AFETIVIDADE E COGNIÇÃO: O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM ANOS INICIAIS
Paloma Nogueira de Oliveira Costa
RESUMO
Este artigo discute a afetividade e cognição como processo de ensino – aprendizagem em Anos Iniciais do Ensino Fundamental, apresentando um estudo bibliográfico sobre a importância do desenvolvimento humano nesse período escolar. Para os professores, é imprescindível o conhecimento das teorias da psicologia da aprendizagem para um acompanhamento mais detalhado dos seus alunos. Nos últimos anos, muito se tem debatido sobre os problemas educacionais que são muitos no Brasil. Vai de evasão a fracasso escolar, porém o mais polemizado é a dificuldade no processo ensino – aprendizagem. A partir disso, procurei na psicologia uma forma de entender essa subjetividade que é o desenvolvimento humano na fase que o estudante começa não somente uma vida escolar, como também social. O artigo tem o objetivo de: discutir a importância do estudo dos teóricos: Piaget, Wallon e Vygotsky, na formação cognitiva e afetiva na criança, identificar quais os principais problemas encontrados pelos professores no processo ensino – aprendizagem, analisar como se dá o processo de ensino - aprendizagem nas crianças até 12 anos e analisar de que forma as escolas podem trabalhar a partir dos conceitos dos três autores na formação cognitiva dos estudantes. No primeiro momento, veremos como surgiu o interesse de se fazer uma pesquisa no campo da psicopedagogia, os principais pensadores, um breve resumo histórico e questões que nortearam a pesquisa. Em seguida, os três teóricos serão apresentados de maneira a focalizar suas teorias e relações no campo da educação. Concluirei abordando as perspectivas psicopedagógica para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
Palavras-chave: Afetividade. Cognição. Ensino – Aprendizagem. Piaget. Vygotsky. Wallon.
INTRODUÇÃO
A idéia de pesquisar o tema: Afetividade e Cognição: o processo de ensino – aprendizagem nas Séries Iniciais, surgiu após ter concluído a disciplina Psicologia da Aprendizagem IV no quarto semestre do curso Normal Superior dos Anos Iniciais, o qual se fundamentou basicamente nas teorias de Piaget, Wallon e Vygotsky.
Tive a oportunidade de manter um contato mais estreito com a obra dos três proponentes do construtivismo, cujo trabalho, embora não fosse a princípio destinado diretamente à área pedagógica, veio, posteriormente, a se tornar material referencial essencial no que concerne à educação infantil.
Durante todo o curso de formação de professores tenho refletido e pesquisado as reais contribuições da psicologia para a educação de forma a desenvolver capacidades e habilidades para a minha gestão. Pensando nisso surgiu à questão: Como se da o processo de afetividade / cognição e aprendizagem com as crianças até 12 anos de idade?
O estudo da psicologia aplicado na educação tem sido abordado por muitos autores, que fazem uma releitura dos três principais teóricos comentados nesse artigo, em vários países, inclusive no Brasil onde se tem proliferado cursos de especialização em Psicopedagogia com o público alvo para educadores e psicólogos.
Nos últimos anos ouvimos falar muito em uma nova forma de atuar na área pedagógica sob a luz da psicologia. Inúmeros autores vêm ganhando destaque nas academias com trabalhos voltados para esse tipo de abordagem focado nos processos psicológicos e comportamentais da criança em desenvolvimento.
Estudos na área de desenvolvimento humano têm mostrado como questões afetivas e cognitivas influenciam diretamente no processo ensino-aprendizagem. Dentre os teóricos construtivistas enfatizados nesse artigo, Wallon e Vygotsky são proeminentes no estudo de como essas duas faculdades, agindo de forma dialética, contribuem no desenvolvimento do ente.
Levando em consideração esse processo, surgiram alguns questionamentos como:
a) Quais as contribuições que Piaget, Wallon e Vygotsky trouxeram para o desenvolvimento cognitivo no processo de desenvolvimento humano?;
b) Como a afetividade influencia no processo cognitivo?;
c) De que forma a escola pode atuar nessa perspectiva psicopedagógica?.
