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domingo, 19 de setembro de 2021
Ansiedade na infância e a importância de se validar emoções
O excesso de ansiedade não é mais um transtorno associado a adultos. Muitas crianças vêm desenvolvendo quadros de ansiedade que podem ter sido agravados pela pandemia e que na grande maioria das vezes não são identificados pelos adultos.
Mesmo nos espaços escolares, as crianças apresentam sinais de ansiedade que são confundidos com insegurança, timidez, hiperatividade e falta de concentração. No ensino remoto, fica muito mais difícil avaliar e perceber quando algo está errado.
Uma investigação mais aprofundada é necessária, principalmente quando esses sintomas se tornam obstáculos para o desenvolvimento da aprendizagem. A realidade em que vivemos hoje, com muitas cobranças, horários, excesso de atividades e de estimulação cerebral, pode desencadear um transtorno de ansiedade que parece ser permanente.
A ansiedade desenvolvida na realização de uma prova é muito diferente do transtorno de ansiedade. Este último, permanece mesmo após a prova e independe do desempenho ou da nota. Em casos mais graves pode gerar depressão e síndrome do pânico.
Estima-se que o Brasil tenha entre 5% e 10% de crianças e adolescentes que apresentem algum transtorno de ansiedade. Considerando-se os números da população infantil brasileira, esse é um índice muito alto. Isso porque só recentemente o transtorno de ansiedade foi reconhecido como patologia no CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde).
Em grande parte dos diagnósticos fica difícil estabelecer a causa, principalmente quando ela é biológica (problemas gestacionais ou histórico na família). Causas psicológicas podem se originar em casa, devido às relações familiares abusivas; ou na escola, com a prática de bullyings, quando a criança não quer ir presencialmente para a escola ou se recusa a abrir a câmera no ensino remoto.
A ansiedade traz inúmeros prejuízos para a aprendizagem e tanto as famílias quanto a equipe escolar precisam estar atentos. Crianças com transtornos de ansiedade podem ter dificuldade para dormir, para se alimentar em razão de sentimentos que levam ao nervosismo constante, e consequentemente, para se concentrar nos estudos.
Se esses sintomas perdurarem por muito tempo e a criança não encontrar uma forma de se expressar emocionalmente, corre-se o risco de uma depressão profunda e até mesmo o suicídio.
Mas como podemos trabalhar em prol da validação das emoções destas crianças que sofrem, muitas vezes, em silêncio? Num primeiro momento é preciso sensibilizar para a empatia. Sem empatia não valorizamos o sentimento do outro, não nos colocamos em seu lugar. Por mais que nós, adultos, julguemos banais os sentimentos de uma criança, tais como vergonha, o medo e a culpa, por exemplo.
Entender que esses sentimentos são legítimos na criança e não uma simples “frescura infantil” ou “invenção de cabecinha fértil” é o caminho para se conectar à criança e criar vínculos.
Sem o compromisso de validar as emoções que a criança sente, ela se torna vulnerável às próprias armadilhas dos transtornos de ansiedade. Uma vez percebido esse problema na escola, é preciso acolher esta criança, desenvolver o sentimento de escuta aberta, orientar a família na busca de tratamento terapêutico contínuo com o mínimo de interrupções possível e propor técnicas de ludoterapia. Todo cuidado especial deve ser destinado às nossas crianças na preservação da saúde mental para promover uma infância saudável e feliz!
* Karyn Teixeira de Lemos é mestre em Educação Tecnologias Digitais e professora da Área de Educação da Uninter.
Créditos do Fotógrafo: Victoria Borodinova/Pixabay
Aprenda a preencher o diário de classe. Da Educação Infantil, anos iniciais, anos Finais e ensino médio.
sábado, 18 de setembro de 2021
Advento de Vamana Deva hoje dia 17/09/2021
Advento de Vamana Deva
- Arquivado sob Novidades
Advento do Senhor Vamana Deva.
Vamana Deva é o mestre de todas as artes, incluindo a arte da resolução de conflitos. Ele é o amoroso pai de todos, e toda ação Sua beneficia todos os Seus filhos. A história do Senhor Vamana demonstra como o Senhor satisfez dois grupos rivais e encerrou a guerra cósmica entre os demônios e os semideuses.
