domingo, 9 de novembro de 2014

PROJETO DE INTERVENÇÃO: "NAS ASAS DA LEITURA"

PROJETO DE INTERVENÇÃO: "NAS ASAS DA LEITURA"

GOVERNO DA BAHIA PREFEITURA MUNICIPAL DE JEQUIÉ
SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL





PROJETO DE INTERVENÇÃO:

"NAS ASAS DA LEITURA"



JEQUIÉ-BA

2011




Ludimila Souza Almeida



NAS ASAS DA LEITURA


Projeto de Intervenção apresentado a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Jequié-Bahia.




SUMÁRIO



Introdução ...............................................................................................................04


2 Base Teórica.....................................................................................................................06


3 Descrição do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil- PETI.........................................................................................................................08


4 Problemática .....................................................................................................09


5 Justificativa..........................................................................................................10


6 Objetivos

6.1 Geral...................................................................................................11

6.2 Específicos........................................................................................11


7 Conteúdos.......................................................................................12


8 Metodologia.....................................................................................13


9 Recursosdidáticos..........................................................................................17


10 Avaliação..........................................................................................................18


Referências............................................................................................................19

Anexo........................................................................................................................20



INTRODUÇÃO


As dificuldades de leitura em alunos de escolas públicas vêm sendo objeto de análise dos educadores brasileiros no intuito de identificar as causas e encontrar caminhos que venham modificar esta realidade. Alguns pesquisadores apontam as fragilidades do sistema educacional existentes no país, tais como: superficialidade, excesso de conteúdo, alunos em sala de aula, o pouco cuidado com a linguagem, práticas metodológicas e avaliativas inadequadas, pouca ou nenhuma formação do professor.

Este é um fato grave, por isso, é necessário que os educadores estejam aptos a enfrentar a tamanha responsabilidade em que se desenvolve o processo de leitura e escrita nos alunos, para que muitos alunos não sintam tantas dificuldades em assimilar o processo da lecto-escrita, podendo ocorrer muitas vezes o não gostar de ler, devido ao mau direcionamento das atividades escolares por parte dos educadores. 

O Trabalho Pedagógico que vem sendo realizado no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil ? PETI tem mostrado que muitos alunos das escolas públicas são prejudicados por não saber ler e escrever fluentemente. As crianças aprendem a decodificar e a codificar as letras e os sons sem produzir sentido em determinadas atividades, com isso, não conseguem dar conta da leitura e da produção de textos socialmente legitimados.

A leitura não deve ser olhada como um ato mecânico de repetir letras, palavras e frases, em que os alunos apenas decoraram os símbolos lingüísticos sem entender os seus significados, sendo que muito dos professores não entendem que a leitura é um processo de decifração e decodificação que envolve diversos fatores. Segundo Ferreiro (1998), existe uma série de aspectos sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos que envolvem a aquisição da leitura que devem ser trabalhados fazendo com que a criança supere o processo de leitura e escrita com sucesso.

Para que o indivíduo evolua e assimile os novos conhecimentos no processo de leitura, escrita, interpretação e produção textual é preciso que a prática docente tenha significado para que facilite o desenvolvimento dos alunos que dentro desse prisma é um ser essencialmente ativo. No entanto, o que se pode notar é que esse processo vem sendo desenvolvido de forma equivocada por muitos educadores que passam por cima das dificuldades dos alunos, sem promover meios para superá-los. 

Infelizmente está sendo comum, em muitas instituições públicas alunos chegarem ao final do Ensino Fundamental I sem saber ler, escrever, formar sílabas/palavras, com dificuldades em fazer interpretações de um pequeno texto lido, favorecendo o fracasso e levando muitas vezes até a evasão escolar. Muitas das dificuldades dos alunos estão relacionadas com a maneira com que os professores, vêm trabalhando em sala de aula, como a disciplina de Língua Portuguesa vem sendo desenvolvido no decorrer do ano letivo. 

Esta problemática relativa ao fracasso da leitura e escrita é historicamente constituída ao longo dos séculos no Brasil. Segundo Silva (2007), de acordo com o IBGE do ano de 2003, há no Brasil 11,6% de analfabetos considerando pessoas de quinze anos de idade ou mais. Uma realidade que merece ser discutida e debatida no meio educacional.

Portanto, este Projeto será aplicado nos núcleos/ bairros do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, com atividades envolvendo os diferentes tipos de textos que estão presentes no nosso cotidiano, além de produções textuais no intuito de ajudar os assistidos a desenvolver sua capacidade de compreender o processo da lecto-escrita. 


2 Base Teórica


A leitura é um processo de ligação entre o texto e o leitor. Ela deve ser compreendida como um ato social entre o leitor e o autor se envolvendo num processo interativo, relevante para um pleno conhecimento em todos os aspectos cognitivos. Assim os domínios de conhecimento (lingüístico, o pedagógico e o social) estão integrados. Segundo Kleiman (apud, SOUZA, 2004, p.61).

[...] o leitor constrói, e não apenas recebe um significado global para o texto; ele procura pistas formais, antecipa essas pistas, formula e reformula hipótese, aceita ou rejeita conclusões. Contudo, não há reciprocidade com a ação do autor, que busca essencialmente a adesão do leitor, apresentando para isso, da melhor maneira possível, os melhores argumentos, a evidência mais convincente de forma mais clara possível, organizando e deixando no texto pistas formais a fim de facilitar a consecução de seu objetivo.

A leitura não deve se fechar simplesmente ao caráter teórico, pois levará o aluno a ter uma leitura apenas mecânica, mas ela deve ser feita com um olhar crítico interrelacionando com outras leituras feitas anteriormente e com o seu cotidiano. Conforme Orlandi (1999), isso mostra como a leitura pode ser um processo bastante complexo e que envolve muito mais do que habilidades que se resolvem no imediatismo da ação de ler. Saber ler é saber que o texto diz e o que ele não diz, mas o constitui significamente.

Muitas das dificuldades na compreensão de se entender um texto não está somente ligado ao desconhecimento do significado dos códigos lingüísticos ou de algum dado do texto, mas sim ao fato de não perceber e fazer a relação existente entre diferentes partes de um mesmo texto com o todo. Por isso há uma necessidade de si trabalhar de forma significativa as diferentes características peculiares nas diferentes tipologias textuais.

Não existe uma tipologia única, sistemática e explícita, ao contrário podemos encontrar diversidades de classificações que levam em conta os diferentes critérios como a linguagem, a intencionalidade e estrutura, dentre outros. É necessário estabelecer e trabalhar as tipologias textuais de forma clara e concisa, obedecendo, fundamentalmente a intenção de facilitar a produção e a interpretação de todos os textos que circulam o ambiente social, sendo de uso freqüente do cotidiano.

Segundo Kaufman (1991) dentro da tipologia é possível destacar os Textos Literários (contos, novela, obra teatral, poema); Jornalísticos (notícia, artigo de opinião, reportagem, entrevista); Informação científica (definição, nota de enciclopédia, relato de experimento científico, monografia, biografia, relato histórico), Textos instrucionais (receita, instrutivo), Epistolares (carta, solicitação), Humorísticos (história em quadrinhos), Publicitários (aviso, folheto, cartaz). 

Para essa autora, os textos enquanto unidades comunicativas manifestam diferentes intenções e significações do emissor; procura informar, convencer, seduzir, entreter, sugerir estados de ânimos, dialogar com o leitor, permitindo aperfeiçoá-lo aproveitando o máximo suas possibilidades, ou seja, uma via efetiva para melhorar a competência comunicativa das diversidades dos textos.

