terça-feira, 25 de janeiro de 2011

mc tee & lord tasheem - talkin´loud


Obrigado pela visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

MARK DEE - JUST GIVE ME ROMANCE




Obrigado pela visita, volte sempre.
pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Eze T & Mic Fresh & DJ Devastator & Jazzy Jeff - Jazzy Reggae

 


Obrigado pela visita, volte sempre.
pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Tese sobre desenhos de crianças

Tese sobre desenhos de crianças                                                                      

Obrigado por sua visita, volte sempre
.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Desenho Da Família

Desenho Da Família                                                                      

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Complexo de Édipo e Estruturas Clínicas

Complexo de Édipo e Estruturas Clínicas                                                                      

Obrigado por sua visita, volte sempre.


pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Aprender a ler

aprender a ler                                                                 

Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As leis sobre diversidade

Inclusão

As leis sobre diversidade

Nem sempre quem tem deficiência está matriculado na escola regular. Para reverter esse quadro, é fundamental que pais e educadores conheçam a legislação

Rampas de acesso: adaptar a estrutura física para possibilitar a locomoção de alunos e funcionários que andam de cadeira de rodas é dever de toda escola. Foto: Tarciso Mattos
Rampas de acesso: adaptar a estrutura física para
possibilitar a locomoção de alunos e funcionários
que andam de cadeira de rodas é dever de toda
escola. Foto: Tarciso Mattos
"Desculpe, não estamos preparados." Pais de crianças com deficiência precisam saber: argumento como esse não pode impedir o filho de estudar.Professores e gestores devem lembrar: não há respaldo legal para recusar a matrícula de quem quer que seja.As leis que garantem a inclusão já existem há tempo suficiente (leia abaixo) para que as escolas tenham capacitado professores e adaptado a estrutura física e a proposta pedagógica. “Não aceitar alunos com deficiência é crime”, alerta Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, procuradora da República em São Paulo. A legislação brasileira garante indistintamente a todos o direito à escola, em qualquer nível de ensino, e prevê, além disso, o atendimento especializado a crianças com necessidades educacionais especiais. Esse atendimento deve ser oferecido preferencialmente no ensino regular e tem nome de Educação Especial. A denominação é confundida com escolarização especial. Esta ocorre quando a criança freqüenta apenas classe ou escola que recebe só quem tem deficiência e lá aprende os conteúdos escolares. Isso é ilegal. Ela deve ser matriculada em escola comum, convivendo com quem não tem deficiência e, caso seja necessário, tem o direito de ser atendida no contraturno em uma dessas classes ou instituições, cujo papel é buscar recursos, terapias e materiais para ajudar o estudante a ir bem na escola comum. Esse acompanhamento - a Educação Especial - nada mais é que um complemento do ensino regular. 
Alguns estados, porém, estão reconhecendo essas escolas como de Ensino Fundamental Especial, o que não é previsto em lei, para facilitar o repasse de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), contrariando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). A situação pode mudar com a regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Segundo Cláudia Dutra, secretária de Educação Especial do Ministério da Educação, há negociações para aumentar o porcentual diferenciado para o aluno com necessidades educacionais especiais. Os recursos devem financiar a escolarização da criança no ensino regular e o atendimento especializado em turno distinto. “Se a rede não oferecer esse serviço, o repasse poderá ser feito para instituições sem fins lucrativos, desde que elas estabeleçam convênios com as Secretarias de Educação e cumpram exclusivamente o papel de apoiar a escolarização, e não de substituí-la”, conclui Cláudia.

Várias leis e documentos internacionais estabeleceram os Direitos das pessoas com deficiência no nosso país. Confira alguns deles
1988
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.

1989
LEI Nº 7.853/89

Define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por causa de sua deficiência, em qualquer curso ou nível de ensino, seja ele público ou privado. A pena para o infrator pode variar de um a quatro anos de prisão, mais multa.
1990
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA)

Garante o direito à igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sendo o Ensino Fundamental obrigatório e gratuito (também aos que não tiveram acesso na idade própria); o respeito dos educadores; e atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular.
1994
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
O texto, que não tem efeito de lei, diz que também devem receber atendimento especializado crianças excluídas da escola por motivos como trabalho infantil e abuso sexual. As que têm deficiências graves devem ser atendidas no mesmo ambiente de ensino que todas as demais.
1996
LEI E DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LBD)
A redação do parágrafo 2o do artigo 59 provocou confusão, dando a entender que, dependendo da deficiência, a criança só podia ser atendida em escola especial. Na verdade, o texto diz que o atendimento especializado pode ocorrer em classes ou em escolas especiais, quando não for possível oferecê-lo na escola comum.
2000
LEIS Nº10.048 E Nº 10.098

