segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Audiotube - Erros de princípio da filosofia marxista - Introdução



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Hoje dia de Ekadasi 21 INDIRA EKADASHI 30 de setembro 2013



21    INDIRA EKADASHI

Yudhisthira Maharaja disse:  "ó Madhusudana, ó matador do demônio Madhu, qual o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena obscura do mês de Asvhina (set/out)? Por favor descreva suas glórias para mim."

O Senhor Supremo, Sri Krishna, respondeu:  "Este dia santo é chamado Indira Ekadashi.  Se uma pessoa jejua nesse dia, todos seus pecados são erradicados e seus antepassados que caíram no inferno são liberados.  ó melhor dos reis, quem simplesmente ouve sobre este Ekadashi obtém o mérito acumulado por realizar um sacrifício de cavalo.

Na Satya-yuga vivia um rei chamado Indrasena, que era tão poderoso que destruiu todos seus inimigos.  O glorioso e altamente religioso Rei Indrasena cuidava bem de seus súditos, e portanto era rico de filhos, netos, ouro e grãos.  Era muito devotado a Sri Vishnu também.  Gostava especialmente de cantar Meu nome, clamando "Govinda!  Govinda!" Desta maneira o Rei Indrasena sistematicamente se dedicava à vida espiritual pura e passava muito tempo meditando na Verdade Absoluta.

Certo dia, enquanto o Rei Indrasena alegre e tranquilamente presidia sobre sua assembléia, o orador perfeito, Narada Muni, foi visto descendendo do céu.  O rei ofereceu a Devarishi Narada, o santo entre os semideuses, grande respeito, saudando-o com as palmas juntas, convidando-o ao palácio, oferecendo-lhe um assento confortável, lavando seus pés, e falando palavras doces de boas-vindas.  Então Narada Muni disse para Maharaja Indrasena:  "ó rei, as sete partes de vosso reino estão prosperando?  Vossa mente está absorvida em pensar como podeis realizar vosso dever ocupacional?  E estais ficando mais e mais devotado ao Senhor Supremo, Sri Vishnu?"

O rei respondeu:  "Por tua bondosa graça, ó maior dos sábios, tudo vai bastante bem. Hoje, só pela tua presença todos sacrifícios em meu reino tem sucesso!  Por favor mostra-me misericórdia e explique a razão para tua visita até aqui."


Sri Narada, o sábio entre os semideuses, então disse:  "ó leão entre os reis, ouvi minhas espantosas palavras.  Quando descendi de Brahmaloka a Yamaloka, o Senhor Yamaraja louvou-me mui afavelmente e ofereceu-me um excelente assento.  Enquanto eu glorificava sua veracidade e maravilhoso serviço ao Senhor Supremo, notei vosso pai na assembléia de Yamaraja.  Embora fora muito religioso, porque quebrou um jejum de Ekadashi prematuramente, teve que ir para Yamaloka.  Vosso pai deu-me uma mensagem para vos entregar.  Disse:  "Em Mahishmati vive um rei chamado Indrasena.  Por favor conte-lhe sobre minha situação aqui - que devido a meus atos pecaminosos passados de alguma maneira fui forçado a residir no reino de Yamaraja.  Por favor dê a ele esta minha mensagem:  "ó filho, tenha a bondade de observar Indira Ekadashi e dar muita caridade para que eu possa me elevar ao céu." (2)

Narada continuou:  "Só para entregar esta mensagem, ó rei, vim até aqui.  Deveis ajudar vosso pai observando este jejum de Indira Ekadashi.  Pelo mérito acumulado, vosso pai irá para o céu."

O Rei Indrasena perguntou:  "ó grande Naradaji, por favor seja misericordioso e me diga especificamente como observar um jejum no Indira Ekadashi, e também conte em que mês e que dia ocorre."

Narada Muni respondeu:  "ó rei, por favor ouvi enquanto vos descrevo
o processo completo de observar Indira Ekadashi.  Este Ekadashi ocorre durante a quinzena obscura do mês de Ashvina.  No Dashami, o dia antes do Ekadashi, acordai cedo pela manhã, tomai banho, e depois façai algum serviço para Deus com plena fé.  Ao meio-dia, tomai banho novamente em água corrente e depois oferecei oblaçöes a vossos antepassados com fé e devoção.  Certificai-vos de não comer mais que uma vez naquele dia, e à noite dormi no chão.

