segunda-feira, 7 de junho de 2021

Métodos de estudo: descubra qual o ideal para seu perfil




O sucesso nos estudos depende de inúmeros fatores. Não basta apenas ter em mãos um excelente material ou assistir às aulas dos melhores professores, é importante também dar atenção à maneira que você estuda. Quais métodos de estudo você têm adotado?

Atualmente, existem diversas formas de estudar, o que pode dificultar na escolha do método mais eficiente. Nesses casos, a dica é analisar seu perfil. Existem estudantes que são mais visuais e outros mais audíveis, por exemplo. Isso faz toda a diferença na hora de optar por qual meio estudar.

Quer saber mais sobre esse assunto? Então, acompanhe este texto e conheça alguns dos principais métodos de estudos. Descubra suas principais características, como podem ser aplicados e quais vantagens. 

Estudo intercalado

Esse é o método de estudo que compreende a distribuição das matérias em um mesmo período de tempo. Geralmente, esse método é utilizado para aqueles estudantes que precisam dar conta de muito material ou dispõem de pouco tempo para fixar a matéria. A vantagem desse método é estudar de maneira menos cansativa e garantir o pleno entendimento dos assuntos abordados. 

Para realizar o estudo intercalado, é necessário separar uma quantidade proporcional de materiais de estudo por horas. Suponhamos que você precise estudar três conteúdos diferentes e, para isso, estipula uma hora de estudo para cada um deles. O interessante é não gastar muito tempo em apenas uma área de estudo.

Uma das vantagens do estudo intercalado é a facilidade de retomar os assuntos estudados. Isso porque como as matérias são diferentes, o estudante é convidado a voltar ao assunto anterior para dar continuidade ao conteúdo. Além disso, essa modalidade evita que a matéria fique acumulada e faz com que aqueles momentos de estudo na véspera da prova sejam eliminados.

Autoexplicação

Muitos estudantes têm facilidade de captar conteúdo por meio da audição. Um dos métodos de estudo que tem a ver com essa prática é a autoexplicação. A proposta é ler o texto e realizar uma breve explicação para si mesmo em voz alta. A utilização de um resumo pode ser um bom guia para os estudos seguindo esse método.

A vantagem dessa modalidade está na possibilidade de relacionar informações retiradas de diferentes fontes. Por exemplo, você pode estar estudando um tema e a partir dele criar  uma narrativa cronológica ou destacar os principais teóricos da área. Fazendo a relação entre essas informações é possível absorver melhor o conteúdo.

Com o método de autoexplicação, o estudante consegue desenvolver melhor a capacidade de memorização e raciocínio. Também terá condições de criar linhas de pensamento coerentes ligando o tema principal a assuntos secundários.

Auto-interrogação

Esse é um dos métodos de estudo que são derivados da autoexplicação. A auto-interrogação nada mais é do que a leitura de temas estudados, formulando perguntas a partir dele. A proposta é elaborar questões que comprovem o seu entendimento.

Essas questões podem ser criadas a partir do assunto ou dos conceitos vistos durante a leitura. Ao estudar sobre empreendedorismo, por exemplo, você pode se questionar em relação aos nomes dos mais bem-sucedidos empreendedores da nossa época. Dessa forma, é possível explorar melhor o tema estudado, fazendo com que o assunto seja mais interativo.

Uma estratégia interessante para o método de auto-interrogação é justamente criar diferentes perguntas que geralmente são abordadas para o tema em questão. 

Estudo mnemônico

Esse é um dos métodos de estudos mais utilizados principalmente para disciplinas das áreas de exatas biológicas. O estudo mnemônico consiste em criar frases engraçadas ou trocadilhos para decorar um determinado assunto.

Para estudar a partir desse método, você deve pensar em siglas que simplifiquem determinado assunto. Essas siglas devem ser formadas por cada letra de palavras que remetem a um conceito. Também é possível criar frases que podem ser associadas a determinada ordem. 

Por exemplo, BRIC é uma sigla mnemônica para a coordenação econômica formada por Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). É importante destacar neste exemplo que a ordem das  das letras formam uma sigla de fácil memorização. Esse é um dos objetivos do estudo mnemônico, facilitar a memorização de assuntos mais complexos ou que necessitam de fixação em curto prazo.

Resumos 

Esse é um dos métodos de estudos mais populares entre estudantes de todas as idades. Fazer resumos é uma estratégia para pessoas que têm grande facilidade em trabalhar com textos, deixando um pouco de lado as capacidades auditivas e visuais. Trata-se de uma maneira de destacar partes importantes do conteúdo e captar o que é mais importante em cada parte do tema.

Apesar de ser de fácil elaboração, muitas vezes o resumo se torna cansativo e ineficaz.  Isso porque o estudante acaba por realizar um resumo muito grande deixando de pontuar apenas os trechos mais importantes

Existem diversas maneiras de realizar um resumo. É possível escrever em um caderno com partes do material de estudo, por exemplo, ou então grifar o material em si utilizando canetas coloridas ou marcadores chamativos nos trechos que merecem maior atenção.

É importante tomar cuidado para não destacar demasiadamente o conteúdo, pois a proposta do resumo é estudar apenas os elementos-chave. 

Testes práticos

Em uma rotina eficiente de estudos deve haver a mistura entre teoria e prática. Afinal, os textos cobrados nas salas de aula podem ser exigidos nas provas finais e, portanto, é importante manter o assunto atualizado para não ser pego de surpresa. Um dos métodos de estudo mais interessantes nesse âmbito são os testes práticos.

Eles ajudam a comprovar a efetividade do estudo teórico. Um exemplo desses testes práticos são as questões de múltipla escolha. Geralmente, os materiais de estudo possuem questões extras ou simulados e até mesmo provas anteriores em formatos de múltipla escolha, assim é possível exercitar o assunto estudado. 

Além disso, os testes práticos ajudam a você se preparar para níveis diferentes de uma prova. Um mesmo assunto pode ser cobrado de maneiras distintas, exigindo que o estudante compreenda as informações de acordo com o tipo de pergunta. Dessa forma, os exercícios práticos ajudam o estudante a ter mais desenvoltura e raciocinar de maneira mais ágil para as diferentes possibilidades de perguntas.

Uma dica desafiadora é utilizar um cronômetro. Esse equipamento pode ajudar a controlar o tempo de realização de cada atividade, fazendo com que o estudante realize a prova dentro do tempo estipulado. 