Também aprendemos com este passatempo que a mais grandiosa compaixão do Senhor é privar Seu devoto de todas as defesas materiais a fim de que o devoto possa se render a Ele por completo. O Senhor faz isso de modo a ampliar a confiança amorosa que os devotos dedicam Ele, livrando-os da dependência de seus poderes mundanos oscilantes.
O Virtuoso Rei Prahlada
A história do Senhor Vamana é uma sequência à história do Senhor Nrisimha. Resumidamente, o Senhor Nrisimha adveio para proteger Seu devoto Prahlada Maharaja, que era aterrorizado por seu pai ateísta, Hiranyakashipu. Depois que Sri Nrisimhadeva matara (e liberara) o tirano ateísta, Prahlada Maharaja foi coroado imperador dos demônios, os inimigos dos semideuses. Os semideuses (líderes administrativos do universo), então, reaveram sua soberania do paraíso, que estivera sob o controle de Hiranyakashipu.
Depois que Nrisimhadeva restabeleceu a ordem, como o conflito novamente se deu entre os demônios e os semideuses? Agora que o rei santo e benquerente da paz Prahlada reinava sobre os demônios, como poderia haver guerras?
Prahlada Maharaja era tão defensor da paz e santo que demonstrou sua ausência de egoísmo importando-se mais com seu povo do que com sua própria família. Quando o filho de Prahlada, Virochana, quis casar-se com uma moça desejada por um jovem brahmana, Prahlada instruiu a Virochana que renunciasse seu desejo pessoal. Prahlada, desta maneira, mostrou que o rei e sua família devem sempre servir o povo e jamais usar de força ou poder contra eles a fim de realizar seus desejos pessoais. (Mahabharata, Udyoga Parva 35)
Com semelhante rei adorável no trono, os demônios estavam pacíficos. Porém, depois que Prahlada renunciou ao trono e transmitiu-o a seu filho, Virochana, o ódio entre os semideuses e os demônios renasceu.
Eis a história por trás da renúncia de Prahlada ao trono.
Certa vez, enquanto Prahlada ainda reinava, um sábio que se banhava em um rio sagrado foi mordido por uma serpente, que enroscou suas pernas e puxou-o para baixo d’água. Por causa de sua sincera fé na proteção do Senhor Vishnu, o sábio em nada se afetou. A cobra puxou-o para baixo e levou-o até o reino subterrâneo dos demônios, onde Prahlada honrou-o. Durante esse encontro, o sábio inspirou Prahlada a visitar lugares de peregrinação.
Em uma visita a uma floresta sagrada, Prahlada viu um pinheiro atravessado por flechas. Sua seiva parecia lágrimas de angústia. Próximo à árvore, estavam sentados dois ascetas. Irritado com a visão das flechas deles na árvore inocente, Prahlada os atacou. Os ascetas, todavia, facilmente o derrotaram na batalha. Ele, então, orou ao Senhor Vishnu, que lhe disse que somente poderia vencer os dois ascetas mediante devoção. Os ascetas eram, na verdade, Nara-Narayana Rishis, encarnações de Vishnu. De maneira a pedir-lhes perdão por ter lutado contra eles, Prahlada renunciou seu reino e retirou-se a fim de realizar penitências. Depois desse incidente, Prahlada serviu apenas de conselheiro a seus sucessores. (Vamana Purana 7-8)
Virochana, Filho de Prahlada
Virochana tornou-se o próximo imperador dos demônios. Presenteado com uma deslumbrante coroa dourada, uma bênção do deus Sol, tornou-se arrogante e ofensivo aos semideuses. Virochana recebeu a bendição de que não poderia ser morto enquanto usasse a coroa. (Ganesha Purana 2.29) Cientes disso, os semideuses conspiraram contra ele. Disfarçados de sábios, foram até ele e perguntaram se poderia fazer-lhes caridade, diante do que o generoso Virochana jurou que lhes daria o que quer que desejassem. Eles, então, pediram por sua coroa. Embora Virochana naquele momento reconhecesse a trama dos semideuses, ele, fiel à sua palavra, entregou-lhes sua coroa bem como sua vida. (Srimad-Bhagavatam 8.19.14)
Bali Conquista o Céu
Enraivecido pela intriga dos semideuses, Bali, filho de Virochana, tornou-se inimigo jurado dos semideuses, os cruéis assassinos de seu pai. Certa vez, quando Indra, o rei dos semideuses, arrogantemente rejeitou uma guirlanda oferecida por um sábio, esse sábio amaldiçoou os deuses. Como resultado dessa imprecação, Bali facilmente venceu os semideuses em batalha e ganhou o reino do paraíso.
