domingo, 16 de junho de 2019

8 dicas para fazer um fichamento incrível

8 dicas para fazer um fichamento incrível

Escrito por: Estéfane Padilha
Não serão poucas as vezes que você precisará visitar a biblioteca da sua faculdade ou tirar cópias de alguns capítulos de livros para os trabalhos universitários. No fim, você pode comemorar o fato de ter adquirido algumas referências para a hora do TCC, mas ler tudo o que foi visto no curso para o projeto final não parece muito atrativo.
Mas calma, há um jeito mais simples de ter acesso fácil ao que foi visto durante todos os períodos anteriores. Como? Através de fichamentos! E nós estamos aqui para tirar as suas dúvidas sobre esse método e te dar oito dicas para fazer o seu estudo o mais eficiente possível.

1 – Entenda o que é um fichamento

Essa técnica consiste em uma forma diferente de fazer resumos. Escrever um texto que sintetize uma obra completa pode ficar extenso demais e nada prático. Isso é feito através de tópicos em fichas, como cartas de um jogo, por exemplo. Didático, concorda? E acredite: isso facilita a sua vida universitária, possibilitando fácil acesso à informação que se busca. Será como um catálogo sempre disponível!
E esse pode ser um grande aliado para o projeto final da faculdade, mas também durante toda a vida acadêmica, já que o estudo de teóricos consagrados é cobrado sempre nas provas e pode ser base também para pesquisas em projetos de iniciação científica.
E claro, a regra para fazer um fichamento não se aplica exclusivamente ao resumo de livros inteiros, mas serve também para a síntese de apenas alguns capítulos ou outros textos, como artigos científicos, teses de mestrado ou dissertações de doutorado.
Além disso, nós elegemos algumas vantagens a seguir:
  • O principal benefício é a otimização. O aluno pode organizar o estudo;
  • É uma fonte de referências diversas. Fica mais fácil comparar as ideias de diferentes autores sobre um mesmo tema e usar a que mais se adeque ao trabalho que será escrito;
  • Ter sempre acesso ao acervo de informações que podem estar em livros que nem sempre estão disponíveis na biblioteca porque já estão alugados;  
  • Adotar essa organização significa também dominar um importante método para a memorização de conteúdo;
  • Fazer uma revisão de forma rápida, porém eficaz, antes de um teste, por exemplo. Se o aluno desejar se aprofundar, ele poderá reler o material original;

02 – Escolha o melhor tipo de fichamento

O que você prefere fazer: citar diretamente o autor com trechos do texto? Escrever com suas palavras a ideia central do teórico? Fazer um relação entre suas ideias e marcar onde elas são encontradas e comprovadas na obra estudada? Esses objetivos são diferentes e por isso existem três tipos de fichamento. Confira como produzir cada um:
  • Fichamento de citações

Aqui, como o nome sugere, os principais tópicos são as citações diretas extraídas ao longo de um livro. Esse tipo também é conhecido como temático, pois os trechos em destaque devem se complementar na abordagem de determinado assunto.
É importante se manter objetivo e direto. Uma citação muito longa pode tirar a concentração da ideia central, mas não há problema. Se um trecho for muito extenso, você pode utilizar o símbolo “[…]” e destacar apenas o essencial.
  • Fichamento de resumo

Também é conhecido como fichamento de conteúdo, no qual o aluno irá resumir em uma ordem lógica, e também mais interpretativa, o que foi abordado, elegendo os tópicos mais importantes, os secundários e algumas considerações pessoais – mas não exagere! Isso é uma síntese da obra para ajudar na elaboração de trabalhos futuros e não é preciso que você faça uma crítica sobre o livro.
  • Fichamento bibliográfico

Assim como no modelo de resumo, a escrita deve ser mais pessoal para descrever os assuntos discutidos. Por outro lado, é importante destacar exatamente a página em que suas observações são encontradas no livro, o que não é necessário no tipo anterior.
#DicaDoity – Não é preciso escolher apenas um tipo entre os três possíveis. Se o trabalho for muito relevante para você, nada o impede de produzir uma síntese seguindo o modelo de resumo e outra com o de citações, por exemplo.  