Releitura

Muita gente acha que ler um texto apenas uma vez é o suficiente para realizar uma prova. Na verdade, a primeira leitura que fazemos é geralmente mais dinâmica. Isso quer dizer que tendemos a ter uma visão mais superficial sobre o texto estudado. Sendo assim, para captar as informações mais importantes é necessário fazer a releitura do objeto de estudo. 

Esse método é fundamental para que o estudante tenha total entendimento dos enunciados apresentados e consiga dominar informações complexas. Portanto, ao invés de fazer apenas uma primeira leitura do texto, releia o quanto considerar necessário. 

Um complemento para esse método de estudo é o de resumos. Ao compreender o que foi proposto na leitura, você pode anotar os pontos mais importantes, fixando as informações.

Mapas mentais 

Existem pessoas com alta capacidade para captar assuntos a partir de associação de imagens. Por vezes vezes estudar apenas com base no texto não é tão eficiente para esse tipo de estudante, então, é importante explorar outras possibilidades como a inclusão de imagens e conceitos abstratos nos estudos. 

Esse método de estudo busca organizar informações de forma a torná-las mais simples de serem assimiladas. A proposta é representar ideias e conceitos por meio de uma estrutura: os mapas mentais. 

Para executar esse método, o primeiro passo é estipular o tema central escrevê-lo no centro de uma folha, e no entorno desse tema devem ser colocados assuntos secundários. O arranjo final do desenho é parecido com um polvo, no qual o centro consiste em ter o assunto principal e os braços são as ramificações consideradas importantes para entender quais elementos estão integrados ao tema estudado. 

Andragogia

O aprendizado é uma característica que varia de acordo com diversas características pessoais, incluindo a idade. Crianças, por exemplo, só conseguem aprender a partir de uma abordagem mais lúdica e que envolva elementos mistos, tanto abstratos quanto concretos.  Já para os adultos esse processo é diferenciado, e o tema principal é examinado por uma ciência chamada andragogia.

Essa ciência estuda como o adulto aprende e é um ótimo caminho para orientar metodologias de estudo que sejam realmente eficientes para essa faixa etária. Bem diferente dos métodos de estudos apresentados anteriormente, a andragogia utiliza-se de estratégias mais customizadas que elevam o potencial dos resultados de aprendizagem. 

Esse método de estudo é mais participativo. É comum a presença do professor que se coloca na posição de facilitador, criando uma relação horizontal entre seus alunos. 

As características presentes nesse tipo de métodos são o diálogo, a colaboração, a confiança e o respeito. Dessa forma, técnicas de facilitação de aprendizagem são trabalhadas rotineiramente. 

Essas foram algumas dicas sobre os métodos de estudo que você pode adotar no dia a dia para assimilar de maneira mais prática os conteúdos propostos tanto no âmbito acadêmico quanto profissional e, até mesmo, pessoal. Antes de adotá-los, é importante entender qual método mais se adequa ao seu estilo de aprendizagem.

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domingo, 6 de junho de 2021



Faz muito tempo que o homem saboreia a pizza. Como todo prato antigo, é difícil especificar sua origem, ainda mais se pensarmos que ela não é nada mais do que uma evolução do pão.

Desde que foi descoberta a fermentação da massa de trigo e o forno, graças ao talento dos egípcios, há mais ou menos seis mil anos, começou-se a enriquecer os pães de forma achatada com diversos ingredientes, como azeitonas, ervas aromáticas e outros.

Segundo anotações do poeta Virgílio, os gregos e romanos faziam pães semelhantes. Ele mesmo registrou a receita do moretum, uma massa não fermentada, assada, recheada com vinagre a azeite, coberta com fatias de alho e cebola crua. Se essa mesma massa fosse fermentada, Virgílio teria então a fórmula básica de uma pizza simples.

Em Nápoles, na Idade Média, acreditava-se em duas coisas: no fim do mundo, que seria no ano 1000 DC, e nos valores nutritivos do lagano, massa de espessura muito fina, assada e cortada em tiras, que ao final era cozida com verduras.

Embora tratasse do antecessor do talharim, parece que as variações sobre o lagano originaram o conceito de picea, e não muito tempo depois apareceria, pela primeira vez, na romântica Nápoles, a palavra pizza. Na verdade, no Sul da Itália até hoje a idéia de pizza abrange também as massas fritas e recheadas.

A verdadeira personalidade da pizza, porém, só surgiu depois que a Europa co-nheceu o tomate, levado para lá pelos Americanos, descobrindo suas ricas aplicações na culinária. Finalmente, no século XVII, Nápoles começa a produzir sua pizza, atiçando a imaginação e a criatividade dos padeiros que enriqueciam o prato usando azeite, alho, muzzarela, anchova e os pequenos peixes cicinielli. Alguns “artistas” da culinária começavam até mesmo a dobrar suas massas recheadas, inventando assim e célebre calzone.

Em 1830 foi aberta a primeira pizzaria Napolitana, chamada Port Alba, que em pouco tempo se transformou no ponto de encontro de pintores, poetas e escritores famosos da época. Um deles foi Alexandre Dumas que chegou mencionar em suas obras as variações de pizzas mais populares da segunda metade do século XIX.

O autor de Os Três Mosqueteiros, chegou mesmo a anotar a receita de uma pizza feita com banha, toucinho derretido, queijo, cicinelli e tomate.

Outro caso curioso acorreu em 1889, quando o Rei Umberto I e a Rainha Margherita passaram o verão em Nápoles no palácio Capodimonte. A rainha já havia ouvido falar muito no prato que se tornara típico daquela cidade.

Os comentários na corte eram todos excitantes, mas ela mesma nunca havia provado uma pizza. Foi, então, chamado ao palácio um conceituado pizzaiolo, Don Raffaelo Esposito.

Ele e sua mulher foram apresentados ao casal real, conduzidos à cozinha e imediatamente passaram a preparar sua especialidade.

Ao final Don Raffaelo ofereceu aos reis vários tipos de pizza, mas a que mais agradou a rainha foi uma que irradiava as três cores nacionais da Itália verde, branco e vermelho, ressaltadas pela muzzarela, pelo tomate e pelo basilicão.

Negociante esperto, Don Raffaelo batizou-a de Pizza Alla Margherita, o que lhe rendeu muitos lucros em seu restaurante e notoriedade histórica na culinária Italiana..Juntamente com a Pizza Napolitana a Pizza Alla Margherita, fez Nápoles conquistar a Itália, e logo, a Itália conquistar o mundo, através do meio mais agradável – o paladar.

