quinta-feira, 5 de março de 2009

Crianças de 6 anos , no ensino fundamental. (meus artigos).


Quando uma criança de seis anos entra no ensino fundamental, algumas observações devem ser levadas em conta. Segundo Condermarin e Blomquist a criança pode ter dificuldade em aprendizagem por imaturidade ou certos desenvolvimentos oculares ainda não maduros.

A imaturidade na iniciação da aprendizagem constitui uma causa freqüente de dificuldades na aprendizagem da leitura. As investigações demonstram que a instrução formal de leitura deve iniciar-se quando a criança pussui uma idade mental de seis anos e meio aproximadamente. Está iniciação formal refere-se ao ensino sistemático dos símbolos gráficos. (Condermarin e Blomquist, p.17, 1989).

É sabido que nem todas as crianças se desenvolvem e amadurecem de maneira igual. Umas caminham mais rápido do que outras e vice-versa. Existe neste sentido uma ampla gama de variedades no crescimento; nem todos atingem a maturidade sistemática para aprendizagem simultaneamente. Nesse ponto as meninas geralmente amadurecem um ano e meio mais cedo do os meninos.
Mas gostaria de tocar em outro ponto deste desenvolvimento.
Estar pronto para ler e participar deste processo de esnsino-aprendizagem implica também na maturidade de outros aspectos: a criança deve possuir uma idade visual. O olho da criança de seis anos possui freqüentemente uma hipermetropia; ela não pode ver com clareza objetos tão pequenos como uma palavra.
Não, podemos perder de vista estes pequenos detalhes, isto nos faz lembrar a parábola do semeador. Cada criança se desenvolve no seu ritmo.

Um pedagogo-a/professor-a deve ser um estudioso de sua práxis.


Veja abaixo alguns vídeos e slides sobre esta temática.

O corpo humano - 03 - Visão - Parte: 1, 2 e 3


Palavras-chave:

Prionyx


Prionyx


Prionyx


Slides.

robsoncosta,
Avaliação da Acuidade Visual - Professor Robson


Glossário:

PRAXE / PRÁXIS

Estas duas palavras vêm da mesma raiz grega ("práxis"), que significa "ação". Tome cuidado com a pronúncia do "x". O de "praxe" se lê como o de "lixo". Já o de "práxis" se lê como o de "fixo". Na prática, a palavra "praxe" é mais usada e significa "rotina, procedimento costumeiro": "Estabeleceu a praxe de almoçar com o irmão". "Práxis" se usa também em filosofia. É conceito fundamental no pensamento marxista. Trata-se do conjunto de atividades que criam condições para a ação prática, a produção material.(prof. Pasquale).


O autor: João C. Maria, aluno(pedagogia módulo 7 noturno), Unopar Virtual unidade Campinas 2.

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quarta-feira, 4 de março de 2009

Paulo Freire, rigorosidade metódica. (Slides).

joaomaria,


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Novos rumos do ensino ,pedagogia.

Pedagogia

Se você acredita que as escolas são o único e provável destino dos profissionais formados em Pedagogia, então, está na hora de abrir os olhos

O pedagogo David Bomfin, 50 anos, deixou, há algum tempo, de atuar em hospitais. Não, você não leu errado. Pedagogos e hospitais combinam, assim como combinam pedagogos e shoppings, pedagogos e mineradoras, pedagogos e siderúrgicas, pedagogos e empresas de Engenharia Costeira. Esse profissional há muito soltou-se das amarras das instituições de ensino, embora continuem sendo o espaço mais privilegiado de inserção, e conquistou novos espaços de trabalho.

Segund

o a coordenadora do Colegiado de Curso de Pedagogia da UFMG, Maria de Fátima Cardoso Gomes, o pedagogo era anteriormente formado para ser, por exemplo, diretor, orientador ou supervisor em instituições de ensino, algo bem distante da realidade e das necessidades atuais. Para ela, apesar de em muitas faculdades esse velho modelo prevalecer, o mercado de trabalho cresce visivelmente e em busca de novas práticas. "Esse modelo está mudando e a nova realidade exige gente muito mais preparada", sustenta.

"O pedagogo é aquele que, a partir d

e um diagnóstico, identifica necessidades e falhas no processo de ensino-aprendizagem; indica metodologias adequadas à situação de cada local; e aponta se, por exemplo, as ações devem ser voltadas para o grupo, para o indivíduo, ou mesmo envolver parceiros externos. Onde houver processo de aprendizagem, o pedagogo tem com o quê contribuir", completa David Bomfin.

Arquivo pessoal

DAVID BOMFIN trocou a agitação das salas de aula pelas muitas possibilidades de ensino que existem mundo afora

Formado há mais de 20 anos, Bomfin vive de uma cidade para outra, em todo o país, prestando consultoria em Pedagogia Empresarial, segmento em franca ascensão, mas ainda pouco conhecido. Ele deixa claro que o pedagogo não tem que se preocupar com o tipo de instituição e sim com habilidades próprias da Pedagogia para atuar em qualquer instituição. "Quando o pedagogo entra em um hospital, não

tem que entender de Medicina. Ele tem que ser capaz de indicar os problemas que geram dificuldades nos mais variados processos de aprendizagem naquele local, além de estratégias e ferramentas para a resolução dos impasses", argumenta.

Educador social Segundo Maria de Fátima Cardoso, a Pedagogia Empresarial tem mesmo se tornado uma opção bastante viável para os futuros profissionais, assim como o trabalho em ONGs (organizações não-governamentais) e projetos sociais, como os ligados às ações afirmativas* ou aos de reforma agrária. O curso na UFMG, diz a coordenadora, forma um profissional generalista, que trabalha em duas vertentes: na formação de docentes e de profissionais que irão lidar com a coordenação e com a gestão de processos educativos escolares e fora da escola.

"Estão surgindo novas oportunidades, o mercado de trabalho é exigente e procura por um profissional com formação de um educador social", assinala. Já flexibilizado, o curso de Pedagogia oferece formação complementar em Gestão Educacional, Educação Infantil, Educação de Jovens Adultos e Alfabetização, Leitura e Escrita. "Percebemos que o profissional não poderia deixar a Universidade voltado apenas para a escola, para educaç

ão infantil ou básica. Os problemas na educação brasileira são muitos e variados e temos que atentar para os diferentes aspectos".