É importante ressaltar que a fala e a escrita não são os únicos sistemas de comunicação entre o indivíduo e o mundo, pois toda representação é uma imagem que codifica o universo real. O homem vivencia em seu cotidiano diferentes formas de linguagem. No campo simbólico essas formas de linguagem não se dão apenas por uma via ? a verbal -, mas também com a não-verbal, que é dada através de signos, como por exemplo, gravuras e ruídos, ou seja, de um olhar tátil, e a escola atualmente não tem dado muita relevância a esta forma de lingüística para trabalhar a capacidade de entendimento do indivíduo. 

Conforme Ferrara (1991), o texto não-verbal é uma linguagem; a leitura não-verbal firma-se também como linguagem, na medida em que evidencia o texto através do conhecimento que a partir dele e sobre ele é capaz de produzir, ou seja, é uma linguagem de linguagem. Diante disso, o texto não-verbal apresenta diluído no cotidiano, espalhando-se em escolas macro pela cidade e incorporando as decorrências de todas as suas micro-linguagens como a paisagem, a urbanização, a arquitetura, o desenho industrial ambiental, a comunicação visual, a publicidade etc., ou seja, uma maneira peculiar de ler o mundo, uma visão-leitura, que estão incorporadas à realidade.

Para tanto, ao considerar a linguagem não somente como uma mera transmissão de informação, e sim, como mediadora entre o indivíduo e sua realidade natural e social, a leitura verbal e não-verbal deve ser considerada no aspecto mais propício, que não é o de mera decodificação, mas o da compreensão.


3 Descrição do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil- PETI

O Projeto: "Nas asas da leitura" será aplicado no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), criado pelo Governo Federal e executado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, faz parte de um conjunto de políticas públicas, cujo objetivo principal é oferecer e atender crianças e adolescentes com idade entre 6 a 15 anos de idade, exceto em condições de aprendiz a partir de 14 anos. O PETI tem como proposta principal erradicar todas as formas de trabalho consideradas como precoce, ou seja, aquelas que colocam em risco a saúde e a segurança desse público. 

No Município de Jequié, o Programa é composto por sete Jornadas Ampliadas (unidades/espaços onde funcionam as atividades de cunho socioeducativo para crianças e adolescentes), distribuídos em bairros, alguns destes considerados periféricos, como: Cidade Nova, Curral Novo, Jequiezinho, Joaquim Romão, Mandacaru, Pau Ferro e São Judas Tadeu. Visando incentivar e ampliar o universo de conhecimentos dos assistidos com o oferecimento de atividades de cunho sócio-educativos em todas as jornadas ampliadas, tais como, atividades esportivas, reforço escolar, atividade de lazer e recreativa, atividades culturais, atividades artísticas, atividades de construção da cidadania, etc. 

O PETI é norteado por três eixos básicos segundo rege a cartilha (2004), a educação (escola), a jornada ampliada e o trabalho com as famílias. O programa deve intervir junto às famílias na permanência e no sucesso das crianças e dos adolescentes na escola, inserindo no seu dia-a-dia as questões sociais em um universo cultural amplo. A escola nesse sentido tem o papel fundamental de criar formas que permitam avaliar e ampliar o universo das crianças e dos adolescentes, especificamente no que se refere ao desenvolvimento da lecto-escrita, antes, durante e depois do ingresso no PETI. 


4 Problemática

O Projeto: "Nas asas da leitura" surgiu a partir da minha experiência enquanto Coordenadora Pedagógica do PETI, nas orientações e avaliações feitas durante os planejamentos com os monitores, e principalmente da necessidade que encontra a maioria dos assistidos do Programa, que se encontra em diferentes níveis da lecto-escrita. 

Segundo as monitoras, os assistidos apresentam muitas dificuldades nas atividades que envolvam a leitura, a escrita e a interpretação de pequenos textos durante as atividades que são planejadas para aulas. Dessa forma, é possível percebermos a necessidade de um trabalho pedagógico voltado para leitura.

Acreditamos que a leitura tem um papel importante na nossa vida, que é através dela que organizamos nossas idéias e nos fazemos criar, recriar visões de mundo, assim à contribuição central do nosso projeto é que os alunos percebam essa importância de forma prazerosa e interativa.


5 JUSTIFICATIVA

Devido ao uso da tecnologia as informações e os conhecimentos têm colocado na nossa sociedade contemporânea as pessoas diante de uma gama de exigências e complexidades, que requer do sujeito a leitura e interpretação de diferentes tipos de textos presente no seu cotidiano além de uma habilidade na escrita.

Numa sociedade letrada, a leitura e a escrita é uma das competências que o ser humano deve desenvolver, a fim de participar de forma ativa nos processos culturais, políticos e sociais que permeiam nas diversas atividades, propiciando a obtenção de conhecimento e informação das situações e contextos em escala planetária.

Diante desse contexto é que propomos o Projeto: "Nas asas da leitura" por entendermos a importância dos assistidos terem habilidades no que diz respeito à leitura, interpretação e escrita. Esse projeto consiste em promover um maior e agradável contato dos assistidos do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil- PETI, com a leitura de diferentes textos lingüísticos.

A estratégia deste trabalho será a associação das diferentes leituras ao seu contexto social, composto de atividades de intervenção, dando possibilidade a esses assistidos um contato crítico, reflexivo, sensível e prático com os diferentes tipos de leituras (verbal e não-verbal) e produções de textos, mediando os mesmos a uma melhor compreensão, identificação e interpretação dos códigos lingüísticos que os rodeiam.

Dessa forma, a leitura e a escrita tornam-se hoje um dos maiores desafios da escola, visto que quando estimulada de forma criativa, possibilita a redescoberta do prazer de ler, a utilização da escrita em contextos sociais e a inserção da criança no mundo letrado. Pensando nesse contexto, o Projeto "Nas asas da leitura" torna-se necessário e viável, pois pretende fomentar a leitura e a interpretação por meio das diversas tipologias textuais.

6 OBJETIVOS

6.1 Geral:

? Compreender que o ato de ler é mais que decodificar, é interpretar e atender os diferentes códigos lingüísticos.


6.2 Específicos:

? Possibilitar o acesso aos diferentes materiais com os diversos códigos lingüísticos;

? Desenvolver a capacidade de interpretar os diferentes textos, fazendo relação com a vida cotidiana;

? Entender a leitura e interpretação como função social e política dentro da sociedade.

? Oportunizar aos assistidos a produção de diferentes textos.

? Fomentar o incentivo a Leitura.

?I ncentivar o gosto pela leitura de maneira dinâmica e prazerosa.

? Repensar a prática pedagógica desenvolvida durante as atividades do PETI;

? Traçar novos objetivos para um caminhar diferenciado e inovador.

? Desenvolver nas crianças novas habilidades e conquistas.

? Promover nos assistidos aspiração e encantamento pelo processo de leitura e escrita.

? Despertar o gosto pela leitura;

? Desenvolver a reescrita de histórias e a produção textual.

? Desenvolver o habito da leitura.

? Desenvolver a criatividade e a imaginação.



7 CONTEÚDOS


Ø Textos Literários: Contos, novelas, obra teatral e poema.

Ø Textos Jornalísticos: Notícias artigos de opinião, reportagem e entrevistas.

Ø Textos Instrucionais: Receitas, instrutivo e bula de remédios.

Ø Textos humorísticos: Historinhas em quadrinhos.

Ø Textos Epistolares: Cartas, solicitação.

