domingo, 25 de maio de 2008

O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL NA TEORIA DA ATIVIDADE E NO PENSAMENTO EDUCACIONAL DE FRIEDRICH FROEBEL



O JOGO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL NA TEORIA
DA ATIVIDADE E NO PENSAMENTO EDUCACIONAL DE
FRIEDRICH FROEBEL
ALESSANDRA ARCE*
RESUMO: Este artigo apresenta um estudo teórico comparativo da
pedagogia desenvolvida por Friedrich Froebel e da teoria da atividade
(Leontiev, Elkonin e Vigotski) no que diz respeito ao jogo e ao desenvolvimento
infantil. Ainda que essas duas abordagens considerem
o jogo uma atividade muito importante no desenvolvimento da criança,
elas diferem em sua visão do que seja o significado do jogo no
contexto do processo de formação do indivíduo. Essa divergência é
uma conseqüência de suas opostas concepções acerca da relação entre
a natureza humana e a história.
Palavras-chave: Jogo. Froebel. Elkonin. Leontiev. Teoria da atividade.
PLAY AND CHILD DEVELOPMENT IN
ACTIVITY THEORY AND FRIEDRICH FROEBEL’S EDUCATIONAL THOUGHT
ABSTRACT: This article presents a theoretical comparative study of
the pedagogy developed by Friedrich Froebel versus activity theory
(Leontyev, Elkonin and Vygotsky) concerning play and child development.
While both approaches consider play as a very important
activity in a child’s development, they differ in their view of the
meaning of play within the context of the individual formation process.
This divergence is a consequence of opposing conceptions of
the relationship between human nature and history.
Key words: Play. Froebel. Elkonin. Leontyev. Activity theory.
* Professora do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras da USP, campus de Ribeirão Preto, e membro dos Grupos de Pesquisa “História,
Sociedade e Educação no Brasil” e “Estudos Marxistas em Educação”. E-mail:
alessandraa@ffclrp.usp.br e learce@uol.com.br
10 Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004
Disponível em
O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
objetivo deste artigo é analisar as semelhanças e diferenças entre,
por um lado, Froebel e, por outro, Elkonin e Leontiev, no
que diz respeito às contribuições que esses autores deram à psicologia
do desenvolvimento infantil e à educação pré-escolar. Para isso
faremos uma comparação entre as idéias de Froebel e as da teoria da
atividade acerca do papel do jogo no desenvolvimento da criança em
idade pré-escolar. Dividimos este texto em três partes. A primeira destina-
se a apresentar de forma breve a concepção de Froebel de desenvolvimento
infantil e do papel do jogo. A segunda apresenta as concepções
de Elkonin e Leontiev também sobre o desenvolvimento
infantil e o jogo. Na terceira parte apresentamos as conclusões a que
chegamos com essa análise comparativa.
O jogo em Froebel – a auto-atividade e a unidade vital respeitando
o desenvolvimento infantil
Para apresentarmos os princípios norteadores do desenvolvimento
infantil que alicerçam a concepção de jogo de Froebel,1 utilizaremos
duas obras deste autor: A educação do homem (The education
of man) e a Pedagogia dos jardins-de-infância (Pedagogics of the
Kindergarten).
Froebel em seu livro A educação do homem inicia sua explicação
de como se dá o desenvolvimento humano, em especial o infantil,
afirmando que Deus é o princípio de tudo e que a vida do homem
deve buscar harmonizar-se com sua divindade e com todas as outras
criações divinas. O divino presente em cada coisa que existe sobre a
terra revela sua essência. O homem deve procurar esta essência divina
no interior de si mesmo para então cultivá-la e exteriorizá-la em suas
criações. Jesus é para Froebel um exemplo da luta espiritual que devemos
travar em busca de nossa perfeição e da nossa união com Deus
e a Natureza. Esta lei eterna e divina, à qual Froebel se refere, guia o
desenvolvimento de todos os seres na Terra. Apesar das particularidades
que envolvem o desenvolvimento dos seres e os fenômenos da Natureza,
nós podemos, por meio do acompanhamento desse processo,
compreender como se dá o desenvolvimento humano.
Por isso encontraremos em toda a obra de Froebel a constante
comparação do desenvolvimento da criança com o das sementes; a criCad.
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Alessandra Arce
ança para Froebel é como uma semente a ser cultivada e, conseqüentemente,
o educador alemão procurará a harmonização do homem
com a Natureza desde a mais tenra idade. Para Froebel o princípio a
partir do qual todos os homens seriam iguais se encontrava na relação
entre infância e Natureza. Somente conhecendo as relações entre infância,
Natureza e Deus é que poderíamos presentear cada indivíduo
com o autoconhecimento e a aceitação de seu lugar em nossa sociedade.
Como conseqüência desse processo teríamos uma sociedade melhor.
Esta relação entre Deus, Natureza e Humanidade era representada
por Froebel (1887) por meio de um triângulo. Os três elementos
dessa tríade seriam inseparáveis uns dos outros. Essa tríade formaria
o que Froebel denominava “unidade vital”, na qual a educação deveria
estar alicerçada para poder conduzir o indivíduo ao desenvolvimento
pleno. Dentro do princípio da “unidade vital” os processos de
interiorização e exteriorização seriam fundamentais, pois levariam à
clarificação da consciência ao autoconhecimento, ou seja, à educação.
A formação e o desenvolvimento ocorrem graças ao que o homem recebe
do mundo exterior, mas só se efetivam de modo eficaz quando
se sabe, por assim dizer, tocar no seu mundo interior. Este processo
chamado de interiorização consiste no recebimento de conhecimentos
do mundo exterior, que passam para o interior, seguindo sempre
uma seqüência que deve caminhar do mais simples ao composto, do
concreto para o abstrato, do conhecido para o desconhecido. A atividade
e a reflexão são os instrumentos de mediação desse processo nãodiretivo,
o que garante que os conhecimentos brotem, sejam descobertos
pela criança da forma mais natural possível. O processo
contrário a este é chamado de exteriorização, no qual a criança
exterioriza o seu interior. Para que isso ocorra, a criança necessita trabalhar
em coisas concretas como a arte e o jogo, excelentes fontes de
exteriorização. Uma vez exteriorizado seu interior, a criança passa a ter
autoconsciência do seu ser, passa a conhecer-se melhor: é assim que a
educação acontece. Para Froebel a educação deveria estar alicerçada na
“unidade vital” (Homem, Deus e Natureza) e os processos de
exteriorização e interiorização deveriam nortear qualquer metodologia
que viesse a ser utilizada com as crianças. Estes processos de
exteriorização e interiorização precisam da ação para mediá-los, necessitam
de vida e atividade, não de palavras e conceitos. Froebel via
na exteriorização e na interiorização a concretização de algo natural
12 Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004
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O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
na criança, devendo o educador estar sempre atento a esses dois processos,
pois toda a atividade externa da criança é fruto de sua atividade
interna.
Agir pensando e pensar agindo era, para Froebel, o melhor método
para evitar que o ensino por demais abstrato prejudicasse o desenvolvimento
dos talentos dos alunos. Esse método preconizado por
Froebel levaria os alunos à compreensão da tríade que guia todas as
suas vidas abrindo, portanto, as portas para se atingir a perfeição como
ser humano. O aprender fazendo, proposto por Froebel, respeita, antes
de tudo, a metodologia natural das crianças. Segundo Froebel, a
máxima que deve reger toda a educação é “(...) observar, apenas observar,
pois a criança mesma te ensinará” (apud Cole, 1907, p. 26).
Somente assim o professor será capaz de conhecer realmente seu aluno,
entendendo sua dinâmica interna e descobrindo sua essência humana,
seu potencial, seu talento. Em seu livro Pedagogia dos jardinsde-
infância, Froebel reforça este princípio afirmando que todo o
esforço da educação e dos educadores deve estar voltado para o
favorecimento do desenvolvimento livre e espontâneo do indivíduo.
Todo ser humano, tendo sido criado por Deus, também possui imensa
criatividade.
A educação, trabalhando com o princípio da “unidade vital”, a
partir da ação que favorece a exteriorização e a interiorização, leva a
criança, segundo Froebel, a conhecer e reconhecer Deus em todas as
suas obras, especialmente na Natureza. Essa forma de educação também
levaria a criança a se reconhecer dentro dessa “unidade vital”,
harmonizando-se com ela. Por trabalhar de forma fragmentada, a escola
não consegue perceber essa unidade, seu trabalho é morto, o exterior
e o interior são justapostos, tornando-se impossível uma aprendizagem
viva. O educador deveria respeitar a Natureza, a ação de
Deus e a manifestação espontânea do educando. A educação deve seguir
o livre desenvolvimento, não podendo ser prescritiva, determinista
e interventora, pois assim destrói a origem pura da Natureza
do educando. Por isso, Froebel utiliza o termo “educação sequitória”,
ou seja, aquela que vigia e protege as energias naturais da vida.
Alicerçada na experiência, essa pedagogia se centra na orientação e no
despertar da atividade espontânea da criança, disseminando qualidades
e aniquilando defeitos, por meio do desenvolvimento pleno da
harmonia entre Homem, Deus e Natureza.
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Em A educação do homem o educador alemão dá os primeiros
passos rumo à utilização de uma psicologia do desenvolvimento como