Quem tem pressa, come cru

As exigências do mercado de trabalho são bastante evidentes na opinião da experiente Sylvia Garcia, 62 anos. Ela lembra que a busca das escolas pela qualificação de seus profissionais é grande e atinge as redes pública e privada. "Tem muita gente preocupada", assinala ela, que se dedica a projetos de avaliação de sistemas educacionais. Nesse trabalho, realiza intervenções de longa duração. "É um trabalho bastante complexo, porque a instituição tem que ser acompanhada muito de perto por um período longo, de anos. Só assim, podemos diagnosticá-la e identificar as estratégias de aperfeiçoamento", explica. Para se ter uma idéia do aprofundamento da avaliação, Sylvia conta que no Sistema Marista foram necessários cinco anos de acompanhamento.

Segundo Sylvia, o campo é muito grande, mas é preciso que o pedagogo se especialize. "Se ele vai ajudar outros professores, é necessário que tenha uma formação ampliada", lembrando que os pedagogos vão, dependendo do caso, propor melhores formas de ação dos professores junto aos alunos, auxiliar os professores a construir métodos de avaliação ou ainda trabalhar com a avaliação de aprendizagem

.

Oportunidades Acostumada às mazelas e aos prazeres da rede pública de ensino, a pedagoga Sara Mourão Monteiro, 42 anos, acredita que os futuros profissionais devem estar atentos à realidade dos grupos com os quais trabalham, afastar preconceitos e manter a autocrítica. "Se o pedagogo é um acompanhador das práticas e dos processos de outros, não pode ser alguém fechado em si mesmo e nas suas próprias teorias", ressalta.


CLÁUDIA BERGERHOFF está sempre atenta à oportunidades de participação em projetos de extensão e pesquisa na Faculdade de Educação

Sara participou da implantação da Escola Plural, na rede de ensino da Prefeitura de Belo Horizonte. "Foi um grande desafio, pois tínhamos que articular muito bem a alfabetização e o ensino com a realidade social dos alunos e da família", lembra. Sara trabalha na produção de material didático para a formação de professores. "Os professores não se limitam mais a cartilhas ou a livros. Eles incorporam muitos outros recursos e o pedagogo pode ajudá-los", diz.

Decidida a voltar a estudar depois de 10 anos longe dos bancos escolares, Cláudia Bergerhoff, aluna do 9o período, impôs-se dedicação máxima ao curso. "Eu nem acreditava que poderia passar no vestibular, mas a conquista serviu para me mostrar que eu podia e devia fazer mais", avalia ela.

"Os projetos de pesquisa e extensão que me ajudaram na compreensão do papel do pedagogo e me incentivaram em todo o percurso. O aluno precisa saber que pode seguir vários caminhos, mas tem que prestar atenção ao que a Escola oferece. Se bobear, achar que o curso é fácil, pode entrar e sair daqui como entrou e só se lamentar quando estiver lá fora", analisa.

Ações afirmativas - conjunto de ações, projetos e iniciativas que visam eliminar preconceitos de genêro e cor.
Fonte: http://www.ufmg.br/diversa/7/pedagogia.htm

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terça-feira, 3 de março de 2009

De mochila e laptop


De mochila e laptop

O uso de celulares, iPhones e Blackberries se torna cada vez mais comum nas salas de aula americanas e ajuda a aproximar professores e alunos

Fernanda Melazo, de Los Angeles


A brasileira Francine, da Universidade da Califórnia: celular liberado em sala para torpedos, pesquisas e e-mails

Chessa Piker-Ward, 22 anos, tem aulas de coreografia no curso de Dança do Departamento de Artes da Universidade de Santa Cruz da Califórnia, nos Estados Unidos. Além das sapatilhas, Chessa leva na mochila o laptop. Na última aula, a professora sugeriu aos alunos que pesquisassem na internet vários significados para a expressão "doenças do amor". Enquanto ensinava o que sabia sobre o impacto dos sentimentos nos gestos e movimentos do corpo, seus estudantes levantavam novas questões e diferentes passos de dança a partir das descobertas online. "Foi muito divertido. Eu gostei de dançar com as definições das palavras", diz Chessa, que está no primeiro ano do curso.

Chessa, seus colegas e seus laptops repetem em sala de aula uma cena que já se tornou corriqueira nas universidades norte-americanas, onde os computadores portáteis substituem os tradicionais cadernos. "No meu curso de método, por exemplo, vários colegas levam seus laptops para fazer anotações", testemunha Chessa, que chega a brincar com o fato de seus amigos a considerarem ultrapassada em termos de tecnologia. "Eu não sei nada sobre os telefones inteligentes. Meus amigos sempre fazem piada porque meu celular é muito antigo", diz.

A chamada geração net e seu talento nato para a tecnologia modificaram de maneira irreversível os padrões de ensino. Computadores portáteis, celulares, telefones inteligentes, como iPhone e Blackberry, e redes de relacionamento disputam espaço cada vez maior com os métodos tradicionais de educação e já são um desafio para as instituições de ensino superior.

O cálculo é que atualmente 80% dos estudantes universitários nos Estados Unidos têm seu próprio laptop, como Chessa. Os números são da Educause, uma organização sem fins lucrativos que tem como objetivo orientar as universidades sobre o melhor uso da tecnologia da informação. A Educause é composta por representantes de mais de 2.200 instituições de ensino superior e organizações do setor da educação. E pesquisa anualmente, desde 2004, o comportamento dos estudantes em relação ao uso de tecnologias.

"O aumento no uso da tecnologia da informação oferece oportunidades e desafios para faculdades e universidades. Crescem, por exemplo, questões sobre quais dos recursos poderão ser utilizados no ensino. Seria desejável incorporar novas e emergentes tecnologias no currículo? Há ganhos educacionais nisso? Os alunos esperam que os seus colégios e universidades usem essas novas tecnologias em seus cursos? Os dados das pesquisas fornecem suporte a essas decisões, descrevendo como os estudantes usam a tecnologia", explica Judy Borreson Caruso, diretora de política e planejamento da Educause.

Oúltimo levantamento mostra que 66% dos universitários norte-americanos possuem telefones inteligentes, que oferecem acesso à internet. Em Los Angeles, a brasileira Francine Alcântara, 29 anos, compõe esta estatística. Ela acabou de ganhar um iPhone de um amigo que frequenta o bar onde a estudante trabalha. Agora faz parte da maioria de seus colegas que adotou a maior sensação do mercado de telefonia como o brinquedo preferido. "Esses telefones são excelentes. Não preciso chegar em casa para fazer pesquisas ou checar meus e-mails", diz Francine, que estuda psicologia na Universidade da Califórnia Dominguez Hills.