Ø Texto de Informação Cientifica: Biografia, definição, nota de enciclopédia, relato de experimento científico, monografia e relato histórico.

Ø Textos Publicitários: folheto, aviso, cartaz e anúncio.

Ø Textos Não ? Verbal: Símbolos (placas de sinalização) e imagens.


8 METODOLOGIA


Textos Literários: Contos /poemas 


1. Será apresentado o tema indagando aos mesmos se tem o conhecimento sobre o conceito de textos literários, e a partir de seus conhecimentos prévios, iremos explanar pontuando quais as suas características.

2. Serão levados para turma alguns exemplos de contos, novelas, obras teatrais e poemas, para que possam ser trabalhadas as suas estruturas, características e diferenças.

3. Diante dos textos apresentados iremos propor ao grupo para trabalhar com o conto e poemas, fazendo um aprofundamento de como é organizado estruturalmente.

4. A turma será dividida em grupos para a elaboração de um conto com os nossos auxílios e intervenções. 

Textos Jornalísticos: Noticias / entrevista

1. Será apresentado o tema indagando aos mesmos se tem o conhecimento sobre o que venha a ser um texto jornalístico, e partindo de seus conhecimentos prévios, iremos explanar pontuando as suas características.

2. Serão levados para turma alguns exemplos de textos jornalísticos como, noticia, artigo de opinião, reportagem, entrevistas, para que possam ser trabalhadas dentro da sala as estruturas e suas finalidades.

3. Diante dos textos apresentados iremos oferecer ao grupo, o tipo de texto, a notícia e a entrevista, dando ênfase aos seus diferentes tipos, formas é organização.

4.A turma será dividida em grupos para fazer uma elaboração e execução de uma entrevista com outros assistidos que já passaram pelo PETI e assistidos de outros núcleos PETI, perguntando sobre as experiências, participações e importância que o Programa teve nas suas vidas, tendo nessa realização a presença de nosso auxilio e intervenção, para deixar como registro um vídeo gravado desses depoimentos.

Textos Instrucionais: Receitas / bulas de remédios

1.Será apresentado o tema indagando aos alunos sobre o conhecimento deles a respeito de textos instrucionais, como receitas, instrutivas e bulas de remédio, servindo de base para a explicação mais detalhada dos mesmos, pontuando sua importância para o uso cotidiano vivido por eles, principalmente no ambiente de trabalho. Solicitaremos que tragam receitas e instruções diversificadas como as de bula de remédios para serem analisados.

2.Juntamente com os alunos analisaremos quais as características estruturais que diferenciam os textos.

3.Partindo do seu cotidiano em dupla, deverão transcrever uma receita obedecendo a sua estrutura.

Textos humorísticos: Historinhas em quadrinhos

1.Será apresentado o tema indagando aos alunos se tem o conhecimento de personagens em quadrinhos, de suas historias e trajetórias, e partindo de suas contribuições, iremos relatar alguns deles enfocando seus personagens, desenhos, e suas representações.

2. Iremos levar algumas revistas em quadrinhos para a turma, disponibilizando-as para fazerem leituras, interpretações e produções de textos.

3.A turma será dividida em grupos para uma construção de uma história de quadrinhos de algum fato vivido por eles no PETI para ser expostos em um mural. 

Textos Epistolares: Cartas / solicitação.

1.Será apresentado o tema indagando aos mesmos se tem conhecimento sobre o conceito de textos epistolares, e a partir de seus conhecimentos prévios, iremos explanar pontuando quais as suas características, citando as cartas e a as solicitações. 

2. De forma mais detalhada estudaremos a estrutura física da carta e das solicitações (cabeçalho, corpo e despedida), posteriormente iremos construir um envelope para ser preenchido individualmente. Será pedido que tragam cartas antigas e atuais de suas casas para serem analisadas na aula no dia seguinte.

3.Analisaremos as cartas a partir de sua estrutura, identificando a mensagem central da mesma.

4.Será proposto aos assistidos que eles possam escrever uma carta e solicitação para as monitoras, professoras, falando sobre a sua importância na sala de aula.

5.Leremos todas as produções e selecionaremos a que representará o grupo mediante uma votação. Esta votação será realizada incluindo as cinco melhores cartas que terão sido escolhidas previamente.

6.De forma coletiva serão realizadas sucessivas escrituras da carta escolhida. Em tais reescrituras, serão efetuadas todas as modificações que se considerarem necessárias. Quando se chegar á versão definitiva todos os alunos assinarão para ser entregue a monitora.

Texto de informação Cientifica: Biografia / relato histórico

1.Será apresentado o tema indagando aos mesmos se tem algum conhecimento sobre o que venha a ser o texto de informação cientifica, partindo dos seus conhecimentos, abordaremos as características desse tipo de texto.

2.Iremos pontuar as diferenças estruturais entre os diferentes textos: definição, nota de enciclopédia, relato de experimento cientifico, monografia, biografia e relato histórico. 

3. Será solicitado aos assistidos de forma dinâmica que cada um narre verbalmente um pouco de sua vida em um circulo. Em seguida informaremos que esse é um exemplo de biografia pontuando suas características.

4.De forma criativa os alunos irão transcrever sua biografia numa folha de oficio que será entregue a cada um.

5.Iremos fazer uma pesquisa sobre os relatos históricos importantes da cidade. Será feito um relato de algum lugar ou monumento histórico de nossa região.

Textos Publicitários: folheto / aviso

1.Será apresentado o tema indagando aos alunos se tem conhecimento sobre o que venha a ser os textos publicitários, explicando os tipos e as características entre avisos, folhetos, anúncios, e cartazes.

2.Levaremos para o grupo diversos modelos de textos publicitários, onde os mesmos deverão identificar os diferentes textos, seguindo suas características. 

3.Indagaremos como uma atenção especial como são organizados os dados gráficos de um anuncio e folheto.

4.Posteriormente solicitaremos a cada um que construa um anuncio de vendas, sobre nossa orientação.

Textos Não- Verbal: Símbolos (placas de sinalização) e imagens

1.Serão apresentados para os assistidos, imagens e símbolos diferenciados para que os mesmos possam expor o que esta sendo observado, indagando-os: O que isto lhe faz lembrar? Após a discussão será questionado se alguém tem conhecimento, ou se já ouviu falar sobre textos não verbais, partindo para uma explicação mais detalhada do tema.

2.Trabalharemos com os símbolos (placas) para que os alunos possam identificar o seu significado, fazendo uma relação com o cotidiano, pontuando sua importância nos diversos ambientes.

3.Será feito um passeio pelo PETI, identificando os textos não-verbais, presentes no local, onde os mesmos deverão desenhar os símbolos encontrados dando os seus respectivos significados.

4.A culminância será finalizada com uma exposição de todo o material, promovendo a socialização das várias leituras feitas pelos assistidos a fim de que os mesmos percebam a importância da leitura como forma de entretenimento, informação, imaginação, conhecimento científico, artístico, dentre outros.

5.O Projeto "Nas asas da leitura" deixa como proposta em todos os núcleos PETI, a iniciativa de uma PETIOTECA (PETI+ Biblioteca), segue em anexo.


9 RECURSOS DIDÁTICOS

? Exemplares de contos
? Obras teatrais
? Poemas
? Jornais (reportagens e noticias).
? Artigos de opinião
? Entrevistas
?B ulas de remédios
? Receitas
? Revistas de gibi
? Cartas
? Folhas de ofícios
? Cartolinas
? Tesouras
? Papel madeira
? Hidrocor 
? Colas
? Textos com instruções 
? Folhetos
? Avisos
? Anúncios
? Imagens
? Placas de Sinalização.
? Revistas, Livros, Charges, jornais, poemas etc.