Os semideuses estavam em desvantagem: Os demônios estavam destemidos em relação à morte visto que seu preceptor Shukracharya podia revivê-los com um mantra secreto. Expulsos de suas moradas, os semideuses se renderam ao Senhor Vishnu, que lhes disse para baterem o oceano de leite em uma trégua com os demônios. A batedura permitiria a recuperação das joias que haviam caído no oceano das mãos de Bali enquanto ele transportava o tesouro dos deuses para sua capital. A batedura também extrairia a ambrosia, que podia imortalizar os semideuses. (Vishnu Purana 1.9, Matsya Purana 250-251)
A batedura primeiro produziu veneno, então coisas valiosas como gemas, joias, animais, deuses e deusas. Finalmente, o pote de ambrosia veio à superficíe. O Senhor Vishnu, disfarçado de um mulher que era a corporificação da beleza sensual, enganou os demônios e entregou toda a ambrosia aos semideuses. Com o poder do néctar da imortalidade, os semideuses repeliram o ataque dos demônios, que queriam tomar o néctar para si. Os demônios, então, recorreram a artifícios ilusórios, desorientando os semideuses.
Os demônios se refugiaram no Senhor Vishnu, que, sem esforço, frustrou o ilusionismo dos demônios. Com o Senhor do seu lado, os semideuses mataram Bali. Aproveitando o desmotivado exército demoníaco, os semideuses começaram massacrá-los sem clemência. Então, Narada Muni, o sábio entre os semideuses, apareceu e proibiu-os de continuarem o morticínio, aconselhando que retornassem a seu reino celeste. Disse aos demônios, então, que levassem seu imperador morto, Bali, até Shukracharya, que reviveu todos os demônios mortos cujos membros estavam intactos.
Quando Bali foi revivido, ele, sob a orientação de Shukracharya, realizou um sacrifício para a conquista do universo. Obteve, assim, um arco invencível, uma armadura impenetrável, duas aljavas de flechas inesgotáveis e uma quadriga de ouro puxada por cavalos de primeira qualidade e com uma bandeira esplêndida. Seu avô deu-lhe uma guirlanda sempre fresca, e seu professor mimoseou-o com um búzio da vitória. Depois de receber esses presentes e bênçãos, Bali disparou para capital de Indra e atacou com todas as suas forças. Indra e os demais semideuses esconderam-se. Abençoado por seu professor, Bali dominou novamente o céu. Seguindo o bom conselho de seu avô Prahlada, Bali reinou virtuosamente. (Vamana Purana 74-75)
Vamanadeva Aparece
Aditi, a mãe dos semideuses, lamentou-se ao ver seus filhos vagueando sem casa. Seu esposo, Kashyapa, aconselhou que ela se mantivesse calma tanto na perda quanto no ganho, mas não pôde acalmá-la. Ele, então, recomendou que ela realizasse um voto de doze dias para satisfazer o Senhor Krishna. Contento com o voto dela, o Senhor prometeu aparecer como seu filho. Em transe, Kashyapa viu o Senhor. Ele, então, emprenhou sua esposa, e o Senhor entrou em seu ventre.
O Senhor Vamana, cuja tez é azul, apareceu neste mundo adornado por seda dourada e portando em Suas quatro mãos um búzio, um disco, uma maça e um lótus. Seu aparecimento trouxe júbilo para toda a criação.
Ele, então, transformou-se em um jovem anão brahmana, e, na cerimônia de comemoração de Seu nascimento, todos os semideuses e sábios deram-Lhe presentes. O deus Sol entoou mantras védicos, o sacerdote dos semideuses decorou Seu peito com o cordão sagrado, e Kashyapa Muni colocou um cinto de palha ao redor de Sua cintura. A Mãe Terra e a mãe dEle providenciaram-lhe uma pele de veado e uma tanga. A Lua, o rei das florestas, ofereceu-Lhe o bordão de um celibatário, e os céus deram-Lhe uma sombrinha. Brahma o mimoseou com um pote d’água, os sete sábios presentearam-nO com grama sagrada, e a deusa da aprendizagem deu-Lhe contas de oração. O tesoureiro dos semideuses levou para Ele uma cuia de pedinte, ao passo que Bhagavati, a esposa do Senhor Shiva, deu-Lhe Suas primeiras esmolas.