A primeira garante atendimento prioritário de pessoas com deficiência nos locais públicos. A segunda estabelece normas sobre acessibilidade física e define como barreira obstáculos nas vias e no interior dos edifícios, nos meios de transporte e tudo o que dificulte a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos meios de comunicação, sejam ou não de massa.
2001
DECRETO Nº3.956 (CONVENÇÃO DA GUATEMALA)
Põe fim às interpretações confusas da LDB, deixando clara a impossibilidade de tratamento desigual com base na deficiência. O acesso ao Ensino Fundamental é, portanto, um direito humano e privar pessoas em idade escolar dele, mantendo-as unicamente em escolas ou classes especiais, fere a convenção e a Constituição
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
Prevê o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação; garante o direito à escola para todos; e coloca como princípio para a Educação o “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”.
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA
Direitos das Pessoas com Deficiência
, Eugênia Augusta Gonzaga Fávero, 342 págs., Ed. WVA, tel.(21) 2493-7610, 40 reais


Obrigado por sua visita, volte sempre.

pegue a sua no TemplatesdaLua.com

domingo, 23 de janeiro de 2011

Saiba respeitar o ritmo de cada criança e preparar estratégias de ensino que privilegiem as atividades diferenciadas

Criança e Adolescente

Edição 159 | 01/2003

Cada um aprende de um jeito

Saiba respeitar o ritmo de cada criança e preparar estratégias de ensino que privilegiem as atividades diferenciadas

Roberta Bencini (Roberta Bencini)
Foto: Gilberto Tadday
Foto: Gilberto Tadday
Existem crianças altas e baixas, loiras e morenas, gordas e magras. Algumas nasceram em lares com pai, mãe e irmãos, todos alfabetizados e leitores. Outras nem conhecem os pais, moram com os avós, os tios, um parente distante. Muitas viajam nas férias. Conhecem o mar, o mato e gente de lugares variados. Há quem nunca tenha saído do bairro em que nasceu. Ninguém é igual a ninguém. Cada pessoa tem uma história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. É assim na vida, é assim na escola. A questão é como elaborar um projeto de ensino que atenda a todos os alunos, sem exceção, dos mais sensíveis aos mais pragmáticos, dos mais competitivos aos mais colaborativos, dos mais lentos aos mais rápidos, dos vindos de lares desestruturados aos que têm família com laços sólidos, dos portadores de necessidades especiais aos superdotados.
Derrubar modelos
A escola é o lugar em que todas as crianças devem ter as mesmas oportunidades, mas com estratégias de aprendizagem diferentes. "É necessário parar de privilegiar determinadas qualidades. O aluno mais rápido não é melhor que o mais lento", afirma Ângela Soligo, do Departamento de Psicologia Educacional da Universidade Estadual de Campinas.

As crianças são o resultado de suas experiências. Para compreender seu desenvolvimento é preciso considerar o espaço em que elas vivem, a maneira como constroem significados, as práticas culturais etc. "Sabe-se hoje que cada ser humano tem um conjunto de células do sistema nervoso tão particular quanto a impressão digital", afirma a psicóloga Elvira Souza Lima. "Não existe um modelo de criança de 6 anos", completa Terezinha Nunes, coordenadora do departamento de psicologia da Universidade de Oxford Brookes, na Inglaterra. "Pensar assim é discriminar."

Pense quantos tipos ou estilos de aprendizagem há em sua sala de aula? Alguns estudantes são mais introvertidos e se dão bem fazendo trabalhos manuais. Outros são mais elétricos e precisam de agitação. Não há certo ou errado, melhor ou pior. É tudo uma questão de respeitar as diferenças.

Estratégia: atividades diversificadas

É muito comum trabalhar as mesmas tarefas com todos os alunos, na maioria das vezes sentados em fileiras.

Veja alguns dos problemas que essa dinâmica gera:

• Os alunos mais rápidos terminam as atividades antes. Se não têm um novo trabalho, atrapalham o resto do grupo. Com o tempo, a possibilidade de perder o interesse pelas aulas é muito grande.