fundamento da educação, por intermédio da divisão do desenvolvimento
humano em estágios: a primeira infância, a infância e a idade
escolar. Esses estágios são apresentados por Froebel de forma muito
mais detalhada do que o fizera Pestalozzi. Froebel atrela a cada fase
um tipo de educação que deve respeitar as características próprias da
fase. Isso fica muito claro num dos textos dessa obra, intitulado “O
homem no primeiro período da infância”. Em certo momento desse
texto Froebel explica que, se o adulto observar, por exemplo, o jogo e
a fala de uma criança, poderá compreender o nível de desenvolvimento
no qual ela se encontra. Isso significa que a observação das atividades
espontâneas da criança, como a brincadeira e a fala, é de grande
importância para o êxito da atividade educativa.
Para a realização do autoconhecimento com liberdade, Froebel
elege o jogo como seu grande instrumento, juntamente com os brinquedos.
O jogo seria um mediador nesse processo de autoconhecimento,
por meio do exercício de exteriorização e interiorização da
essência divina presente em cada criança, levando-a assim a reconhecer
e aceitar a “unidade vital”. Froebel foi pioneiro ao reconhecer no
jogo a atividade pela qual a criança expressa sua visão do mundo. Segundo
Froebel o jogo seria também a principal fonte do desenvolvimento
na primeira infância, que para ele é o período mais importante
da vida humana, um período que constitui a fonte de tudo o que
caracteriza o indivíduo, toda a sua personalidade. Por isso Froebel
considera a brincadeira uma atividade séria e importante para quem
deseja realmente conhecer a criança.
Brincadeira. – A brincadeira é a fase mais alta do desenvolvimento da criança
– do desenvolvimento humano neste período; pois ela é a representação
auto-ativa do interno – representação do interno, da necessidade e do impulso
internos. A brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do
homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica da vida humana como um
todo – da vida natural interna escondida no homem e em todas as coisas. Por
isso ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso interno e externo, paz
com o mundo. Ela tem a fonte de tudo o que é bom. A criança que brinca
muito com determinação auto-ativa, perseverantemente até que a fadiga física
proíba, certamente será um homem determinado, capaz do auto-sacrifício
para a promoção do bem-estar próprio e dos outros. Não é a expressão
mais bela da vida neste momento, uma criança brincando? – uma criança to14
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O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
talmente absorvida em sua brincadeira? – uma criança que caiu no sono tão
exausta pela brincadeira? Como já indicado, a brincadeira neste período não
é trivial, ela é altamente séria e de profunda significância. Cultive-a e crie-a,
oh, mãe; proteja-a e guarde-a, oh, pai! Para a visão calma e agradável daquele
que realmente conhece a Natureza Humana, a brincadeira espontânea da
criança revela o futuro da vida interna do homem. As brincadeiras da criança
são as folhas germinais de toda a vida futura; pois o homem todo é desenvolvido
e mostrado nela, em suas disposições mais carinhosas, em suas
tendências mais interiores. (Froebel, 1887, p. 55-56)
Em seu livro Pedagogia dos jardins-de-infância (1917, p. 93),
Froebel reforça a idéia acima exposta ressaltando que a brincadeira é a
chave para nos comunicarmos e conhecermos a criança pequena. O
autor ainda destaca que a brincadeira desenvolve as características humanas
das crianças, auxiliando meninos e meninas a encontrarem e
exercerem desde cedo o papel que lhes cabe na sociedade.
Muitas características humanas desenvolvem-se na criança pela sua brincadeira
com a boneca, porque em razão disso sua própria Natureza se tornará,
em um certo tempo, objetiva e daí reconhecível para a criança e para os pensativos
e observadores pais e babás. Daí se tornar visível mais tarde, através
da e pela diferença espiritual, a diferença de vocação e vida entre o menino
e a menina. O menino deslumbra-se com o brincar com a esfera e o cubo
como coisas separadas e opostas, enquanto a menina ao contrário desde cedo
se deslumbra com a boneca, o que intimamente une em si os opostos da esfera
e do cubo. O significado interno deste fato é que o menino pressente
cedo e sente seu destino – comandar a e penetrar na Natureza externa – e a
menina antecipa e sente seu destino – cuidar da Natureza e da vida. Isso
aparece um pouco mais tarde. Assim como a união do esférico e do angular
é, especialmente para a garota, uma boneca, uma criança de brincadeira, da
mesma forma a régua da mãe, ou a bengala do pai são, para o garoto, um cavalo,
um cavalinho de pau. O último expressa o destino masculino do garoto,
aquele de dominar a vida; o primeiro expressa o destino feminino da menina,
de cuidar da vida. (Froebel, 1917, p. 93)
Froebel reconhecia que o jogo varia conforme a idade da criança.
O professor não deve menosprezar esse aspecto, mas sim, ao contrário,
observá-lo com atenção e trabalhá-lo adequadamente, auxiliando
assim o desenvolvimento infantil. No capítulo em que Froebel
descreve a infância, em A educação do homem (1887, p. 112-113), ele
chama a atenção para as diferenças existentes entre as brincadeiras na
primeira infância e na infância. Na primeira infância as brincadeiras
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seriam mais centradas na atividade, no movimento, no início do processo
de exteriorização da criança. No período chamado por Froebel
de infância, a brincadeira seria mais grupal que no período da primeira
infância. Esse caráter grupal da brincadeira na infância produziria
o desenvolvimento moral das crianças e as prepararia para a convivência
em harmonia.
Na obra Pedagogia dos jardins-de-infância (1917), Froebel apresenta-
nos os seus brinquedos criados para auxiliar a brincadeira infantil
sem ferir seu desenvolvimento natural. Os brinquedos criados
para este fim foram chamados de “dons”. Froebel assim chamou esses
brinquedos, ou materiais educativos, porque eles seriam uma espécie
de “presentes” dados às crianças, ferramentas para ajudá-las a descobrir
os seus próprios dons, isto é, descobrir os presentes que Deus
teria dado a cada uma delas. Com esses brinquedos Froebel cristalizou
importantes concepções a respeito do jogo, como por exemplo:
ele observou que o jogo só funciona se as regras são bem entendidas;
a continuação do jogo requer sempre a introdução de novos materiais
e idéias; por essa razão existem muitas ocasiões nas quais o adulto
deve brincar junto com a criança para auxiliá-la e manter vivo seu interesse.
Todos os jogos de Froebel que envolvem os “dons” sempre começavam
com as pessoas formando círculos, dançando, movendo-se e
cantando. Dessa forma elas atingiriam a perfeita unidade. Froebel percebeu
também, por meio desses jogos e brincadeiras, a grande força
que os símbolos possuem para a criança. Assim Froebel elegia a brincadeira
e os brinquedos como mediadores tanto no processo de apreensão
do mundo pela criança, por meio da interiorização, como também
no processo de conhecimento de si mesma pela criança (autoconhecimento),
por meio da exteriorização. Por essa razão o criador
dos Kindergarten entendia que os brinquedos e as brincadeiras não poderiam
mais ser escolhidos ao acaso. Eles deveriam ser estudados para
que se pudesse oferecer às crianças as atividades mais adequadas ao
seu nível de desenvolvimento.
Foi em seus jardins-de-infância que o autor procurou desenvolver
plenamente o trabalho com os dons. Nessas instituições ele conseguiu
reunir todos os seus princípios educacionais. Por isso, segundo
Liebschner (1992), não teria sido fácil para Froebel achar um
nome adequado para essa instituição, procurando durante vários meses
um nome que melhor se adequasse a esse novo estabelecimento.
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O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
Ele não queria empregar a palavra “escola” por considerar que ela traria
o sentido de se estar colocando coisas na cabeça da criança, ensinando
algo, e não era esse o propósito dessa instituição. Seu propósito
residia em guiar, orientar e cultivar nas crianças suas tendências
divinas, sua essência humana por meio do jogo, das ocupações e das
atividades livres, tal como Deus faz com as plantas da Natureza. A
palavra alemã Kindergarten (jardim de crianças) conseguiu unir todas
estas idéias e princípios. Assim, estava criada a instituição na qual todos
os preceitos até aqui expostos iriam ser aplicados em toda a sua
plenitude, principalmente o que se refere ao respeito ao desenvolvimento
da criança e à subordinação da educação ao estágio no qual se
encontrasse tal desenvolvimento.
A teoria da atividade e o jogo – Elkonin e Leontiev e a psicologia
histórico-cultural
Ao fazermos a comparação entre Froebel e a psicologia sóciohistórica
não podemos deixar de ressaltar que não nos esquecemos do
fato de que Froebel viveu num contexto social e cultural totalmente
distinto e também não deixamos de reconhecer seu pioneirismo, especialmente
considerando que ele formulou suas concepções numa
época na qual a psicologia ainda não surgira como um campo da ciência.
Ao fazermos essa comparação entre Froebel de um lado e, de
outro, Elkonin, Leontiev e Vigotski, nosso foco se concentra principalmente
nas distintas concepções de ser humano e de sociedade e,
conseqüentemente, nas distintas concepções a respeito do jogo e do
desenvolvimento infantil.