Junta-se a isso um vinho sabooroso e uma canção aveludada para entendermos, afinal, porque a Itália ficará para sempre como a terra do prazer e da paixão.



Fonte: www.geocities.com

História da Pizza

O Dia da Pizza é comemorado desde 1985. A data foi instituída pelo então secretário de turismo, Caio Luís de Carvalho, por ocasião de um concurso estadual que elegeria as 10 melhores receitas de mussarela e margherita. Empolgado com o sucesso do evento, ele escolheu a data de seu encerramento, 10 de julho, como data oficial de comemoração.

A pizza, no formato que conhecemos hoje, surgiu no século XVI, quando os tomates, oriundos da América, foram introduzidos na culinária européia. Considerada alimento dos pobres do sul da Itália, era preparada com ingredientes baratos como alho, peixes e queijo. No começo do século XX, imigrantes italianos trouxeram para a América o disco mais delicioso das mesas brasileiras. Em 1905, surge a primeira pizzaria nos EUA: a Lombardi”s. No Brasil, diversos nomes são apontados por historiadores como os primeiros pizzaiolos, dentre eles o napolitano Carmino Corvino, que abriu sua Dom Carmenielo no bairro do Brás, em São paulo.

Existe certa polêmica acerca da origem da pizza. Embora quase todos pensem que o prato é invenção italiana, registros históricos apontam os egípcios como pioneiros ao criarem uma massa à base de farinha com água. Babilônios, gregos e hebreus também assavam massas misturando farinha de trigo e água em fornos rústicos ou tijolos quentes. No entanto, foram os napolitanos os primeiros a acrescentar temperos como manjericão a um disco de massa assado.

Após aterrissar no Brasil, a pizza, alimento típico de cidades industrializadas, acompanhou as transformações pelas quais passou o país ao longo das décadas. À semelhança da miscigenação racial que caracteriza este país, as pizzas produzidas por aqui passaram a ser conhecidas pela incrível variedade de formatos e sabores que acompanham as características de cada região brasileira.

Negociante esperto, Don Raffaelo batizou-a de Pizza Alla Margherita, o que lhe rendeu muitos lucros em seu restaurante e notoriedade histórica na culinária Italiana..Juntamente com a Pizza Napolitana a Pizza Alla Margherita, fez Nápoles conquistar a Itália, e logo, a Itália conquistar o mundo, através do meio mais agradável – o paladar.

Junta-se a isso um vinho sabooroso e uma canção aveludada para entendermos, afinal, porque a Itália ficará para sempre como a terra do prazer e da paixão.

História da Pizza

Fonte: www.geocities.com

História da Pizza

O Dia da Pizza é comemorado desde 1985. A data foi instituída pelo então secretário de turismo, Caio Luís de Carvalho, por ocasião de um concurso estadual que elegeria as 10 melhores receitas de mussarela e margherita. Empolgado com o sucesso do evento, ele escolheu a data de seu encerramento, 10 de julho, como data oficial de comemoração.

A pizza, no formato que conhecemos hoje, surgiu no século XVI, quando os tomates, oriundos da América, foram introduzidos na culinária européia. Considerada alimento dos pobres do sul da Itália, era preparada com ingredientes baratos como alho, peixes e queijo. No começo do século XX, imigrantes italianos trouxeram para a América o disco mais delicioso das mesas brasileiras. Em 1905, surge a primeira pizzaria nos EUA: a Lombardi”s. No Brasil, diversos nomes são apontados por historiadores como os primeiros pizzaiolos, dentre eles o napolitano Carmino Corvino, que abriu sua Dom Carmenielo no bairro do Brás, em São paulo.

Existe certa polêmica acerca da origem da pizza. Embora quase todos pensem que o prato é invenção italiana, registros históricos apontam os egípcios como pioneiros ao criarem uma massa à base de farinha com água. Babilônios, gregos e hebreus também assavam massas misturando farinha de trigo e água em fornos rústicos ou tijolos quentes. No entanto, foram os napolitanos os primeiros a acrescentar temperos como manjericão a um disco de massa assado.

Após aterrissar no Brasil, a pizza, alimento típico de cidades industrializadas, acompanhou as transformações pelas quais passou o país ao longo das décadas. À semelhança da miscigenação racial que caracteriza este país, as pizzas produzidas por aqui passaram a ser conhecidas pela incrível variedade de formatos e sabores que acompanham as características de cada região brasileira.


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Hoje domingo é dia de Jejum de Apara Ekadasi dia 06/06/2021. Abaixo a História do sagrado jejum de Sri Ekadasi.

História do Apara Ekadashi

Yudhishthira Maharaja Disse: “Ó Janardana, qual é o nome do Ekadashi que ocorre durante a quinzena obscura do mês de Jyeshtha (mai/jun)? Desejo ouvir as Glórias deste dia sagrado. Por favor, narra-me tudo.”

O Senhor Sri Krishna disse: Ó rei, tua indagação é maravilhosa porque a resposta irá beneficiar toda sociedade humana. Este Ekadashi é tão sublime e meritório que até mesmo os maiores pecados podem ser apagados por sua potência. Ó grande rei, o nome deste ilimitadamente meritório Ekadashi é Apara Ekadashi. Quem quer que jejue nesse dia sagrado se torna famoso em todo universo. Mesmo tais pecados como matar um brahmana, uma vaca ou um embrião; blasfêmia; ou ter sexo com a esposa de outro homem, são completamente erradicados por observar Apara Ekadashi.
Ó rei, pessoas que dão falso testemunho são muito pecaminosas. Uma pessoa que glorifica falsa ou sarcasticamente outra: quem engana enquanto pesa algo em uma balança; quem deixa de executar seus deveres de seu varna ou ashrama; (um homem  desqualificado que posa como brahmana por exemplo, ou uma pessoa que recita os Vedas erroneamente); quem inventa suas próprias escrituras; quem engana os outros; quem é astrólogo charlatão; contador trapaceiro; ou falso médico aiurvédico – todos esses certamente são tão maus quanto uma pessoa que dá falso testemunho, e estão destinados ao inferno. Mas simplesmente por observar o Apara Ekadashi, todos esses pecadores se tornam completamente livres de suas reações pecaminosas. 