03 – Escrevendo no papel ou no computador

Os fichamentos começaram com cartões pautados vendidos em todas as papelarias. Por um tempo não era possível mais encontrá-los e a solução foi recorrer à tecnologia. E tudo se tornou mais prático, pois tudo que antes precisava ser impresso pode ser feito de forma digitalizada.
Mas para quem ainda curte escrever à mão, existem outras formas além das fichinhas: hoje é super fácil  achar planners que podem ajudar a se organizar. Assim como post-its, marca-textos e outras alternativas que o estudante achar melhor!

04 – Não ignore a ABNT

Isso mesmo! Até o fichamento segue regras de acordo com a ABNT. E isso vai ajudar a manter todos os trabalhos no mesmo padrão, o que torna tudo mais lógico e fácil de manusear. Escolha sempre a mesma fonte, tamanho, espaçamento e margem. E atente para a estrutura: Cabeçalho – Assunto – Referência (autoria, título, local da publicação, editora, ano) – Conteúdo.

05 – Tenha um modelo para cada tipo de fichamento

Apesar de a ABNT exigir algo homogêneo, uma boa ideia é diferenciar os modelos feitos nos formatos resumo, citações e bibliografia. E há um jeito simples de fazer isso: é bem prático utilizar três cores diferentes de cartões para cada tipo de fichamento. E se você tiver ainda mais criatividade, fique à vontade!

06 – Faça uma leitura completa

Para elaborar uma síntese com qualidade, é preciso escolher as melhores citações a serem destacadas. Uma mesma ideia pode aparecer no começo, no meio e no fim de um livro, por exemplo, e só dá pra saber qual a mais bem escrita depois de ter lido tudo.
Isso significa que antes de partir para o fichamento, uma leitura rápida vai te ajudar a descobrir se na obra há realmente o que você procura. Ao longo desta etapa, você também já pode grifar  alguns trechos com marca-texto.
Só então depois desses procedimentos é que os principais pontos podem ser transcritos.

07 – Faça quantos tópicos forem necessários

O objetivo geral é ter ideias claras e diretas, que ajudam e na hora de uma consulta rápida e eficiente antes de fazer trabalhos acadêmicos. Frases curtas com poder de síntese ajudam, mas não há um limite na quantidade de tópicos a serem escritos.
O fichamento é uma produção pessoal e de uso também pessoal. Assim, é o estudante quem determina o modo que melhor se adequa a ele. Alguns podem escrever 10 tópicos referentes a uma obra, enquanto outros se estendem para 15. Aqui não há regras! O importante é sintetizar o assunto, mas de forma completa.

08 – Anote outras referências

Algum texto pode remeter a outros trabalhos escritos ou mesmo documentários, podcasts, e até produções de ficção. Para ter o máximo de informação útil à disposição, tais relações podem virar notas escritas. Mas atenção: em uma ficha à parte, para garantir que o tema central não tenha o foco desviado.
Além disso, complementos sobre o autor, por exemplo, também podem ser destacados, caso sejam importantes para um trabalho futuro, como prêmios ganhos ou publicações em meios de comunicação ou periódicos científicos.
E aí, curtiu as dicas? Então agora temos o próximo passo para quando seus fichamentos estiverem prontos: escrever artigos científicos. Para isso, nós fizemos um e-book com tudo o que você precisa saber, é só clicar no banner abaixo. Boa sorte!
fonte; https://blog.doity.com.br/fichamento/

Obrigado pela visita, volte sempre.

Conheça mais sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas e entenda como aplicá-la na sua instituição escolar.

Inteligências Múltiplas: como aplicar na gestão escolar?Tempo de leitura estimado: 4 min.inteligencias-multiplas-como-aplicar-na-gestao-escolar

Conheça mais sobre a Teoria das Inteligências Múltiplas e entenda como aplicá-la na sua instituição escolar.

Você já ouviu falar na teoria das inteligências múltiplas? Uma dentre as importantes teorias sobre as quais se baseiam os trabalhos da Escola da Inteligência, foi desenvolvida pelo psicólogo e pesquisador Howard Gardner na década de 1980. Sua principal contribuição para a área foi remodelar o pensamento dos educadores sobre as manifestações da inteligência, que podem se apresentar de maneiras diversas.
Neste artigo, vamos explicar a teoria e como você pode aplicá-la na gestão escolar.