Quando acordardes na manhã do Ekadashi, limpai vossa boca e dentes esmeradamente, e depois com profunda devoção pelo Senhor fazei este voto sagrado:  "Hoje irei jejuar completamente e abandonar todos tipos de gozo dos sentidos.  ó Suprema Personalidade de Deus, infalível e de olhos de lótus, por favor conceda-me refúgio a Teus pés de lótus."  Ao meio-dia, postai-vos de pé diante de Sri Shalagrama-shila (3) e adorai-O fielmente, seguindo todas regras e regulaçöes, depois oferecei oblaçöes a vossos antepassados.  Em seguida, alimentai brahmanasqualificados e oferecei-lhes alguma caridade conforme vossos meios.  Agora tomai o alimento oferecido aos vossos antepassados, cheirai-o, e depois oferecei-o a uma vaca.  Em seguida, adorai o Senhor Hrshikesha com incenso e flores, e finalmente, permanecei acordado a noite toda perto da Deidade de Sri Keshava.

Cedo na manhã do dia seguinte, Dvadashi, adorai Sri Hari com grande devoção e convidai brahmanas para um suntuoso banquete.  Então alimentai vossos parentes, e finalmente tomai vossa refeição em silêncio.  ó rei, se observardes estritamente um jejum no Indira Ekadashi desta maneira, com os sentidos controlados, vosso pai certamente será elevado à morada do Senhor Vishnu."  Após dizer isso, Devarishi Narada imediatamente desapareceu.

O Rei Indrasena seguiu as instruçöes do grande santo perfeitamente, observando o jejum na associação de seus parentes e servos.  Ao quebrar o jejum no Dvadashi, flores caíram do céu.  O mérito que Indrasena ganhou por observar este jejum salvou seu pai do reino de Yamaraja e fez com que obtivesse um corpo completamente espiritual.  De fato, Indrasena o viu subir para a morada do Senhor Hari no dorso de Garuda.  O próprio Indrasena foi capaz de governar seu reino sem quaisquer obstáculos, e em tempo entregou o reino para seu filho e também foi para Vaikuntha.

ó Yudhishthira, estas são as glórias do Indira Ekadashi, que ocorre durante a quinzena obscura do mês de Ashvina.  Quem quer que ouça ou leia esta narrativa certamente desfrutará da vida neste mundo, será libertado de todos seus pecados passados, e na morte retorna ao lar, de volta para Deus, onde vive eternamente."

Assim terminam as glórias do Ashvina-krsna Ekadashi ou Indira Ekadashi, do Brahma-vaivarta Purana.

Notas:

(1) As sete partes do domínio de um rei são o próprio rei, seus ministros, seu tesouro, suas forças militares, seus aliados, os brahmanas, os sacrifícios realizados em seu reino, e as necessidades de seus súditos.

(2) Toda entidade viva é um indivíduo, e individualmente todos tem que praticar consciência de Krishna para retornar a Deus.  Conforme declarado no Garuda Purana, quem está sofrendo no inferno não consegue praticar consciência de Krishna, porque isto requer paz metal, que as torturas do inferno tornam impossíveis.  Se um parente de um pecador sofrendo no inferno der alguma caridade em nome do pecador, este pode deixar o inferno e entrar nos planetas celestiais.  Mas se o parente do pecador observar este jejum de Ekadashi em prol de seu familiar sofredor, este vai diretamente para o mundo espiritual, conforme declara este capítulo.

(3) Sri Shalagrama-shila é uma Deidade do Senhor Vishnu na forma de uma pedra lisa, redonda e escura.  Devotos adoram-No para obter liberação.  A origem de Shalagrama-shila é descrita no Padma Purana, Uttara Khanda.




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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Fugindo da filosofia Escrito por Olavo de Carvalho


A busca da perfeita (ou mais perfeita) consistência lógica é antes ocupação de continuadores e epígonos que dos espíritos criadores. Na exploração do desconhecido, uma certa margem de imprecisão e nebulosidade é inevitável.