A futura psicóloga diz que na sua faculdade há pouca restrição quanto ao uso dos celulares nas salas de aula. "Podemos usar para mandar torpedos, pesquisar e checar e-mails. Só não podemos atender ligação durante as aulas", diz ela, que, por meio de seu endereço eletrônico fornecido pelo provedor da universidade, troca constantemente mensagens com os professores. "Mesmo quando estou fora da faculdade, posso continuar conversando com os professores pelo e-mail. Se tenho alguma dúvida sobre trabalhos, prazo de entrega, reuniões, envio uma mensagem pelo iPhone, de onde eu estiver. E, em pouco tempo, recebo a resposta", conta ela, mostrando o grau de envolvimento de alguns professores com o uso da tecnologia.

Em Chicago, a estudante de jornalismo da Faculdade de Columbia Jessica Galliart, 21 anos, acompanha com interesse o crescimento do uso da tecnologia, e principalmente dos telefones inteligentes no campus. Ela, que já está no último ano do curso, é editora-chefe do site The Columbia Chronicle, uma publicação online feita apenas pelos estudantes.

Segundo Jessica, a utilização desses telefones para o ensino ainda é reduzida, mas os professores começam a conversar com os alunos dentro de sala de aula sobre como usar iPhones, Blackberries, celulares e outros recursos tecnológicos. Um deles acabou de propor um novo curso para o próximo semestre chamado "Jornalismo Móvel", que tratará do uso dessas tecnologias no jornalismo.

"Para o ensino e a aprendizagem, essas tecnologias podem ser utilizadas para abrir a comunicação com os alunos. Quase todo estudante tem telefone celular, e o uso de iPhones e iPods no campus é muito alto. Utilizar esses dispositivos para se comunicar com os alunos sobre atribuições, planos de aula, mudanças de carga horária ou simplesmente para ter uma troca de ideias mais rápida é uma maneira interessante de explorar novos territórios no ensino superior", opina Jessica.

Mas, apesar da moda, o uso dos telefones para o acesso à internet ainda é restrito, segundo a Educause. Muitos estudantes reclamam do alto custo cobrado pelos provedores. Por isso, faculdades e universidades estão monitorando o ponto de maturação entre preço e acesso para avaliar o potencial do uso dessa tecnologia como plataforma de ensino.

Já a utilização dos celulares para comunicação via mensagem de texto é generalizada: 84% dos estudantes usam esse recurso para manter contato com seus colegas e professores. O costume serve a vários propósitos: marcar e confirmar reuniões, avisar sobre mudança de horário de aula, informar sobre andamento de trabalhos em grupo e trocar informações instantâneas.

Na Universidade de Michigan, Thiago Antonio, 28 anos, outro brasileiro que está no primeiro ano do curso de Ph.D. em psicologia de comunidades ecológicas usa seu telefone celular para enviar e receber mensagens de sua orientadora. "Acho que é uma forma prática e rápida. Quando preciso confirmar uma reunião ou avisar sobre o andamento dos trabalhos científicos, mando uma mensagem de texto para seu celular. Assim ela pode checar quando for conveniente para ela", diz.

A aluna de dança Chessa Piker-Ward: pesquisa na internet durante a aula ajuda a definir coreografia
De todas as tecnologias da informação, as redes sociais de relacionamento se tornaram em pouquíssimo tempo o modo mais popular de comunicação entre os jovens estudantes. Diferente da preferência no Brasil pelo Orkut, as páginas mais frequentadas nos Estados Unidos são MySpace e Facebook. Segundo a Educause, 85% dos alunos de universidades estão nessas redes. Um fenômeno que chama tanta atenção que, pela primeira vez, ganhou da entidade um capítulo especial na mais recente pesquisa realizada.

"As redes de relacionamento estão transformando por completo o tecido social das universidades. Por meio delas, os alunos ampliam seus contatos pessoais e suas perspectivas, desenvolvem sua capacidade de relacionamento e ganham um novo canal de interação com seus colegas de classe", afirma Nicole Ellison, professora da Universidade de Michigan e responsável pelo estudo que integra o levantamento feito pela Educause.

Segundo Nicole, conhecer e entender as redes de relacionamento e as motivações para seu uso passaram a ser uma tarefa importante para as universidades e faculdades. "Embora muitos professores avaliem as redes como uma distração nas salas de aula, seu uso tem impacto no ensino e na aprendizagem. Os estudantes acessam as páginas para montar seus grupos de estudo, conversar sobre trabalhos e trocar informações com seus colegas de classe", afirma.

Em muitas universidades norte-americanas e até em escolas do ensino médio, as chamadas high-schools, vários professores aproveitam a popularidade das redes de relacionamento para engajar os estudantes no dia a dia dos cursos. Muitas instituições já usam as redes para atrair novos estudantes e manter contato com ex-alunos. As bibliotecas também estão explorando diferentes usos dessas páginas para ampliar a oferta de seus serviços. A Universidade de Miami, por exemplo, compra anúncios no Facebook para promover suas atividades esportivas.

Atentas às mudanças, as instituições americanas adotam em sala de aula diversas ferramentas tecnológicas para adequar os métodos de ensino ao novo estilo dos estudantes.

Na Universidade de Ohio, por exemplo, a novidade é o uso dos modelos instantâneos de resposta, chamados de Student Response Systems ou "clicker". Por meio desse sistema, os professores fazem uma pergunta a sua classe e todos os alunos respondem imediatamente usando um teclado portátil que se assemelha a um pequeno controle remoto. O software imediatamente tabula as respostas e as exibe numa tela.

"Além do envolvimento dos estudantes obtido pelo professor, o sistema oferece um retorno imediato e visual para toda a classe, o que permite a troca de informações entre os colegas e a compreensão pelo instrutor das reais necessidades da classe", afirma Michael Roy, responsável pelo desenvolvimento de programas da web e de multimídia da universidade.
Outra vantagem é que essa tecnologia oferece a oportunidade da participação de alunos mais tímidos, que dificilmente enfrentariam uma classe cheia de colegas para responder questões diretamente ao professor.