Como vimos acima, Froebel realizou importantes descobertas a
respeito do jogo e do desenvolvimento infantil em seus estudos. Entretanto,
a base de suas discussões residia em uma infância naturalizada,
divina e universal. Fruto do divino, a infância era vista por
Froebel como o que de mais puro e bom existe no ser humano. Conseqüentemente,
este período da vida humana necessitaria de tempo,
tal qual uma flor. Essa fase do desenvolvimento humano deveria ser
preservada, resguardada de qualquer coisa que pudesse vir a perturbála.
Para Froebel existiria uma lei divina e eterna capaz de regular o
desenvolvimento infantil, tal como ocorreria com o desenvolvimento
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de tudo o que existe na natureza. Perturbar impedindo que essa lei se
cumpra seria o mesmo que destruir a semente mais perfeita criada por
Deus: a criança e sua infância.
No século XX surgiu na União Soviética uma escola de psicólogos
estudando o desenvolvimento infantil e o papel da educação de maneira
oposta à do citado pedagogo alemão. Entre estes estudiosos encontramos
Vigotski, Leontiev e Elkonin. Mas por que seria a abordagem
dessa escola soviética oposta à de Froebel sobre o desenvolvimento infantil
e o papel do jogo na educação de crianças menores de seis anos?
Elkonin, em seu texto Toward the problem of stages in the mental
development of children (2000), discute a complexa questão da divisão
do desenvolvimento infantil em estágios de acordo com a faixa
etária ou com a aquisição de determinados patamares de desenvolvimento
cognitivo, os quais deveriam ser frutos da universalização do
acesso à educação escolar, o que levaria cada indivíduo a desenvolver
ao máximo as suas potencialidades, como ser pertencente ao gênero
humano. Sendo um psicólogo compromissado com a construção de
uma sociedade socialista, Elkonin entendia que a escola deveria também
estar compromissada com a construção dessa sociedade. Somente
dessa forma a escola contribuiria para o pleno desenvolvimento do
ser humano. Apoiados na concepção materialista-dialética de homem
e sociedade, Elkonin, Leontiev e Vigotski desenvolveram uma corrente
da psicologia que estudou o desenvolvimento humano e, como parte
desse estudo, analisou o papel do jogo na educação e no desenvolvimento
de crianças menores de seis anos.
Conseqüentemente, ao contrário de Froebel, estes autores viam
a infância e seu desenvolvimento fortemente conectados com a educação
e com a sociedade na qual a criança está inserida. Elkonin
(2000), apoiado também nos estudos de outro soviético, Blonski,
afirma que não existe um desenvolvimento da infância universal, único
e natural. O desenvolvimento infantil é passível de mudanças históricas.
As crianças de hoje não se desenvolvem da mesma forma que
as crianças do século XVIII se desenvolveram. A infância não é eterna
e imutável, nem dependente majoritariamente do subjetivo que existe
em cada indivíduo, em seu interior. As condições culturais, econômicas,
sociais, históricas são fatores decisivos neste desenvolvimento.
Crianças vivendo numa mesma época histórica podem apresentar dife18
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rentes processos de desenvolvimento em conseqüência das diferenças
existentes em suas atividades. Essas atividades são sempre situadas num
determinado contexto social e cultural. Elkonin, Leontiev e Vigotski
não acreditavam em uma essência humana de origem do homem divina
e espiritual. Fundamentar os estudos sobre o desenvolvimento humana
nesse tipo de crença seria colocar-se longe da ciência e do pressuposto
marxista de que o ser humano constrói a sua própria história
assim como é por ela construído. Por essa razão, Leontiev em seu livro
O desenvolvimento do psiquismo (1978) faz a seguinte afirmação:
Se um ser inteligente vindo de outro planeta visitasse a Terra e descrevesse as
aptidões físicas, mentais e estéticas, as qualidades morais e os traços do comportamento
de homens pertencentes às classes e camadas sociais diferentes
ou habitando regiões e países diferentes, dificilmente se admitiria tratar-se de
representantes de uma mesma espécie. Mas esta desigualdade entre os homens
não provém das suas diferenças biológicas naturais. Ela é o produto da
desigualdade econômica, da desigualdade de classes e da diversidade consecutiva
das suas relações com as aquisições que encarnam todas as aptidões e
faculdades da natureza humana, formadas no decurso de um processo sóciohistórico.
(Leontiev, 1978, p. 274)
Essa teoria sócio-histórica da formação dos seres humanos é
oposta à concepção de Froebel já apresentada aqui. Este, como vimos,
não concebia a infância como sendo influenciada e produzida pelo
processo histórico da humanidade como um todo. A visão romântica
e idílica que Froebel tinha da infância humana lhe possibilitava pensar
em um desenvolvimento eterno, divino, natural e universal.
Vigotski afirmava que o desenvolvimento infantil é um processo
dialético, a passagem de uma fase a outra é marcada não pela simples
evolução (como afirmava Froebel), mas por uma revolução que
implicaria mudanças qualitativas na vida da criança. Esse processo não
pode ser separado assepticamente da inserção da criança na sociedade
e do reflexo desta nas necessidades da criança, em seus motivos e em
seu desenvolvimento intelectual. Elkonin afirma que a tentativa de separação
do desenvolvimento infantil em diferentes âmbitos é uma característica
da busca de naturalização desse desenvolvimento, separação
essa que produz muitos dos dualismos tão presentes nas várias
abordagens existentes na psicologia do desenvolvimento. Somente
com a superação dessa forma de se estudar o desenvolvimento é que
seremos capazes de entendê-lo verdadeiramente.
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Tal perspectiva naturalizante do desenvolvimento infantil, primeiramente,
vê a criança como um indivíduo isolado, para o qual a sociedade não passa
de um “mero hábitat” sui generis. Em segundo lugar, o desenvolvimento
mental é visto como um simples processo de adaptação às condições de vida
existentes na sociedade. Em terceiro lugar, a sociedade é vista como a união
de dois elementos distintos: “o mundo dos objetos” e o “mundo das pessoas”,
ambos dados pelo ambiente no qual a criança se encontra. Como conseqüência,
em quarto lugar aparece o desenvolvimento de dois mecanismos
diferentes de adaptação: um para o “mundo dos objetos” e outro para o
“mundo das pessoas”; a isso se reduziria o desenvolvimento mental. Sendo
assim, o desenvolvimento mental seria, nessa concepção, o desenvolvimento
desses mecanismos de adaptação a esses diferentes mundos traduzidos na
vida infantil como: o “mundo da criança e os objetos” e o “mundo da criança
e os outros”. (Elkonin, 2000, p. 4)
Dentro deste quadro teórico, rapidamente esboçado, é que aparece
a brincadeira e o jogo na educação pré-escolar para estes autores.
Leontiev, Elkonin e Vigotski concordam que o jogo é a atividade principal3
nesse período da infância. Como esses autores partem de uma
visão oposta à de Froebel do desenvolvimento infantil, encontramos
no estudo por eles realizado do jogo princípios também opostos aos
princípios froebelianos.
Para Leontiev e Elkonin (ambos apoiados nos estudos realizados
também por Vigotski) a brincadeira não é uma atividade instintiva
na criança. Para esses autores a brincadeira é objetiva pois ela é
uma atividade na qual a criança se apropria do mundo real dos seres
humanos da maneira que lhe é possível nesse estágio de desenvolvimento.
Esses autores afirmam que a fantasia, a imaginação que é um
componente indispensável à brincadeira infantil, não tem a função de
criar para a criança um mundo diferente do mundo dos adultos, mas
sim de possibilitar à criança se apropriar do mundo dos adultos a despeito
da impossibilidade de a criança desempenhar as mesmas tarefas
que são desempenhadas pelo adulto. Por exemplo, ao brincar de motorista
de ônibus ela precisa usar da fantasia para substituir as operações
reais realizadas por um motorista de ônibus pelas operações que
estejam ao seu alcance. Mas isso não é uma forma de se afastar do
mundo real no qual existem motoristas de ônibus e sim, ao contrário,
de se aproximar cada vez mais desse mundo.
Para Froebel o brinquedo é um ato que faz parte da natureza
infantil, sendo assim a atividade principal desta faixa etária a única
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O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
forma que a criança tem de expressar seu mundo interior, de conhecer-
se e de harmonizar-se com a tríade da Unidade Vital. A criança
necessita simbolizar seu interior em objetos. A brincadeira proporciona
essa simbolização. Assim a brincadeira leva a criança a descobrir
sua essência divina e também leva o adulto, que observa a criança
brincando, a descobrir como essa criança está inserida nos planos do
Criador para os seres humanos.
Para Leontiev e Elkonin, a brincadeira é a atividade principal2
do período pré-escolar, mas as razões para esta afirmação são distintas
das de Froebel. A começar por como Leontiev descreve o status de atividade
principal no desenvolvimento infantil de uma atividade:
O que é, em geral, a atividade principal? Designamos por esta expressão não
apenas a atividade freqüentemente encontrada em dado nível do desenvolvimento
da criança. O brinquedo, por exemplo, não ocupa, de modo algum,
a maior parte do tempo de uma criança. A criança pré-escolar não brinca
mais do que três ou quatro horas por dia. Assim, a questão não é a quantidade
de tempo que o processo ocupa. Chamamos de atividade principal aquela
em conexão com a qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento
psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos
psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e
mais elevado nível de desenvolvimento. (Leontiev, 1988, p. 122)
Vemos, então, que a brincadeira se constitui em atividade principal
porque na idade pré-escolar ela provoca estas “revoluções” no desenvolvimento
infantil. Vigotski (1984) expõe ser incorreto afirmar
que a brincadeira seria um protótipo da atividade cotidiana da criança.
Essa afirmação não está em conflito com a teoria da atividade
principal desenvolvida por Leontiev e Elkonin, pois eles não afirmam
que a brincadeira, como atividade principal da idade pré-escolar, levaria
a criança, em seu cotidiano, a agir de maneira fantasiosa, a agir
movida pela imaginação e não pela realidade objetiva. Leontiev afirma
claramente que a ruptura entre significado e sentido estabelecida
durante a brincadeira é abandonada imediatamente assim que a criança
deixa de brincar. Isso quer dizer que a criança em seu cotidiano
age movida pela realidade objetiva e não se deixa dominar pela fantasia
existente no momento da brincadeira.
A brincadeira, segundo Vigotski (1984, p. 117), é a atividade
principal porque “cria uma zona de desenvolvimento proximal da criCad.