Vamanadeva Begs from Bali
Sri Vamanadeva realizou sacrifícios para estabelecer o exemplo apropriado para todos os sábios. Quando ouviu que o rei Bali estava ocupado em sacrifício sob a guia de Shukracharya, Ele foi ver Bali, afundando a superfície do globo a cada passo.
Quando Vamanadeva aproximou-se de Bali, o fogo sacrificial estava quase extinto, e os demônios não puderam receber sua cota do sacrifício, senão que os hinos emanando da boca dos sábios conferiram poder aos semideuses ao invés de conferir aos demônios. (Nrisimha Purana 45.10-13) Todos os sábios no sacrifício ficaram atônitos vendo a refulgência que emanava de Vamanadeva. Eles pensaram que o Sol ou a encarnação do Fogo estava se aproximando, em virtude do que todos eles ofereceram respeitos a Ele. Bali Maharaja, cordialmente convidando-O a Se sentar, lavou Seus pés de lótus. O grande rei, então, colocou sobre sua cabeça a água sagrada santificada pelo toque dos pés de lótus do Senhor, assim como o Senhor Shiva carrega em seu cabelo o sagrado Ganges. Maharaja Bali, em seguida, perguntou ao Senhor como poderia servi-lO.
Depois de louvar a dinastia Bali como gloriosa e infalível em seus votos de caridade e cavalheirismo, Vamana solicitou-lhe três passos de terra. Bali Maharaja motejou Sua decisão chamando-a de imatura e insistiu que Ele pedisse por algo mais substancial. Vamanadeva respondeu que a ganância jamais pode ser saciada; ela fará o possuidor correr em busca de mais.
Com efeito, Vamanadeva estava instruindo Bali Maharaja que seu reinado sobre o céu estava apenas satisfazendo sua ganância e seu egoísmo e atormentando os semideuses. Como o guerreiro supremo, o Senhor poderia facilmente ter reavido os céus para os semideuses aniquilando o orgulho de Bali em uma batalha, mas Ele veio como um garoto sábio para instruir Seu devoto Bali Maharaja sobre a importância de se abandonar o apego excessivo a posses. O Senhor instruiu Bali dizendo-lhe que é importante que o indivíduo fique satisfeito com o que quer que venha naturalmente até ele peda vontade da Providência em vez de ansiar pela propriedade alheia.
Bali, então, concordou em dar ao Senhor os três passos de terra. Quando ele estava prestes a confirmar sua promessa com água, Shukracharya, reconhecendo que Vamana era não outro senão o Senhor Vishnu, tentou dissuadir Bali de cumprir sua promessa. Bali mantinha Shukracharya, que não queria que seu rico benfeitor perdesse toda a sua riqueza. Ele informou a Bali que o garoto diante dele era, na verdade, o Supremo Senhor Vishnu, que havia vindo até ele de forma a recobrar toda a opulência dos semideuses.
Shukracharya também alertou Bali de que ele sofreria no inferno por ser incapaz de cumprir a promessa feita ao Senhor Vamana, uma vez que o Senhor Vamana cobriria todo o reino de Bali (o universo) com dois passos, não deixando nenhum espaço para um terceiro passo. Bali ainda não proferira a sagrada sílaba Om, em razão do que, disse Shukracharya, sua promessa poderia ser revogada.
Bali, contudo, não estava disposto a voltar em sua palavra. Ele sabia que a Mãe Terra não consegue suportar o peso de uma pessoa desonesta. Agora que o próprio Senhor havia chegado à sua porta, como ele poderia ir contra Sua vontade suprema? Embora não seguir as ordens do guru normalmente seja considerado um ato ofensivo, Bali rejeitou o conselho de seu guru porque o mesmo contradizia o princípio fundamental de satisfazer o Senhor.
No que dizia respeito ao inferno, Bali Maharaja disse: “Não temo o inferno, pobreza, um oceano de aflição, queda de minha posição ou mesmo a morte tanto quanto temo enganar um brahmana”.