10 AVALIAÇÃO

A avaliação é um instrumento amplo e complexo que deve ser utilizado durante todo o processo de aprendizagem para diagnosticar a eficácia do ensino, aquilo que deve ser permanecido e/ou resignificado durante a prática pedagógica, para que aconteça uma aprendizagem cada vez mais significativa.

Segundo Tyler (1975, pg. 101) "[...] existem muitas maneiras de obter dados sobre mudanças de comportamento e mostra que, quando falamos de avaliação, não temos em mente um método único, nem dois ou três métodos particulares de avaliar", ou seja, o educador precisa compreender que tudo pode podem ser objeto de avaliação e este instrumento não pode ser resumida apenas a um questionário de perguntas.

Portanto, por entendermos que o ato de avaliar é algo processual, os alunos serão avaliados durante todo o processo de forma participativa e através da construção de painéis e murais, contendo todas as atividades elaboradas pelos assistidos no decorrer do desenvolvimento do projeto. Dessa forma, eles serão avaliados a partir da participação durante as aulas e através de atividades de acompanhamento. 

Em suma, para que uma aula de torne dinâmica, produtiva e significativa é necessário levar em conta diversos fatores que estão envolvidos neste processo, tais como, postura do educador, métodos, recursos, visão filosófica entre outros.


REFERÊNCIAS


FERRARA, Lucrécia D?Aléssio. LEITURA SEM PALAVRAS. 2ª Ed. São Paulo: Ática, 1991.


FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Trad. Diana M. Lichtenstein, Liana Di Marco e Mário Corso. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1998. 


KAUFMAN, Ana Maria; RODRIGUES, Maria Helena. ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS. Trad. Inajara Rodrigues. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991.


ORLANDI, Eni Pulcinelli. DISCURSO E LEITURA. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 1999.


SILVA, Ezequiel Theodoro da (org.). Alfabetização no Brasil: questões e provocações da atualidade. Campinas, SP: Autores Associados, 2007. (Coleção educação contemporânea).


SOUZA, Luiz Marques de. COMPREENSÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS. 9ª Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.


TYLER, Ralph Winfred. Como se pode avaliar a eficácia de experiências de aprendizagem? In: Princípios básicos de currículo e ensino. Tradução de Leonal Vallandro. Porto Alegre, Globo, 1975.


Por que o estágio para quem já exerce o magistério: uma proposta de formação contínua In: ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani. F. Porto Alegre: Artmed, 1998.


ANEXO:

Construção de um cantinho da Leitura chamado PETIOTECA
(PETI + BIBLIOTECA)

ü Acervo de livros de qualidade, adequada a cada faixa-etária, implementando o cantinho de leitura dos assistidos;

üConstruir o hábito de ouvir histórias e sentir prazer nas situações que envolvem leitura de história; 

üCompartilhar sobre suas impressões sobre as histórias lidas;

üIncentivar, apoiar e orientar o planejamento de atividades de roda de leitura, antes, durante e depois da leitura.

üPermitir que as crianças e adolescentes apreciem e tenham acesso aos livros em diferentes momentos da rotina do PETI;

üSeleção de literaturas infantil e infanto juvenil;

üCriação dos cantinhos ou varais de leitura nas salas de aula;

üCriação das caixas ou baús da leitura;





Sobre este autor(a)
Graduação em Licenciatura em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia/ UESB. Atualmente trabalho como Coordenadora Pedagógica do PETI - Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, na cidade Jequié-BA.


Obrigado pela visita, volte sempre.

sábado, 8 de novembro de 2014

O mal é o que sai da boca do intelectual de esquerda Por Alceu Garcia



O mal é o que sai da boca do intelectual de esquerda
Por Alceu Garcia
Maio de 2002



Conta Aristóteles que seu mestre Platão ocasionalmente interrompia as aulas que ministrava na Academia para questionar-se, e a seus alunos, se no tema desenvolvido eles estavam partindo dos primeiros princípios ou no caminho que se dirige a eles. No Brasil são poucos, mesmo nos mais sisudos centros acadêmicos, os que efetivamente se preocupam com essa investigação preliminar de máxima importância em qualquer campo do saber. Nos debates públicos ventilados na imprensa, então, nem se fala. Nesse universo marcado pelo falatório sofístico não só inexiste preocupação com princípios, como a própria linguagem encontra-se tão corrompida que é impossível sequer saber com um mínimo de clareza e precisão do que se está tratando nas discussões. E o maior problema é que a adulteração do sentido das palavras é deliberada, envolvendo um projeto de dominação ideológica no sentido marxista do termo, a falsa consciência, o véu de idéias forjadas por um grupo para, ocultando a realidade, explorar os demais com a anuência expressa ou tácita dos próprios explorados. Esse grupo é a classe letrada, a intelligentsia, obcecada pelo socialismo e imbuída do método gramsciano de reforma do senso comum para implementá-lo, como tem denunciado e fartamente provado o filósofo Olavo de Carvalho. A depravação da linguagem torna impossível identificar, isolar, compreender e enfrentar os problemas postos para a coletividade. Como discutir proveitosamente sobre algo que sequer sabemos o que é?