O que diz a teoria das inteligências múltiplas?

Gardner define a existência de 8 tipos de inteligência e afirma que qualquer um possui todos os 8 tipos de inteligência, embora algumas sejam mais desenvolvidas em uns do que em outros. A teoria serviu principalmente como um contrapeso para o paradigma da inteligência única. Confira os 8 tipos de inteligência apontados pelo pesquisador.

Inteligência linguística

É a capacidade de comunicação, da escrita, de se expressar, de dominar a linguagem. Compreende não apenas as formas orais, mas também não-verbais, como o gestual, por exemplo. É importante enfatizar que, desde pequeno, o ser humano aprende a se comunicar dentro do seu contexto sociocultural e histórico.

Inteligência lógico-matemática

Durante décadas, foi utilizada como ponto de referência para determinar o quão inteligente um aluno poderia ser (por exemplo, com o uso de testes de QI). É a inteligência que responde pelo raciocínio lógico e pela resolução de problemas matemáticos.

Inteligência espacial

Tipo de inteligência a partir do qual as pessoas observam o mundo, reconhecem o posicionamento e o tamanho de objetos no espaço, se movimentam. Indivíduos com inteligência espacial desenvolvida costumam ser hábeis em criar imagens mentais e desenhar e identificar detalhes.

Inteligência musical

Capacidade de identificar sons, perceber ritmos, identificar instrumentos, produzir e interpretar músicas, canções, etc. A inteligência musical pode se manifestar melhor em pessoas que têm facilidade de fazer todas essas coisas, mas também pode ser treinada e aprimorada, como todos os outros tipos.

Inteligência corporal e sinestésica

Refere-se às habilidades motoras do corpo: habilidades em utilizar ferramentas, expressar emoções e sentimentos por meio do corpo, se movimentar, praticar esportes, dançar, responder a estímulos. Controlar músculos e perceber sistemas vitais do organismo.

Inteligência intrapessoal

Inteligência voltada para dentro, para o eu interior. Habilidade de se compreender internamente, de se questionar, de refletir sobre sentimentos, emoções, anseios, desejos, angústias. Importante para manter o equilíbrio psíquico dos indivíduos.

Inteligência interpessoal

Relaciona-se à capacidade de interagir com os outros: conversar, escutar, interpretar gestos, expressões e sinais além das palavras. É a inteligência que ajuda a desenvolver empatia, a capacidade de, mesmo não estando no lugar do outro, entender seus sentimentos, dores, e alegrias.

Inteligência naturalista

Adicionado posteriormente ao estudo original, este tipo de inteligência detecta e diferencia questões relacionadas com a natureza, como espécies animais e vegetais ou fenômenos climáticos. É a capacidade de reconhecer uma rocha, um gato, uma planta, por exemplo, e está relacionada à defesa evolutiva do ser humano. Gardner incluiu esta categoria porque seria uma das inteligências que ajuda a espécie humana a sobreviver.

Como aplicar a teoria na gestão escolar?

Entender a aplicação da teoria das inteligências múltiplas é importante para abarcar, dentro do espectro do ensino, todas as formas de manifestação dessas inteligências, com um plano de ensino integrado que respeite o desenvolvimento socioemocional desses alunos e não apenas o cognitivo.
Ao abordar todos os tipos de inteligência em um plano de ensino sólido, o gestor escolar cria um ambiente propício para o desenvolvimento integral do aluno, promovendo diversas habilidades e fortalecendo sua autoestima. O aluno que tem maior capacidade linguística, por exemplo, não se sentirá moldado a “entrar em uma caixinha” que apenas valoriza habilidades lógico-matemáticas ou espaciais.
A partir desses conceitos, gestores poderão criar meios para que professores e os próprios alunos identifiquem seus potenciais, trabalhem neles, e também possam superar dificuldades em outros tipos de inteligência.
Gostou do nosso post? Se você quer receber mais conteúdos sobre gestão escolar, assine nossa newsletter!

fonte: https://escoladainteligencia.com.br/inteligencias-multiplas-como-aplicar-na-gestao-escolar/

Obrigado pela visita, volte sempre.

O que é Ética resenha.