Além disso, segundo Roy, exercícios bem planejados com o clicker estimulam o trabalho em grupo. "Alguns instrutores exigem que os estudantes discutam, criem consensos ou desenvolvam questionários que favoreçam a colaboração e o trabalho em equipe", diz.

Embora os estudantes sejam os primeiros a se entusiasmarem com a tecnologia, a maioria acha que as universidades devem usar os recursos de forma moderada. E indicam que ainda valorizam muito a interação com o professor na sala de aula. "Os alunos nos dizem que não gostam do uso da 'tecnologia pela tecnologia'. Eles querem tecnologias que estão disponíveis quando necessárias e que os ajudem no seu progresso acadêmico", explica Judy Caruso, diretora da Educause.

A futura jornalista Jessica Galliart concorda. "Mais e mais faculdades estão explorando como a tecnologia pode ser utilizada no campus e na sala de aula. Acho que isso pode ser benéfico se utilizado corretamente, mas muitas vezes a tecnologia pode se tornar uma fonte de dependência", diz.


Universitários high tech

Pesquisa da Educause, que ouviu 27.317 alunos em 98 universidades e faculdades americanas, mostra como os alunos lidam com a tecnologia

- 85,9% usam spreadsheets

- 85,2% estão em redes sociais de relacionamento como Facebook e MySpace

- 83,6% usam mensagem de texto

- 82,3% usam os chamados Course Management System (CMS)

- 82,2% possuem laptop

- 66,1% possuem celular com acesso à internet

- 65,6% acham que o uso da tecnologia ajuda nas atividades educativas

- 62% não concordam que poderão faltar às aulas se os conteúdos de classe puderem ser checados on line

- 59,3% acham que o uso da tecnologia em classe dever ser moderado


Veja também:
Mensagem "quase" direta


- Pressão por critérios
- Integração latina
- Exemplo de paixão
- Reflexões para 2030

+ MAIS NOTÍCIAS
- Prorrogado o prazo para inscrições da 61ª reunião da SBPC
- CNPq divulga calendário de bolsas e auxílios para 2009
- Educação para o Pensar é tema de curso de especialização na PUC-SP
- Encerra dia 6 de fevereiro as inscrições para concurso público da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
- Capes prorroga inscrição para doutorado pleno no exterior

Fonte: http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12323

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Receita libera programas para IR; faça o download no UOL


Da Redação
Em São Paulo

A Receita Federal liberou os programas para declaração e entrega pela Internet do Imposto de Renda 2009 (ano-base 2008).

Faça aqui no UOL o download dos programas necessários para a declaração, conforme o sistema operacional de seu computador. Escolha abaixo:


Outras versões do programa, como Linux ou Solaris, estão no site da Receita Federal. A página fica sujeita a lentidão devido ao grande número de acessos.

QUEM É OBRIGADO A DECLARAR?
COMENTE ESTE VÍDEO
Depois de preenchida a declaração, um outro programa é necessário: o Receitanet. Ele é usado para enviar todas as informações à Receita Federal pela Web. Faça o download segundo a versão de seu computador: Windows ou Linux.

Outras versões do Receitanet estão no site da Receita.

O período de entrega da declaração começou nesta segunda e vai até 30 de abril, sem prorrogação.

O envio pode ser feito o dia inteiro e parte da noite. Na madrugada, de 1h às 5h, o serviço é interrompido para manutenção.


Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/economia/2009/03/02/ult953u102.jhtm

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segunda-feira, 2 de março de 2009

Corrida pelo saber


REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 120
Corrida pelo saber

Má performance da educação brasileira em indicadores internacionais e aumento da oferta de olimpíadas de diversas disciplinas recolocam em pauta a utilização de competições como ferramenta para a criação de desafios no âmbito da aprendizagem
Valéria Hartt

No último Fórum Econômico Mundial, o Brasil desceu alguns degraus na escala da competitividade global, agora listado na 66ª posição entre os 125 países avaliados. Em outro ranking, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o país também decepciona: entre 2000 e 2004, registrou sua pior evolução no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desde 1975, quando o estudo iniciou a comparação histórica. Entre as mazelas que fazem despencar nossa competitividade, a macroeconomia não está sozinha. O relatório de Davos aponta também para um ensino básico com baixa qualidade e grandes taxas de evasão, ao lado de uma universidade pública ainda pouco acessível às camadas de baixa renda. No estudo da ONU, o Brasil não avançou em dois dos quatro critérios avaliados: taxa de alfabetização de pessoas com idade igual ou superior a 15 anos e taxa de matrícula nos três níveis de ensino (fundamental, médio e superior).

Na chamada era do conhecimento, a educação ganha status de indicador econômico, é avaliada por metas de desempenho e reconhecida como alavanca para a competitividade. Não por acaso, a onda chega também às salas de aula e faz emergir um novo perfil de aluno.

Hoje, mais de 40 comunidades reúnem uma nova "tribo" de adolescentes, em meio a tantas do portal de relacionamentos orkut. Longe de representar os aficcionados pelo último game da temporada ou os fãs da banda de pop rock do momento, eles têm em comum o interesse por disputas que medem o conhecimento em disciplinas escolares, que na última década ganharam diferentes versões e ampliaram as áreas de interesse. No mundo virtual, elas confirmam a existência de um público fiel: o dos apaixonados pelas competições do saber, da tradicional Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) às provas mais recentes, como a de Astronomia, que em 2006 superou a marca de 300 mil participantes entre alunos dos ensinos médio e fundamental. Só as comunidades dedicadas à Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), criada em 2005, contam mais de 2 mil integrantes, que debatem teorias, lançam formulações e comparam os resultados das provas via internet.

"Competições mobilizam professores e alunos e contribuem para revitalizar o ensino da disciplina", diz Ildeu Moreira, do Ministério da Ciência e Tecnologia

Para se ter uma idéia da importância atribuída às competições estudantis, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março, propõe a criação de uma Olimpíada de Língua Portuguesa como forma de mobilizar escolas e alunos no combate à chaga da alfabetização precária, que leva muitos estudantes a não entender o que lêem.

Febre virtual

Alunos sob pressão? Não é o que parece. Ao contrário, muitas dessas comunidades organizam virtualmente seus próprios concursos, a exemplo da Olimpíada Orkutense de Matemática (OOM) e do Torneio de Matemática do Orkut.