O objetivo desse texto é contribuir modestamente para a difícil tarefa de remover a névoa pegajosa e traiçoeira que recobre certas palavras e expressões vertidas incessantemente na imprensa por intelectuais e políticos de "esquerda" (mas não apenas eles), de modo que os interessados de boa-fé possam ao menos tentar entender com alguma nitidez o que realmente está sendo afirmado e se as propostas de ação política reclamadas são compatíveis ou não com os fins (ocultos ou declarados) almejados.
"JUSTIÇA SOCIAL" – Justiça deriva do latim justitia, exprimindo conformidade com o Direito, não necessariamente o Direito Positivo, legislado, que pode ser, e frequentemente é, injusto (ex: pensão vitalícia de dez mil reais para ex-governadores), mas os princípios gerais derivados dos valores que formam a Ética de um determinado grupo, que antecedem e informam as leis objetivas e sua interpretação, consubstanciado no mister de dar a cada um aquilo que é seu, como diziam os juristas romanos. E cada indivíduo só é proprietário daquilo que produziu com o seu próprio trabalho ou que adquiriu contratualmente por meio de trocas voluntárias (compra e venda, locação, contrato de trabalho, doação, etc). Social vem de sociale, relativo à sociedade (do lat. societate), ou seja, uma coletividade humana. Ora, se justiça é dar a cada um o que é seu, infere-se necessariamente que a existência de mais de um indivíduo é sua condição sine qua non . Não havia necessidade de justiça para o solitário Crusoe em sua ilha deserta, antes do aparecimento do Man Friday. Tudo lhe pertencia. Assim, toda justiça é por definição social, um imperativo de convívio humano. O adjetivo "social" é, pois, redundante e dispensável. O mesmo obviamente ocorre com outras expressões, tais como "movimento social", "política social", "investimento social", "questão social", "direitos sociais", "democracia social" e muitas outras. Quem se lembra do slogan da propaganda oficial do malsinado Governo Sarney? Era "Tudo pelo Social", o cúmulo do estelionato semântico demagógico. Até o erudito e em geral lúcido J. G. Merquior embarcou nessa canoa furada com o seu "liberalismo social". O economista e filósofo Friedrich Hayek, em seu clássico Law, Legislation and Liberty, deu-se ao trabalho de enumerar dezenas de termos adjetivados com o infalível "social", que nada acrescentava de racional e esclarecedor aos respectivos substantivos.
Se o "social" nada significa de relevante, porque é tão usado? Porque o sentido oculto dessa palavra é "socialismo", ou seja, a intervenção coletiva, política, estatal, na esfera de autonomia individual, mesmo e sobretudo aquela em que as pessoas não estão tomando dos outros o que não lhes pertence. Em outras palavras, "social", nesse contexto, consiste em ações coercitivas por meios das quais aqueles que detém o Poder Político ordenam os comportamentos e dispõem do patrimônio dos indivíduos da forma que bem entendem, dando a cada um o que, segundo critérios inteiramente arbitrários, entendem que cada um merece. Vê-se que o "social" é mais do que tautológico em relação à justiça. É incompatível com ela. "Justiça social" é pura e simplesmente injustiça. E quem aceita esse conceito distorcido e contraditório como premissa para o debate, mesmo que não seja socialista, já admitiu a viabilidade prática e conferiu validade moral ao socialismo.
"POLÍTICA PÚBLICA" – Política origina-se do grego polis, cidade-estado, daí politiké, ciência dos negócios de Estado, ou seja dos negócios públicos, sendo que público tem raiz no latim publicu, relativo à coletividade, oficial, estatal. Ou seja, "política pública" é mais uma expressão vazia, pois se é política já é pública. Seu uso tem se disseminado a partir das principais estações difusoras do gramscismo – as universidades – sobretudo por soar bonito, vestindo um modelito novo e sedutor às velhas e já algo desgastadas "políticas sociais", intervenções estatais indevidas no domínio particular para "resolver" problemas que desastradas "políticas sociais" anteriores causaram. "Política pública" é, assim, mais um eufemismo para – adivinhem? – socialismo.
"NEOLIBERALISMO" – Liberalismo é o nome de um conjunto de idéias e doutrinas que basicamente defendem a liberdade individual contra o Poder Político, formuladas por filósofos e economistas como John Locke, David Hume, Adam Smith, Herbert Spencer, Frédéric Bastiat e John Stuart Mill. A partir da segunda metade do século 19 o prestígio do liberalismo decaiu tão rapidamente quanto ascendeu a aceitação geral do socialismo entre os intelectuais e políticos, com sua ênfase na ação coletiva e estatal como meio de se alcançar a plena liberdade e dignidade do Homem. O liberalismo então extinguiu-se como doutrina politicamente eficaz, subsistindo apenas na obra de um punhado de estudiosos e publicistas isolados e espalhados pelo mundo, como Walter Lippmann, Wilhelm Ropke, Ludwig von Mises e Frank Knight.
Após a Segunda Guerra, contudo, diante do óbvio fracasso do socialismo, no atacado e no varejo, em cumprir suas mirabolantes promessas de abundância material e excelência moral, o pensamento liberal recuperou paulatinamente uma pequena parte de sua antiga influência graças aos esforços de Friedrich Hayek, Milton Friedman, Karl Popper, Peter Bauer, James Buchanan, Raymond Aron e outros pensadores eminentes. É isso o famoso neoliberalismo, que se traduz em continuação e aperfeiçoamento do antigo liberalismo. Na esfera política, o neoliberalismo só alcançou alguma expressão nos anos 80 do século passado, inspirando certas medidas, bastante limitadas, de alívio para a iniciativa individual na economia, tomadas pelos governos Thatcher e Reagan, tão claramente bem-sucedidas que logo foram imitadas por todo o mundo, inclusive em países comunistas como a China e o Vietnã. Vale frisar que o neoliberalismo ganhou força nos meios intelectuais combatendo os socialismos comunista e fabiano (ou social-democrata) com argumentos irrefutáveis, reforçados pela prova empírica inegável do fiasco universal do coletivismo, totalitário ou limitado, e só teve aplicação restrita no cenário político quando todas as formas de socialismo possíveis e imagináveis (comunismo, fascismo, nazismo, social-democracia etc) já tinham sido tentadas e rejeitadas.
Essa tímida ressurreição do liberalismo como doutrina intelectualmente respeitável e como alternativa política e econômica válida enfrentou uma formidável barragem de propaganda caluniosa movida pela esquerda culturalmente hegemônica. O neoliberalismo passou a ser inculpado por tudo de mau que acontecia pelo mundo, sobretudo em regiões em que absolutamente jamais houvera liberalismo ou neoliberalismo, como a África, continente dominado por regimes socialistas em variados graus. Após décadas de vulgarização e abuso, o termo "neoliberal" adquiriu uma conotação extremamente negativa -malgrado ninguém saiba ao certo o porquê -, comparável ao sentido odioso de palavras como "nazista" e fascista". Acontece que nazista é a abreviação de nacional-socialista, assim como virulentamente nacionalista e socialista foi o fascismo. Dito de outro modo, o nazi-fascismo é irmão xifópago do socialismo dito de "esquerda". O resultado dessa monumental campanha ideológica pode ser aferido pela simples análise do sentido comum dos termos "comunista" e "socialista", usualmente significando uma doutrina política intrinsecamente benevolente e humanista, cujos efeitos bárbaros são debitados exclusivamente à perversões acidentais identificadas com o termo "stalinismo". Muita gente ainda se diz comunista, e quase todo mundo se considera socialista (ou de "esquerda", que é a mesma coisa), com a maior naturalidade, embora regimes comunistas e socialistas tenham perpetrado as piores barbaridades da História em toda parte. Por outro lado, ninguém – ninguém mesmo! – ousa assumir-se publicamente como neoliberal. Ora, pode-se concordar ou discordar das idéias liberais (ou neoliberais), desde que se procure tomar conhecimento do que efetivamente são essas idéias, submetendo-as então à uma crítica racional. É absurdo tomar como reais idéias pela imagem caricatural dela que seus inimigos forjaram. Mas é exatamente isso que ocorre.