  O que é Ética

O conceito de “ética” remonta aos gregos; provém de êthos (com a letra grega eta inicial), e éthos (com a letra grega épsilon). Em seu primeiro significado, êthos designa a residência, morada, lugar onde se habita. Nesse seu uso, ethos é a transposição metafórica da significação original com que o vocábulo é empregado na língua grega usual e que denota morada, covil ou abrigo dos animais, donde o termo moderno Etologia, ou o estudo do comportamento animal. A transposição metafórica de ethos para o mundo humano dos costumes é extremamente significativa e é fruto de uma intuição profunda sobre a natureza e sobre as condições de nosso agir (práxis), ao qual ficam confiados à edificação e preservação de nossa verdadeira residência no mundo como seres inteligentes e livres: a morada do ethos cuja destruição significaria o fim de todo sentido para a vida propriamente humana.
            Em sua segunda acepção éthos designa o conjunto de costumes normativos da vida de um grupo social, o modo de ser, o caráter. Este último significado será vulgarizado a partir de Aristóteles que o integra definitivamente na filosofia usando ainda o adjetivo ethiké (ethiké procede do substantivo ethos conforme nos ensina Carlos Ferraz, 2014) que qualifica um determinado tipo de saber surgindo a expressão ethiké pragmateia, que se pode traduzir tanto como o exercício constante das virtudes morais, quanto como o exercício da investigação e da reflexão metódica sobre os costumes.
            É interessante reservar algumas palavras sobre o vocábulo moral, uma vez que ética e moral muitas vezes são tidas como sinônimos. Moral traduz o latim moralia (substantivo) ou moralis (adjetivo), apresentando evolução semântica análoga a do termo ética. Os romanos não conseguiam fazer distinção, no latim, entre êthos e éthos, traduzindo por mos e mores. “Tal conceito foi posteriormente traduzido, por Cícero, para o termo latino mos, do qual advém a palavra “moral”, de tal forma que “moral” seria uma mera tradução de “ética” (significando, pois, a mesma coisa)” (FERRAZ, 2014, p. 09). Etimologicamente a raiz de moralis é o substantivo mos (mores) que corresponde ao grego ethos. Desde a época clássica, moralis passa a ser a tradução usual do grego ethiké e esse uso é transmitido ao latim tardio e, finalmente, ao latim escolástico, prevalecendo seu emprego tanto como adjetivo, para designar uma das partes da Filosofia, ou qualificar essa disciplina filosófica com a expressão Philosophia moralis, hoje vulgarizada nas diversas línguas ocidentais, quanto simplesmente como substantivo, como moral em nossa linguagem corrente.
            Embora os conceitos de ética e moral possam ser considerados como sinônimos do ponto de vista da etimologia da palavra, no campo filosófico costuma-se fazer uma distinção, entendendo a ética como um estudo sobre a moral e, nesse caso, a ética pode ser entendida também como uma filosofia moral. Nesse sentido a ética é entendida como a ciência da conduta que, segundo Abbagnano (2007), há duas concepções fundamentais dessa ciência que foram pensadas de várias maneiras tanto na antiguidade e idade média (como PlatãoAristóteles, os filósofo estóicos ou São Tomás de Aquino) quanto na modernidade e contemporaneidade (Leibniz, Spinoza, Kant, Hegel):
1- a que a considera como ciência do fim para o qual a conduta dos homens deve ser orientada e dos meios para atingir tal fim, deduzindo tanto o fim quanto os meios da natureza do homem; 2- a que a considera como a ciência do móvel da conduta humana e procura determinar tal móvel com vistas a dirigir ou disciplinar essa conduta (id., ibidem, p. 380).
            Como filosofia moral, a ética é o estudo da moral, do comportamento moral dos seres humanos, do que é considerado bom ou mau, certo ou errado, enquanto que a moral seria o conjunto de valores pertencentes a um determinado grupo ou indivíduo, em outras palavras, a moral seria a maneira como os indivíduos se comportam, por isso, Assmann (2009, p. 87) afirma que a moral “tem a ver com todo comportamento humano – e só com este comportamento – no qual estão envolvidos bem ou mal, o que nos leva a perceber que nem tudo o que fazemos tem a ver com moral”.
            É neste mesmo sentido que Bunge (2002, p. 130) conceitua a ética, como o estudo da moral: a ética seria o “ramo da filosofia que analisa conceitos morais (tais como os da bondade e da verdade moral) e preceitos morais (tais como os da reciprocidade)”. Na mesma linha de raciocínio, Japiassú e Marcondes (2001, p. 69) falam do vocábulo ética, definindo como:
Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral (finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever. natureza do bem e do mal, o valor da consciência moral etc.) [...] Diferentemente da moral, a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme à sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las.
            Sobre o vocábulo moral, e comparando-o com o conceito de ética, Japiassú e Marcondes (2001, p. 134) destacam que “diferentemente da moral, a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme à sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las”.
            Quando nós falamos em ética, nós não falamos apenas de teorias, prática, filosofia, teologia, mas também falamos da própria vida. A ética é sempre aplicada no nosso dia a dia, no trabalho, na escola, na família, etc. Ela está ligada diretamente ao caráter, à liberdade humana. Teoricamente, é o estudo das ações ou dos costumes, sendo também a própria realização de um tipo de comportamento, como afirma Valls (1994, p. 7):
Tradicionalmente ela [a ética] é entendida como um estudo ou uma reflexão científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. Mas chamamos de ética a própria vida [...] A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento.
            A ética é, portanto, um estudo (teoria) no que se refere à boa conduta humana, do bem e mal, do certo ou errado de acordo com cada costume, comportamento e cultura de cada região.  Outra questão importante no que norteia a ética, seria o fato de que os costumes mudam com o passar do tempo e o que hoje é aceito pela sociedade, futuramente poderá ser considerado errado. Assim como o que aqui a sociedade considera como errado, outra cultura considera certo. Um exemplo: a maconha, que em outros países a mesma não é proibida, ao contrário do Brasil.