Guerreiros que caem de seu kshatriya-darma e fogem do campo de batalha vão para um inferno bárbaro. Porém, ó Yudhishthira, mesmo tal kshatriya caído, se observar jejum no Apara Ekadashi, se liberta desse grande pecado e vai para o céu.

É o maior pecado o discípulo que, após receber uma devida educação espiritual de seu mestre espiritual, vira-se e o blasfema. Esse assim-chamado discípulo sofre ilimitadamente. Mas até ele se observar o Apara Ekadashi, pode alcançar o mundo espiritual. Ouça, ó rei, enquanto descrevo mais as glórias desse Ekadashi.

O mérito obtido por quem realiza todos seguintes atos de piedade é igual ao mérito obtido por quem observa Apara Ekadashi: tomar banho 3 vezes ao dia em Pushkara-kshetra (1) durante Kartika (out/nov); tomar banho em Prayag no mês de Magha (jan/fev) quando o sol está no zodíaco; prestar serviço ao Senhor Shiva em Varanasi durante Shiva-ratri; oferecer oblações aos antepassados da pessoa em Gaya; tomar banho no sagrado Rio Gautami quando Júpiter transita em Leão; obter darshana do Senhor Shiva em Kedaranatha; ver o Senhor Badrinatha quando o sol transita no signo de Aquário; e tomar banho na época do eclipse solar em Kurukshetra e dar vacas, elefantes, e ouro em caridade ali. Todo mérito que se recebe por realizar estes atos piedosos é obtido por uma pessoa que observa este jejum de Apara Ekadashi. Também o mérito obtido por quem doa uma vaca prenha, junto com ouro e terra fértil, é obtido por quem jejua neste dia.

Em outras palavras, Apara Ekadashi é um machado que corta a árvore plenamente madura dos atos pecaminosos; é um incêndio florestal que queima pecados como se fossem lenha; é o sol que arde diante de nossos obscuros maus atos, e é o leão espreitando a mansa corça de impiedade. Portanto, ó Yudhishthira, quem quer que verdadeiramente tenha medo de seus pecados do passado e presente deve observar Apara Ekadashi mui estritamente. Quem não observa este jejum deve nascer novamente no mundo material, assim como uma bolha entre milhões numa enorme expansão dágua, ou como uma pequena formiga entre tantas outra espécies. (2). 

Portanto devemos observar fielmente o sagrado Apara Ekadashi e adorar a Suprema Personalidade de Deus Sri Trivikrama. Quem faz isto é libertado de todos seus pecados e promovido a morada do Senhor Visnu.

Ó Bharata, para benefício de toda humanidade, descrevi assim para ti a importância do sagrado Apara Ekadashi. Qualquer um que ouça ou leia esta descrição certamente se livra de todos tipos de pecados, ó rei”.

Assim termina a narrativa das glórias de Jyeshtha-krsna Ekadashi ou Apara Ekadashi, do Brahmanda Purana. 

Notas 

(1) Pushkara-kshetra, na Índia Ocidental, é realmente o único local na terra onde se encontra um templo fidedigno do Senhor Brahma.

(2) Os Vedas declaram narah budhuda samah: “A forma humana de vida é tal como uma bolha na água.” Na água, muitas bolhas se formam e então repentinamente estouram alguns segundos depois. Assim se uma pessoa não utiliza seu raro corpo humano para servir a Suprema personalidade de Deus, Sri Krishna, sua vida não tem mais valor ou permanência que uma bolha na água. Portanto, como o Senhor recomenda aqui, devemos servi-Lo por jejuar no Hari-Vasara Ekadashi. 

Nesse sentido Srila Prabhupada escreve no Srimad-Bhagavatam, 2.1.1, significado: O grande oceano da natureza material está se agitando com as ondas do tempo, e as assim-chamadas condições de vida são algo como as bolhas espumantes, que aparecem diante de nós como o eu corpóreo, esposa, filhos, sociedade, conterrâneos etc. Devido a uma falta de conhecimento do eu, nos tornamos vitimados pela força da ignorância e assim estragamos a valiosa energia da vida humana numa busca vã atrás de condições de vida permanentes, que é impossível neste mundo material. “

Fonte – https://www.slideshare.net/joaomaria/jejum-de-ekadasi-leia-todas-as-histrias-78343269


segunda-feira, 31 de maio de 2021

e Médico Pediatra Dr. José Martins Filho, sobre um tema polêmico e muito em voga em debates e meios de comunicação social: "ideologia de gênero para crianças".



 

 O Burke Instituto Conservador, com seus apoiadores, o cientista social Márcio Nogueira e a professora Ana Caroline Campagnolo, entrevistam o ilustre Médico Pediatra Dr. José Martins Filho, sobre um tema polêmico e muito em voga em debates e meios de comunicação social: "ideologia de gênero para crianças".

A CRIANÇA TERCEIRIZADA


No mundo contemporâneo, boa parte das crianças fica sozinha ou aos cuidados de terceiros enquanto os pais correm atrás de trabalho, de dinheiro, do pão de cada dia. A dedicação de pais e mães ao trabalho significa menos tempo em casa com as crianças, com a família. Na prática, esse abandono traz conseqüências e faz surgir a figura da "criança terceirizada".

As causas e conseqüências dessa "terceirização" estão no mais novo livro do pediatra José Martins Filho, A criança terceirizada: Os descaminhos das relações familiares no mundo contemporâneo, lançamento da Papirus Editora.

Médico renomado e sinônimo de bons cuidados com crianças em todo o país, Martins Filho já foi reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ganhou o prêmio Jabuti de 1996 com a obra Lidando com crianças, conversando com seus pais, também publicada pela Papirus.

Nesse novo e instigante livro, o pediatra se aprofunda em um assunto que, ao contrário do que muitos pensam, não é um fenômeno típico dos dias atuais.

"É chocante, mas na história da humanidade, isso não é novidade. A criança sempre foi tratada como algo descartável", diz Martins Filho, que dedica um capítulo inteiro da obra à evolução da situação infantil, desde a época dos gregos e romanos até o momento atual.

"Entre os romanos, por exemplo, os pais tinham total direito sobre a vida e a morte das crianças, e o abandono e até o infanticídio eram situações comuns", conta.

Sobre a atual "terceirização" - fenômeno em que os pais, por mais que amem seus filhos, acabam transferindo seus papéis fundamentais de educadores, alimentadores, cuidadores para outras pessoas -, Martins Filho afirma que não quer julgar ninguém, apenas alertar para as conseqüências do ato de deixar um filho ser cuidado por terceiros.

