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sexta-feira, 8 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
Erik Erikson e as fases do desenvolvimento humano
Erik Erikson e as fases do desenvolvimento humano
Em 15 de junho de 1902 nascia, na cidade de Frankfurt, Erik Homburger Erikson. Erikson foi o responsável pela Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. De acordo com sua teoria, o desenvolvimento se dá por fases - não é fruto do acaso - relacionado ao meio que rodeia o indivíduo e sua interação com o mesmo.O primeiro estágio ocorre a partir do nascimento e se estende ao longo do primeiro ano de vida da criança. A criança está completamente ligada à mãe, estabelecendo com ela sentimentos de confiança e desconfiança. Da mãe a criança espera a satisfação de suas necessidades.
O segundo estágio traz para criança as normas de uma sociedade, e ela começa a perceber que algumas atitudes são aprovadas e outras censuradas. Este estágio é tido como a etapa da autonomia, da dúvida e da vergonha. A criança já explora o mundo a seu redor, conhece outros indivíduos e estabelece as primeiras relações com estes, além do seio familiar, mais precisamente a mãe.
No terceiro estágio espera-se da criança uma interiorização do que é permitido e negado a ela fazer. A criança tem a possibilidade de desenvolver mais iniciativa e experimentar menos culpa por seus impulsos, sendo esta etapa chamada de estágio da iniciativa/culpa.
No quarto estágio, o qual ocorre junto à entrada na escola, mas antes da adolescência, a criança percebe que pode, ao interagir com o meio, produzir algo. Obviamente, sentir-se-á capaz com mais probabilidade aquela que, nos estágios anteriores, experimentou confiança (em relação à mãe), autonomia (em seu meio) e iniciativa (no momento de decidir). É chamado de estágio da indústria (por ser capaz de produzir algo) e da inferioridade. Sentimentos de inferioridade poderão bloquear a criatividade desta criança, bloqueando sua capacidade de indústria.
O quinto estágio é o que marca a adolescência. Um estágio de formação e confusão de sua identidade. A confusão de identidade pode ocorrer quando as próprias expectativas, as de seus pais e de seus pares entram em conflito.
O sexto estágio ocorre, de forma aproximada, entre os 20 e os 30 anos. É questão-chave neste estágio a capacidade do jovem adulto de estabelecer relações íntimas com seus pares, estas entendidas como relações de profunda troca, não de cunho sexual exclusivamente. O oposto seria o isolamento, o qual se dá quando do insucesso em cultivar tais relações. É chamado de estágio da intimidade/isolamento.
O sétimo estágio caracteriza-se em um indivíduo quando ele passa a desejar orientar as pessoas a seu redor e a preocupar-se com o meio, além dos seus semelhantes. É o estágio da afirmação pessoal, sendo seu cunho contrário o da estagnação. Este estágio recebe o nome de generatividade/estagnação.
O oitavo e último estágio surpreende o indivíduo pensando acerca de seu passado, sentindo-se “em paz” com o que pode fazer, íntegro em seu momento presente. Da mesma forma, este estágio também desperta em indivíduos sentimentos de fracasso, como se a vida não valesse o esforço. É chamado de estágio da integridade/desespero.
Percebe-se acima um resumo da teoria deste psiquiatra que veio a morrer em 12 de maio de 1994, em Harwich, estado de Massachusetts, EUA. Para fins de elaborar este apanhado, consultei vários tópicos no site Wikipedia. Contudo, é possível acessar diretamente a página criada sobre Erikson clicando aqui.
O segundo estágio traz para criança as normas de uma sociedade, e ela começa a perceber que algumas atitudes são aprovadas e outras censuradas. Este estágio é tido como a etapa da autonomia, da dúvida e da vergonha. A criança já explora o mundo a seu redor, conhece outros indivíduos e estabelece as primeiras relações com estes, além do seio familiar, mais precisamente a mãe.
No terceiro estágio espera-se da criança uma interiorização do que é permitido e negado a ela fazer. A criança tem a possibilidade de desenvolver mais iniciativa e experimentar menos culpa por seus impulsos, sendo esta etapa chamada de estágio da iniciativa/culpa.