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ança”, ou seja, no brinquedo a criança realiza ações que estão além do
que sua idade lhe permite realizar, agindo no mundo que a rodeia tentando
apreendê-lo. Neste ponto o papel da imaginação aparece como
emancipatório: a criança utiliza-se da imaginação na brincadeira como
uma forma de realizar operações que lhe são impossíveis em razão de
sua idade. A criança reproduz ao brincar uma situação real do mundo
em que vive, extrapolando suas condições materiais reais com a ajuda
do aspecto imaginativo. Para que a criança possa tornar real uma operação
impossível de ser realizada na sua idade, ela utiliza-se de ações
que possuem um caráter imaginário, o faz-de-conta entra em cena, gerando
uma discrepância, segundo Leontiev (1988), entre a operação
que deve ser realizada (por exemplo andar a cavalo) e as ações que formam
essa operação (por exemplo selar o cavalo, montar no cavalo etc.).
Como a criança não pode usar um cavalo real, ela utiliza-se de um cabo
de vassoura, por exemplo, como se este fosse seu cavalo. Isso ocorre porque
a criança tem como alvo o processo e não a ação. Outro exemplo é
a brincadeira com uma boneca. A criança ao brincar com a boneca repete
situações ou acontecimentos presentes na vida adulta, como por
exemplo cuidar de um bebê. Ao fazê-lo ela imita a forma como a mãe
cuida do irmão mais novo. Por isso Vigotski (1984, p. 117) afirma que
o brinquedo “é muito mais a lembrança de alguma coisa que realmente
ocorreu do que imaginação”. Leontiev (1988, p. 126) afirma que na
brincadeira todas as operações e ações que a criança realiza são reais e
sociais; por meio delas a criança busca apreender a realidade. Leontiev
apresenta um exemplo de crianças brincando de vacinação contra a varíola.
Nessa brincadeira as crianças imitavam a seqüência real da ação
realizada para a vacinação. Primeiro passava-se álcool na pele e depois
era aplicada a vacina. O adulto pesquisador que observava essa brincadeira
propôs às crianças a utilização de álcool de verdade, o que foi recebido
com entusiasmo pelas crianças. Mas então ele disse que precisaria
pegar o álcool em outra sala e sugeriu que elas fossem aplicando a
vacina enquanto ele iria buscar o álcool e deixassem para passar o álcool
ao final do processo. As crianças não aceitaram a sugestão e preferiram
não usar álcool de verdade, mas manter a seqüência real da ação.
Desse exemplo Leontiev extrai a seguinte conclusão:
Em um jogo, as condições da ação podem ser modificadas: pode-se usar papel,
em vez de algodão; um pedacinho de madeira ou um simples pauzinho,
22 Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004
Disponível em
O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
em vez de agulhas; um líquido imaginário em vez de álcool, mas o conteúdo
e a seqüência da ação devem, obrigatoriamente, corresponder à situação real.
(...) É preciso acentuar que a ação, no brinquedo, não provém da situação
imaginária mas, pelo contrário, é essa que nasce da discrepância entre a operação
e a ação; assim, não é a imaginação que determina a ação, mas são as
condições da ação que tornam necessária a imaginação e dão origem a ela.
(Leontiev, 1988, p. 126-127)
Na brincadeira a criança cria uma ruptura entre sentido e significado
de um objeto, isto é, um pequeno pedaço cilíndrico de madeira
não perde seu significado para a criança mas durante a brincadeira
esse objeto pode assumir para a criança o sentido de uma seringa
de aplicação de vacina. Importante destacar que a criança não realiza
essa ruptura antes de iniciar a brincadeira nem mesmo depois de encerrada
a brincadeira. Somente durante a atividade é que se faz necessária
a imaginação.
Mas qual seria o tipo de brincadeira mais marcante para as crianças
em idade pré-escolar, isto é, na faixa dos três aos seis anos de
idade? O jogo protagonizado ou jogo de papéis. Segundo Elkonin
(1998, p. 31), nesse tipo de brincadeira “influi, sobretudo, a esfera
da atividade humana, do trabalho e das relações entre as pessoas e,
por conseguinte, o conteúdo fundamental do papel assumido pela
criança é precisamente a reconstituição desse aspecto da realidade”.
Essa realidade que circunda a criança, segundo o autor, pode ser dividida
em duas esferas: a dos objetos e a das atividades humanas. Em
um primeiro momento de sua vida, a criança concentra sua atividade
nos objetos e nas ações que os adultos realizam com esses objetos. Entretanto,
à medida que o jogo protagonizado vai evoluindo, o foco
desloca-se destes para as relações que as pessoas estabelecem entre si,
mediante suas ações com os objetos, ou seja, a criança passa a interessar-
se pelas relações travadas entre os seres humanos e passa a reproduzi-
las em suas brincadeiras.
Elkonin (idem, p. 35) afirma que a atividade e as relações humanas
possuem um impacto tão grande no jogo protagonizado que seu
tema pode variar, contudo o conteúdo sempre permanece o mesmo,
qual seja, “a atividade do homem e as relações sociais entre as pessoas”.
É na pré-escola que o jogo protagonizado se desenvolve intensamente
e alcança o nível máximo quando a criança deixa a fase da
Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004 23
Disponível em
Alessandra Arce
atividade de manipulação dos objetos. Importante ressaltar, segundo
Elkonin, a necessidade de se expor essa criança às mais ricas situações
e produções humanas, pois, quanto maior e mais rica for sua inserção
no mundo que a circunda, mais a criança desenvolverá suas capacidades.
Elkonin afirma que:
(...) A base do jogo é social devido precisamente a que também o são sua natureza
e sua origem, ou seja, a que o jogo nasce das condições de vida da criança
em sociedade. As teorias do jogo que o deduzem dos instintos e dos impulsos
internos marginalizam, de fato, a questão de sua origem histórica. Ao
mesmo tempo, a história do surgimento do jogo protagonizado é justamente
aquela que pode nos revelar a sua natureza. (Elkonin, 1998, p. 36)
Assim, o jogo protagonizado, para Elkonin, constitui-se em uma
fonte preciosa para o desenvolvimento infantil durante a idade pré-escolar.
O jogo é um dos mecanismos dentro e fora da escola capazes de
auxiliar a criança a apreender o conjunto das riquezas produzidas pela
humanidade, gerando revoluções no desenvolvimento infantil.
Considerações finais
Este estudo aqui apresentado possuiu um caráter preliminar,
entretanto a exposição realizada de forma sucinta de ambas as teorias
possibilita-nos visualizar grandes distinções. Se por um lado temos
Froebel atrelando a infância e seu desenvolvimento à Natureza e ao
Divino, por outro encontramos Leontiev, Elkonin e Vigotski procurando
apreender a infância dentro de todo o conjunto de aspectos que
compõem nossa organização social como fruto da história que foi escrita
pela humanidade. Portanto, Froebel aponta para uma visão romântica
e naturalizante tanto do desenvolvimento infantil quanto do
jogo, ao passo que a escola soviética da psicologia se calca no materialismo
histórico-dialético para estudá-los. Dois períodos distintos da
história da humanidade cruzaram-se neste texto com o intuito de
mostrarmos quão radicais são as diferenças com relação ao jogo quando
tomamos como ponto de partida uma visão de homem e sociedade
centrada em uma concepção mística, subjetivista, naturalizante e
alienada; e outra que busca compreender o homem como protagonista
e fruto da história visando a propiciar a esse homem a apreensão
deste movimento e das riquezas produzidas. Não podemos deixar de
24 Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004
Disponível em
O jogo e o desenvolvimento infantil na teoria da atividade e no pensamento...
destacar que a concepção de Froebel influenciou muitos educadores e
principalmente aparece como pioneira dentro do movimento que mais
tarde se constituiria sob a nomenclatura de Movimento Escolanovista.
Assim, ao criticarmos os fundamentos de sua teoria esta se estende a
todos os educadores que procuram pensar o desenvolvimento infantil a
partir de princípios similares. Esta também é a crítica que está
subjacente às exposições da escola soviética, tornando-as incompatíveis
com as mesmas. Impossibilitando a prática de ecletismos, ou seja, a
utilização conjunta de elementos considerados válidos em ambas as teorias
sem o respeito aos diferentes alicerces teóricos, esperamos com este
artigo contribuir para o debate a respeito do papel que o jogo e a concepção
de desenvolvimento infantil desempenham na constituição de
uma concepção de educação e de infância.
Recebido em novembro de 2003 e aprovado em março de 2004.
Notas
1. Para um estudo mais detalhado da vida e obra de Friedrich Froebel, ver Arce (2002), A
pedagogia na ‘Era das Revoluções’ – uma análise do pensamento de Pestalozzi e Froebel
(Campinas: Autores Associados). Friedrich August Froebel nasceu em 21 de abril de
1782, na região sudeste da Alemanha, falecendo em 1852. Froebel pode ser considerado
o pedagogo dos Jardins de Infância, instituição destinada a educar crianças menores de 06
anos fundada em 1840 na cidade de Blankenburg.
2. A expressão original em russo é “veduschaya deyatelnost”. As edições em português de textos
de Leontiev têm adotado ora a expressão “atividade principal”, ora a expressão “atividade
dominante”.
Referências bibliográficas
ARCE, A. A pedagogia na era das revoluções: uma análise do pensamento
de Pestalozzi e Froebel. Campinas: Autores Associados, 2002.
COLE, P. Herbart and Froebel: an attempt at synthesis. New York:
Teachers College; Columbia University, 1907.
ELKONIN, D.B. Psicologia do jogo. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
ELKONIN, D.B. Toward the problem of stages in the mental development
of children. Disponível em: . Acesso em: 2000.
Cad. Cedes, Campinas, vol. 24, n. 62, p. 9-25, abril 2004 25
Disponível em
FROEBEL, F. The education of man. New York: Appleton, 1887.
FROEBEL, F. The mottoes and commentaries of Friedrich Froebel’s
mother play. Translated by Henrietta R. Eliot and Susan Blow. New
York: Appleton, 1895.
FROEBEL, F. Pedagogics of the kindergarten. Translated by Josephine
Jarvis. New York: Appleton, 1917.
KOCH, D. Friedrich Froebel, o criador do jardim-de-infância, no seu
bicentenário. Convivium, São Paulo, v. 25, p. 45-63, 1982.
KOCH, D. Desafios da educação infantil. São Paulo: Loyola, 1985.
LEONTIEV, A.N. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte,
1978.
LEONTIEV, A.N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar
In: VIGOTSKI, L.S.; LURIA, A.R.; LEONTIEV, A.N. Linguagem, desenvolvimento
e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988. p. 119-142.
LIEBSCHNER, J. A child’s work: freedom and guidance in Froebel’s
educational theory and practice. Cambridge: Lutterworth, 1992.
OSBORN, D.K. Early childhood education in historical perspective. 3.
ed. Athens, GA: Education Associates, 1991.
VIGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
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sábado, 24 de maio de 2008