Ele citou o exemplo das grandes almas que sacrificaram suas vidas para outros. Por fim, a morte leva tudo embora; por que, então, permanecer apegado às posses pessoais?
Bali continuou: “Muitos reis obtiveram fama imortal por meio de seus atos heroicos, mas eles raramente obtêm a fortuna de servir a um santo. E minha fortuna extrapola todo limite, pois o esposo da deusa da fortuna veio como um santo para mendigar de mim. Meu querido professor, tu adoras Vishnu, e agora que Ele apareceu diante de mim, tenho que cumprir Sua instrução, muito embora Ele possa ter vindo como um inimigo. Uma vez que Ele agora é um garoto brahmana, não lutarei com Ele, embora Ele talvez me prenda ou me mate”. (Srimad-Bhagavatam 8.20.12)
Ouvindo isso, Shukracharya condenou seu discípulo desobediante a perder toda a sua riqueza.
Mesmo depois de amaldiçoado, Bali ofereceu água a Vamanadeva, solidificando, deste modo, sua promessa. Shukracharya tentou intervir, mas não conseguiu fazê-lo. [Veja a seção extra ao fim “A Reforma de Shukracharya”].
Embora como um anão, o Senhor Se expandiu em Sua forma cósmica, revelando todo o universo. Com Seu primeiro passo, Ele cobriu todos os planetas inferiores até a Terra, e, com Seu segundo passo, alcançou o topo do universo. A unha de Seu pé perfurou as coberturas universais, e a água do Oceano Causal (na qual incontáveis universos boiam) entrou naquele universo, lavou os pés de lótus do Senhor e desceu para o nosso universo como o Ganges celestial. (Srimad-Bhagavatam 5.17.1)
O devoto e poeta do século XII, Jayadeva Gosvami, escreve:
“Ó Keshava, ó Senhor do universo, ó Senhor Hari, que assumiu a forma de um brahmana anão, todas as glórias a Vós. Ó maravilhoso anão, por Vossos passos maciços, enganastes o rei Bali, e, pela água do Ganges que emanou das unhas de Vossos pés de lótus, salvastes todos os seres vivos dentro deste mundo”.
A água do Ganges também contém a água do pote do Senhor Brahma, com a qual ele banhou e adorou o pé de lótus do Senhor quando este alcançou o sistema planetário superior. (Srimad-Bhagavatam 8.21.4)
Vamanadeva, então, revelou-Se novamente como um jovem sábio, e todos os semideuses adoraram-nO. Os demônios, por outro lado, precipitaram-se sobre o Senhor, mas foram mortos por Seus poderosos associados. Bali Maharaja ordenou a seus soldados que desistissem do conflito, proclamando que o supremo fator tempo não estava agora a favor deles. Ninguém pode se opor à vontade do Senhor Supremo, ele declarou.
Os soldados demônios retornaram para suas residências nos planetas inferiores. Garuda, a ave transportadora do Senhor Vishnu, então, prendeu Bali Maharaja com cordas de cobra, e o Senhor censurou Bali por não ter sido capaz de oferecer três passos de terra. Devido a isso, teria de viver no inferno.
O Senhor privou Bali de tudo o que ele tinha, exceto seu livre-arbítrio. Deus pode tirar tudo de nós, mas jamais nos tira o nosso livre-arbítrio – sempre temos a escolha de nos rendermos a Ele ou não.
Para cumprir sua promessa, Bali, então, rendeu-se aos pés de lótus do Senhor e pediu a Ele que desse o terceiro passo sobre sua cabeça. Por causa desse ato, Bali é famoso como o exemplo de completa rendição ao Senhor.
Com efeito, Bali considerou que o que o Senhor fez por ele foi mais misericordioso do que feito a Indra. Indra certamente reaveria sua opulência e seu reino, mas, por ter sido liberto do falso prestígio, Bali obtivera o serviço devocional puro ao Senhor.
Quando Vamanadeva aparecera no ventre de Aditi, Prahlada alertara Bali de que o Senhor logo derrotaria os demônios e devolveria o paraíso aos semideuses.
Bali desafiara com arrogância: “Quem é esse Vishnu comparado a meus guerreiros demônios?”.
Ao ouvir a declaração vaidosa de seu neto, Prahlada o repreendeu: “Como podes falar assim? Amaldiçoo-te a perder tua prestigiosa posição, pois insultaste meu adorável Senhor Vishnu”.