No quarto estágio, o qual ocorre junto à entrada na escola, mas antes da adolescência, a criança percebe que pode, ao interagir com o meio, produzir algo. Obviamente, sentir-se-á capaz com mais probabilidade aquela que, nos estágios anteriores, experimentou confiança (em relação à mãe), autonomia (em seu meio) e iniciativa (no momento de decidir). É chamado de estágio da indústria (por ser capaz de produzir algo) e da inferioridade. Sentimentos de inferioridade poderão bloquear a criatividade desta criança, bloqueando sua capacidade de indústria.
O quinto estágio é o que marca a adolescência. Um estágio de formação e confusão de sua identidade. A confusão de identidade pode ocorrer quando as próprias expectativas, as de seus pais e de seus pares entram em conflito.
O sexto estágio ocorre, de forma aproximada, entre os 20 e os 30 anos. É questão-chave neste estágio a capacidade do jovem adulto de estabelecer relações íntimas com seus pares, estas entendidas como relações de profunda troca, não de cunho sexual exclusivamente. O oposto seria o isolamento, o qual se dá quando do insucesso em cultivar tais relações. É chamado de estágio da intimidade/isolamento.
O sétimo estágio caracteriza-se em um indivíduo quando ele passa a desejar orientar as pessoas a seu redor e a preocupar-se com o meio, além dos seus semelhantes. É o estágio da afirmação pessoal, sendo seu cunho contrário o da estagnação. Este estágio recebe o nome de generatividade/estagnação.
O oitavo e último estágio surpreende o indivíduo pensando acerca de seu passado, sentindo-se “em paz” com o que pode fazer, íntegro em seu momento presente. Da mesma forma, este estágio também desperta em indivíduos sentimentos de fracasso, como se a vida não valesse o esforço. É chamado de estágio da integridade/desespero.
Percebe-se acima um resumo da teoria deste psiquiatra que veio a morrer em 12 de maio de 1994, em Harwich, estado de Massachusetts, EUA. Para fins de elaborar este apanhado, consultei vários tópicos no site Wikipedia. Contudo, é possível acessar diretamente a página criada sobre Erikson clicando aqui.
http://peadportfolio156666.blogspot.com.br/2008/08/erik-erikson-e-as-fases-do.html
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Leitura de textos informativos na creche
Sequência Didática
Leitura de textos informativos na creche
Objetivos
- Escutar a leitura de textos informativos feita pelo professor.
- Desenvolver comportamentos leitores e escritores quando se quer saber mais sobre um tema.
Conteúdos
- Familiarização com textos informativos: ler para saber mais.
- Exploração de diferentes fontes de informação e procedimentos de pesquisa.
Anos
Creche.
Tempo estimado
Seis aulas.
Material necessário
Livros, revistas, enciclopédias, jornais e documentários (vídeo ou DVD).
Flexibilização
A importância do acervo variado e da escolha de temas que façam parte do universo dos pequenos é crucial para a compreensão de crianças com deficiência intelectual. Na creche, todos ainda estão aprendendo a expressar-se e a adquirir autonomia. Por isso, é importante valorizar as habilidades e as limitações de cada criança. Aproximar a escolha dos assuntos das situações do cotidiano é fundamental. Diversifique os meios de acesso ao conteúdo na sala. Isso facilita o desenvolvimento da criança com deficiência. Capriche na interpretação ao longo da leitura do texto e leia pausadamente. Os pais da criança com deficiência intelectual podem reforçar a leitura em casa do texto indicado pela educadora e de outros textos. Fazer com que o pequeno reconte os conteúdos à sua maneira é um excelente exercício para que ele pratique a oralidade. Estimule a criança para que ela também faça observações junto dos colegas nas discussões na creche. Avalie se a criança conseguiu familiarizar-se com os livros e adquiriu noções sobre como manuseá-los.
Desenvolvimento
1ª etapa
Separe o material pertinente ao estudo que será feito. Cuide para que o tema desperte o interesse dos pequenos, como animais marinhos. Verifique se as fontes são confiáveis, organize um acervo variado e garanta que algumas das leituras sejam feitas com o material destinado a adultos: revistas, jornais e livros científicos de circulação social.