Para responder as questões, primeiramente será analisadas a teoria de Piaget, Vygotsky e Wallon separadamente, levando em conta as contribuições para o campo educacional, abordando o processo de cognição e afetividade sob a ótica dos três estudiosos, concluindo assim a perspectiva psicopedagógica e a escola.
A pesquisa será desenvolvida através de coleta de dados por meio de pesquisas bibliográficas e por sítios da Internet.
I- DESENVOLVIMENTO HUMANO: UMA QUESTÃO PSICOPEDAGÓGICA
O estudo da psicologia aplicada na educação tem sido intensa nos últimos anos sob a luz de alguns teóricos, dentre eles Piaget, Vygotsky e Wallon que serão aqui abordados separadamente. A escola é o segundo grupo da escala social mais importante na vida das crianças. Hoje, boa parte delas, ingressam nas instituições aos 2 anos de idade.
Para o professor é de fundamental importância a compreensão do desenvolvimento humano nos primeiros anos de vida. Esse conhecimento capacita o educador, tornando-o apto a entender as características psíquicas, biológicas e comportamentais da criança em uma fase específica do seu crescimento, possibilitando o reconhecimento de possíveis deficiências no processo, bem como a devida intervenção.
Aspectos cognitivos / afetivos começam a se formar nessa idade e o professor deve estar preparado para atuar, conhecendo os estágios os quais os estudantes passam para que o processo de ensino-aprendizagem se faça.
Durante muitos anos, a dificuldade de aprendizagem era vista como problema orgânico. Depois da aplicação de teorias psicanalíticas na área médica essa visão foi modificada com as novas concepções sobre tais dificuldades. No Brasil, essa corrente psicanalítica foi divulgada pelo médico Arthur Ramos que por muito tempo foi o único a ter publicado no país obras relacionadas à dificuldade de aprendizagem.
Não se pode deixar de falar no movimento da Escola Nova que durou dos anos 20 até 60. Por meio de experiências educativas existentes nos Estados Unidos e na Europa, o Brasil se empenhou em encontrar respostas para os problemas educacionais que buscava enfatizar uma pedagogia humanística.
Os processos individuais da aprendizagem interessavam somente na medida que facilitassem uma tarefa pedagógica que se propunha a desenvolver ao máximo as potencialidades humanas... Todavia, ao atribuir as causas dos problemas de aprendizagem apenas a fatores individuais – físicos ou psicológicos – a Escola Nova esquecia-se de que esse projeto seria inviável em uma sociedade dividida em classes, regida por determinantes econômicos, políticos e sociais mais amplos. (SCOZ, 2004:21-22).
Só a partir da década de 80 a psicopedagogia conseguiu se estruturar graças a sua funcionalidade e eficiência ao tratar com dificuldades de aprendizagem, atuando de forma direta nas escolas de todo o mundo.
O processo de ensino-aprendizagem vai além dos conteúdos didáticos. É necessário conhecer e acompanhar individualmente o desenvolvimento de cada criança durante o período escolar para que seja proporcionada a cada estudante uma metodologia que facilite seu desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor.
A seguir, veremos as contribuições de Piaget, Vygotsky e Wallon para a educação baseado nas suas teorias de desenvolvimento humano.
II- PIAGET E OS ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO
Jean Piaget (1896 – 1980) nasceu em Neuchâtel, na Suíça e morreu em Genebra deixando uma obra de mais de 75 livros e centenas de trabalhos científicos. Estudou Biologia e Filosofia na Universidade de Neuchâtel. Após de se formar, trabalhou como psicólogo experimental em Zurich, onde freqüentou as aulas ministradas por Jung.
Piaget influencia-se com os métodos informais de psicologia como as análises, entrevistas e conversas com pacientes, passando a combinar com a psicologia experimental que é o estudo formal e sistemático. Em 1919, ele muda-se para a França e passa a trabalhar com Alfred Binet, que era um renomado psicólogo infantil tendo desenvolvido teses de inteligência padronizadas para crianças. Nessa época, Jean Piaget inicia seus estudos experimentais sobre o desenvolvimento das habilidades cognitivas.
Em 1921, Piaget torna-se diretor de Estudos no Instituto J.J. Rousseau da Universidade de Genebra, onde começa a observar crianças brincando e registra suas ações, palavras e processos de raciocínio. Mas, boa parte da sua obra foi baseada nas observações que fez durante o desenvolvimento das suas próprias filhas.