ART ATTACK

Quer tentar fazer uma arte, acompanhe , Disney Art Attack. O áudio está em espanhol mas você consegue entender. valeu
massruiz

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O que é Rinolalia?


RINOLALIA

Paulo C. Goulart

CRF.ª1107

A voz nasalada se caracteriza pela insuficiência velo faringe mediante o exame da nasolaringoscopia que estabelece o diagnostico que apresenta o esfíncter velofaríngico e de maior incidência nas fissuras labiopatais, fissura palatina, ou hipotonia do palato mole, ou alterações estruturais das vias aéreas superiores. Que de um modo geral quanto à deglutição, o bocejo se observa à ação conjunta da tuba auditiva, dos músculos elevador e tendo do véu palatino com um aumento óstio tubário durante a fala evidencia pequeno movimento medial em apenas 10% de indivíduos normais.

Nos portadores de fissura palatal, de acordo com Shprintzen a cartilagem da tuba auditiva é hipopística, o óstio faríngeo da tuba auditiva é menor e ocasionalmente não é identificado, durante a deglutição, ao invés da tuba auditiva se diltr, há uma obstrução desta provocada pela má inserção do músculo elevador do véu palatino que ao contrair-se penera no óstio tubário ocupando todo seu espaço livre, durante a fala o óstio tubário também é obstruído pela mesma alteção muscular descrita anteriormente. Existe uma estreita relação entre hipoplasia da tuba e otite média decorrente na população dos fissurados.

O espaço velofaríngeo corresponde à região anteriormente pelo véu, pelas paredes laterais da faringe posteriormente pela parede do faringe. Quando estas estruturas se contraem o espaço se fecha, promovendo um separação parcial ou completa do não e orofaringe denominando de região esfincter velofaríngeo.

A função velofaringica varia de indivíduo para indivíduo que se relaciona de quatro padrões básicos de fechamento;

1) Coronal, onde o fechamento ocorre principalmente às custas da movimentação do véu em direção a parede posterior da faringe.

2) Sagital ou longitudinal, predominando o movimento medial das paredes laterais da farinde em relação à do véu.

3) Circular equilibra o véu e das paredes laterais da faringe.

4) Circular com prega de passavam, quando a movimentação do véu, paredes laterais e parede posterior da faringe se dá de forma equilibrada.

O fechamento total ou parcial do esfincter velofangeo depende da atividade que está sendo desempenhada.

Seguindo com os estudos puderam concluir que existem dois padrões distintos de fechamento do esfíncter velo faríngeo:

- O primeiro tipo de fechamento ´le o Pneumático que ocorre durante a fala, o sopro e o assobio, fazem a movimentação das paredes laterais da faringe na altura da movimentação velar, com formação da barriga da paredes laterais.

- O segundo tipo lê o fechamento não pneumático pelo o reflexo de vômito e a deglutição, com grande movimentação das paredes d faringe em toda sua extensão.

Tem uma hierarquia de fechamento do esfíncter velo faríngeo se inicia com a deglutição, onde o fechamento é maior e decresce com o sopro, emissão de consoantes e de vogais. A altura velar durante a emissão da vogais altas “i” e “u” é maior de durante a emissão da vogal “a”.

O fechamento do esfíncter velo faríngeo envolve um complexo mecanismo neuromuscular com uma ampla variedade de graus de fechamento, podendo ir dessa posição do repouso ou na contração completa ou posições intermediárias. Essas posições ocorrem geralmente durante a emissão dos fonemas nasais, antecedendo ou sucedendo fonemas, onde tem o fechamento completo ou ainda durante a emissão de alguns fonemas orais.

Desta forma podemos constatar o grau de nasalidade que possam manifestar em indivíduos com deformidade estruturais e também os que apresentam desvio de função quanto à ação do grau de maior ou menor mobiliada mediante as características fonológicas de nosso língua e do modo fonoarticulatório manifestado pelo individuo.

A voz que apresenta uma ressonância e sonoridade faringo oral é de forma clara onde predomina a emissão dos fonemas orais e tem uma integibilidade bem compreensível pelo ouvinte.

www.iros-fonoaudiologia.med.br/RINOLALIA.doc

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Principais causas das dificuldades de aprendizagem e de ajustamento escolar



DISTÚRBIOS DA APRENDIZAGEM

Principais causas das dificuldades de aprendizagem e de ajustamento escolar

Causas físicas – São aquelas representadas pelas perturbações somáticas transitórias ou permanentes. São provenientes de qualquer perturbação do estado físico geral da criança/ como por exemplo: febre, dor de cabeça, dor de ouvido, colocas intestinais, anemia, asma, verminoses e todos os males que atinjam o físico de uma pessoa, levando-a a um estado anormal de saúde.

Causas sensoriais – são todos os distúrbios que atingem os órgãos dos sentidos, que são os responsáveis pela percepção que o indivíduo tem do meio exterior. Qualquer problema que afete os órgãos responsáveis pela visão, audição, gustação, olfato, tato, equilíbrio, reflexo postural, ou os respectivos sistemas de condução entre esses órgãos e o sistema nervoso, causará problemas no modo de a pessoa captar as mensagens do mundo exterior e, portanto, dificuldade para ela compreender o que se passa ao seu redor.

Causas neurológicas – são as perturbações do sistema nervoso, tanto do cérebro, como do cerebelo, da medula e dos nervos. O sistema nervoso, comanda todas as ações físicas e mentais do ser humano. Qualquer distúrbio em uma dessas partes se constituirá em um problema de maior ou menor grau, de acordo com a área lesada.

Causas emocionais – são distúrbios psicológicos, ligados às emoções e aos sentimentos dos indivíduos e à sua personalidade. Esses problemas geralmente não aparecem sozinhos, eles estão associados a problemas de outras áreas, como por exemplo da área motora, sensorial etc.

Causas intelectuais ou cognitivas – são aquelas que dizem respeito à inteligência do indivíduo, isto é, à sua capacidade de conhecer e compreender o mundo em que vive, de raciocinar sobre os seres animados ou inanimados que o cercam e de estabelecer relações entre eles.

Causas educacionais – o tipo de educação que a pessoa recebe na infância irá condicionar distúrbios de origem educacional, que a prejudicarão na adolescência e na idade adulta, tanto no estudo quanto no trabalho. Portanto, as falhas de seu processo educativo terão repercussões futuras.

Causas sócio-econômicas – não são distúrbios que se revelam no aluno. São problemas que se originam no meio social e econômico do indivíduo. O meio físico e social exerce influência sobre o indivíduo, podendo ser favorável ou desfavorável à sua subsistência e também às suas aprendizagens.

Todas essas causas originam distúrbios, que irão se constituir nos diferentes problemas de aprendizagem.

DISTÚRBIOS DA LINGUAGEM E DA FALA

Podemos dizer que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfoca-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com seu modo de falar. Porém, é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.

Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, é decorrência de problemas na audição.

Atraso na linguagem - as principais características da criança que tem atraso na linguagem, são: deficiência no vocabulário; deficiência na capacidade de formular idéias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.

Problemas de articulação – as crianças de mais de 7 anos que não consegue pronunciar corretamente todas as consoantes e suas combinações apresenta um problema de articulação. Podemos citar: dislalia, que é a omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada; disartria – problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal; linguagem tatibite – distúrbio de articulação (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil; rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.

Afasia – se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal, gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras. A afasia pode ser observada em criança que: ouve a palavra mas não a interioriza com significado; demora para compreender o que é dito; apresenta gestos deficientes e inadequados; confunde a palavra ou frase com outras similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.

Atuação do professor frente aos distúrbios da aprendizagem

Atitudes que devem ser evitadas:

- ressaltar as dificuldades do aluno;

- corrigir o aluno com freqüência perante a classe;

- relegar ou ignorar a criança que não consegue superar sua dificuldade.

Atitudes a serem adotadas:

- evitar que o aluno se sinta inferior;

- considerar o problema de maneira serena e objetiva;

- avaliar o desempenho do aluno pela qualidade de seu trabalho.

- Estimulá-lo a enfrentar o problema, procurando superar-se;

Dislexia

A criança disléxica apresenta sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita. As principais dificuldades são:

- demora a aprender a falar, fazer laço,a reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a pular corda;

- escrever números e letras correspondente, ordenar as letras do alfabeto,meses do ano e sílabas de palavras compridas, distinguir esquerda e direita;

- atrapalha-se ao pronunciar palavras longas;

- dificuldade em planejar e fazer redação.

Disgrafia

Os principais erros da criança disgráfica são:

- apresentação desordenada do texto;

- margens malfeitas ou inexistentes;

- traçado de má qualidade: tamanho pequeno ou grande, pressão leve ou forte,letras irregulares ou retocadas;

- distorção da forma das letras o e a;

- movimentos contrários ao da escrita convencional;

- ligações defeituosas de letras na palavra;

- irregularidades no espaçamento das letras na palavra;

- direção da escrita oscilando para cima ou para baixo;

- dificuldade na escrita e no alinhamento dos números na página.