2ª etapa
Faça uma breve leitura de um texto informativo ou apresente trechos de documentários (por exemplo, um filme que mostre a interação dos animais no ambiente marinho). Proponha uma discussão sobre os assuntos abordados e levante as dúvidas da turma. Divida um cartaz em duas colunas e escreva, de um lado, "o que queremos saber" e, no outro, "o que aprendemos". Registre comentários das crianças, as questões que não foram respondidas e as que devem ser retomadas.
3ª etapa
Recupere o que já foi registrado e leve um novo texto. Atue como leitor-modelo: compartilhe como se faz uso de índices, indique onde estão o título e o subtítulo e faça a leitura do material. Registre num novo cartaz as descobertas realizadas.
4ª etapa
Apresente outro texto. Leia o título para a turma antecipar do que se trata. Faça pausas e releia trechos sempre que julgar importante. Caso apareçam palavras difíceis, aposte na compreensão por meio do contexto. Após a leitura, estimule que todos façam comentários e avancem em suas hipóteses. Registre as descobertas.
5ª etapa
Disponibilize diferentes materiais sobre o tema e coloque no centro da roda: podem ser livros com fotos, matérias com curiosidades, fichas técnicas com as características físicas dos animais marinhos etc. Oriente todos a fazer buscas com base nas ilustrações. Estimule o manuseio do material, dando pistas de como buscar dados e ajudando-os a marcar as páginas selecionadas. Quando finalizarem, retorne à roda e socialize o que encontraram. O objetivo é que as crianças possam olhar o material e participar da busca da informação.
6ª etapa
Confronte as perguntas levantadas na 2ª etapa e as descobertas feitas. Retome os cartazes para refletir sobre quais dúvidas foram esclarecidas e o que teriam que continuar pesquisando.
Avaliação
Verifique se as crianças demonstraram interesse no processo de pesquisa, se avançaram em relação às hipóteses iniciais e se levantaram novas questões. O propósito da atividade é desenvolver o gosto por ler para saber mais, manusear textos científicos de circulação social e compreender que podem aprender muito com eles
quarta-feira, 6 de março de 2013
Dissidente cubano afirma que família Castro é capitalista
Dissidente cubano afirma que família Castro é capitalista
Redação SRZD | Internacional | 28/12/2011 20h53
Durante entrevista ao jornal peruano "El Comercio", o dissidente cubano Guillermo Fariñas criticou o estilo de vida dos irmãos Fidel e Raúl Castro, classificando como capitalista. De acordo com ele, a dupla estaria levando um ideal econômico progressivo de pragmatismo e desejo de poder.
Guillermo comentou que Fidel e Raúl têm propriedades na Espanha, Argentina e Chile, além de serem ativos em negócios na área de vinho e afirmou que os irmãos têm muito o que perder. "São comunistas, mas vivem como capitalistas", disse.
Para o psicólogo de 49 anos, a família Castro distorceu a ideologia comunista e deixou a vontade de "ficar na história" subir a cabeça. Segundo ele, Cuba já realizou uma série de manobras neoliberais, mesmo depois de pregar contra o modelo durante 40 anos. Ironizando, Guillermo deu a entender ainda que os líderes cubanos já tenham se vendido ao modelo capitalista por diversas vezes.
O dissidente falou ainda que os líderes cubanos sabem que não há outro caminho sem ser o capitalismo, porém procuram chegar até esse ponto sem que seja necessário qualquer tipo de custo político. Guillermo falou também sobre uma era pós-Castro, que estaria se aproximando, e utilizou a as revoltas do mundo árabe que derrubaram diversos líderes neste ano.
Para o psicólogo, Fidel tem medo de terminar como a família Gadafi, em que os membros perderam até as próprias vidas tentando defender o governo na Líbia, e prepara manobras precisas quanto a isso.
Guillermo explicou ainda as dificuldades de ser um opositor em Cuba, e afirmou que o modelo do país imprime medo na população desde o nascimento. Apenas com tempo seria possível perder o medo, "de pouco a pouco". Esta dificuldade seria uma das principais causas de não haver um movimento contra o governo, tendo em vista que os poucos que se tornam opositores estão atomizados.