• Os mais lentos não conseguem terminar a atividade no tempo estipulado, que leva em conta a média. Sentem-se incapazes, pois precisam despender um esforço muito grande para realizar uma tarefa considerada fácil por outros colegas (e pelo professor).

• Só os alunos com capacidade média de aprendizagem conseguem adaptar o nível de dificuldade dessas atividades ao seu ritmo.

Assim, os mais rápidos e os mais lentos são iguais no mesmo problema: as atividades estão fora da zona proximal de desenvolvimento de cada um (leia mais abaixo). Portanto, trabalhar um determinado conteúdo dessa forma pode atingir determinados alunos, mas outros não. A saída está em promover diversas atividades, de conteúdos diferentes ou iguais, na mesma turma, respeitando o tempo de cada criança.

O ideal é que façam parte da rotina diária de um aluno:
• trabalho em grupo,

• trabalho em dupla

• trabalho individual.

O mesmo vale para os espaços:
• no pátio,

• no laboratório,

• na sala de aula etc.

E também com materiais pedagógicos que explorem todos os sentidos:

• massinha,

• tinta,

• argila,

• jogos didáticos e esportivos,

• maquetes,

• música,

• dança etc.
Teoria
A expressão zona proximal de desenvolvimento surgiu com o psicólogo russo Lev Vygotsky (1896-1934), que a usou para esclarecer como se estruturam a aprendizagem e a interação das pessoas do ponto de vista da construção do conhecimento. Ela é a distância entre o nível de desenvolvimento real de um aluno ou seja, um saber que ele já adquiriu e um nível mais elevado que ele pode alcançar com a ajuda do professor e de colegas que já dominem o assunto.

Veja como é importante propor trabalhos em grupo e misturar alunos que apresentem diversos níveis de aprendizagem para que cada um desenvolva diferentes maneiras de pensar e trabalhar. Esse conceito, hoje largamente difundido, confirma a tese de que a aprendizagem não depende apenas da estrutura biológica, mas também do meio e da qualidade dos estímulos que todos nós recebemos desde a primeira infância. Por isso, é papel de todo professor ter muito claros os objetivos e resultados que pretende alcançar com uma atividade, para não exigir mais nem menos da turma.
Adeus à fila de carteiras

Na escola Cresça, em Brasília, os alunos têm sempre diversas atividades ao mesmo tempo. "Se as pessoas não são iguais, não posso conceber atividades iguais e carteiras enfileiradas", diz Consuelo Araújo, a diretora. O segredo para dar conta de 30 alunos na sala é o planejamento. Toda segunda-feira os professores debatem os conteúdos a explorar. Já a avaliação é diária. Enquanto um grupo resolve um problema de Matemática, outro faz uma redação. Num canto, estudantes participam de um jogo de cartas. Até o final do dia todos terão passado por todas as mesas. E a professora terá dispensado atenção por igual às crianças. "Sei as dificuldades de cada um, em qual mesa deve ficar mais tempo e até onde posso avançar", diz Kátia Oliveira Paranaguá Lago, professora da 2ª série. Conheça um dia dessa turma:

Foto: Gilberto Tadday
Fotos: Gilberto Tadday
1. O dia começa com uma explicação, com todos em círculo. O tema da aula: meio ambiente. O objetivo de Kátia é ajudar as crianças a compreender o mundo em que vivem, a reconhecer as características e condições da vida vegetal e animal e a valorizar atitudes e comportamento favoráveis à preservação ambiental. Para isso ela planejou atividades ligadas ao mesmo tema em Matemática, Português, Artes e Ciências. O primeiro passo é a leitura da letra de uma música sobre a mata Atlântica. Kátia sempre oferece material concreto. No quadro-negro, cartões com palavras do texto e, ao lado, o significado de cada uma. Em duplas, os estudantes têm de escolher uma palavra e acertar seu significado. Assim, aprendem a localizar informações do texto, identificar o tema central e deduzir o sentido. Em seguida cada criança escolhe a próxima atividade que deseja fazer, num grupo de três, quatro ou cinco colegas.
Foto: Gilberto Tadday2. Em uma das mesas de trabalho, a tarefa é resolver problemas ligados ao meio ambiente. As crianças, junto com a professora, aprendem a reconhecer conceitos matemáticos expressos na forma de texto. Em outra mesa, um jogo de dominó ajuda a praticar as quatro operações.