O economista Eugen von Bohm-Bawerk certa vez foi censurado por não intervir quando alguns alunos de seu seminário expunham teorias obviamente erradas e absurdas. Ele disse em resposta que nada era mais eficaz para se revelar o erro de um raciocínio do que permitir que fosse desenvolvido até suas últimas consequências lógicas. A humanidade parece ter seguido procedimento similar em relação ao socialismo, o qual contou com meios e tempo mais do que suficientes para provar suas proposições e falhou lamentavelmente, precisamente onde e como seus críticos previram que falharia. Será que já não sofremos o bastante para admitir que o socialismo é um erro trágico?
"DIREITOS HUMANOS" – O Direito, do latim directu, aquilo que deve ser reto e justo, é uma criação humana, e somente o Homem é sujeito de direito. Mesmo as pessoas jurídicas e patrimônios personalizados (fundações) são ficções jurídicas cuja criação e atuação no mundo concreto se materializam através da vontade e da ação humana. O risível "direito dos animais", que aliás acaba de ganhar foro constitucional na Alemanha, não é gerado pelos marinbondos e papagaios, é claro, mas pelos homens. Sendo assim, é evidente que o Direito é sempre humano, constituindo esse adjetivo mera tautologia. O que esse conceito espúrio pretende de fato, enrolado em um falso manto humanitário, é conferir às pessoas – sobretudo pessoas enquadradas em certas classificações capciosas – "direitos" a coisas imateriais, como felicidade e amor, ou coisas materiais, como emprego, renda, habitação etc, que o Estado não pode dar, porque não possui, ou só pode dar a um quando tira de outro, fazendo uma caridade farsesca com o chapéu alheio, mediada por uma casta burocrática que reserva para si a parte do leão dos recursos "pilantrópicos" que amealha. "Direitos Humanos", em síntese, é mais um exemplo de socialismo disfarçado com belas palavras, um pretexto polivalente para a múltipla intromissão estatal injusta na esfera de autonomia individual..
Muito mais clara e adequada é a denominação Direitos Inalienáveis inscrita pelos fundadores dos Estados Unidos no preâmbulo de sua Constituição, derivados da filosofia lockeana dos Direitos Naturais. Esses direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade (aos quais deve ser acrescentado o direito à propriedade legitimamente adquirida) são inalienáveis porque não se pode dispor deles sem deixar de ser Homem, bem como se caracterizam pela reciprocidade, isto é, ao direito de cada pessoa corresponde direito igual de todas as outras, e o dever geral de respeitá-los. Esses atributos de reciprocidade e universalidade são violados pelos chamados "direitos humanos", vez que, por exemplo, ao "direito" de fulano a uma renda de mil reais mensais inevitavelmente corresponde o "dever" de sicrano, que ganha mais do que isso, de prover recursos para fulano, muito embora este não seja culpado pela pobreza daquele. Os "direitos humanos" são a cristalização da injustiça sistematizada, ou seja, dos "direitos desumanos".
"DESIGUALDADE SOCIAL" – Novamente o adjetivo "social" é objetivamente inútil, porém politicamente malicioso. Para haver desiguais há naturalmente que haver mais de um ser humano, de maneira que "social" já está implícito no substantivo "desigualdade". Nada é mais lacrimosamente denunciado pelo intelectual, com tom de ira santa, do que a desigualdade. Que esta existe é um fato incontestável, um dado da natureza.. As pessoas são mesmo desiguais, e o seriam mesmo que toda a humanidade fosse constituída de clones. Não há outra igualdade possível senão aquela diante da lei, fundada nos direitos inalienáveis, recíprocos e universais estudados acima. A intelligentsia, entretanto, discorda categoricamente. Há que haver igualdade material, dizem de modo bastante vago, e cabe ao Estado instaurá-la, comandado por eles mesmos ou por quem acate suas idéias. Como Thomas Solwell observou com sagacidade, os intelectuais de "esquerda" dividem a humanidade em três grupos: os desvalidos, os desalmados e os iluminados. Os primeiros, os pobres, são maltratados pelos segundos, os ricos, cabendo aos terceiros – os próprios intelectuais de "esquerda" – intervir munidos dos poderes coativos estatais para defender os bons dos maus e implantar a "justiça social" na Terra. A contradição insolúvel nesse discurso igualitário é que sua execução exige que um determinado grupo seja incumbido da tarefa de igualar os outros grupos, detendo para tanto poderes exclusivos, o que por si só inviabiliza a priori a igualdade. De resto, se os indivíduos são naturalmente desiguais e a igualdade material é impossível – até porque se fosse viável igualar a renda monetária de todos (e não é), seria impossível igualar a renda real, vez que, v.g., para quem vive no litoral é muito mais barato o lazer na praia do que para quem vive no interior – a doutrina igualitária é absolutamente inexequível, portanto absurda e, logo, intrinsecamente nefasta.
A eficácia desse discurso absurdo depende da associação implícita e falaciosa da desigualdade com a miséria, e também da estimulação sub-reptícia do sentimento da inveja. A falsidade do sofisma da miséria pode ser facilmente exposta em termos econômicos. A miséria é causada basicamente pela baixa produtividade do trabalho, que deriva de reduzidos padrões de capital investido per capita em determinada comunidade. A solução, assim, passa necessariamente pela acumulação de capital de modo a que o trabalho se torne mais produtivo, elevando ipso facto o nível de consumo das profissões marginais (aquelas cuja remuneração é mais baixa) para um patamar acima da mera subsistência. A teoria e a experiência provam que somente a economia de mercado, ou seja o capitalismo, é capaz de gerar os requisitos necessários e suficientes para se extinguir rapidamente a miséria. Como, porém, o capitalismo é rejeitado veementemente pelos intelectuais de esquerda, conclui-se que Joaozinho Trinta estava certíssimo quando afirmou que esses sujeitos adoram a miséria. Miséria para os outros, bem entendido. A invocação da inveja, além de imoral, é contraproducente, posto que a ênfase na expropriação dos que têm mais em prol dos que têm menos desencoraja o trabalho e incentiva o parasitismo. No final do processo, a inveja resulta na miséria geral, pois quem vai querer produzir para ser roubado? E se ninguém produz, o que o parasita vai parasitar?
"GLOBALIZAÇÃO" – Quando o homo sapiens emigrou há milênios de sua África natal para todos os recantos do planeta estava terminada a única "globalização" de fato relevante. Tratando-se de uma única espécie, gregária e sociável, nada mais natural do que a progressiva intensificação dos intercâmbios de todos os tipos entre seus componentes. A língua, o fogo, a roda, a escrita, a matemática, as religiões e muito mais coisas se "globalizaram" no curso do tempo. Então o que há de diferente e novo no que hoje se chama vulgarmente de "globalização"? Nada. Em boa parte o termo tem conotação negativa, identificado com capitalismo, imperialismo e bobagens do gênero. Para identificar a má-fé nessa campanha de desinformação propagandística basta constatar que seus autores são os mesmos que ainda ontem pregavam (e ainda pregam, embora em outros termos) o "internacionalismo proletário", isto é, a globalização do comunismo.
"EXCLUSÃO SOCIAL" – Olhem o infame "social" aí de novo! O termo "excluído" foi concebido pela intelectuária para substituir aos desgastados "proletário", "trabalhadore" e "camponês", malgrado corresponda, mais tecnicamente, ao que os marxistas clássicos rotulavam de "lumpenproletariado". Como a retórica da "esquerda" é cada vez mais vaporosa, contraditória e mutante, "excluído" pode identificar as mais diversas categorias. Hoje são os índios, para os quais se exigem terras equivalentes ao território de vários países, amanhã são os "sem-terra", que demandam o fim do "latifúndio" e a divisão de todas as terras em pequenas propriedades, e assim por diante.