ÉTICA GREGA ANTIGA
            “A reflexão grega neste campo surgiu como uma pesquisa sobre a natureza do bem moral, na busca de um princípio absoluto da conduta” (VALLS, 1994, p.24).
            Mas em que consiste este bem moral? Qual é o maior dos bens? Seria a felicidade, o dinheiro, honras, o prazer? E o que é este Bem Supremo de que tanto falam os filósofos gregos? São questões que estão diretamente relacionadas com a ética grega pois, para a maioria destes pensadores, como SócratesPlatão e Aristóteles, este Bem Supremo só pode ser alcançado mediante a prática de uma vida virtuosa, tendo a razão como guia de nossas ações.
            Para Sócrates, uma vida virtuosa depende do “conhecimento de si mesmo”. O filósofo acreditava que através da razão era possível alcançar um ideal de vida ético. Mas como a nossa vida é um constante conflito entre as paixões, os desejos, as emoções e a razão, nem sempre a razão consegue manter o domínio e o controle sobre nossas ações. Isso se deve ao fato, segundo Sócrates, de que nós não nos conhecemos a nós mesmos. O lema “conhece-te a ti mesmo” expressa toda a preocupação moral de Sócrates e não era um lema meramente teórico, “mas prático, pois não buscava um conhecimento puro e sim uma sabedoria de vida” (p. 35). Sócrates afirma que o mais importante está dentro de cada um de nós, que quanto melhor nos conhecemos maiores serão nossas virtudes e que em nosso interior está a pureza de viver pelas nossas próprias escolhas.
            Além de Sócrates, Aristóteles também trouxe grandes contribuições para o campo da Ética cujo pensamento também pode ser pensando a partir de uma “ética racionalista”. Uma das contribuições deste filósofo é a ideia de que as virtudes não são algo que se adquirem de uma hora para outra, mas são adquiridas através do uso da razão, do hábito e de ações virtuosas. “O homem precisa converter suas melhores disposições naturais em hábitos, de acordo com a razão” (VALLS, 1994, p.33).
            Neste ponto Vall nos mostra o esforço de Aristóteles em produzir uma ética pautada na virtude. Ele nos diz que devemos exercitar a virtude para podermos então sermos mais críticos, mais éticos, agirmos de acordo com as nossas reflexões diárias. Agir eticamente é algo que para os gregos era voltado para uma atividade da razão: a razão como guia de nossas ações na busca do ideal de Bem. 