Dando-se conta de seu erro, Bali, à ocasião, pediu perdão por seu orgulho. Embora a maldição não houvesse sido recolhida, Prahlada garantiu a Bali que o próprio Senhor o protegeria. (Vamana Purana 77) Agora, Prahlada Maharaja honrava a ação corretiva do Senhor Vamana como benéfica a Bali, que se tornara arrogante devido à opulência material.
No Srimad-Bhagavatam (10.88.8-9), o próprio Senhor proclama: “Se Eu favoreço alguém especialmente, Eu pouco a pouco privo-o de sua riqueza. Então, os parentes e amigos de tal homem empobrecido abandonam-no. Deste modo, ele vive uma aflição após a outra. Quando ele se frustra em suas tentativas de conseguir dinheiro e, em vez disso, faz amizade com Meus devotos, confiro-lhe Minha misericórdia especial”.
Mesmo a esposa de Bali Maharaja aceitou sua prisão como apropriada, dado que ele reivindicara posse da propriedade do Senhor, o proprietário original e controlador de tudo.
O Reinado Subterrâneo de Bali
O Senhor Brahma, então, solicitou a Vamanadeva que libertasse Bali, que havia entregado todas as suas posses ao Senhor, incluindo seu próprio corpo. Vamanadeva aceitou o pedido de Brahma, estando muito contente com a integridade de Bali, que permanecera intacta apesar de seu guru tê-lo amaldiçoado, ele ter perdido seu reino, ter sido derrotado e detido, e seus amigos e parentes terem-no rejeitado. O Senhor Vamana abençoou Maharaja Bali a obter o posto de Indra em algum milênio futuro. Até então, ele reinaria um planeta subterrâneo projetado pelo arquiteto dos deuses para ser cem vezes mais resplandescente do que o paraíso. (Srimad-Bhagavatam 8.22.32-33) O próprio Senhor Vamana guardava o reino de Bali.
Bali e Prahlada louvaram o Senhor com profunda afeição. Notaram que mesmo os semideuses jamais haviam obtido a misericórdia imotivada que Ele mostrara aos demônios. O Senhor, então, devolveu todas as terras que Ele havia pegado de Bali Maharaja a seus donos originais: Indra e os semideuses.
Indra e Bali: Ambos os Devotos Satisfeitos
O Senhor frequentemente age de maneiras imprevisivelmente maravilhosas, mas Seus passatempos sempre estabelecem o verdadeiro dharma para o benefício de todos. Vamanadeva tomar de Bali o paraíso e devolvê-lo aos semideuses foi algo que beneficiou tanto Indra quanto Bali. Ambos obtiveram seus reinos, mas também algo de valor muito maior: profunda confiança e profundo amor por Vamanadeva, que realizou o papel duplo de irmão mais novo de Indra e de protetor de Bali.
Este passatempo também glorifica a determinação resoluta de Bali Maharaja de cumprir seu voto sob qualquer circunstância. Bali Maharaja é uma das doze grandes personalidades (mahajanas) reverenciadas por sua devoção exclusiva ao Senhor mesmo nas situações mais aterradoras.
(extra)
A Reforma de Shukracharya
Quando, para selar seu juramento, Bali estava prestes a derramar água nas mãos de Vamanadeva, Shukracharya reduziu o tamanho de seu corpo, entrou no recipiente e bloqueou o furo pelo qual a água correria. Como se fosse remover a pequena obstrução, Vamanadeva inseriu uma palha dentro do buraco e acertou o olho de Shukracharya, que experimentou grande dor e recuou. A água, então, fluiu livremente para as mãos de lótus do Senhor Vamana. (Nrisimha Purana 45.34-37).