"A LÓGICA DO CAPITALISMO" – A lógica é a disciplina filosófica que estuda a forma do raciocínio, pelo qual de premissas admitidas como certas se inferem conclusões necessárias, pois já implícitas nas premissas. Assim, quando um intelectual de "esquerda" fala em "lógica do capitalismo", essa expressão só é válida se o interlocutor aceita as premissas sugeridas. Quando, ao contrário, o interlocutor pretende justamente problematizar essas premissas, não há lógica nenhuma, e sim dialética. Infelizmente é quase impossível um intelectual de esquerda aceitar esse debate franco e aberto - dialético – acerca da real natureza do que se conhece como capitalismo. Para ele, premissas como "exploração", "egoísmo", "exclusão", "imperialismo" são artigos de fé (rectius: de má-fé) em toda e qualquer peroração sobre o assunto. E se o oponente prova cabalmente os múltiplos erros nos seus teoremas, o intelectual de esquerda recorre ao argumento ad hominem, também denominado por Ludwig von Mises de polilogismo, que se resume a colar no interlocutor impertinente a etiqueta odienta de "capitalista", que o torna inerentemente incapaz de sequer compreender a "lógica proletária", quanto mais refutá-la.
"AS FORÇAS CEGAS DO MERCADO" – O mercado é essencialmente um processo através do qual os fatores de produção (terra, trabalho e capital) são alocados segundo as demandas mais urgentes dos consumidores, processo esse não controlado e dirigido por nenhum órgão central. A maior e mais antiga controvérsia da economia, desde Adam Smith e até mesmo antes dele, tem por objeto a capacidade auto-reguladora do mercado. Para Smith e Bastiat, von Mises e M. Rothbard, o mercado é auto-regulável; para Malthus e Sismondi, Marx e Keynes, a economia de mercado sofre de contradições internas que acarretam sua destruição, exigindo, pois, a intervenção estatal para corrigir (ou abolir, no caso de Marx) as suas "falhas". Quem assevera que as forças de mercado são "cegas" está afirmando que o planejamento estatal é onisciente, ou menos falível do que o mercado. Nesse ponto temos que aplaudir a coerência dos socialistas totalitários (comunistas e nazistas), posto que, se o Estado é capaz de corrigir as falhas do mercado, deve logicamente suprimi-lo por completo. A posição dos socialistas fabianos (terceira via, keynesianos, sociais-democratas) nessa questão é frágil, vez que, se o Estado é intrinsecamente superior ao mercado na organização da economia, porque então não substituí-lo integralmente?
Por outro lado, se a intervenção do Estado no domínio econômico também é "cega", a economia será sempre um processo pelo qual cegos são guiados por cegos. E se algo pôde ser inferido de certo e conclusivo da calamitosa experiência econômica do século 20 é que a intervenção estatal é sempre "cega", muito embora conduzida por políticos, intelectuais e burocratas dotados de enorme "olho grande". Proponho ao leitor o seguinte teste empírico: a oferta de pão está em nosso país à cargo do mercado, enquanto que a provisão de serviços de segurança incumbe ao estado. Quem o atende com mais eficiência? Quanto a mim, não há dúvida. Eu viajei por todo o Brasil e não encontrei lugar em que não houvesse uma padaria disponível para se adquirir o tradicional pãozinho para o café da manhã. Por outro lado, sempre que necessitei de auxílio policial nas diversas ooprtunidades em que fui roubado ou furtado, fiquei frustrado. Imaginem só se a oferta de pães fosse monopólio estatal afetado a uma "Pãobrás" qualquer. Provavelmente não haveria pão em lugar nenhum, como não há em Cuba nem havia nos países comunistas.
"DIREITOS DAS MINORIAS" – Todo sujeito de direito é uma minoria de um, uma vez que ao seu direito corresponde o dever geral de não infringi-lo, conforme estabelecido na breve investigação acima sobre a natureza do Direito. De maneira que a expressão "direitos das minorias" é vazia. O direito do homossexual é precisamente o mesmo do heterossexual, como o direito do branco é o mesmo que o do negro, e assim por diante. A campanha dos "direitos das minorias" não passa de uma ofensiva da intelligentsia esquerdista contra o Estado de Direito com o fito de fomentar conflitos artificiais para depois "resolvê-los" via coerção policial. Não é outra coisa a recente importação da "affirmative action" (outra expressão melíflua e contraditória em seus termos) dos Estados Unidos pelo hediondo governo FHC, com sua infame política de quotas raciais. Isso equivale a institucionalizar o racismo num dos poucos países do mundo isentos desse problema. Até mesmo as mulheres, maioria da população, são qualificadas como "minoria", o que é ridículo.
"CONSCIÊNCIA CRÍTICA" – O intelectual de "esquerda" ama de paixão a palavra "crítica", desde que não seja jamais criticado. Para ele, somente aqueles que foram devidamente doutrinados nas idéias esquerdistas são indivíduos "conscientes" e "críticos". Ocorre que a peculiaridade de pessoas que pensam assim é exatamente a completa incapacidade de raciocinar criticamente, isto é, de pensar por si mesmas, articular argumentos e formar juízos objetivos e imparciais sobre a realidade. Na melhor tradição orwelliana, para o intelectual de "esquerda", "consciente" é o que para gente normal é "lobotomizado", e "crítico" traduz-se por "acrítico".
"SETORES CONSCIENTES E ORGANIZADOS" – Essa é clássica. Os intelectuais de "esquerda" denominam assim os grupos que estão inteiramente doutrinados e arregimentados por eles. Quem está fora é "alienado" ou "inimigo de classe".
"ELITES PERVERSAS" – Para os intelectuais de esquerda as "elites perversas" são sempre os outros, nunca eles mesmos, não obstante eles constituam evidentemente um grupo de elite. Reparem no Luis Fernando Veríssimo, por exemplo. Nascido em berço de ouro, educado nos Estados Unidos, escritor de um best-seller atrás do outro, prestigioso e regiamente pago colunista de grandes jornais, bajulado servilmente pela mídia, amigo e guru de políticos influentes e poderosos, ele costuma passar as férias em Paris. Se Veríssimo não integra a elite brasileira, a que classe ele pertence então? Mas o insensado escritor de "esquerda" e seus pares jamais se incluem na fina-flor da sociedade brasileira, a despeito de contribuirem mais do que ninguém para a formação da cultura do país, e daí naturalmente para a organização política nacional.
Fala-se muito no "poder econômico" das "elites", que seriam responsáveis pelo atraso e pela miséria no Brasil. Ora, e quem tem mais poder econômico nesse país do que o Estado, que inclusive detém o poder de criar dinheiro? Que indivíduo, que empresa, que elite se reveste do poder de tributar, de se apropriar de 34% do que se produz nacionalmente? Quem tem privilégios como estabilidade no emprego, vencimentos desvinculados da produtividade do trabalho, aposentadoria especial, remuneração muito acima da média nacional etc. etc. etc.? Ora, que eu saiba são os funcionários públicos a elite mais rica e poderosa do Brasil. O rendimento médio mensal de um servidor federal está por volta de R$ 3.355,09; já o assalariado do setor privado recebe em média R$ 751,60 por mês. Os funcionários federais aposentados e pensionistas ganharam em média R$ 2.474,37 ao mês; os aposentados do regime comum 
do INSS tiveram que se contentar com R$ 324,00 mensais em média. Acontece que a incessante ladainha dos intelectuais de "esquerda" é justamente atribuir ainda mais poder e mais dinheiro a essa elite insaciável, da qual a maioria deles faz parte. Isso é que é "utopia" em causa própria!
A lista acima é meramente exemplificativa. Cada leitor pode compor a sua própria lista, e, se uma vinte pessoas o fizessem, poderiam publicar uma enciclopédia de sofismas com uns dez volumes. O fato é que enquanto a linguagem continuar ideologicamente viciada como está nada vai mudar nesse país – salvo para pior.