Piaget desenvolveu estudos científicos em diversos campos como a psicologia do desenvolvimento, epistemologia genética e a teoria cognitiva. O seu trabalho mostra que ao observarmos cuidadosamente o desenvolvimento do comportamento na criança, é possível compreendermos a natureza do conhecimento humano e sua evolução. Sua teoria foi formulada baseado no estudo de que o conhecimento evolui progressivamente por meio de estruturas de raciocínio que substituem uma às outras por meio de estágios, ou seja, a lógica e a forma de pensar de uma criança se difere da dos adultos.
O pesquisador identificou quatro estágios de evolução mental que ele classificou de sensório-motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal. Cada um desses estágios é um período onde o comportamento e o pensamento infantil possui uma forma peculiar de raciocínio e conhecimento.
O sensório-motor é o primeiro estágio que dura do nascimento até o 18º mês aproximadamente, a criança procura observar os objetos que a rodeia e passa a ter controle motor, adquirindo conhecimentos empíricos que são controlados por informações sensoriais imediatas. A principal característica desse período é a ausência da função semiótica. A inteligência é trabalhada por meio de percepções e ações, como o deslocamento do próprio corpo. A linguagem começa por repetição de silabas e vai até a palavras que não são frases, mas indicadores de ações já que não representa mentalmente os objetos. A criança nessa fase reage a isolamento e indiferença quanto a sua conduta social, pois acredita que o mundo é apenas ela mesma.
O segundo estágio é o pré-operatório que dura do 18º mês aproximadamente até o 8º ano de vida, a criança procura desenvolver a habilidade verbal. Aqui, ela já consegue nomear objetos e raciocinar intuitivamente, embora ainda não consiga coordenar operações fundamentais. De 2 a 4 anos a criança vive o período simbólico, ou seja, a função semiótica permite o surgimento da imitação, linguagem, dramatização, desenho, etc., criando imagens mentais na ausência do objeto ou da ação. É conhecido também como o período da fantasia e do jogo simbólico. A linguagem está no nível de monologo. Todas as crianças falam ao mesmo tempo sem ter uma linearidade com o que o outro está dizendo. Piaget denomina algumas expressões verbais delas como nominalismo (nomear objetos que ainda não saibam o nome), egocentrismo e superdeterminação (teimosia). Dos 4 a 8 anos as crianças vivem o período intuitivo que é marcado pelo desejo de explicação dos fenômenos, onde “os por quês” são freqüentes. Aqui elas já distinguem a fantasia do real.
O estágio operatório concreto dura entre 8 a 12 anos de vida aproximadamente, onde as crianças começam a lidar com conceitos abstratos e é caracterizado por uma constante habilidade de solucionar problemas concretos e por uma lógica interna. O sujeito já é capaz de organizar o mundo da forma lógica ou operatória. Nesse momento as crianças formam grupos, círculos de amizades, compreendendo regras e estabelecer compromissos. Mas, discutir pontos de vista e chegar a um senso comum só será possível na fase seguinte.
O último estágio é o operatório formal. Aqui, a criança inicia sua transição para o modo de pensar do adulto, sendo capaz de refletir sobre idéias abstratas e raciocinar sistematicamente. A partir de estruturas lógico-matemático e hipotético-dedutivo é possível a dialética, permitindo uma conclusão diante uma discussão e estabelece relações cooperativas e reciprocidade em grupos sociais.
De acordo com a teoria de Jean Piaget, o desenvolvimento intelectual possui dói componentes que são o cognitivo e o afetivo. Ambos se dá paralelamente e é de fundamental importância o cuidado com o aspecto afetivo no processo de ensino-aprendizagem, pois ela é a dimensão que representa a dificuldade na tomada de consciência do eu e do outro.
III- O DESENVOLVIMENTO HUMANO SOB A LUZ DE VYGOTSKY
Em 15 de novembro de 1896, na cidade de Orsh, em Bielarua, hoje, União Soviética nasceu Lev Semenovich Vygotsky. Ele deixou contribuições significativas para a psicologia, linguagem, educação, neurologia entre tantos outros, vindo a falecer em 1934, vítima de tuberculose no mesmo país em que nascera.