Kant e a mediação entre espaço e tempo Anotação para desenvolvimento oral em classe
Kant e a mediação entre espaço e tempo
Anotação para desenvolvimento oral em classe(Continuação do tema "Ser e Conhecer")
Este assunto será tema da próxima aula do Seminário de Filosofia em São Paulo e no Rio (fevereiro de 2000). Divulgo aqui este rascunho para que os alunos possam estudá-lo com antecedência. -- O. de C.
Kant diz que o espaço não pode ser percebido empiricamente porque o simples ato de situarmos alguma coisa "fora" de nós já pressupõe a representação do espaço. O espaço não é portanto uma propriedade das coisas, mas uma forma sobreposta às coisas pela minha intuição delas.
Mas aí o espaço está identificado com o "fora", com a exterioridade, e não posso, só com base na pura representação da exterioridade, dizer que algo está fora de mim: esta afirmação é claramente a de uma relação entre o fora e o dentro, e pressupõe portanto a representação de ambos. Só que o "dentro", para Kant, é o puramente temporal e inespacial: o espaço é a forma a priori da exterioridade como o tempo é a da interioridade. Ora, se só possuo uma representação espacial do fora, enquanto do dentro tenho somente uma temporal, não posso, rigorosamente, dizer que nada em particular está fora de mim, porque a existência espacial em geral já consiste em estar fora. Dizer que algo está fora é, então, apenas dizer que não tem uma existência puramente temporal, mas que além de existir no tempo tem alguma outra determinação especificamente diferente. Em que consiste essa determinação? Parece impossível defini-la exceto negativamente, isto é, dizendo que na coisa percebida fora há um algo que não é tempo.
A pura existência temporal, inespacial, -- que Kant identifica com a interioridade -- apresenta similar dificuldade. Se tentamos dizer em que consiste, temos de nos contentar com excluir o espaço, e aí se torna impossível distinguir entre a inespacialidade e a simples inexistência.
Essas dificuldades provêm da identificação entre "espaço" e "fora", entre "tempo" e "dentro". Sem admitirmos um "espaço interior" e um "tempo exterior", não temos como dizer que alguma coisa está fora de nós, porque isto resulta em excluí-la do tempo, nem dentro, porque resulta em excluí-la do espaço, suprimindo em ambos os casos sua existência empírica, que segundo Kant consiste precisamente em estar no tempo e/ou no espaço.
Sem a mediação entre espaço e tempo, nenhuma percepção é possível. Mais ainda, essa mediação não pode ser puramente racional, mas tem de estar imbricada na estrutura mesma da percepção, porque caso contrário o ato de situar algo dentro ou fora seria a conclusão de um raciocínio e não um ato de percepção, que é precisamente o que Kant diz que ele é. No entanto, o conceito dessa mediação é incompatível com a redução kantiana do espaço e do tempo a formas a priori da sensibilidade projetadas sobre as coisas; porque a exclusão mútua do dentro e do fora constitui, para Kant, a estrutura mesma do ato de percepção: se houvesse um território intermediário entre tempo e espaço, esse território seria ele próprio a suprema forma a priori da sensibilidade, abrangendo e distinguindo espaço e tempo. Mas não há em Kant menção a esse terceiro fator: além do espaço e do tempo, há só as categorias da razão.
Ora, esse fator mediador é absolutamente necessário, e a partir do momento em que o admitimos já não podemos aceitar a doutrina de que espaço e tempo são formas projetadas, pela simples razão de que o "dentro" e o "fora", portanto o espaço e o tempo, perderam seu caráter absoluto de categorias e, tornando-se relativos a um terceiro fator, se contaminaram perigosamente de um componente empírico.
Ou é impossível distinguir dentro e fora, ou essa distinção tem algo de empírico e portanto espaço e tempo não são formas a priori.