Autismo infantil

O autismo infantil caracteriza-se por uma interiorização intensa. Teorias interpessoais e orgânicas foram sugeridas para explicar o autismo, mas até agora nenhuma delas foi plenamente aceita.

Características da criança autista:

- solidão em grau extremo e evidente na mais tenra idade;

- ausência de sorriso social;

- não desenvolve linguagem apropriada, repete frases;

- arruma seus objetos sempre da mesma forma e ,mesmo que fique sem vê-los durante um tempo, lembra-se da sua posição;

- possui excelente memória: decora facilmente poesias, canções, aprende sempre novas palavras;

- não mantém contato visual com as pessoas;

- demonstra ansiedade freqüente, aguda, excessiva e aparentemente ilógica;

- possui hiperatividade e movimentos repetitivos, com entorpecimento nos movimentos que requerem habilidades;

- é retraída, apática e desinteressada, numa total indiferença ao ambiente que a rodeia;

- demonstra incapacidade para julgar.

Bibliografia

JOSÉ, Elisabete da Assunção & COELHO, Maria Teresa.Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática. 1989.

DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo, Ática.1990.

ASSUMPÇÃO JR., Francisco B. & SPROVIERI, Maria Helena. Introdução ao Estudo da Deficiência Mental. São Paulo, Memnon. 2000.

TELFORD, Charles W. & SAWREY, James M.. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro, Zahar Editores. 1983.

GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Psicossomáticos da Criança: o corpo que chora. São Paulo, Atheneu.1988.


Disciplina: Formação de Professores para uma Escola Digital e Inclusiva

Profa. Elisa Tomoe Moriya Schlünzen

Prof. Klaus Schlünzem Junior


Aluna: Cláudia Elena Slobodticov Bastos

Levantamento de informações importantes, coletadas com professors da Escola de Educação Especial Norita Tavares Dorini e da Escola Municipal Dr. Júlio Lucant de Rancharia, para possível inclusão no Portal:

- Quais os tipos de deficiência mais comuns;
- Explicação destas deficiências;
- Como tratar os alunos com dificuldades de aprendizagem;

- Algumas dicas práticas para usar no dia – a – dia;

www.nec.prudente.unesp.br/inclusao/dados/disturbios


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APONTAMENTO HISTóRICO


↑ APONTAMENTO HISTóRICO

ANTIGUIDADE ORIENTAL
ø Tem início a dualidade escolar.
ø Conhecimentos restritos.
ø A grande massa populacional era excluída da escola.
ANTIGUIDADE GREGA
ø A Grécia pode ser considerada o berço da pedagogia.
ø Educação centrada na formação integral: corpo e espírito.
ø A educação era ministrada pela família, conforme a tradição religiosa.

ANTIGUIDADE ROMANA
Há três fases na educação romana:

ø A latina original, de natureza patriarcal;
ø A influência do helenismo criticada pelos defensores da tradição.
ø A fusão da cultura romana e helenística –influência nítida dos valores gregos.

IDADE MéDIA
ø A educação baseia-se na concepção do homem como criatura divina.
ø Obediência aos sábios e intérpretes dos livros sagrados manteve gerações sob o temor e o medo de perderem a alma.
ø O pensar rigoroso e formal determinou os passos do trabalho escolar


↑ RENASCIMENTO
ø Aparecem os primeiros colégios, no séc. XVI até XVIII.
ø A escola não dá só conhecimentos, mas também formação moral.
ø Educar torna-se uma questão de moda e uma exigência.
ø A sociedade, nesta época, rejeita a autoridade dogmática da cultura eclesiástica medieval, mas mantém-se ainda fortemente hierarquizada.

DESCARTES – sec. XVII
ø Retoma as teorias de Platão e dá-lhe o cunho de “ver as coisas pelos olhos da mente e não pelos olhos dos sentidos”.
ROUSSEAU – Sec. XVIII
ø Defende uma educação naturalista.
“O nosso verdadeiro estudo é o da condição humana”.
“O homem natural é tudo para si mesmo”.
ø A educação deveria levar o homem a agir por interesses naturais e não por imposição de regras exteriores e artificiais.

KANT – Sec. XVIII
ø Retoma as ideias de Descartes, sempre baseado nas filosofias platónicas, e afirma que:
“O Homem é movido por uma fé prática. O motor da acção humana”.
ø O homem progride pela vontade e pela experiência ancestral da vida.



↑ IDADE MODERNA
PEDAGOGIA REALISTA
JOãO PESTALLOZI – 1746-1827
ø Foi um grande adepto da educação pública.
ø Deu um impulso à formação de professores e ao estudo da educação como uma ciência.

HERBARD – 1776-1841
A construção pedagógica segue três procedimentos básicos:
ø “Governo – uma forma de controlar a agitação”
ø “Instrução – é a forma como se educa o desenvolvimento dos interesses”
ø “Disciplina – é a responsável por manter firme a vontade educada ou seja a autodeterminação”.

FROEBEL – 1782-1852
ø Inventa métodos para aperfeiçoar as habilidades.

“O desenvolvimento humano ocorre em todas as suas fases de crescimento”.
“A educação é um processo que faz com que o indivíduo esteja em harmonia com a natureza e com a sociedade”.

JOHN DEWEY – 1859-1952
ø As filosofias de vida são, na sua essência, teorias gerais de educação.

“A educação progressiva , consiste no crescimento constante da vida, à medida que aumentamos o conteúdo da experiência e o controle que exercemos sobre ela”.

OVIDE DECROLY – 1871-1932
ø A necessidade gera o interesse.
ø Do acto de comer pode surgir o estudo da alimentação, a origem dos alimentos...

“A educação não se constitui numa preparação para a vida”.

↑ TEORIAS CONSTRUTIVISTAS
LEV S. VYGOTSKY – 1896-1934
ø Professor e pesquisador.
ø Para ele o sujeito não é apenas activo, mas interactivo.

“O aluno não é o sujeito que só aprende, mas aquele que aprende junto ao outro e que o seu grupo social produz”.
PIAGET – 1896-1980
Principais objectivos da educação: formação de homens "criativos, inventivos e descobridores", de pessoas críticas e activas, e na busca constante da construção da autonomia.



↑ TEORIAS ANTI-AUTORITáRIAS
CARL ROGERS – 1902
ø é considerado um representante da corrente humanista.
“A educação é uma aprendizagem penetrante, que não se limita a um aumento de conhecimentos.”

A ESCOLA NOVA (Década de 30)
ANOS 40
ø A Proclamação dos Direitos do Homem, no seu art.º 26, diz:
“ A educação deve ter por objectivo o pleno desabrochamento da personalidade humana e o reforço do respeito dos direitos e das liberdades fundamentais”.

PAULO FREIRE – 1921-1997
“Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”.
“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na acção-reflexão”.
“Não há docência sem discência".

EDUCAçãO DE ADULTOS (DEC 60)
Na sequência das grandes transformações sociais, dos êxitos e fracassos das reformas do sistema educativo, a contestação universitária, a crise mundial da educação escolar... aparece o sistema de educação de adultos.


EDUCAçãO NO TERCEIRO MILéNIO
ø A explosão dos negócios mundiais;
ø O avanço tecnológico da crescente robotização;
ø O planeamento e organização racional da actividade pedagógica;
ø O parcelamento do trabalho, com a especialização das funções;
ø Ensino por computador, videoconferências;
ø O ensino à distância


↑ ABORDAGEM SOBRE CONCEITOS DE ADULTO
O Que é um Adulto?
ø Etimologicamente, Adulto vem do Latim “adultus” significa o que cresceu.
Adulto – Aspecto Biológico
ø Total desenvolvimento anatómico dos órgãos e da sua maturidade fisiológica.
ø Função reprodutora que começa a manifestar-se, em média, entre os 11 e os 15 anos.

Adulto – Aspecto Psicológico
ø A nível psicológico o estado adulto manifesta-se mais tardiamente.
ø é aceite geralmente que entre os 15 e os 18 anos o Homem alcance, em maior grau de intensidade, as funções intelectuais, emocionais e cognitivas.
ø O que caracteriza o adulto a este nível é a actuação responsável de quem sabe o que faz, porque o faz e os efeitos que advêm da sua conduta.

Adulto – Aspecto Sociológico


Trabalho
ø Quase todas as normas legais estabelecem os 16 anos como idade mínima para iniciar uma actividade laboral.

Participação Social
ø As aptidões intelectuais e físicas já amadureceram o suficiente para que o indivíduo subsista independentemente: intervém na resolução de problemas laborais, políticos, cívicos, manifestando a sua maturidade psicológica e sociológica propriamente dita.

Responsabilidade Jurídica
ø A constituição impõe aos indivíduos direitos e deveres, considerando-o responsável perante a Lei a partir dos 16 anos.


ø Desde que o Homem passou a agir pela inteligência e não pelo instinto, a educação tornou-se um imperativo para a sua existência.
O Homem começa a educar-se e a educar.

“ ... possivelmente a educação do adulto começa antes da educação das crianças”.



↑ Pedagogia\Andragogia


Definições segundo Malcolm Knowles


ø PEDAGOGIA - “é a arte de ensinar as crianças e jovens”

ø ANDRAGOGIA - “é a arte e a ciência de ensinar os adultos a aprender”


Pedagogia / Andragogia
ø é em oposição , e por contraste com os processos educativos utilizados com as crianças, que se constitui a Andragogia, entendida segundo a expressão de Malcolm Knowles, como uma “Nova arte de formação”.