ÉTICA E RELIGIÃO
            A religião está de tal forma presente na vida das pessoas que uma boa parte da sociedade pauta suas ações (ou pelo menos orienta suas ações) em torno de mandamentos divinos que são, em sua essência, regras de conduta moral.
            Baseando-se na época medieval o comportamento religioso era a grande base da ética e da moral, pois o cristianismo pregava valores religiosos, perante a sociedade. A ética medieval “tem uma conseqüência profunda: quando o homem se pergunta como deve agir, não pode mais satisfazer-se com a resposta que manda agir de acordo com a natureza, mas deve adotar uma nova posição que manda agir de acordo com a vontade do Deus pessoal” (VALLS, 1994, p.36).
            De alguma forma, acredita o autor que “A religião trouxe, sem dúvida alguma, um grande progresso moral à humanidade” (VALLS, 1994, p.37). O autor compreende nesta frase que mesmo com seus diversos problemas morais que as religiões carregam em si, elas também manifestam no homem um autocontrole capaz de segurar seus anseios negativistas por meio de punições divinas como o pecado. Entretanto, ao permitir que as maiores atrocidades fossem admitidas sem nenhum pudor como a Inquisição, a religião predominante no ocidente na Idade Média não teve pulso firme para impor uma ética mais saudável à sociedade. Fato que não foi muito bem explorado pelo o autor.

OS IDEAIS ÉTICOS
[...] A reflexão ético-social do século XX trouxe, além disso, uma outra observação importante: na massificação atual, a maioria hoje talvez já não se comporte eticamente, pois não vive imoral, mas amoralmente. Os meios de comunicação de massa, as ideologias, os aparatos econômicos e do Estado, já não permitem mais a existência de sujeitos livres, de cidadãos conscientes e participantes, da consciência com capacidade julgadora. Seria o fim do indivíduo? (VALLS, 1994, p.47).
            O autor introduz uma importante observação acerca do comportamento ético da sociedade após o século XX, onde a maior parte age sem a noção da moral e influenciado por ideias externas, tornando a ética, de certo modo, impraticável em todos os aspectos. E essa reflexão significa, de certa forma, a razão para a banalização da consciência humana, onde não existe mais espaço para a dúvida, para a busca por respostas e pelo livre desenvolvimento da consciência individual.

A LIBERDADE
            “Falar de ética significa falar de liberdade [...] não tem sentido falar de norma ou de responsabilidade se a gente não parte da suposição que o homem é realmente livre” (VALLS, 1994, p. 48).
            Através da ética, o homem tem capacidade de decidir entre o bem e o mal. No entanto este é o problema da liberdade, o que pode ser bom para uns, pode não ser favorável a outros, dessa forma, as relações da ética ligam-se ao comportamento humano, pois o homem busca deveres que garanta o seu bem individual. A filosofia oferece à ética uma reflexão sobre o que é a pessoa humana, cuja autenticidade se expressa no projeto de humanização, ou seja, o homem traça os seus próprios valores. Como o filósofo Sócrates dizia, “conhece-te a ti mesmo”. Valls destaca em sua obra:
Falar de ética significa falar da liberdade. Num primeiro momento, a ética nos lembra as normas e a responsabilidade. Mas não tem sentido falar de norma ou de responsabilidade se a gente não parte da suposição de que o homem é realmente livre, ou pode sê-lo. Pois a norma nos diz como devemos agir. E se devemos agir de tal modo, é porque (ao menos teoricamente) também podemos não agir deste modo. Isto é: se devemos obedecer, é porque podemos desobedecer, somos capazes de desobedecer à norma ou ao preceito. (VALLS, 1994, p. 48).
            Quando nós nos referimos à ética e ao comportamento humano, automaticamente nos referimos à liberdade, ela é a base para o pensamento de muitos filósofos, como por exemplo: Hegel e Schelling. Esses filósofos desencadeiam muitas discussões em relação a liberdade. A questão da liberdade, em Hegel, é muito discutida, e com razão, devido à profundidade com que este filósofo trata o tema, realmente central para o seu pensamento (VALLS, 1994, p. 52).