O terceiro fator, que nos tira desse imbroglio, é, este sim, uma forma a priori da sensibilidade, e se chama existência(subentendendo-se: "existência versus inexistência"). Só se pode perceber como existente o que tem existência, e ter existência é estar inseparavelmente — embora sob aspectos distintos — no espaço e no tempo. Do mesmo modo, o inexistente é percebido como ausente do espaço e do tempo, e esta ausência ajuda a compor o quadro onde estão presentes as coisas presentes. O que quero dizer com "sob aspectos distintos" é que aquilo que é inespacial em essência e no seu puro conceito tem de se tornar espacial existencialmente esecundum quid para poder ser percebido, como por exemplo a tristeza ou a alegria que "em si" são pura temporalidade inespacial mas só podem ser vivenciadas em algum lugar do espaço (interno e externo), pela simples razão de que não vivenciamos empiricamente conceitos e essências puras, mas coisas e estados que existem no espaço e no tempo. Mutatis mutandis, o intemporal "em si" tem de se temporalizar existencialmente para existir ante a percepção.
Mas o mediador, para operar essas chaves da percepção, tem de ser supra-espacial e supratemporal. A forma a priori que denomino existência tem portanto dentro de si o quadro inteiro das distinções: temporal-inespacial, temporal-espacial, espacial-atemporal e espacial-temporal. Se não o tivesse, não poderia projetá-las sobre os dados da experiência. Mas, para que o tenha, é preciso que ela própria não dependa dessas distinções, e sim se estruture internamente segundo uma distinção muito mais abrangente, que é a do real e do irreal, o primeiro constituindo-se da dupla de polos temporal-espacial (isto é, a essência temporal que se espacializa existencialmente) eespacial-temporal (a essência espacial que se temporaliza existencialmente) e o segundo da dupla espacial-atemporal etemporal-inespacial, ambos constituídos de essências puras não existencializáveis, ou meras possibilidades. Por isto defino a metafísica como ciência da possibilidade (e impossibilidade) universal, isto é, como quadro delimitador não só do conhecimento mas do real mesmo. (1) Neste sentido, a estrutura da percepção já tem uma estrutura dedicidamente metafísica.
Kant admitiu o par existência-inexistência apenas como categoria da razão, mas obviamente ele está embutido já na estrutura mesma da percepção, na medida em que todo perceber tem uma natureza escalar e contrastante e consiste em notar não só as presenças, mas as ausências que lhes servem de pano-de-fundo. Os próprios juízos de existência seriam impossíveis se não houvesse, com anterioridade lógica se não cronológica, a percepção de existência, a qual por sua vez não pode ser concebida senão como oposto complementar dapercepção de inexistência. O ver alguma coisa não pode ser concebido senão como não ver alguma outra coisa — por exemplo, o oco da sua ausência — no lugar dela.
Tempo e espaço são formas da existência, bem como — negativamente — da inexistência. Quando, através de sua manifestação espacial, percebo algo que em si não é espacial, como por exemplo uma melodia, o que estou percebendo é uma existência parcial e deficiente: a melodia não existe como substância no sentido físico do termo, mas como efeito da ação de determinados corpos — os instrumentos de música, por exemplo, ou os órgãos da fonação humana. Percebo, no mesmo instante, que essa melodia tem uma estrutura matemática, a qual por sua vez é independente do tempo e do espaço, e que neste sentido tem uma existência ainda mais deficiente, como mera potência que é. Se eu não pudesse perceber essas formas deficientes, também não poderia perceber as eficientes ou plenas que lhes fazem contraste e que são perceptíveis justamente por esse contraste.
Existência-inexistência é, pois, forma a priori da sensibilidade e não somente da razão. Já o tempo e o espaço não podem ser formas a priori, mas apenas o resultado da diversificação da experiência quando esta é enfocada sob a categoria existência-inexistência, donde resulta a percepção diferenciada do espacial-temporal, do espacial-intemporal, etc.
De outro lado, existência-inexistência não poderia ser uma forma a priori da sensibilidade se não fosse também uma formaa priori dos dados sensíveis em si mesmos, de vez que o mais simples ato de percepção depende de certas qualidades que têm de se apresentar nos objetos mesmos e sem as quais não poderíamos percebê-los. Existência-inexistência é ao mesmo tempo categoria gnoseológica e ontológica: é a forma da percepção dos objetos no espaço e no tempo e inseparavelmente a forma da presença desses objetos no espaço e no tempo.
17/02/00
Nota
(1) V. a apostila Breve Tratado de Metafísica Dogmática (aulas de 1991) logo mais nesta homepage.
http://www.olavodecarvalho.org/apostilas/kant2.htm
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