Foto: Gilberto Tadday3. A turma responde a questões sobre interpretação de texto, primeiro individualmente e depois em duplas. Neste momento eles podem consultar e trocar idéias para identificar locutor, características da fala no texto escrito, efeito da pontuação etc.


Foto: Gilberto Tadday4. Com tinta colorida e papel, os alunos transformam passagens da música em desenhos. Além de interpretar o texto, desenvolvem a percepção, a criatividade e o senso crítico.
Uma sala para todos
Assim como uma casa precisa ser projetada para atender às necessidades de seus moradores, o lugar onde você e seus alunos passam boa parte do dia deve estar em harmonia com os objetivos educacionais. Basta reconhecer que todos possuem aptidões e desejos diferentes para que o espaço não fique estático nem padronizado.

Cada passo de uma atividade exige uma organização diferente do trabalho e das tarefas. Portanto, o ideal é que a sala de aula seja um ambiente flexível. Na hora de organizá-la, pense em praticidade, conforto e mobilidade. "Mesmo em salas simples, que não contem com equipamentos modernos, é necessário planejamento e organização para tornar o ambiente inteligente", diz Ângela Soligo. Um bom truque é fazer as seguintes perguntas: Qual a melhor estratégia para ensinar um conteúdo a todos? Quais os recursos de que necessitarei? Qual a organização espacial mais favorável?

A. Estabeleça com os alunos regras de convivência e tarefas como limpeza, organização e utilização dos materiais. As crianças só se sentem responsáveis pelo espaço quando podem optar, dar sugestões e estabelecer as normas junto com o professor.

B. É preciso materiais para a realização de muitas atividades diferentes que explorem todos os sentidos. Para o visual, mural, cartazes nas paredes, desenhos nos muros, livros, filmes e programas televisivos que sejam educativos.

C. Para o tátil, material concreto e objetos de sucata planejados. Não é necessário dispor de muita tecnologia ou infra-estrutura. Quase sempre a criatividade resolve.

D. Para o auditivo, músicas, que podem ser exploradas até mesmo com um radinho de pilha.

E. Bagunça organizada! É necessário espaço para remover e organizar as mesas e cadeiras em grupos, duplas ou fileiras, de acordo com o objetivo de cada atividade.

F. Tapete e almofadas para atividades mais reflexivas e relaxantes como leitura ou reuniões tipo assembléia. Peça a colaboração dos pais para montar um espaço como este.

Quer saber mais?
Escola Cresça , SEPS EQ 703/903, 70390-039, Brasília, DF, tel. (11) 224-1640, internet: www.cresca.com.br, e-mail: celbruniera@uol.com.br


Obrigado por sua visita, volte sempre.
pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Crianças superdotadas também precisam de atendimento especializado. Saiba como agir com esse público

Inclusão

Educação especialAtendimento educacional especializadoAltas habilidades
Edição 224 | Agosto 2009 | Título original: Repletas de necessidades

Como atender alunos com altas habilidades

Crianças superdotadas também precisam de atendimento especializado. Saiba como agir com esse público

Cinthia Rodrigues (Cinthia Rodrigues)
Foto: Cristiano Mariz
ATENÇÃO AO CUBO Beatriz, Laura Helena e Daniele são alunas de Lucyana, em Brasília, e exigem muito mais dela. Foto: Cristiano Mariz
Trabalhar com alunos com altas habilidades requer, antes de tudo, derrubar dois mitos. Primeiro: esses estudantes, também chamados de superdotados, não são gênios com capacidades raras em tudo - só apresentam mais facilidade do que a maioria em determinadas áreas. Segundo: o fato de eles terem raciocínio rápido não diminui o trabalho do professor. Ao contrário, eles precisam de mais estímulo para manter o interesse pela escola e desenvolver seu talento - se não, podem até se evadir.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que pelo menos 5% da população tem algum tipo de alta habilidade. No Brasil, até o ano passado, haviam sido identificados 2,5 mil jovens e crianças assim. Para dar um atendimento mais qualificado a esse público, o Ministério da Educação (MEC) criou em 2005 Núcleos de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação em todos os estados. Apesar de ainda pouco estruturados, esses órgãos que têm o papel de auxiliar as escolas quando elas reconhecem alunos com esse perfil em suas salas de aula (saiba como buscar ajuda no quadro abaixo).

