essa hipótese passa a ser suportada por fatos ainda sem ser confirmada por pesquisas independentes, passa a ser considerada uma tese. Atualmente, esse termo tende a ser menos utilizado, sendo uma etapa freqüentemente suprimida. Por último surge a teoria. Para se estabelecer como teoria as suas afirmações devem ser comprovadas por evidências e por raciocínios desenvolvidos principalmente por processos de dedução (mas também por indução) baseando-se nas evidências que sustentam a sua afirmação.

Para a validação de qualquer teoria, é absolutamente necessária a existência de um ou mais experimentos reprodutíveis que a sustente, é importante ressaltar que os experimentos devem estar estruturados sob a ótica científica. A ausência ou insuficiência de experimentos e sua reprodutibilidade ou observações de fenômenos naturais impedem que qualquer hipótese possa alcançar o nível de teoria.


Teoria nas comunidades acadêmicas
As comunidades acadêmicas internacionais aceitam convencionalmente uma opinião científica como a teoria quando essa é colocada em um artigo completo devidamente revisado e publicada em um periódico científico qualificado. Os padrões internacionais de qualificação de periódicos são [8] e [9]. Os padrões brasileiros são [10] e [11]. Especialmente, o Qualis está sendo utilizado para avaliação de desempenho pessoal dos pesquisadores brasileiros. Entretanto, a publicação científica não garante a veracidade absoluta da opinião, porém reconhece sua existência oficial nas comunidades científicas como a idéia mais provável no referido momento. Por outro lado, uma apresentação em congresso ou simpósio, artigo em uma revista de divulgação científica ou revista popular, um artigo de jornal, programa de rádio ou televisão, relatório técnico, tese, dissertação ou monografia não publicada, etc., não são tratados como teoria científica. Antigamente, no Brasil, havia o costume de todos os documentos serem tratados como teorias científicas. Entretanto, entrando o século XXI, o padrão internacional tem sido introduzido pouco a pouco.


Teoria segundo Hawking
De acordo com o físico teórico Stephen Hawking, em Uma Breve História do Tempo, "uma boa teoria deve satisfazer a dois requisitos: Precisa descrever com precisão um número razoável de observações, com base em um modelo que contenha poucos elementos arbitrários; e deve prever com boa margem de definição resultados de observações futuras". Mais especificamente em sua área de atuação: "qualquer teoria na física é sempre provisória, no sentido de que é apenas uma hipótese, você nunca pode prova-la em definitivo. Não importa quantas vezes os resultados das experiências estejam de acordo com algumas teorias, não se pode ter a certeza de que na próxima vez o resultado não irá contradizê-las. Por outro lado, você pode refutar uma teoria por encontrar uma única observação que não concorde com as suas previsões".


[editar] Teorias famosas

Bing Bang: O Universo a partir de um pontoAstronomia: Big Bang
Biologia: Teoria da Evolução;
Educação: Construtivismo; Pedagogia crítica
Filosofia: Teoria da verdade
Física: Teoria da Relatividade; Teoria Quântica; Teoria das Cordas; Teoria da Gravitação
Matemática: Teoria dos conjuntos; Teoria da informação; Teoria do caos; Teoria dos jogos
Química: Teoria atômica

[editar] Referências
↑ Novo Dicionário Aurélio
↑ Oxford English Dictionary
↑ Popper, Karl. (1996). A Lógica da Pesquisa Cientifica. SP. Ed. Cultrix. p.33
↑ in Crítica. Abril de 1992. Revista do Pensamento Contemporâneo. p. 79-99
↑ Kuhn, Thomas. (1962). The Structure of Scientific Revolutions. University of Chicago Press. 2ª edição.
↑ Merton, Robert. (1970). Sociologia: Teoria e Estrutura. São Paulo. Ed.Mestre Jou. p. 51
↑ Dicionário On-Line 2008 Priberam.
↑ Science Citation Index (SCI)[1]
↑ impact Factor (IF) [2]
↑ Qualis [3]
↑ Scielo[4]

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