"Alerto para um problema que está me angustiando como pediatra, avô e ser humano", ressalta. E acrescenta: "Cada vez que percebo a angústia da mãe que precisa sair de casa, todos os dias, em busca de recursos para manter o lar, para ajudar o marido ou até porque não suporta ficar em casa o dia inteiro e acha fundamental estar fora para se sentir útil, fico pensando: será que as pessoas não se dão conta de que o tempo está passando e nunca mais vai voltar?" 1

A Arte de Ensinar

Gilbert Highet

Este livro não trata das disciplinas que devam ser ensinadas. Não tenta discutir se a ciência, a religião, ou a arte, ou as línguas estrangeiras devam ser ensinadas, ou que relações essas várias disciplinas apresentam entre si. Trata somente de métodos de ensino. Há numerosos livros de primeira qualidade que expõem as disciplinas que devam concorrer para a educação de crianças, rapazes e moças. Essas disciplinas largamente variam nos diferentes países e em diferentes épocas. Mas os métodos de ensinar, dentro de certos limites, parecem permanecer mais ou menos os mesmos. Portanto, neste livro não pretendemos mostrar o que deva ser ensinado, mas sim como o ensino possa ser bem conduzido”.

Pedagogia

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sábado, 29 de maio de 2021

Novas diretrizes para formação inicial de professores 22/01/2020 | Cenpec

Novas diretrizes para formação inicial de professores

22/01/2020 | Cenpec

Às vésperas do Natal, o Ministério da Educação (MEC) homologou o Parecer CNE/CP nº 22/2019, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica – denominada BNC-Formação, de forma abreviada, no documento.

Assinada por Antonio Paulo Vogel de Medeiros, secretário-executivo da pasta, que atua como ministro-substituto durante as férias de Abraham Weintraub, a homologação ocorreu por meio da Portaria nº 2.167, de 19 de dezembro de 2019, publicada no dia seguinte no Diário Oficial da União (D.O.U.).

Com isso, o ano letivo de 2020 começa com a necessidade de readequação dos cursos superiores de licenciatura: o Parecer 22 estabelece o prazo de dois anos para o ajuste, que se encerra, portanto, em 20 de dezembro de 2021.


Formação de professores: principais mudanças

Por unanimidade, CNE aprova o Parecer nº 22 em novembro/2019. Foto: Reprodução/Undime.
Por unanimidade, CNE aprova o Parecer nº 22 em novembro/2019. Foto: Reprodução/Undime.

O Parecer, aprovado pelo CNE no dia 7 de novembro, marca um processo caracterizado por um debate mais restrito do que o ocorrido quando da aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que trata da formação de estudantes dos ensinos fundamental e médio.

Entre os principais aspectos trazidos pelas novas diretrizes, está a carga horária mínima de 3,2 mil horas para todos os cursos superiores de licenciatura, destinados à formação inicial de professores para a educação básica.

A carga horária deve ser distribuída em três grupos: o Grupo I, com 800 horas, compreende a base comum, com conhecimentos científicos, educacionais e pedagógicos; o Grupo II, com 1,6 mil horas, deve ser destinado aos conteúdos específicos das áreas, componentes, unidades temáticas e objetos de conhecimento da BNCC; e o Grupo III, com enfoque na prática, deve ter, pelo menos, 400 horas de estágio supervisionado em situação real de trabalho na escola e 400 horas de práticas nos componentes curriculares dos dois grupos anteriores.

Outros aspectos importantes são a definição de cargas horárias diferenciadas para quem cursa segunda licenciatura e para quem quer se especializar em gestão escolar, além de curso de habilitação pedagógica destinado a graduados não licenciados, com 760 horas básicas.

O Parecer também estabelece que as instituições formadoras deverão organizar o processo de avaliação dos licenciandos “de forma continuada e articulada com os ambientes de aprendizagens” e que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) faça ajustes para contemplar as mudanças no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).

O documento ainda traz anexa a BNC-Formação, que, nos moldes da BNCC, estabelece competências gerais e específicas, dessa vez para os docentes. São 10 competências gerais e 12 competências específicas, estas últimas agrupadas em três dimensões (conhecimento, prática e engajamento profissionais), com descrições detalhadas de habilidades em cada uma.

Competências Gerais Docentes da BNC-Formação.
Competências Gerais Docentes da BNC-Formação. Clique para ampliar. Fonte: Parecer CNE/CP nº 22/2019, p. 17. 

Recuos e polêmicas

A necessidade de estabelecer uma Base Curricular para a formação dos professores da educação básica surgiu em 2017, quando a Lei nº 13.415 impôs que os currículos da formação docente tivessem como referência a BNCC. A Lei também estabelecia o prazo de dois anos para a adequação.

Em 2018, no governo Michel Temer, o MEC elaborou e apresentou a Proposta para Base Nacional Comum da Formação de Professores da Educação Básica, então chamada, abreviadamente, de BNC-Professores, em versão preliminar. O documento citava o CENPEC Educação e a pesquisa Consensos e dissensos em torno da definição e usos de referenciais de atuação docente, disponível no Boletim Educação & Equidade nº 8, entre as fontes.

A proposta do MEC chegou a ser encaminhada para o CNE, mas, em fevereiro/2019, já na gestão Bolsonaro, o Ministério pediu que o documento fosse devolvido. Posteriormente, o documento foi reencaminhado para análise e decisão normativa do Conselho, que entendeu que: 

A regulação da formação docente, com base na Resolução CNE/CP nº 1/2006 e na Resolução CNE/CP nº 2/2015, precisava ser revista e atualizada de acordo com as recentes mudanças normativas. Além disso, o CNE entendeu, em tratativas com o MEC, que deveria também elaborar os referenciais que constituem a formação de professores para a implantação da BNCC em todas as etapas e modalidades da Educação Básica.”

Parecer CNE/CP nº 22/2019, p. 2

O CNE chegou a realizar reuniões com setores da educação, com destaque para uma audiência pública ocorrida em 8 de outubro, visando a discutir a reformulação da Resolução CNE/CP nº 2/2015, que, até então, trazia as orientações curriculares de formação docente – e foi revogada pelo atual Parecer

A decisão, porém, tem sofrido críticas, especialmente da Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação (Anfope), que publicou uma nota pública em repúdio, assinada pela professora Celi Nelza Zulke Taffarel.