ø Esta “Nova arte de formação”, fundada na Andragogia é que tornaria possível superar a situação dos adultos serem educados “como se fossem crianças”, isto é, com base no modelo pedagógico, consubstanciado na forma escolar “tradicional”






Quadro comparativo:
Abordagem de Malcolm Knowles
↑ Quadro comparativo

Modelo Pedagógico
Hipóteses Andragógicas
Papel da Experiência
A experiência daquele que aprende é considerada de pouca utilidade. O que é importante, pelo contrário, é a experiência do professor (ou do autor do Manual, ou dos materiais pedagógicos)
Os adultos são portadores de uma experiência que os distingue das crianças e dos jovens. Em numerosas situações de formação, são os próprios adultos com a sua experiência que constituem o recurso mais rico para as suas próprias aprendizagens.

Vontade de Aprender
A disposição para aprender aquilo que o professor ensina tem como fundamento critérios e objectivos internos à lógica escolar; ou seja, a finalidade de obter êxito e progredir, em termos escolares.
Os adultos estão dispostos a iniciar um processo de aprendizagem desde que compreendam a sua utilidade para melhor afrontar problemas reais da sua vida pessoal e profissional.

Quadro comparativo
Modelo Pedagógico
Hipóteses Andragógicas
Orientação

da Aprendizagem
A aprendizagem é encarada como um processo de conhecimento sobre um determinado tema. Isto significa que é dominante a lógica centrada nos conteúdos, e não nos problemas.


Nos adultos as aprendizagens são orientadas para a resolução de problemas e tarefas com que se confrontam na sua vida quotidiana (o que desaconselha uma lógica centrada nos conteúdos).





Motivação
A motivação para a aprendizagem é fundamentalmente resultado de estímulos externos ao sujeito, como é o caso das classificações escolares a das apreciações do professor.
Ao adultos são sensíveis a estímulos da natureza externa (notas, etc.), mas são os factores de ordem interna que motivam o adulto para a aprendizagem (satisfação profissional, auto-estima, qualidade de vida, etc.).


Dados curiosos

ø Segundo Kelvin Miller, os estudantes adultos após 72 horas só conseguem reter 10% do que ouvem, no entanto serão capazes de se lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo período de tempo.
ø O mesmo autor observou ainda que as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de cada aula ou palestra.
Kelvin Miller



↑ APLICAçãO DA TEORIA ANDRAGóGICA
O Professor e a Mudança
ø A mudança do ensino tradicional para o modelo Andragógico não é tarefa fácil.

ø O próprio professor deve ser preparado com métodos Andragógicos, pois no fundo estes também são adultos em formação. Burley (1985)




O Professor e a Mudança
" A tarefa do formador,..., consiste em orientar as opções do formando em ordem a proporcionar uma maior eficácia."
e acrescenta ainda que " é ambígua a distinção entre formando e formador, na medida em que o formando é também um ser em autoformação e desempenha, ainda o papel de formador, em relação ao formador " em título
",que é forçado a adequar a sua acção às reacções daquele."

Berbaum, Jean – Aprendizagem e formação. p.127





O Professor e a Mudança
A importância do espaço de formação
ø Os adultos pelas suas características são mais exigentes nas características do espaço de formação.
ø Valorizam o conforto, o ambiente e o bem estar.
ø Não devem ser colocados em cadeiras dispostas em fileiras.
ø Deve-se facilitar a comunicação e a visualização dos interlocutores, procurando eliminar obstáculos ou barreiras.

Meios e técnicas audiovisuais
O papel da experiência acumulada
ø Os adultos têm experiências de vida mais numerosas e diversificadas do que as crianças.
ø Quando formam grupos de trabalho estes são mais heterogéneos em conhecimentos, necessidades, interesses e objectivos.
ø O somatório destas experiências é uma mais valia para o enriquecimento da aprendizagem.
O papel da experiência acumulada

" a utilização da experiência pessoal aumenta a motivação das pessoas, que, ao verem-se implicadas pessoalmente se sentem mais animadas a participarem no processo e a fazer parte do grupo... "

Mão de Ferro, António – Métodos e técnicas pedagógicas. p. 59



Estamos sempre a aprender!
O adulto espera aplicar o que aprende
“Só há verdadeira aprendizagem quando o educando usa o que aprende ou, mais exactamente, quando, surgida a oportunidade é levado a aplicar o que aprendeu.”

Maria Villas Boas




Utilidade do conhecimento
ø Os adultos só se sentem motivados para aprender quando entendem as vantagens e benefícios dessa aprendizagem, assim como as características negativas do seu desconhecimento.
ø Quando o adulto reconhece a "necessidade de saber" a aprendizagem atinge o seu auge.

Planear e responsabilizar-se pela sua Aprendizagem
ø é importante o envolvimento do aluno desde o planeamento até à avaliação da sua aprendizagem.
ø Este deve ajudar o professor a seleccionar as matérias de acordo com as suas necessidades de formação.

As motivações do adulto para aprender
Motivações Externas

ø Notas de exames
ø Elogio do Professor

Motivações Internas

ø Satisfação profissional
ø Melhoria da qualidade de vida
ø Elevação da auto-estima




O Adulto na escola - Dificuldades
ø Limites temporais, prazos rígidos ou impostos para apresentação de resultados.
ø Planos de formação desadequados das características dos adultos.
ø Falta de tempo para consultas em bibliotecas, consultas na Internet, etc.
ø Qualquer programa de educação de adultos deve ter em conta, a vida familiar, social e laboral do aluno, no sentido de gerir os tempos disponíveis para formação e estratégias de aprendizagem.




ENSINO RECORRENTE
Ensino Recorrente
“...corresponde à vertente da educação de adultos que, de uma forma organizada e segundo um plano de estudo, conduz à obtenção de um grau e à atribuição de um diploma ou certificado, equivalentes aos conferidos pelo ensino regular”
“...caracteriza-se por uma organização específica que atende aos grupos etários a que se destina, bem como à experiência de vida entretanto adquirida e ao nível de conhecimentos demonstrados pelos seus destinatários”.

Informação da responsabilidade do Ministério da Educação




Ensino Recorrente - Objectivos
ø Assegurar uma escolaridade, de segunda oportunidade, aos que dela não usufruíram na idade própria, aos que abandonaram precocemente o sistema educativo e aos que o procuram por razões de promoção cultural ou profissional.
ø Atenuar os desequilíbrios existentes entre os diversos grupos etários, no que respeita aos seus níveis educativos.
Destinatários
ø Têm acesso ao Ensino Recorrente as pessoas que respectivamente completem 15 anos até 15 de Setembro para o 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico e 18 anos para o Ensino Secundário.

EDUCAçãO EXTRA-ESCOLAR
Educação Extra - Escolar
"... é o conjunto de actividades educativas e culturais... sequenciais ou alternadas, organizadas fora do sistema escolar..., podendo articular-se com o ensino recorrente e a educação escolar. Os certificados atribuídos no âmbito da educação extra-escolar não relevam para efeitos académicos..."

Informação da responsabilidade do Ministério da Educação

Educação Extra – Escolar: Objectivos
ø Promover o desenvolvimento e a actualização de conhecimentos... em substituição ou complemento da educação escolar;
ø Combater o analfabetismo literal e funcional;
ø Promover a ocupação criativa e formativa dos tempos livres.
A Educação extra-escolar...
...organiza cursos de alfabetização (combate ao analfabetismo), de actualização (combate ao analfabetismo regressivo e renovação de conhecimentos), sócio educativos (formação cultural e cívica) e sócio profissionais (formação para o trabalho).

BREVE REFERêNCIA
ANIMAçãO COMUNITáRIA
Animação Comunitária
“um conjunto de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa e a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integradas”

(Rico, A.C., 1992, p. 128)

Comunidade
“Comunidade é constituída por grupos primários (família, ciclo de amigos) e todos os outros grupos secundários mais imediatos (escola, paróquia,...). Existe um conhecimento pessoal relativo entre os indivíduos e a vida que os une. é mais estreita e efectiva entre todos; têm interesses e espaços comuns”.
Ander-Egg (1998, p. 33)
Objectivos:
ø Promover educação para o desenvolvimento integral das pessoas
ø Aquisição de saberes fundamentais para a resolução dos seus próprios problemas e os da comunidade onde se insere
ø Autogestão da sua vida quotidiana

↑ ENSINO à DISTâNCIA
RUMO AO NOVO MILéNIO
Aspectos Históricos
A Educação à distância parece ter tido início no séc. XVIII. No entanto, usualmente é mais apontado este início para 1840, altura em que, Isaac Pitman lançava no Reino Unido um curso à distância utilizando a correspondência postal como meio de comunicação.

Ensino à Distância
“O Ensino a Distância é um sistema tecnológico de comunicação bidireccional, que pode ser massivo e que substitui a interacção pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela acção sistemática e conjunta de diversos recursos didácticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos”.