Sua teoria fundamenta-se no desenvolvimento humano como resultado de um processo sócio-histórico, uma maior importância ao papel da linguagem e da aprendizagem, tendo como centro das atenções a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Para Vygotsky (1988), a formação de conceitos se da entre as relações entre o pensamento e a linguagem, questões culturais na construção de significados, processo de internalização e ao papel da escola enquanto transmissora de conhecimentos. Ele propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores tais como a internalização mediada pela cultura.
Segundo o estudioso, existe a Zona de Desenvolvimento Proximal, que diz respeito a distancia entre o nível de desenvolvimento atual e o nível potencial do desenvolvimento. A idéia de Mediação enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por varias relações. A linguagem representa uma grande importância para a evolução humana. É por meio dela que criamos conceitos, formas de organização do real, a mediação entre sujeito e o objeto do conhecimento. É na Cultura que é fornecido ao ser humano os sistemas simbólicos de representação da realidade, que estão em constante progresso de recriação e reinterpretarão de informações, conceitos e significações.
Para o funcionamento do psicológico, o desenvolvimento do processo de internalização que envolve uma atividade externa que deve ser modificada para se tornar uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal. A interação social se da no pensamento, memória, percepção e atenção. A motivação, a necessidade, impulso, emoção e afeto, parte através do pensamento.
Segundo Vygotsky (1991), o domínio dos instrumentos de mediação, inclusive sua transformação por uma atividade mental, é a atividade do sujeito, que não é apenas ativo, mas interativo, pois ele forma e constitui conhecimentos a partir das relações intra e inter pessoais. Acredita que na troca com outros sujeitos vai-se internalizando conhecimentos, papeis e unções sociais, o que possibilita a formação de conhecimentos e da própria consciência. A escola é onde a intervenção pedagógica interacional desencadeia o processo ensino-aprendizagem.
IV- WALLON E OS ASPÉCTOS AFETITIVOS
Henri Wallon nasceu na França em 1979 e morreu na mesma cidade em 1962. Teve uma sólida formação acadêmica em medicina, psiquiatria e filosofia. Suas obras se voltam para a educação com o objetivo de uma reforma no sistema educacional francês opôs a 2ª guerra mundial.
No primeiro momento, dedicou-se à psicopatologia e depois ao desenvolvimento da criança, tendo a consciência como fundamental questão, buscando entende-la pela sua gênese. Sua teoria aponta para dois fatores que constitui condições para cada estágio que são os fatores orgânicos e sociais. Essas características se dão em cada estagio em determinada cultura e época. Wallon (2000) aponta cinco estágios de desenvolvimento que são o impulsivo emocional, sensório motor e projetivo, personalismo, categorial e puberdade e adolescência.
O estágio impulsivo emocional vai até o 1º ano de vida e se divide em duas fases. A primeira é chamada de impulsiva que começa no momento do nascimento e dura até o 3º mês de vida, onde a exploração do próprio corpo em relação as suas sensibilidades externas e internas, são exploradas por meio de movimentos bruscos e desordenados que expressam bem ou mal estar. Na segunda fase que vai do 3º mês ao 1º ano é chamado de emocional, onde já reconhece sensações como o medo e a alegria, ou seja, é capaz de se comunicar com o próprio corpo.
O estágio sensório motor dura do 1º ao 3º ano de vida. Aqui a criança já percebe o espaço físico ao sentar, pegar e apontar, acompanhados pela fala. Ela já descrimina objetos, separando-os entre si e isso a prepara para o afetivo e cognitivo no próximo estágio.
No estágio do personalismo que começa aos 3 anos e vai até o 6º ano de vida aproximadamente, a criança distingue-se do outro por meio de uma exploração de si mesmo como alguém diferente do outro, construindo sua subjetividade por meio de atividades de oposição e ao mesmo tempo sedução a outras pessoas.
O estágio categorial começa no 6º ano e vai até o 11º ano de vida. Nesse momento a criança está em condições de exploração mental do mundo físico por meio de classificação, agrupamento, seriação, abstração e chega ao pensamento categorial que é a organização do mundo físico e compreensão mais nítida de si mesmo.