Acesse o Parecer e a BNC-Formação

 

Fonte: Cenpec

https://convivaeducacao.org.br/fique_atento/2072

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sexta-feira, 28 de maio de 2021

Pedagogia do movimento humano: pesquisa do ensino e da preparação profissional




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Uma Introdução à Neurociência das Emoções

EMOÇÕES

O carismático bacharel em psicologia e estudante de direito Theodore Bundy, mais conhecido como Ted Bundy, foi um famoso serial killer americano, que matou dezenas de mulheres jovens na década de 1970. Enquanto era julgado, Ted não demonstrou sentir culpa (pelos seus atos), vergonha (por ter sido pego), medo (pela então provável condenação à morte), tristeza (pela ausência de liberdade) ou raiva (pela injustiça que estava sofrendo – conforme alegado por ele durante seu julgamento). Ele parecia animado, orgulhoso e, até mesmo, feliz. Estes comportamentos não passaram despercebidos pelas pessoas que acompanhavam o julgamento.

Bundy durante seu julgamento

As emoções são tão importantes no nosso dia-a-dia, que qualquer inadequação nas reações emocionais é percebida por todos. Não precisa ser um especialista, as expressões emocionais indevidas são evidentes mesmo para pessoas leigas. A expressão correta das emoções é tão importante para uma interação social bem-sucedida, que as utilizamos como uma das principais formas de comunicação não-verbal. Mas, não é só para a comunicação que as emoções são importantes, as reações emocionais são imprescindíveis para a sobrevivência a um ambiente perigoso (medo), ameaçador (raiva) ou infectado (nojo), dentre outros.

As definições de emoção são amplamente debatidas, mas nenhuma delas é aceita de forma unânime pelos cientistas que trabalham na área. A série de adjetivos que usamos no nosso dia-a-dia para nos referirmos às nossas emoções e às dos outros (feliz, triste, depressivo, medroso, ansioso, bem-humorado, irritado, alegre etc.) não diz respeito apenas a “emoções”, para alguns autores. As emoções, juntamente com os humores, compõem uma categoria mais ampla: os afetos. Afetos são fenômenos complexos que influenciam o nosso comportamento e interações sociais, englobando as emoções, motivações, sentimentos e humores. Os afetos são estados provocados por múltiplos fatores, com grande influência subjetiva, que não são fáceis de mensurar/registrar através de métodos objetivos. Tais dificuldades inerentes a este campo de estudo afastam pesquisadores interessados no tema e tornam o progresso na área mais lento. No entanto, nas últimas décadas, com o avanço de técnicas psicofisiológicas e de neuroimagem, o estudo das emoções tem se revitalizado e encontra na neurociência uma abordagem norteadora para testar hipóteses que a muito tempo são discutidas por cientistas e filósofos.

O objetivo deste texto é resumir brevemente o passado, o presente e o “futuro” do estudo científico das emoções. Mas, antes disto, algo ainda mais básico precisa ser esclarecido…

O que são Emoções?

As emoções podem ser definidas como tendências para ações, as quais produzem uma cascata de mudanças fisiológicas (sincronizadas) em resposta a algum “gatilho” – seja uma pessoa, um objeto ou um evento. Isto é, as emoções são geradas com a ocorrência de um estímulo relevante para o organismo, preparando tendências de reações comportamentais automatizadas. Assim, muitas das definições de emoções levam em consideração três características fundamentais: I) tendências de ação; II) reações fisiológicas; e III) experiência subjetiva.

Conforme dito anteriormente, as emoções diferem dos humores. Elas são relativamente discretas, de curta duração e direcionadas a um objeto ou evento, enquanto os humores são considerados mais difusos, menos intensos e independem de um estímulo ou evento desencadeador. Ou seja, as emoções são reações agudas, como a raiva, a tristeza, o medo e a alegria, enquanto a ansiedade, a depressão, a irritação (ou “mal humor”) e a felicidade poderiam ser classificados como humores.

Emoções são reações automatizadas!

Seja para lidar com estímulos ambientais emocionalmente relevantes, seja para comunicar informações sociais, as emoções apresentam diversos componentes adaptativos para mamíferos com comportamento social complexo, sendo cruciais, até mesmo, para a suas sobrevivências.

As expressões emocionais têm diversos componentes universais para algumas emoções básicas (como a alegria, o medo, a raiva, a tristeza e o nojo). No entanto, elas também variam dependendo da cultura em que a pessoa está inserida e de características individuais. Algumas teorias atuais enfatizam a avaliação cognitiva dos eventos emocionais, assumindo que as emoções são importantes para promover a busca por metas. Enquanto outras teorias classificam e organizam os estados afetivos em duas dimensões, por sua valência (positiva, emoções desencadeadas por estímulos prazerosos; ou negativa, desencadeadas por estímulos desagradáveis) e pela sua intensidade de estimulação (baixa ou alta).

Diversas hipóteses já foram propostas ao longo dos séculos XIX e XX para explicar o funcionamento das emoções. Elas foram fundamentais para chegarmos ao conhecimento atual que temos sobre o que são e quais as funções das emoções em humanos.

Contextualização Histórica e Hipóteses Influentes

Historicamente dois autores tiveram uma enorme influência sobre os estudos subsequentes das emoções: Charles Darwin e William James. Muitas das hipóteses levantadas posteriormente buscaram aperfeiçoar ou refutar os achados desses pioneiros.

 Abordagem Biológica / Evolutiva

Ao publicar The expression of emotions in man and animals em 1872, Darwin inaugurou um campo de pesquisa que busca compreender os papeis adaptativos e funcionais das expressões das emoções. Darwin é considerado por muitos cientistas o primeiro pesquisador a investigar o papel das emoções e de suas expressões de forma sistemática, permitindo a aplicação de uma abordagem empírica e replicável para o estudo das emoções. Tal abordagem destacava que os fenótipos emocionais podem representar adaptações que foram selecionadas por pressões de fatores ambientais, através da eliminação (para ser preciosista, “diminuição do sucesso reprodutivo”) dos organismos menos adaptados a tais pressões. A expressão da raiva, por exemplo, através de sinais de ameaça e a ocorrência de reações agressivas, pode ser considerada uma emoção de alta relevância para a sobrevivência de um indivíduo e/ou seu grupo em ambiente natural.