No Distrito Federal, tal serviço existe desde 1976 - razão pela qual a identificação de jovens com altas habilidades, embora ainda pequena, seja a maior do país. "Aprendi na prática que a superdotação é democrática e pode ocorrer em qualquer aluno, em qualquer local ou classe social e até naquele com alguma limitação física ou psíquica", afirma a atual coordenadora do projeto no Distrito Federal, Olzeni Leite Costa Ribeiro.

Assim como os estudantes diagnosticados com algum tipo de deficiência, os que têm altas habilidades precisam de uma flexibilização da aula para que suas necessidades particulares sejam atendidas, o que os coloca como parte do grupo que tem de ser incluído na rede regular de ensino. "O que devemos oferecer a eles são desafios", resume a presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação, Susana Graciela Pérez Barrera Pérez.

Onde buscar ajuda
O superdotado pode ter qualquer perfil, do mais bagunceiro ao braço direito da professora, passando pelo tímido. O que o torna diferente é a habilidade acima da média em uma área específica do conhecimento. Isso pode ter razões genéticas ou ter sido moldado pelo ambiente em que o aluno vive. Raramente, os superdotados têm múltiplas habilidades. Portanto, uma boa pista para encontrá-los é reparar no desempenho e no interesse muito maiores por um determinado assunto.

O professor deve desconfiar de estudantes com vocabulário avançado, perfeccionistas, contestadores, sensíveis a temas mais abordados por adultos e que não gostem de rotina. O Ministério da Educação montou um formulário com 24 frases que ajudam a identificar estudantes assim (confira a lista no quadro "Como identificar a superdotação"). Se você reconhece um de seus alunos como possível superdotado, procure o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação na Secretaria de Educação de seu estado.

Os núcleos têm a obrigação de indicar uma psicopedagoga para avaliar se a criança ou o jovem têm mesmo uma alta habilidade - e encaminhá-lo ao programa oficial de estímulo, com atividades extraclasse e orientações para o professor e a família. Instituições não governamentais também apoiam professores e familiares que procuram ajuda para desenvolver talentos. Alguns exemplos são o Instituto Rogério Sternberg, no Rio de Janeiro, e o Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais da Universidade Federal do Paraná.
Trabalho requer estratégias diversificadas e apoio externo
A professora Lucyana de Araújo Domingues de Andrade tem três superdotadas entre seus 35 alunos da Escola Classe 106 Norte, em Brasília. Beatriz foi identificada com altas habilidades em artes na 1ª série. Laura Helena teve a superdotação em conhecimentos gerais reconhecida quando estava na 2ª. E, este ano, Lucyana percebeu que Daniele tem interesse e capacidade acima da média em todas as disciplinas. Como o Distrito Federal conta com salas de recursos disponíveis na rede pública, as meninas têm acesso duas vezes por semana a atividades de estímulo no contraturno, o que não significa que deem mais sossego à professora.

"São ótimas alunas e, por isso mesmo, me dão mais trabalho do que os colegas", diz. Segundo ela, Beatriz chama a atenção quando faz atividades artísticas e as outras duas perguntam o tempo todo, lembram de detalhes de conteúdo antigo e são muito rápidas na execução de trabalhos. "Terminam em poucos minutos exercícios que entretêm a turma por duas horas", diz. Para mantê-las instigadas, Lucyana chega a dar quatro atividades a mais.

Em Matemática, por exemplo, ela usa folhetos de supermercado para trabalhar as quatro operações. Quando as meninas terminam, pede que aprofundem as questões, pensem como ficaria a conta se houvesse uma promoção ou quais produtos um cliente teria de deixar de comprar se tivesse menos dinheiro do que o valor final. Em Português, todos leram a fábula A Cigarra e a Formiga, de La Fontaine. Em seguida, escreveram os possíveis diálogos dos personagens - e as meninas com altas habilidades foram além. "Perguntei se hoje a cigarra poderia ganhar dinheiro cantando. E elas fizeram uma história a mais."

Lucyana também promove a integração ao pedir que as alunas auxiliem os que têm menor nível de conhecimento. "Às vezes, por explicar com a mesma linguagem infantil, elas conseguem bons resultados ou, pelo menos, percebem que cada um tem uma maneira de aprender", diz. Fora tudo isso, a sala dispõe de um varal de livros, para ser lidos nos intervalos ou quando alguém acaba a atividade antes que os outros. "A maioria pega os exemplares mais ilustrados para folhear. Elas não: leem livros que seriam para crianças mais velhas", conta.