"É muito divertido", garante Sávio Ribas, 15 anos, um dos idealizadores da OOM. Estudante do ensino fundamental de uma escola pública de Ouro Preto (MG), Sávio é um dos milhões de alunos da rede oficial que disputaram a Obmep, promovida pela Sociedade Brasileira de Matemática. Premiado com menção honrosa e uma bolsa de iniciação científica júnior do CNPq, que cursa desde junho passado, elogia a iniciativa.

"Muitos estudantes de escolas públicas se sentem desmotivados. A Obmep nos estimulou, mostrou que somos capazes. Aprendemos a gostar da matéria, a lidar com provas desafiadoras e somamos amigos com os mesmos interesses. Foi a primeira em que competi e agora não perco uma", completa.

Questão controversa

Mas o entusiasmo de Sávio não é compartilhado por muitos educadores. "A competição pela competição não é ferramenta pedagógica. A própria denominação reforça esse espírito e remete ao pódio dos vencedores", diz Victor Koloszuk, diretor do ensino médio do Colégio Vértice, que pelo segundo ano consecutivo obteve em 2006 a melhor média no Enem entre as escolas do Estado de São Paulo. "A idéia é boa, os organizadores bem intencionados, mas o modelo é questionável. Ao invés de ser um estímulo, pode ser desastroso para um aluno adolescente", sustenta.

Na mesma trilha, Francisco Soares, do Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais (Game) da Universidade Federal de Minas Gerais, encara com reservas o repertório de competições ofertado aos alunos. "O vestibular, inevitável enquanto houver mais candidatos do que vagas, cumpre bem sua função, embora tenha o efeito colateral perverso de pautar o ensino médio, obrigando milhões de alunos a estudar conteúdos só significativos para a seleção de poucas universidades. Mas as olimpíadas, que merecem a simpatia de tantos, têm problemas similares. Quando se transformam em políticas educacionais, prestam um desserviço ao sistema, pois medem o desempenho do aluno típico com uma régua adequada apenas para 'ronaldinhos'. Será que a grande massa se sente valorizada ao ser completamente reprovada? Se a régua é inadequada para diagnóstico e monitoramento da qualidade da educação, qual a utilidade da medida resultante e por quê defender seu uso?", questiona.

Francisco Soares, da UFMG: como políticas públicas, competições prestam um desserviço ao sistema

Os defensores rebatem, sob o argumento de que o papel da Educação também é identificar e construir talentos. É o que acredita Ildeu Moreira, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). À frente do Departamento de Popularização da Ciência e Tecnologia, criado pelo governo Lula, em 2003, Moreira garante que as competições acabam mobilizando professores e alunos, contribuem para revitalizar o ensino da disciplina e melhorar a auto-estima dos educadores, que se sentem socialmente valorizados. "O risco está no enfoque, na abordagem, e não no mecanismo em si", pondera.

Na dose certa

É na sala de aula que a questão assume contornos mais concretos. Afinal, como as escolas encaram a nova onda de competições e como isso chega ao aluno?

No Vértice, não há cursos preparatórios nem as chamadas turmas olímpicas. Aos alunos que demonstram interesse em se preparar para alguma competição do gênero, o diretor sugere ocupar o tempo livre para descansar ou sair com a namorada. "Nos dias de hoje, vai ter mais sucesso pessoal quem tiver uma visão mais aberta a todas as áreas do conhecimento", justifica.

Segundo colocado entre as escolas paulistas na última edição do Enem, o Colégio Bandeirantes prefere encampar aquilo que chama de "Olimpíadas Acadêmicas". Mantém não apenas uma área dedicada ao assunto em sua página na internet, como organiza cursos preparatórios para as provas olímpicas de física, química e matemática. A participação é oferecida apenas aos alunos com bom desempenho global e não é aconselhada às turmas do 3º ano do ensino médio, que têm carga horária diferenciada em função do vestibular.

O pioneiro Shigueo Watanabe, criador da Olimpíada Paulista de Matemática: bolsas para alunos de baixa renda terem acesso a universidades públicas de alto nível

"Assim como existem grupos de reforço para o aluno que não atinge os objetivos, por que não oferecer apoio educacional suplementar àqueles com ótimo rendimento?", questiona o professor de matemática Irineu Romera, orientador do curso de preparação oferecido pelo Bandeirantes.

Na contramão, o Etapa, também de São Paulo, vai por uma outra linha: participa quem quiser. A escola estimula seus alunos a concorrer nas olimpíadas abertas, abre as portas de seus cursos olímpicos - com turmas que já chegaram a 120 alunos - e também promove competições internas, em cinco disciplinas (física, química, biologia, matemática e português), com a adesão de outras escolas que adotam sua metodologia.

Se diante de poucos exemplos há visões tão contrastantes, não é difícil dimensionar a extensão do debate. O que parece consenso é a importância de um olhar individualizado, respeitando os limites e particularidades de cada estudante.

"A competição é importante e a criança precisa aprender a competir", diz Marilda Novaes Lipp, presidente da Associação Brasileira de Estresse e titular do Departamento de Psicologia da PUC de Campinas. "Se o aluno for extremamente protegido e mantido em uma redoma emocional, não estará apto a enfrentar o mundo de hoje", alerta.

Como acertar a dose? A recomendação da especialista é apelar ao bom senso, que aponta para o ponto de equilíbrio. É preciso estar atento ao grau de exigência imposto aos alunos, ao caráter ético das competições e, principalmente, a uma reflexão permanente, que deve envolver pais e educadores: até que ponto a criança não está sendo preparada para ser exibida como um troféu? Até onde a escola está trabalhando em benefício do aluno ou em sua própria estratégia de marketing?

Ferramenta de inclusão

Extraídos os excessos, muitos educadores parecem convergir para o reconhecimento de que as competições educacionais têm méritos importantes. Apoiar talentos, sem dúvida, é um deles. Abrir oportunidades a crianças e jovens com grande potencial e evitar que sejam lançados precocemente no mercado de trabalho pela pressão econômica é outro.

Pioneira, a Olimpíada Paulista de Matemática (OPM), criada em 1977, nasceu com um forte viés social. Já na edição inaugural, teve mais de 2,2 mil escolas e cerca de 1,5 milhão de estudantes inscritos. Seu idealizador, Shigueo Watanabe, Ph.D. em Física Nuclear pela Universidade de Washington, em 1961, hoje aposentado como professor titular do Instituto de Física da USP, é nome de referência em competições educacionais no Brasil. Organizou a OPM durante 25 anos, concretizou outras tantas olimpíadas na área da ciência e ainda hoje se mantém envolvido em diferentes iniciativas do gênero.