O último estágio foi classificado por Wallon como estágio de puberdade e adolescência, começando ao 11º ano onde o sujeito se prepara para a vida adulta passando por crises de exploração de si mesmo como uma identidade autônoma, auto-afirmação, questionamentos existenciais e ao mesmo tempo submete-se a valores impostos pela sociedade e pela família embora não compreenda ou aceite. As categorias cognitivas aqui possuem um alto nível de abstração que possibilita discriminação de limites, autonomia e dependência. Mudanças no corpo e na personalidade causa conflitos diante de si mesmo.
A teoria nos aponta, então, conjuntos funcionais que atuam como uma unidade organizadora do processo de desenvolvimento. O afetivo, o motor e o cognitivo se relaciona entre si profundamente, a cada momento, e dão resultado a pessoa individual. (MAHONEY, 2000: 17).
Em todas as fases, os aspectos motor, afetivo e cognitivo reagem a estímulos internos e externos, traduzindo a passagem do sincretismo para a diferenciação que está presente no processo de desenvolvimento. O afetivo se origina na interocepção e propriação que são responsáveis pela atividade generalizada do organismo.
V- A ESCOLA E A PERSPECTIVA PSICOPEDAGÓGICA
Na perspectiva psicopedagógica, os autores: Piaget, Vygotsky e Wallon contribuem com suas teorias de forma significativa e eficaz para a compreensão do desenvolvimento humano no processo de ensino-aprendizagem nas séries iniciais.
Jean Piaget (1996) oferece aos professores uma teoria didática para que possam desenvolver as capacidades e habilidades cognitivas e afetivas nos alunos por meio de estímulos. É de suma importância a definição dos períodos de desenvolvimento da inteligência para que auxilie o professor no entendimento da fase que seus alunos estão passando e montar uma didática específica para o grupo.
Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de ‘técnico de time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a transformar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciencias biologicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver professor ‘ensinando’ ... ai não está havendo uma escola piagetiana! (LIMA, 1980: 131).
Baseado na teoria de Vygotsky (2004), o professor é o mediador entre o sujeito e o objeto de estudo, interferindo no processo de aprendizagem, levando em conta aspectos da linguagem, cultura, processo de internalização, função mental e zona de desenvolvimento proximal. O aluno aprende junto a outro o que produz o grupo social seja na linguagem, valores ou conhecimentos.
Wallon (2000) propõe uma teoria pedagógica tendo o “meio” como um conjunto de circunstancias no qual as pessoas se desenvolvem interagindo com o outro. A escola deve ser considerada indissolúvel na relação da criança com a sociedade e manter o equilíbrio entre elas, favorecendo a auto-estima do estudante, tendo na sala de aula como uma oficina de convivência.
Dessa maneira, o artigo aqui apresentado sugere que o professor compreenda as teorias do desenvolvimento humano e ter atitude de investigador do aluno e da sua prática por meio de pesquisas na área psicopedagógica.
REFERÊNCIAS
VYGOTSKY, L.S. et al. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo, Ícone Editora, 1988.
VYGOTSKY, L.S. A formação Social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
MAHONEY, Abigail, ALMEIDA, Laurinda. (orgs). Henri Wallon: Psicologia e educação. São Paulo, Editora Loyola, 3ª edição, 2000.
FLAVELL, John H. A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo, Livraria Pioneira Editora, 5ª edição, 1996.
SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia e realidade escolar: o problema escolar e de aprendizagem. Petrópolis, Editora Vozes, 11ª edição, 2004.
LURIA, A.R. Desenvolvimento Cognitivo: seus fundamentos culturais e sociais. São Paulo, Ícone Editora, 3ª edição, 2002.
CHIABAI, Isa Maria. A influência do meio rural no processo de cognição de crianças da pré-escola: uma interpretação fundamentada na teoria do conhecimento de Jean Piaget. São Paulo, 1990. Tese (Doutorado), Instituto de Psicologia, USP.
LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget para principiantes. 2ª ed. São Paulo: Summus, 1980. 284p.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.
Site:
Acessado em 30/09/2005, às 22h
Site: Acessado em 30/09/2005, às 22h45
Fonte:
http://palomanogueira.blogspot.com/2005/12/artigo-cientfico-afetividade-e-cognio.html
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