Os superdotados não são iguais e se dividem em vários perfis
Especialistas ressaltam que nem sempre esses alunos são os mais comportados (leia mais no quadro abaixo) e explicam que as altas habilidades são divididas em seis grandes blocos:

- Capacidade Intelectual Geral
Crianças e jovens assim têm grande rapidez no pensamento, compreensão e memória elevadas, alta capacidade de desenvolver o pensamento abstrato, muita curiosidade intelectual e um excepcional poder de observação.

- Aptidão Acadêmica Específica Nesse caso, a diferença está em: concentração e motivação por uma ou mais disciplinas, capacidade de produção acadêmica, alta pontuação em testes e desempenho excepcional na escola.

- Pensamento Criativo Aqui se destacam originalidade de pensamento, imaginação, capacidade de resolver problemas ou perceber tópicos de forma diferente e inovadora.

- Capacidade de Liderança Alunos com sensibilidade interpessoal, atitude cooperativa, capacidade de resolver situações sociais complexas, poder de persuasão e de influência no grupo.

- Talento Especial para Artes Alto desempenho em artes plásticas, musicais, dramáticas, literárias ou cênicas, facilidade para expressar ideias visualmente, sensibilidade ao ritmo musical.

- Capacidade Psicomotora A marca desses estudantes é o desempenho superior em esportes e atividades físicas, velocidade, agilidade de movimentos, força, resistência, controle e coordenação motora fina e grossa.

Mau comportamento pode ser sinal
O histórico escolar de Louis Pasteur, Albert Einstein, Walt Disney e Isaac Newton costuma chocar quem espera um comportamento "exemplar". O francês responsável pelas primeiras vacinas era mau aluno, especialmente em Química. O alemão que elaborou a Teoria da Relatividade fugia das aulas de Matemática. O americano que criou um império do entretenimento foi reprovado em Arte. E, durante a infância, o cientista inglês que primeiro percebeu a gravidade teve de ser educado pela mãe porque foi expulso da escola. Hoje, ninguém duvida de que os quatro eram superdotados, o que ajuda a entender que nem sempre alunos assim são os mais interessados e bem comportados em sala de aula.

O estudante com altas habilidades costuma ter um interesse tão grande por uma das disciplinas que acaba negligenciando as demais. A facilidade de expressar-se, por exemplo, pode ser usada para desafiar o professor e os colegas. Mesmo os mais aplicados dificultam a aula ao monopolizar a atenção. Muitos não querem trabalhar em grupo por não entender o ritmo "mais lento" dos colegas. A descoberta das altas habilidades é o primeiro passo para melhorar esses comportamentos. Primeiro, porque muda o olhar do professor. E também porque o próprio jovem passa a aceitar melhor as diferenças.
Diagnóstico é complexo e depende da atenção do docente
Foto: Edi Vasconcelos
INTERESSE ESPECÍFICO Antes disperso, hoje Guilherme usa seu dote nas artes para ilustrar explicações coletivas. Foto: Edi Vasconcelos
Mesmo nos casos em que não há a certeza de que o estudante tem altas habilidades, o estímulo do professor é bem-vindo. Foi o que pensou Sandra Nogueira quando percebeu o talento de Guilherme Oliveira de Souza, seu aluno da 7ª série da EE Odylo de Brito Ramos, em Teresina. Ela passava pelas fileiras quando notou um desenho muito bom no caderno. "Vi que ele tinha feito um em cada página. Era o conteúdo das aulas na frente e um desenho no verso."

Ela conversou com o garoto, tido como desinteressado pela maioria dos professores, e percebeu sua paixão por imagens. Nas semanas seguintes, apresentou materiais especiais, como pastel a óleo, bico de pena, nanquim e papel apropriado para desenho. "Ele aprendeu vários estilos", conta. Em História da Arte, Guilherme também se destaca. Quando Sandra pede um exemplo de pintura da fase que está sendo estudada, todos colam figuras recortadas - Guilherme reproduz. Em Ciências, ele ajudou a todos ao desenhar em uma parede uma grande flor decomposta, com todas as suas partes (veja foto acima).