Duas ideias discutidas por Darwin foram especialmente influentes em longo-prazo:

  • As emoções humanas são homologas às emoções animais, sendo algumas de suas expressões (faciais e corporais) padrões comportamentais vestigiais que também podem servir para comunicação;
  • Emoções também servem para comunicação não-verbal

    As expressões emocionais se manifestam de forma discreta e universal, tendo um forte componente transcultural.

Hipótese de James-Lange

Esta hipótese foi criada e divulgada por William James (1884), mas paralelamente desenvolvida por Carl Lange em 1886, ficando conhecida como hipótese James-Lange. Essa abordagem sustentou que as emoções podem ser reduzidas a percepção das reações fisiológicas aos estímulos emocionais. Ou seja, a premissa básica da proposta é que a excitação fisiológica (corporal) induz a experiência emocional. Por exemplo, quando uma pessoa vê um urso em sua frente ela corre (aumentando a frequência cardíaca, liberação de adrenalina etc.), por isto ela sente medo. Ao perder um ente querido, uma pessoa choraria e, então, ficaria triste.

Sim, para James, você não chora porque está triste, mas está triste porque chora. Essa ideia contraintuitiva, um pouco similar ao discutido pelo filósofo Espinoza no século XVII, sustentava que a emoção não é mais do que a consequência de conjuntos de mudanças corporais que ocorrem em resposta a um evento relevante.

Hipótese de Cannon-Bard

Um dos principais críticos da hipótese de James-Lange foi o fisiologista Walter Cannon, que propôs, no início do século XX, sua própria hipótese sobre como as emoções funcionam. Cannon observou que as respostas corporais (por exemplo, a ação hormonal) são muito lentas para gerar emoções, levando muitos segundos ou, até mesmo, minutos. Cannon também observou que as nossas reações fisiológicas são  bastante gerais, sendo as reações de raiva e de medo, por vezes, bastante parecidas.

Para Cannon e Philip Bard as respostas fisiológicas e as experiências emocionais ocorrem simultaneamente, e ambas são determinadas por alterações específicas no cérebro. Cannon e Bard foram além e afirmaram a importância da região talâmica para as emoções. Para eles, a expressão emocional resulta de funções de estruturas hipotalâmicas e a experiência emocional resulta da estimulação do tálamo. Ainda, estes autores destacaram que regiões neocorticais exercem um controle sobre as respostas emocionais desencadeadas pelo tálamo. Ou seja, a inibição ou remoção do neocórtex liberaria o circuito hipotalâmico do controle dos impulsos (conhecido como controle top-down).

Circuito de Papez, Hipótese de MacLean e o sistema límbico

Em 1937 James Papez enfatizou que as emoções não são funções de determinadas regiões cerebrais, mas de um circuito. Hipotálamo, corpos mamilares, tálamo, córtex cingulado e hipocampo são estruturas interconectadas que, segundo Papez, compõem um circuito responsável pela elaboração e expressão emocional. Paul MacLean buscou aperfeiçoar o circuito de Papez, o estendendo a áreas do septo, giro parahipocampal, amigdala e córtex orbitofrontal. MacLean chamou essa organização responsável pelas emoções de sistema límbico. Embora diversas estruturas do sistema límbico parecem ter um papel menor do que Papez ou MacLean originalmente imaginaram, incluindo o hipocampo e os corpos mamilares, e que alguns conceitos anatômicos e funcionais utilizados pelos autores estejam obsoletos, as suas teorias foram extremamente influentes para o estudo das bases neurobiológicas das emoções.

Teorias e Hipóteses Atuais

O estudo das bases evolutivas e biológicas das emoções teve um crescimento expressivo na segunda metade do século XX. Aproximadamente um século após a precursora publicação de Darwin sobre as emoções, e alguns anos após uma série de importantes avanços na teoria sintética da evolução e na genética, Paul Ekman, Carroll Izard, Silvan Tomkins, Robert Plutchik e outros cientistas conduziram uma série de estudos exploratórios e transculturais sobre o tema. Estas pesquisas trouxeram fortes evidências empíricas de que as expressões de algumas emoções são universalmente reconhecidas. Estes achados enfatizam uma forte base biológica para a expressão e compreensão das emoções em humanos. Estas teorias enfatizam que existem algumas emoções básicas (também chamadas de discretas), como a alegria, o medo, a raiva, a tristeza e o nojo. Embora não haja um consenso sobre quais (e quantas) seriam tais emoções básicas, esta abordagem teórica segue sendo uma das mais influentes no estudo das emoções.

Por outro lado, achados atuais também sustentam uma versão modificada da hipótese de James-Lange. O neurologista Antônio Damásio ajudou a revitalizar a ideia central de James, afirmando que feedbacks corporais modulam a experiência emocional, denominando tal fenômeno de marcadores somáticos. Os marcadores somáticos são reações fisiológicas, tais como alterações na atividade do sistema nervoso autônomo, que são associadas com a apresentação de estímulos emocionalmente relevantes. Esses marcadores permitem uma decisão rápida quando o processamento lógico não pode ser utilizado ou é insuficiente para a tomada de decisão. Damásio discute importância do córtex pré-frontal (CPF), especialmente o CPF ventromedial, para o processamento emocional. Contudo, essa hipótese é, em grande parte, baseada apenas em estudos de paciente com lesões, e ainda precisa de confirmações futuras.

Uma das teorias mais influentes atualmente no estudo das emoções, conforme mencionado anteriormente, é a teoria da avaliação cognitiva das emoções. Autores como Magda Arnold, Richard Lazarus, Klaus Scherer, Stanley Schachter, Nico Frijda e Jerome Singer argumentam que a avaliação cognitiva de um determinado evento pode determinar a reação emocional que teremos a ele. Deste modo, quando uma pessoa é xingada por um desafeto ela pode interpretar aquela ofensa como verdadeira e ficar triste ou injusta e sentir raiva. Portanto, nós imediatamente e automaticamente avaliamos os estímulos ao percebê-los e reagimos emocionalmente a eles. Mesmo dentro dessa abordagem explicativa, há diversas vertentes que buscam elucidar como isso de fato ocorre, no entanto, tal aprofundamento foge ao escopo deste texto (para mais informações sobre o tema veja a lista de referências e sugestões de leitura). Uma das críticas mais frequentes a uma parte dessas abordagens cognitivas (não todas) é que elas reduzem a importância da base fisiológica das emoções.