Na universidade brasileira – e refiro-me somente às mais prestigiadas –, a lógica e a filologia foram consagradas como os refúgios convencionais da impotência filosófica. Ambas constituem, é claro, domínios autônomos, com seus objetos e métodos respectivos, que às vezes podem ser frequentados indefinidamente sem nenhum suporte filosófico especial, mas que, como todas as demais ciências, podem suscitar problemas de ordem filosófica para os quais não encontram solução dentro dos seus critérios e terrenos próprios.
Nenhuma das duas é a filosofia, embora ambas prestem a ela os serviços de ciências auxiliares frequentemente indispensáveis.
A lógica está para a filosofia como a gramática está para a literatura. Idealmente, espera-se que tudo o que um escritor escreve seja compatível com as regras consagradas da gramática, seja por segui-las em sentido estrito, seja por transcendê-las criativamente, seja por transgredi-las em detalhes menores amplamente compensados – ou até justificados -- pelo valor do conjunto. O que não se espera nunca é que um escritor sacrifique a vivacidade direta das suas intuições estéticas às exigências de algum gramático ranheta. Do mesmo modo, espera-se que aquilo que um filósofo diz resista ao teste da consistência lógica, mas não que ele próprio forneça a cabal demonstração lógica de tudo o que disse.
Isso é assim por dois motivos. O primeiro deles: em filosofia não há cabal demonstração lógica de praticamente nada. Todas as teses filosóficas podem ser recolocadas em questão à medida que se descobrem nelas novas nuances insuspeitadas à primeira vista ou que o desenvolvimento das ciências traz à luz novos aspectos dos seus objetos. 
Segundo: o trabalho de demonstração lógica exaustiva só é possível em questões filosóficas já longamente elaboradas por uma tradição de interpretações e debates, quando as dificuldades de expressão foram superadas e os conceitos estabilizados. Acontece, por fatalidade, que essa condição quase nunca é cumprida pelas grandes filosofias. 
O que caracteriza essas filosofias – acima de tudo a de um Platão, a de um Aristóteles – é que desbravam continentes desconhecidos, para os quais não há ainda uma linguagem consagrada nem conceitos descritivos prontos. A busca da perfeita (ou mais perfeita) consistência lógica é antes ocupação de continuadores e epígonos que dos espíritos criadores. Na exploração do desconhecido, uma certa margem de imprecisão e nebulosidade é inevitável. Prova-o acima de qualquer possibilidade de dúvida o fato de que, decorridos dois milênios e picos, ainda se discute o sentido preciso de tais ou quais termos nos escritos daqueles dois filósofos.
É aí, precisamente, que entra a filologia. Sua tarefa é reconstituir a forma e, se possível, o sentido originário dos textos antigos – ou não tão antigos --, de modo a que o estudioso deles tenha em mãos um material confiável, de onde se depreenda com clareza máxima o pensamento dos autores, bem como o seu encadeamento histórico e os seus nexos com o ambiente social e mental das épocas respectivas.
Com isso chegamos um pouco mais perto da filosofia. Estudar e compreender os escritos dos grandes filósofos já é, de algum modo, tomar parte numa atividade filosófica. Tanto que aqueles que a praticam se consideram filósofos. Alguns até acreditam que nisso e somente nisso consiste a filosofia. O prof. José Arthur Gianotti declarou peremptoriamente ser a filosofia, em essência, "um trabalho com textos". Não lembro se a expressão foi bem essa, mas era a ideia.
Essa ideia tem o mérito de demarcar precisamente a diferença entre a filosofia e o que dela se transmite, na melhor das hipóteses, aos estudantes das universidades brasileiras. Estes ocupam-se de textos (quando se ocupam de alguma coisa). 
Os grandes filósofos, ao contrário, não se dedicavam eminentemente ao estudo de seus próprios textos, nem mesmo ao dos seus antecessores, contemporâneos e concorrentes, mas ao estudo de objetos que existiam antes, fora e independentemente da filosofia: Deus, a vida após a morte, a constituição dos Estados e governos, a sociedade e os costumes, a conduta moral ou imoral dos seres humanos, os sonhos e emoções, a ordem do universo material,a estrutura da realidade.
Nenhum desses objetos foi inventado pelos filósofos. Estes os encontraram prontos na experiência da vida (que inclui, é claro, uma parcela de herança filosófica), e fizeram um gigantesco esforço de compreendê-los. Desse esforço sempre fez parte, é claro, a meditação do que os filósofos anteriores – ou os homens cultos em geral – haviam dito a respeito.
Aristóteles diz mesmo que o exame das opiniões inteligentes é bom começo de investigação filosófica; e esse começo, decerto, exige a leitura dos textos. A diferença é que Aristóteles os lia para encontrar, justamente, o que não estava neles: o objeto enquanto tal, que só muito parcialmente, e não raro impropriamente, transparecia nas opiniões estudadas. Dito de outro modo, ele usava os textos como perspectivas auxiliares para enriquecer, às vezes por contraste, a sua própria experiência direta dos objetos. Foi nesse sentido que Eric Voegelin aconselhava a seus alunos: "Não estudem a filosofia de Eric Voegelin. Estudem a realidade." A transmutação da realidade em conceito filosófico requer uma técnica apropriada, a técnica filosófica, elaborada ao longo de milênios de experiência, que descrevi breve e toscamente no livro A Filosofia e seu Inverso. Essa técnica é especificamente diversa da lógica e da filologia e não pode ser adquirida pelo estudo exaustivo, ou mesmo maníaco, dessas duas disciplinas.

Publicado no Diário do Comércio.

 http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/13397-fugindo-da-filosofia.html

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Alexandre de Moraes pode será que pode ser PRESO por CRIME de TORTURA?

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