"Desde o início, oferecíamos bolsas para que alunos de baixa renda pudessem completar seus estudos e tivessem a oportunidade de ingressar em uma universidade pública de alto nível", diz Watanabe.

Oportunidade para a carreira

Hoje, graças à participação de entidades como a Fundação Lemann e o Instituto Social Maria Telles (Ismart), organização sem fins lucrativos que apóia alunos de baixa renda com alto potencial acadêmico, o modelo tem ampliado seu alcance social. Segundo o Ismart, levantamentos mundiais indicam que entre 1% e 5% da população mundial é composta por pessoas com esse perfil. No Brasil, existem 2,5 mil estudantes identificados.

Foram propostas como essa que impulsionaram a carreira de Ralph Teixeira, medalhista de ouro por dois anos consecutivos (1986 e 1987) na seleta Olimpíada Mundial de Matemática, hoje Ph.D. na matéria pela Universidade de Harvard e um dos mais reconhecidos cientistas brasileiros. É o que alimenta também os sonhos de muitos jovens selecionados pela Obmep para as bolsas de iniciação científica do CNPq. Estudantes como o Walassy Rosa da Silva, 16 anos, aluno da 2ª série do ensino médio do Colégio Estadual Helena Assis Suzart, em Feira de Santana (BA).

"Nunca imaginei que existissem tantas áreas ligadas à matemática. Pude conhecer o Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa) pessoalmente, no Rio de Janeiro, e assisti aos vídeos da Unicamp e do ITA. Vou me esforçar muito para conseguir estudar em um desses lugares", diz Walassy.

E não são apenas os alunos de baixa renda que se beneficiam da inclusão. Independentemente de sua condição econômica, garotos rejeitados em função de serem vistos como muito estudiosos parecem ter encontrado um meio de ser aceitos.

"As olimpíadas deram espaço social a um aluno que passou a ser valorizado pelos seus pares", sustenta Ronaldo Fogo, encarregado das turmas olímpicas do Colégio Objetivo.

Veja entrevista exclusiva, com Inês Boaventura França, gerente técnica do projeto Ismart

A MARATONA OLÍMPICA

OBM - Olimpíada Brasileira de Matemática
www.obm.org.br
Criação: 1978
Público-alvo: alunos dos ensinos médio
e fundamental (5ª a 8ª série),
além da edição universitária
Participantes em 2006: 350 mil alunos de 5 mil escolas (redes pública e privada)

Obmep - Olimpíada Brasileira
de Matemática das Escolas Públicas
www.obmep.org.br
Criação: 2005
Público-alvo: alunos dos ensinos médio e fundamental (5ª a 8ª série)
Participantes em 2006: 14,15 milhões de alunos de 32,6 mil escolas públicas

Olimpíada Brasileira de Saúde
e Meio Ambiente
http://www.fiocruz.br/olimpiada/
Criação: 2002
Público-alvo: alunos dos ensinos
médio e fundamental (5ª a 8ª série)

Olimpíadas de Química
www.obq.ufc.br/
Criação: 1986
Público-alvo: alunos do ensino médio

OBI - Olimpíada Brasileira de Informática
http://olimpiada.ic.unicamp.br/
Criação: 1998
Público-alvo: alunos do ensino médio
e de 5ª a 8ª série do fundamental

OBF - Olimpíada Brasileira de Física
www.sbfisica.org.br/olimpiadas
Criação: 1999
Público-alvo: alunos do ensino médio

OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica
www.oba.org.br/
Criação: 1997
Público-alvo: alunos de todas as séries dos ensinos fundamental e médio

OBB - Olimpíada Brasileira de Biologia
http://www.anbiojovem.org.br/
Criação: 2005
Público-alvo: alunos do ensino médio
Participantes em 2006: 16.500 estudantes

DAS OLIMÍPIADAS PARA O MIT

"Os resultados nas olimpíadas foram a chave para minha admissão no MIT (Massachusetts Institute of Technology)", diz Gabriel Tavares Bujokas, 18 anos, ouro no mundial de matemática em 2005. "Por causa das olimpíadas, ganhei bolsas de estudo e tive a oportunidade de ingressar nessa faculdade americana, uma vez que o sistema de admissão aqui [nos Estados Unidos] não é baseado em exames."

Bujokas começou a disputar a OBM no ano 2000, então na 6a a série. "Gostei tanto dos problemas da prova que continuei participando, por pura diversão", explica. "Todos os participantes que conheci disputavam a olimpíada para se divertir, porque o caráter dos problemas é extremamente desafiador. E muitos, como eu, são gratos por terem tido essa grande fonte de motivação", diz.

O êxito de Bujokas, agora membro do seleto time de alunos de um dos mais reconhecidos centros de excelência mundial em tecnologia, não foi suficiente para fazê-lo decidir que rumo trilhar. "Vou estudar matemática ou computação. Ou as duas coisas, não sei ainda."


MEDALHISTA MULTIMÍDIA

Mais de 70% do tráfego multimídia da web brasileira é gerenciado pelos softwares de uma empresa especializada nas sofisticadas tecnologias requeridas pela internet. Graças ao trabalho da LabOne, os assinantes do portal Terra assistiram à Copa do Mundo de 2006 e os italianos à transmissão do funeral do Papa pelas páginas pontocom. O sócio-fundador, Reynaldo Fagundes, começou a desenhar os rumos da empresa aos 19 anos, depois de conquistar a medalha de prata no mundial de matemática de Hong Kong (1994). Hoje, aos 31, está à frente da companhia no Brasil e em mais seis países, incluindo o competitivo mercado norte-americano.

"Foi paixão à primeira vista", recorda o executivo, referindo-se às primeiras aulas de preparação olímpica que assistiu como aluno do Etapa, em São Paulo. Para Fagundes, a matemática, quando vista sob o ângulo das olimpíadas, é bem diferente da matéria tratada regularmente em sala de aula.

"As ferramentas são as mesmas que um aluno de ensino médio domina e não exigem o conhecimento de teorias muito avançadas. No entanto, a mágica do negócio é formular problemas complexos e com raciocínio sofisticado apoiados naquela teoria básica. Os problemas são bonitos, as soluções muito elegantes e, para quem gosta, isso desperta uma admiração, assim como um apreciador de obras de arte ao visitar a Capela Sistina", compara.