A ÉTICA HOJE
Um mérito definitivo do pensamento de Kant é ter colocado a consciência moral do individuo como centro de toda a preocupação moral. Afinal de contas, o dever ético apela sempre para o indivíduo, ainda que este nunca possa ser considerado uma espécie de Robinson Crusoé, como se vivesse sozinho no mundo (VALLS, 1994, p. 70- 71).
            Deve-se este mérito a Kant sobre seu método de pensar a ética como algo que surge da consciência humana como centro, como uma formadora determinante de princípios pessoais de acordo com a consciência de cada um. Como diz a citação, ainda que nunca possamos ser como um Robinson Crusoé, nos isolarmos da sociedade de forma que possamos viver de acordo com nossas regras e próprios conceitos, temos que concordar porém, que cada um pensa a sua maneira, a consciência de cada um se comporta a seu modo e define o que é certo ou errado individualmente.
Procurando superar o ponto de vista Kantiano, que chama de moralista, Hegel insistiu em outra esfera, que chamou de esfera da eticidade ou da vida ética. Nesta esfera, a liberdade se realiza dentro das instituições históricas e sociais, tais como a família, a sociedade civil e o Estado. Hegel não teme afirmar que ‘o Estado é a realidade efetiva da idéia ética’. Não ha dúvidas que a exposição de Hegel tem pelo menos o mérito de localizar onde se encontram os problemas éticos (VALLS, 1994, p.71).
            Hegel se contrapôs ao pensamento individual de Kant e pensa os problemas éticos atuais de uma forma mais coletiva. Ele destaca a problemática da ética hoje em dia dividindo-a em três pontos no que ele chama de Eticidade ou vida ética: A Família, Sociedade civil e Estado. Hegel enfatiza o Estado como um exemplo do que seria a personificação do sentido da ética, e mesmo que não concordemos temos que valorizar que ele realmente soube localizar bem onde se encontra os problemas éticos da atualidade. Esses três fatores são determinantes na construção dos princípios educativos e morais de cada um, através dos primeiros laços familiares, da vida na sociedade civil e da submissão ao Estado, suas leis e sistemas políticos, o conceito de vida moral, e o pensamento ético atualmente é gerado e influenciado.
            São muitas as questões que evolvem a ética, poderíamos citar muitas delas, porém é um processo complexo, pois na corrida para a descoberta do conhecimento científico, a ética ficou para trás tornando-se difícil de definir. São muitos os filósofos que abordam sobre a mesma, Hegel, Platão, Aristóteles, etc. A partir daí podemos entender a riqueza que está no material exposto por Álvaro M. L. Valls em seu livro: O que é ética. Por fim, fica claramente subentendido, que agir eticamente, é agir de acordo com o bem.
Por mais que variem os enfoques filosóficos ou mesmo as condições históricas, algumas noções, ainda que bastante abstratas, permanecem firmes e consistentes na ética. Uma delas é a questão da distinção entre o bem e o mal. Agir eticamente é agir de acordo com o bem. A maneira como se definirá o que seja este bem, é um segundo problema, mas a opção entre o bem e a mal, distinção levantada já há alguns milênios, parece continuar válida (VALLS, 1994, p. 67).

Referências Bibliográficas
ABBAGNANO, Nicola Dicionário de Filosofia. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
ASSMANN, Selvino José. Filosofia e Ética. Florianópolis, Brasília: UFSC, CAPES, UAB, 2009.
BUNGE, Mario. Dicionário de Filosofia. Tradução de Gita K. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2002. (Coleção Big Bang)
FERRAZ, Carlos Adriano. Elementos de ética. Pelotas: NEPFil online, 2014. Acessado em 18/03/2016.
JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. (Coleção Primeiros Passos, 177)

A Política e suas Interfaces → Ética e Política → Ética e Moral → O que é Ética


Leia mais: https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/o-que-e-etica-resenha-/


Obrigado pela visita, volte sempre.

Hoje é dia do desaparecimento sagrado devShri Kaliya Krishnadasa dia 27/11/2024 quarta-feira.

Shrila Kaviraja Goswami escreve (Chaitanya Charitamrta-lila Adi 11:37.) que Kaliya Krishna Dasa Thakura foi um dos principais de...