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O Santo Nome Religião Música Política Culinária Vegetariana Vídeos Imagens Cultura e Bem Viver: A Origem dos Termos Direita, Esquerda e Centro, us...: Ainda que sejam expressões praticamente em desuso, diante da grande mistura ideológica partidária atual, transformando tudo em consen...

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

ASSIM NO BRASIL COMO É NA VENEZUELA: URNAS ELETRÔNICAS ☭ MÉDICOS CUBANOS...



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Muslim Mafia: Inside the Secret Underworld That's Conspiring to Islamize America» (Mafia Muçulmana: Dentro do Submundo Secreto Que Conspira para Islamizar a América). Indicação de leitura, feita pelo professor Olavo de Carvalho.

MAFIA MUÇULMANA NOS EUA


Nos EUA, membros republicanos do Conselho Anti-terrorista do Congresso acusam o Conselho Conselho das Relações Islamo-Americanas (CAIR, em Inglês), a mais poderosa organização muçulmana do país, de tentar infiltrar agentes nos comités da segurança nacional de modo a subrepticiamente exercer uma influência islamizante na política legislativa norte-americana.

A acusação surge na esteira da publicação de um novo livro, intitulado «Muslim Mafia: Inside the Secret Underworld That's Conspiring to Islamize America» (Mafia Muçulmana: Dentro do Submundo Secreto Que Conspira para Islamizar a América), que lança renovada luz sobre as actividades da CAIR, escrito por Paul Sperry e David Gaubatz, que conseguiu infiltrar-se na CAIR, fingindo-se muçulmano, e, ao longo da sua investigação, reuniu doze mil (12.000) documentos a comprovar a natureza subversivamente islâmica da organização.

A CAIR tem-se salientado nos últimos anos pela sua promoção da agenda islâmica, que incluiu exigir ao presidente dos EUA que acabasse com as tácticas anti-terroristas do FB e, também, compelir uma escola a pedir desculpa aos muçulmanos.

Revela a obra que a CAIR funciona como central organizativa de mais cerca de cem organizações muçulmanas estacionadas nos EUA que trabalham, todas, para a Irmandade Muçulmana, gigantesca rede mundial islamista que, em território norte-americano, procura islamizar o país à surrelfa.
Revela também:
- que políticos deram dinheiro à CAIR;
- como é que a CAIR coloca pessoal seu no Capitólio;
- porque é que há agentes do FBI que recebem pagamentos para serem simpáticos com a CAIR;
- como a CAIR comprometeu os serviços de inteligência e espionagem do país;
- como a CAIR está secretamente a trabalhar juntamente com membros do funcionários governamentais para banir o Acto Patriótico;
entre outras coisas.

Nada que surpreenda em demasia, vindo de uma organização que o sítio internético Jihad Watch já anda a denunciar há vários anos, referindo nomeadamente a declaração dos seus fundadores segundo a qual o seu grande objectivo era «destruir a civilização ocidental a partir de dentro»...


De notar que a CAIR tem tido fama de «moderada» no que diz respeito à sua interpretação do Islão. Fica assim a nu a real natureza da principal força islâmica «moderada» dentro da maior potência do Ocidente. Claro que a politicagem correcta do costume, pró-islâmica de todo, vai continuar a jurar pela mãezinha que a maior parte dos muçulmanos são moderados e que os radicais constituem uma pequeníssima e nada influente minoria...
fonte
http://gladio.blogspot.com.br/2009/10/mafia-muculmana-nos-eua.html


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Ciência Sem Limites - 15/09/2014 - Psicologia escolar nas salas de aula



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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Saiba os prós e contras de o seu filho estudar em uma escola de tempo integral Por Julia Carolina

Para educadora, pais devem ficar atentos a grade de atividades e ao espaço que o colégio oferece ao aluno

Não é fácil para os pais conciliar a vida profissional e pessoal. Colocar os filhos em tempo integral na escola, então, surge como uma opção prática para aqueles que trabalham durante o dia inteiro. De acordo com especialistas em educação ouvidos pelo iG , a decisão pode beneficiar a família inteira, mas os pais devem ficar atentos não só na escolha da escola, mas também na idade e momento ideal para colocar os filhos em colégios de tempo integral.
Divulgação/Colégio Magno/Mágico de Oz
Em colégio na zona sul de São Paulo, estudantes do ensino integral dedicam duas horas para o estudo no período da tarde
Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da PUC-SP, afirma que embora exista a oferta de escola de tempo integral para crianças de todas as idades, as muito pequenas podem ficar cansadas com o excesso de atividades.
“O ideal seria a criança ir para a escola a partir dos dois anos. Mas com os pais trabalhando fica difícil, então acabam colocando a criança na creche antes disso. Na minha avaliação, porém, até uns cinco ou seis anos a criança deveria ficar na escola somente meio período”, afirma.
Myriam Tricate, diretora geral do Colégio Magno/Mágico de Oz - que possui o ensino integral a partir do 2º ano do Ensino Fundamental – não concorda com a tese de uma idade mínima para ingressar no ensino de tempo integral. Para ela, o ideal é que até mesmo as crianças muito pequenas estudem em escolas de tempo integral. “Costumo dizer que, se fosse possível, gostaria que todos os alunos fizessem o integral” diz.
Divulgação/Colégio Magno/Mágico de Oz
No Colégio Magno, as crianças que ficam mais horas na escola têm atividades, como a robótica
Segundo a diretora, estudo feito na escola mostra que as notas dos estudantes que frequentam a escola por mais horas costumam ser melhores. “O estudo costuma ser diferente no ambiente escolar. Aqui não tem interrupções e distrações que eles têm em casa, como uma visita surpresa, por exemplo”, afirma.
Sem massacrar
De acordo com Maria Ângela, os pais que procuram por uma escola em tempo integral devem ficar atentos com a grade de atividades que o colégio oferece. O espaço tem que ter atividades em que a criança possa sair no pátio, brincar, fazer esportes.

"Não pode ser uma alfabetização massacrante, ou seja, aquela escola em que as crianças são obrigadas a ficar o dia inteiro na cadeira lendo e escrevendo. Isso traz uma educação desinteressante e cansativa para os alunos", afirma.
No Colégio Magno, além das quatro horas normais de ensino, as crianças que fazem o integral têm duas horas de estudo e atividades diárias como esgrima, culinária, robótica e natação.
Maria Ângela diz ainda que os pais têm que prestar atenção na estrutura da escola, se as classes não estão lotadas, se os profissionais estão preparados e, principalmente, se há espaço para brincar. "A criança tem que sair da sala de aula e isso às vezes é um problema para o colégio que não tem estrutura, porque os alunos vão fazer barulho", conclui.
A coordenadora da educação infantil do Colégio Augusto Laranja, Thais Schulter Carneiro, diz ainda que os pais devem ficar atentos a filosofia da escola. “A educação é compartilhada , então essa filosofia tem que ficar muito bem alinhada para não haver problemas futuramente. Os pais devem perguntar à escola quais são as posições defendidas em diferentes questões e atentar para os mesmos valores, as mesmas metas e o mesmo conceito de educação”, afirma.
A relação com a família
Embora concorde que é doloroso para os pais deixarem a criança no colégio durante muitas horas, Myriam afirma que é preciso entender que a separação pode trazer benefícios para as crianças. “Se eu tivesse que falar qual é o ponto mais importante no ensino em tempo integral, eu diria que é a autonomia. O aluno aqui aprende a se virar sem os pais. Depois vem a convivência com outras pessoas e depois a aprendizagem”, afirma.

Myriam diz ainda que a relação na família costuma melhorar. "Eles têm menos desgaste de ficar indo de um lado para o outro para fazer atividades, é menos estressante. Até a alimentação melhora. Ele vai acabar comendo algo que não está acostumado em casa", diz.
Para Maria Ângela, os pais também devem atentar para as necessidades da criança fora do colégio. "Quando o aluno chegar em casa, os pais têm que dar atenção, não podem ignorar. Isso pode afetar a criança", diz.
Thais Schulter concorda e diz que a família precisa prestar atenção nos momentos em que estão juntos. “Pode acontecer de a família considerar que a escola já supre a necessidade de atenção, de brincadeiras e deixar de desenvolver esse lado importante também entre a família e a criança. Ou seja, é importante que os pais não esqueçam o papel deles na educação, pois essa parceria tem que existir sempre, independente da educação ser em período integral ou não”, completa.

    http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-11-01/saiba-os-pros-e-contras-de-o-seu-filho-estudar-em-uma-escola-de-tempo-integral.html

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    Conversas sobre Didática,