O interesse pela matéria cresceu. Ao voltar do mundial da China, Fagundes passou a se dedicar ao estudo da compressão do vídeo digital, processo que depende fundamentalmente de algoritmos matemáticos. A web ainda engatinhava quando ele começou a debater o assunto em grupos de discussão e ganhou visibilidade. Convidado por uma empresa canadense, virou consultor. Daí para a criação de sua empresa foi um passo. Em 2003, começou a operar internacionalmente. "Graças às olimpíadas, comecei a ter contato com atividades sofisticadas bem mais cedo", diz. Além do mundial de 95, Fagundes foi prata nas Brasileiras de Matemática em 1992 e na Ibero-Americana de 1993, realizada no México.

Uma questão de valores em Educação
A escola hoje tem pouco tempo para ser apenas escola

Diante dos resultados de provas que avaliam desempenho escolar em âmbito nacional, salta aos olhos a evidente discrepância entre os primeiros colocados e os do final da fila. Mas, ao lado da repercussão e das conseqüências que esses resultados provocam, é imperativo perguntar: a competitividade é um valor para a Educação?

Ainda que a tradição nos traga a lembrança de medalhas e troféus para os melhores alunos, premiando esforços e empenho no trabalho escolar, é preciso lembrar que, ao lado de poucos que recebiam louvores de mérito, havia muitos que não ultrapassavam as barreiras dos exames e eram reprovados. Eram tempos em que a escolarização era o destino de poucos. A maioria via o final da vida escolar no exame de admissão ao antigo curso ginasial.

No começo da década de 70, foi suprimido o exame de admissão e criou-se o ensino de 1º grau de oito séries. O projeto previa maior acesso à educação e mais tempo de permanência na escola. A criação da Lei 5692/71 representou uma proclamação dos valores democráticos. Valores que são afins com a fraternidade, a igualdade e a cooperação. A competitividade não é compatível com esses valores, portanto não pode ser considerada um valor na Educação. Embora seja um valor da cultura vigente e por esta razão penetrou no universo da Educação. É preciso continuar perguntando: por que os educadores não fizeram severas restrições ao que afrontava os princípios democráticos da legislação educacional no país?

A resposta para essa questão pode ser pensada a partir do processo de formação de professores. Enquanto as reformas de ensino acontecem num ritmo acelerado em busca de soluções para a precária qualidade do ensino, os cursos de licenciatura mantêm-se praticamente os mesmos há 20 anos. Isto revela que, seja no tempo disponível para as licenciaturas (1/9 da carga horária da formação do especialista), seja em termos do que efetivamente possa ser trabalhado do ponto de vista pedagógico, é difícil para um educador ter lucidez quanto aos objetivos e valores da Educação. É essa dificuldade de discernimento que produz distorções pedagógicas quando o tema são as competições educacionais. E, a julgar pelo interesse crescente nessas modalidades, há que se pensar na falta de desafios intelectuais consistentes na sala de aula. Tendo no horizonte o vestibular, as avaliações regulares da escolarização não são exercícios que tenham valor em si. São meros "ensaios" para a grande competição do tudo ou nada - o vestibular.

Nesse sentido, vale alertar que o que a escola vem fazendo com a competitividade é um desvio e não um bom uso no sentido de promover o desenvolvimento e o compromisso com o processo de aprendizagem.

O que se observa é que tal estado de coisas no âmbito escolar decorre de mudanças sociais aceleradas que afetam as referências fundamentais daquilo que é da competência da escola e o que não é, a vida em família, as relações sociais. Ainda é preciso perguntar: como o educador pode dar um bom destino à competitividade? Como associar os valores pedagógicos essenciais aos valores da cultura contemporânea?

São novos desafios que se avolumam desde os anos 50, quando do lançamento de Summerhill (liberdade sem medo), do escocês Alexander Sutherland Neill, que afirmou ser possível educar alunos felizes. A partir dessa proposta, a escola passou a se mobilizar em torno de questões que transcendem o compromisso com o aprender.

É tempo de se pensar que a escola hoje tem pouco tempo para ser apenas escola.


Lisandre Maria Castello Branco - Professora Doutora da Faculdade de Educação/USP e psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientiae

- Segunda chance
- Competitividade deve ser trabalhada como ideal de superação, defende educadora
- Uma fábula para crianças
- "É tudo teoria"

Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12110

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domingo, 1 de março de 2009

Uma nova pedagogia desenhando a nova organização - Parte I


Uma nova pedagogia desenhando a nova organização - Parte I

Elizete Lúcia Moreira Matos , Simone Flauzino

Neste milênio, decisivamente há necessidade de se produzir o saber no seio da experiência, falando dela e não sobre ela, assumindo papéis e compromissos coerentes com a leitura de mundo que se almeja.


A busca de estratégias que incluam a variável cultural organizacional como um dos vértices da pedagogia é o que se pretende sugerir neste artigo. É indispensável, por questões de compatibilidade, que a escola seja repensada a partir de reflexões e tomadas de decisões advindas do reflexo econômico que impulsiona a humanidade.

O mundo atual requer profissionais extremamente qualificados e capacitados a acompanhar as rápidas mudanças que ocorrem. A economia complexa, globalizada, o dinamismo da informação e o surgimento de novas tecnologias exigem constante estudo e atualização do profissional. A guerra pelo sucesso profissional nunca esteve tão acirrada.

Da mesma forma, a empresa e a escola também estão tendo que se adequar a essa situação em que novos conceitos surgem a cada instante. O pedagogo na empresa com a visão da nova escola é o que se deseja propor.

Pedagogo: quem é você?

Do grego — paidagogos, pelo latim — paedagogu, substantivo masculino, que segundo Dicionário Aurélio Buarque de Holanda significa:
“1. Aquele que aplica a pedagogia, que ensina; professor; mestre; preceptor”.
2. Prático da Educação e do Ensino

A segunda definição remete a uma reflexão muito pertinente com o dinamismo empresarial e vai ao encontro da ciranda econômica impulsionadora da sociedade e exige praticidade coerente e organizada, mas sem lentidão. Assim o prático é visto como decidido, estratégico, visionário, na vanguarda dos acontecimentos históricos e sociais.
A primazia do ser humano sobre a tecnologia e sua expansão é um princípio a ser defendido. A constatação da existência de correntes sociais que aparentemente pretendem desvalorizar o homem perante a máquina tecnologicamente evoluída é uma preocupação que precisa ser analisada com discernimento, a partir de uma leitura do todo, suas conseqüências e seu ceticismo.