GARCíA ARETIO, L. (1994) Educación a distancia hoy. Madrid
Tecnologias
ø Internet
ø Intranet`s
ø Televisão
ø Videoconferência
ø Audioconferência
ø Teleconferência
ø Serviços Postais

Vantagens da Educação à Distância
ø Eliminação das barreiras de acesso à aprendizagem
ø Diversificação e ampliação da oferta de cursos
ø Alternativa eficaz ao conceito formal de sala de aula
ø Possibilidade de permanência do aluno no seu ambiente profissional, cultural ou familiar
ø O aluno é o centro do próprio processo de aprendizagem e sujeito activo na sua formação
ø Conteúdo programático elaborado por especialistas e utilização de meios multimédia diversos
ø Aprendizagem dinâmica e inovadora, bidireccional
ø Redução de custos em relação ao ensino presencial
Dificuldades na EAD
ø Preço das comunicações em Portugal, não estimula os potencias utilizadores da EAD,
ø Qualidade e velocidade das linhas telefónicas,
ø Investimento lento na área das telecomunicações,
ø Grande parte dos potenciais interessados nesta forma de educação, não têm conhecimentos da língua dominante na Internet


O professor à Distância
ø Entender a natureza e a filosofia da educação à distância;
ø Identificar e desenvolver cursos interactivos para satisfazer cada nova tecnologia;
ø Adaptar as estratégias de ensino para transmitir instruções à distância;
ø Organizar recursos educacionais de uma forma satisfatória ao ensino à distância;
ø Treinar e praticar o uso de sistemas de telecomunicações;
ø Envolver-se na organização, planeamento e decisões;
ø Avaliar realizações, atitudes, e percepções dos alunos à distância;


@ Educação à Distância
ø Universidade Aberta
ø CEAC
ø Secretaria de Educação à Distância
ø Plenitude On-line Brasil
ø Universidade Federal de S.Paulo- Brasil
ø Universidade Virtual Centro Oeste - Brasil
ø Web School – Escola do Futuro
ø Educação Distância


BIBLIOGRAFIA E CONSULTAS

• BERBAUM, Jean (1993)– Aprendizagem e formação. Porto: Porto Editora.
• CANáRIO, Rui (1999) – Educação de adultos, um campo e uma problemática. Lisboa: Educa, p. 131-145.
• CAVALCANTI, Roberto de Albuquerque (1999) – Andragogia: A aprendizagem nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba. Brasil. nº 6.
• DIAS, José Ribeiro (1997)– Abertura a uma reflexão sobre as metamorfoses da pedagogia. Revista Portuguesa de Educação. Braga. nº 2.
• MãO DE FERRO, António (1994)– Métodos e técnicas pedagógicas. Lisboa: Edições Colibri.
• VILLAS BOAS, Maria V. C. – Educação – reflexões sobre uma prática.
Página WWW. [http://pessoal.mandic.com.br/~lucmac/educao.htm]



Details: Trabalho original publicado em pedagogia.tripod


Published by eduardo - 4/2/2008



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sexta-feira, 23 de maio de 2008

TRABALHO DE ARTICULAÇÃO PCNS RESUMO E PROJETO INTERDISCIPLINAR. (meus artigos).




JOÃO CARLOS MARIA*

TRABALHO DE ARTICULAÇÃO PCNS RESUMO E PROJETO INTERDISCIPLINAR

Trabalho apresentado ao Curso (Pedagogia módulo 5 noturno) da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a disciplina [Articulação dos eixos temáticos].

Orientadora: Profª. Marlizete Cristina Bonafini Steinle.
Campinas
2008

RESUMO DA INTRODUÇÃO DOS PCNs

Introdução: Dando continuidade ao módulo 5 e através da articulação dos eixos temáticos faremos uma leitura, um resumo do volume 1 dos PCNs (introdução) e por fim um projeto interdisciplinar usando como suporte os PCNs sobre temas transversais e as disciplinas trabalhadas no módulo 5 de pedagogia.
Numa sociedade democrática, ao contrário do que ocorre nos regimes autoritários, o processo educacional não pode ser imposto pelo governo. Deste modo a elaboração dos PCNs passou por todas as vias democráticas e contou também com dados da fundação Carlos Chagas. Estes dados mostram a evasão escolar e outros aspectos que são importantes na construção de um projeto, e neles (PCNs) encontramos orientações didáticas, de conteúdos, os ciclos, os tipos de avaliações e promoções.
A história pedagógica, que por muito tempo foi centrada no professor, passou por uma reestruturação e hoje é centrada no aluno, considerando sua realidade sócio-histórico-crítica. Deste modo os PCNs são um conjunto de procedimentos que visam auxiliar o professor em sala de aula, abordando temas como deveres, direitos, sexualidade, autônomia etc.
Como todo projeto desta envergadura, os PCNs necessitam de constante questionamento e revisão dos seus propósitos e signicado, pois a sociedade como um todo passa por transformações éticas e morais das mais variadas. Essa possibilidade contínua de revisão permite que as limitações que porventura surjam no percurso de nossa práxis possam ser identificadas e superadas, efetivando o ensino-aprendizagem. Neste sentido, toda escola deve estimular todos os seus professores, coordenadores, orientadores, pais, e a sociedade como um todo a participarem da elaboração do projeto político pedagógico.
Após esta breve introdução, na página seguinte vamos elaborar um projeto interdisciplinar sobre os temas traversias, utilizando para isto a leitura dos PCNs - temas transversais, pluraridade cultural.



PROJETO INTERDISCIPLINAR - TEMAS TRANSVERSAIS
PLURARIDADE CULTURAL


Os temas transversias que fazem parte dos PCNs são compostos de seis áreas: Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade), Orientação Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, Relações de Gênero, Prevenções das Doenças Sexualmente Transmissíveis), Meio Ambiente (Os Ciclos da Natureza, Sociedade e Meio Ambiente, Manejo e Conservação Ambiental), Saúde (Autocuidado, Vida Coletiva), Pluralidade Cultural (Pluralidade Cultural e a Vida das Crianças no Brasil, Constituição da Pluralidade Cultural no Brasil, o Ser Humano Como Agente Social e Produtor de Cultura, Pluralidade Cultural e Cidadania) e Trabalho e Consumo (Relações de Trabalho; Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde; Meios de Comunicação de Massas, Publicidade e Vendas; Direitos Humanos, Cidadania). Podemos também trabalhar temas locais como: Trabalho, Orientação para o Trânsito, etc. Dentro deste universo, escolhi como tema transversal a Pluraridade Cultural para a elaboração do projeto interdisciplinar. Vamos a ele.

TEMA: Trabalhando as diversas culturas em sala de aula. Este tema foi elaborado com a participação de alunos e professor.
TÍTULO: Meus amigos e eu somos diferentes e iguais.
Vivemos num país continental que vem sofrendo constantes transformações, tanto na política quanto na produção industrial e do próprio modo de viver capitalista. Desta forma é interessante notarmos que num bairro há pessoas advindas das mais váriadas localidades, que professam diferentes credos e compõem as mais diversas etnias. É importante sabermos que fazemos parte de uma sociedade.
OBJETIVOS: Essa visão de sociedade nos mostra claramente a necessidade de reforçar na criança valores de cidadania, respeito mútuo, solidariedade e compreensão de que todos juntos formam uma comunidade – e que esta comunidade a criança não encontra pronta, mas ajuda diariamente a construir. Cumpre-nos desenvolver nos educandos o senso de civilidade e fraternidade.
CONTEÚDOS: De civilidade, posicionamento de espaço, senso-crítico, músicas regionais, contação de história metaforicas , parlendas , pontos cardeais. Lingua protuguesa. Ponto final, vigula, ponto de esclamação, pnto de interrogação, Contas de mais e menos e noções de tempo e espaço.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Podemos começar contando uma história cuja mensagem seja compatível com nossos objetivos (existem inclusive vários livros especialmente recomendáveis, como O Patinho Feio, Menina Bonita do Laço de Fita, O amigo do Rei, etc). Após a história, podemos explorar a linguagem oral, pedindo às crianças que digam aos colegas a parte que mais gostaram, o que poderia ser diferente. Depois disso, pedimos para que relacionem os personagens, (ou que reescrevam a história - individual ou coletivamente) podendo trabalhar também operações matemáticas com o número de personagens, bem como a ilustração da história. Um bom conto possibilita também a abordagem de aspectos relacionados a Ciências, Geografia e História.
Usando recortes de revistas e fotos da família, a criança poderá descrever tipos de brincadeiras e super-herois dos quais gostam, e músicas ouvidas em casa. Fixada a abordagem a ser utilizada, é necessário formular um conograma.
PROCEDIMENTOS - HISTÓRIA: Conseguir recortes e fotos da família para a montagem de um cartaz.
PROCEDIMENTOS - LÍNGUA PORTUGUESA: Elaboração de um texto descrevendo gostos culinários da família, músicas, danças, brincadeiras e programas preferidos.
PROCEDIMENTO - GEOGRAFIA: Informar o nome de seu bairro, rua, se mora em casa ou apartamento, tipo de percurso ou trajeto que faz para chegar à escola. Faça um desenho de sua rua e casa.
REFERÊNCIAL TEÓRICO: PCNs Introdução, PCN Pluraridade Cultural, Apostila módulo 5, revistas , fotos, recortes etc.
TEMPO DE EXECUÇÃO: Para que atinjamos nossos objetivos e conteúdos cada etápa será ealizada em um dia.
Para cada matéria que será trabalhda por dia 15 minutos levando-se em conta o tempo de atenção das crianças num determinado assunto.
AVALIAÇÃO: Como nosso obejtivo é verificar o nível de amadurecimento bem como como ele evoluio usaremos a avaliação dialógica. E dentro desta avaliação usaremos a avaliação prognóstica na qual veremos os pré requisitos ou avaliação de entrada; depois partimos para a avaliação diagnóstica na qual vamos mostrando os procedimnetos do dia a dia para verificarmos quem está incorporando as abilidade previstas. E por fim avaliação classificatória na qual faremos a avaliação final dos educandos. Deste modo não separamos as questões quantitativas e qualitativas da evolução do aluno.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Volume 1 – Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 1997

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Volume - 10.1 Temas Transversais Pluraridade Cultural. Brasília: MEC, 1997.

DEMO, Pedro. Ironias da Educação: mudanças e contos sobre mudança. Rio de Janeiro: DP&A, 2000.

ROMÃO, J. E. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1998.

*o autor:
João C. Maria
aluno Unoparvirtual Campinas
curso pedagogia licenciatura.



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