Enquanto diferentes perspectivas são discutidas para explicar o funcionamento e a natureza das emoções, os estudos neurocientíficos avançam solidamente nas últimas décadas. Assim, cada vez mais tem sido integrado o conhecimento sobre as interações fisiológicas e as avaliações cognitivas para a ocorrência e expressão das reações emocionais.

Neurociência Afetiva

Amígdala

Diversas linhas de pesquisa têm estabelecido que a amígdala, estrutura localizada dentro do nosso lobo temporal, como uma das mais importantes regiões cerebrais para as emoções. A amígdala tem um papel chave no processamento emocional e de sinais sociais das emoções (particularmente para o medo), e no condicionamento emocional e consolidação de memórias emocionais.

Estudos de neuroimagem têm associado a ativação da amigdala à detecção emocional e de estímulos biologicamente relevantes. Ela ajuda a guiar a atenção do organismo para estímulos com relevância emocional. Em humanos, lesões na amigdala podem levar a prejuízos no processamento de rostos e sinais sociais. Estudos mais recentes indicam que o processamento de expressões faciais emocionais, especialmente o medo, foi particularmente prejudicado em humanos com lesões amigdalares.

A ativação amigdalar a estímulos com conteúdo emocional acontece mesmo para aqueles estímulos apresentados por tempo insuficiente para serem registrados pela consciência. Ainda, a ativação da amígdala para o medo não é apenas para expressões faciais, isso também ocorre com vocalizações emocionais de medo. No entanto, o processamento emocional da amígdala é suscetível ao controle top-down de reações emocionais.

Córtex Pré-Frontal (CPF)

Diferentes regiões do CPF estão envolvidas em funções como planejamento, tomada de decisão, controle inibitório e atenção. Estudos de metanálise evidenciaram que essas mesmas regiões são ativadas com a exposição de conteúdo emocional. Tais regiões são frequentemente associadas ao controle de impulsos emocionais, podendo inibir a ativação da amigdala e outras estruturas a estímulos emocionalmente relevantes. Alguns pesquisadores sugerem que o CPF ventromedial exerce uma função interoceptiva que seria determinante para a percepção emocional e tomada de decisão. O córtex orbitofrontal seria determinante para percepção de conteúdo emocional, independentemente da valência o estímulo, e para o controle de impulsos, sendo fundamental para o controle top-down das reações emocionais.

Córtex Cingulado Anterior (CCA)

CCA desempenha um papel chave no monitoramento e avaliação emocional. Ele integra informações autonômicas, emocionais e atencionais, com intuito de regular os estados emocionais e selecionar a resposta mais adequada e as prioridades. Ou seja, os neurocientistas contemporâneos veem o CCA como um ponto de integração de informações viscerais, atencionais e emocionais, que está crucialmente envolvido na regulação afetiva e de outras formas de controle top-down. Além disso, alguns autores têm sugerido que o CCA é um componente determinante para a experiência emocional consciente e para a representação central da estimulação autonômica. Ele monitora conflitos entre o estado funcional do organismo e qualquer nova informação que tem potencial de consequências afetivas. Ainda, o CCA pode ser subdividido em: Dorsal, com uma função mais cognitiva; e Rostral/Ventral, com função mais afetiva. A subdivisão afetiva é frequentemente ativada com a apresentação de estímulos emocionais.

Ínsula

O córtex insular é uma região relacionada com a consciência de sensações corporais e com as experiências emocionais. Ela, além de coordenar respostas a estímulos ameaçadores e imprevisíveis, também atua na detecção de nojo e percepção de gostos desagradáveis. Além disso, a ínsula tem um papel de sinalização que alerta o organismo em situações ameaçadoras. A estimulação da ínsula produz sensações consistentes com o nojo e com a consciência de estados corporais (e.g., espasmos e formigamentos).

Certamente, outras regiões do cérebro também são fundamentais para o processamento emocional. No entanto, algumas dessas estruturas apresentam um papel reduzido ou controverso, já outras ainda necessitam de mais evidências para sustentar as suas funções no processamento emocional em humanos. Cabe frisar que as ações dos neurotransmissores e hormônios para as expressões emocionais fogem ao escopo deste texto geral e introdutório, contudo eles são abordados apropriadamente na literatura sugerida abaixo. O vasto (e fascinante) mundo das emoções e da neurociência afetiva não se limita, obviamente, ao que abordei neste resumo – aqui busquei apenas sintetizar o que apresentei nas palestras do VIII Curso de Neurociências da UFRGS e da VII Semana Nacional do Cérebro da UFRGS. Na verdade, a minha única ambição aqui era entender: Como você está se sentindo hoje?

Referências e sugestões de leitura:
  • Cabral, J. C. C., Tavares, P. de S., & de Almeida, R. M. M. (2016). Reciprocal effects between dominance and anger: A systematic review. Neuroscience and Biobehavioral Reviews71, 761–771.
  • Cabral, J. C. C., Tavares, P. S., Weydmann, G. J., das Neves, V. T., & de Almeida, R. M. M. (2017). Eliciting Negative Affects Using Film Clips and Real-Life Methods. Psychological Reports, 3329411773084.
  • Dalgleish, T. (2004). Timeline: The emotional brain. Nature Reviews Neuroscience5(7), 583–589.
  • de Almeida, R. M. M., Cabral, J. C. C., & Narvaes, R. (2015). Behavioural, hormonal and neurobiological mechanisms of aggressive behaviour in human and nonhuman primates. Physiology & Behavior143, 121–135.
  • LeDoux J.  (1998). The Emotional Brain. New York: Weidenfeld and Nicolson.
  • Lindquist, K. A., Wager, T. D., Kober, H., Bliss-Moreau, E., & Barrett, L. F. (2012). The brain basis of emotion: A meta-analytic review. Behavioral and Brain Sciences35(3), 121–143.
  • Meaux, E., & Vuilleumier, P. (2015). Emotion Perception and Elicitation. In Brain Mapping (Vol. 3, pp. 79–90). Elsevier.
  • Gazzaniga, M., Ivry, R., & Mangun. G. (2013). Cognitive Neuroscience: The Biology of the Mind. New York: W. W. Norton & Company.
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Psicólogo, mestre e doutorando em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e membro do Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento (LPNeC). Além de ser pesquisador/doutorando em tempo integral e divulgador de ciência nas (poucas) horas vagas, sou um curioso nato buscando entender a natureza do comportamento humano.
  


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