Recentemente, quando o Núcleo de Atividades de Altas Habilidades do Piauí esteve na escola e pediu aos educadores que ficassem atentos à possibilidade de alguns alunos terem altas habilidades, a professora indicou o garoto (que havia chegado até a 7ª série sem ser descoberto). "Agora, os colegas comentam que ele tem estado mais presente também nas outras disciplinas", afirma ela.

Denise Fleith, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (Unb), tem pós-doutorado em altas habilidades no Reino Unido e é formadora de novos especialistas no Brasil. Ela também defende a criação de salas de recurso e acredita que o professor da classe regular pode contribuir com o enriquecimento do currículo. "Ele pode e deve apresentar ao aluno caminhos para o desenvolvimento de seu potencial, desde materiais para pesquisa até contatos de estudiosos dos assuntos."

Como identificar a superdotação
Reprodução
Está nas bancas, por 4,90 reais, a edição especial de NOVA ESCOLA sobre Inclusão. A revista traz reportagens sobre as deficiências e 15 planos de aula. Foto: Reprodução
Reserve alguns minutos para listar os nomes dos alunos que logo vêm à sua mente quando você lê as descrições abaixo. Utilize essa lista (preparada pelo MEC) como uma "associação livre" e de forma rápida. É provável que você encontre mais do que um estudante em cada item. Quem exibir consistentemente vários dos comportamentos tem fortes chances de apresentar altas habilidades.

1 Aprende fácil e rapidamente.

2 É original, imaginativo, criativo, não convencional.

3 Está sempre bem informado, inclusive em áreas não comuns.

4 Pensa de forma incomum para resolver problemas.

5 É persistente, independente, autodirecionado (faz coisa sem que seja mandado).

6 Persuasivo, é capaz de influenciar os outros.

7 Mostra senso comum e pode não tolerar tolices.

8 Inquisitivo e cético, está sempre curioso sobre o como e o porquê das coisas.

9 Adapta-se com bastante rapidez a novas situações e a novos ambientes.

10 É esperto ao fazer coisas com materiais comuns.

11 Tem muitas habilidades nas artes (música, dança, desenho etc.).

12 Entende a importância da natureza (tempo, Lua, Sol, estrelas, solo etc.).

13 Tem vocabulário excepcional, é verbalmente fluente.

14 Aprende facilmente novas línguas.

15 Trabalhador independente.

16 Tem bom julgamento, é lógico.

17 É flexível e aberto.

18 Versátil, tem múltiplos interesses, alguns deles acima da idade cronológica.

19 Mostra sacadas e percepções incomuns.

20 Demonstra alto nível de sensibilidade e empatia com os outros.

21 Apresenta excelente senso de humor.

22 Resiste à rotina e à repetição.

23 Expressa ideias e reações, frequentemente de forma argumentativa.

24 É sensível à verdade e à honra.
Reportagem sugerida por seis leitores: Edilene Neves da Silva Dourado, São Paulo, SP, Eusilene Lisboa Azevedo, Belém, PA, Leila Aparecida de Oliveira Barros Cardoso, Campo Grande, MS, Ricardo Mello, Guará, DF, Vanessa Correa dos Santos, São José dos Campos, SP, e Vanessa Moreno Marques, Araras, SP
Quer saber mais?
CONTATOS
EE Odylo de Brito Ramos
, Av. Gibraltar, s/n, 64077-450, Teresina, PI, tel. (86) 4141-1146
Escola Classe 106 Norte, SQN 106 Norte, 70742-000, Brasília, DF,tel. (61) 3901-7520
Susana Graciela Pérez Barrera Pérez

BIBLIOGRAFIA
Educação Especial: em Direção à Educação Inclusiva
, Claus Dieter Stobäus e Juan José Mouriño Mosquera, 274 págs., Edipucrs, tel. (51) 3320-3711, 24 reais

INTERNET Texto Altas Habilidade/Superdotação: Encorajando Potenciais, de Angela M. R. Virgolim 


Obrigado por sua visita, volte sempre.


pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Show ao vivo de Queen Latifah



Obrigado pela visita, volte sempre.
pegue a sua no TemplatesdaLua.com

Pedagoga/o pode concorrer à cargos de Inspeção Educacional com um diploma contendo as novas diretrizes do curso de 15/05/2006

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, DE 15 DE MAIO DE 2006. (*) Institui Diretrizes Curriculares Nacionais ...