O pedagogo, numa formação holística e ao mesmo tempo objetiva, favorece o paradoxo do sentimento encontrado na tecnologia. As informações sendo expandidas com tamanha velocidade precisam de profissionais que sejam os articuladores no processo de construção de informações relativas ao conhecimento social, sob uma reflexão que também se transmite e se quer construir diante do isolamento e frieza que possa existir entre seres humanos e as máquinas. Portanto, é necessário construir valores, atitudes, sentimentos, bem-estar numa socialização entre as pessoas num mundo digitalizado e global.

A “Pedagogia Organizacional”[1] consegue antever o digimano[2] e o gloc@l,[3] aproveitando, estratégica e harmonicamente, instrumentos que vislumbrem a tecnologia em toda sua supremacia ao mesmo tempo que se faz e se apropria das influências da globalização, sem abrir mão da experiência local. Quanto mais integrada for à economia mundial, mais importante se tornam os pequenos protagonistas. Em outras palavras, quanto maiores forem as corporações globais, mais importantes serão as pequenas empresas locais.

As organizações, atualmente, lutam para unificar coisas que aprendemos que são contraditórias, assim como são os sentimentos, as pessoas que formam e fazem acontecer essas mesmas organizações.

A PO considera o local e o global ao mesmo tempo, o digital e o humano, as pequenas e as grandes organizações, centralizadas e descentralizadas, estáveis e dinâmicas. Prepara caminhos para que a empresa possa ser maior sem crescer, oferecendo ao mesmo tempo produção em massa padronizada, produção em massa personalizada e bens de serviços desenhados sob encomenda que são bases formatadas da civilização, mas dentro da lógica que se constrói pelo pedagogo e da organização imaginária que proporciona um realismo com a pedagogia.

Comenius, em sua Didática Magna, baseado na profundidade individual no processo de aprendizagem do aluno, remete ao investimento que se faz pelas grandes e poderosas organizações que investem maciçamente no capital humano e em sua formação.

Na PO, referenciando Comenius, pode-se indicar a vivência como questão magna, porque num mundo onde a mudança é tão ágil e novos conceitos precisam ser adquiridos com a mesma perícia, há necessidade de se viver à nova concepção e não treinar ou capacitar.

No mundo das organizações um destino é certo: a mudança. Os padrões, os sistemas estandardizados da produção de massa estão entrando em estado terminal. A informação é a palavra-chave, capaz de abrir as portas para o sucesso dentro desse novo cenário que se descortina. O gerenciamento do conhecimento e o desenvolvimento da criatividade e flexibilidade para mudanças rápidas devem ser decisivos para a sobrevivência e sucesso desse paradigma emergente.

Desse modo, a vivência, na visão proposta pela PO, vai muito além da empresa, pois respeita a experiência de vida aliada ao novo e a construção de um conhecimento inter-relacionado com novos propósitos, sob base firme, com o objetivo de tornar visível o invisível e de adquirir novos padrões de referência. A organização, sob essa dimensão, é vista por meio de novas lentes e disso emerge uma nova lógica de negócios para o empresariado e renovação de organizações já existentes.
O pedagogo na organização é mais do que uma referência na área de RH. Sua participação, devido à sua formação, baseada na Filosofia, Sociologia, História da Educação, Metodologia, Antropologia e Psicologia, permite um livre acesso às diferentes áreas de decisões, sendo referência para todos os setores com habilidade de articulação de idéias e com vistas à consecução de objetivos específicos.

O pedagogo pode ser um articulador do conhecimento atuando nas organizações empresariais ou educacionais, como um estrategista influenciador e formador de opiniões. Sua formação deve estar ancorada em uma infra-estrutura solidificada, na pesquisa e na educação continuada, a fim de se preparar um profissional visionário, inovador e com ampla visão estratégica de desenvolvimento econômico, político, educativo e social.

Aprender a Aprender cada vez mais para ser melhor deve ser a meta essencial na formação do Pedagogo Organizacional.


Este artigo continua na próxima edição...

clique abaixo e continue lendo.

Uma nova pedagogia desenhando a nova organização - Parte II :
Pedagogo e Empresa: novas relações
Uma nova pedagogia desenhando a nova organização - Parte III:
O pedagogo na sociedade do conhecimento

Notas:
[1] Quando mencionamos Pedagogia Organizacional, faremos uso da sigla PO.
[2] Digimano: Digital + humano.
[3] Gloc@l: Global + local.

Referências Bibliográficas

ASSMANN, H. Competência e sensibilidade sólida: educar para a esperança. Petrópolis: Vozes, 2000.

CARTER, L.. O princípio da significância. São Paulo: Editora United Press, 2000.

DRUCKER, P. F. O melhor de Peter Druker: a sociedade. São Paulo: Nobel, 2001.

__________A organização do futuro: como preparar hoje as empresas de amanhã. São Paulo: Futura, 1997.

EDVINSSON, L. Capital intelectual: descobrindo o valor real de sua empresa pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Boos, 1998.

KUCZMARSKI, S. Liderança baseada em valores. São Paulo: Educator, 1999.

MINTZBERG, H. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000.

MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1999.

MORIN, Edgar. A cabeça bem - feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

____________ . A religação dos saberes: o desafio do século XXI. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

PENTEADO, H. D. Pedagogia da comunicação: teorias e práticas. São Paulo: Editora Cortez, 1998.

PERRENOUD, P. Agir na urgência, decidir na incerteza. São Paulo:falta editora e data

PREDEBON, J. Criatividade: abrindo o lado inovador da mente: um caminho para o exercício prático dessa potencialidade, esquecida ou reprimida quando deixamos de ser crianças. São Paulo: Atlas, 1998.

SILVA. L. H da. Identidade social e a construção do conhecimento. Porto Alegre: Ed. Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre, 1997.

TOFLER, A. O choque do futuro. Rio de Janeiro: Record, 1998.


Fonte: http://www.grupouninter.com.br/revista/anteriores/index.php@edicao_id=13&menu_id=4&id=273

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