A fim de mostrar arrependimento por seu erro, Shukracharya realizou austeridades ficando de pé às margens do rio Ganges com seus braços erguidos e com sua mente concentrada no Senhor Vamana. Ele recitou orações em honra ao Senhor, que apareceu na cena e perguntou por que orações Lhe haviam sido dirigidas. Shukracharya implorou o perdão do Senhor por haver tentando dissuadir Bali de seguir a vontade do Senhor. O Senhor, então, tocou Seu búzio no olho ferido de Shukracharya, curando-o instantaneamente. Shukracharya, deste modo, foi perdoado por sua ofensa. (Nrisimha Purana 55.1-20)
Depois que Bali foi nomeado governante do planeta Sutala, Vamanadeva perguntou a Shukracharya por que ele havia amaldiçoado Bali, seu discípulo. Qual fora a falha de Bali? Shukracharya admitiu que, porque Bali havia satisfeito o Yajña Purusha, o principal e original beneficiário de todos os sacrifícios, o caráter de Bali era de fato imaculado. Qualquer um que sinceramente deseje agradar o Senhor Supremo deve ser considerado puro, mesmo se houver falhas em sua adoração. Simplesmente por cantar o nome do Senhor, tudo se torna auspicioso. Depois de assim dizer, Shukracharya aceitou completamente o desejo do Senhor de devolver os céus aos semideuses. (Srimad-Bhagavatam 8.23.14-18)
O Senhor Vamana Soluciona o Conflito Universal por Aja Govinda Dasa Fonte: https://voltaaosupremo.com
quinta-feira, 16 de setembro de 2021
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Hoje é dia do sagrado jejum de Sri Ekadasi. Dia 16/09/2021. Vamana Ekadasi. Lendo a História. Podcast conservador sobre: política , filosofia, arte, cultura, educação, pedagogia , religião
História do Parsva Ekadasi
Maharaja Yudhisthira perguntou ao Senhor Sri Krishna:
– Qual é o nome do Ekadasi que ocorre durante o quarto-crescente do mês Bhadrapada (agosto/setembro)? Qual é a Deidade adorável deste Ekadasi, e qual é o mérito que a pessoa alcança por observá-lo? Bondosamente revele tudo isto para mim.
O Senhor Supremo Sri Krishna respondeu:
– Ó Yudhisthira, este Ekadasi chama-se Vamana Ekadasi, e ele concede tanto um grande mérito quanto a liberação última do enredamento material. Portanto, devido ao fato de que ele remove todas as reações pecaminosas da pessoa, ele também é chamado de Jayanti Ekadasi. Simplesmente ouvir as suas glórias livra a pessoa de todos os seus maus feitos passados. Tão auspicioso é este jejum que observá-lo concede o mesmo mérito daquele obtido pela execução de um Asvamedha-yagna. Não há melhor Ekadasi do que este, porque ele concede a liberação tão facilmente. Assim, se alguém deseja realmente libertar-se do mundo material, ele deve jejuar no Vamana Ekadasi.
“Enquanto observa este jejum santo, o vaishnava deve amavelmente adorar o Senhor Supremo em Sua forma de Vamanadeva, a encarnação como um anão, cujos olhos são como pétalas de lótus. Por assim fazê-lo, ele adora todas as outras Deidades também, incluindo Brahma, Vishnu e Shiva, e na hora da morte ele indubitavelmente vai à morada do Senhor Hari. Em todos os três mundos não há jejum mais importante a ser observado. A razão de esse Ekadasi ser tão auspicioso é que ele comemora o dia em que o Senhor Vishnu, dormindo, muda para Seu outro lado. Assim, este dia de jejum também é conhecido como Parivartini Ekadasi.”
Maharaja Yudhisthira então perguntou ao Senhor:
– Ó Janardana, por favor, esclareça a minha dúvida. Como é que o Senhor Supremo dorme e então vira sobre o Seu lado? Ó Senhor, quando Você está dormindo, o que acontece com todas as outras entidades vivas? Por favor, também me diga como Você prendeu o rei dos demônios, Bali Maharaja, e também como alguém pode satisfazer os brahmanas. Como a pessoa deve observar o voto de Caturmasya? Bondosamente seja misericordioso comigo e responda estas perguntas.
A Suprema Personalidade de Deus respondeu:
– “Ó Yudhisthira, leão entre os homens, Eu narrarei com alegria para você um evento histórico que, simplesmente por ser ouvido, erradica todas as reações pecaminosas da pessoa”.
“Em tetra-yuga viveu um rei chamado Bali. Embora nascido em dinastia demoníaca, ele era muito devotado a Mim. Ele cantava muitos hinos védicos para Mim e executou um ritual Homa simplesmente para Minha satisfação. Ele respeitava os brahmanas duas vezes nascidos e ocupava-os na execução de sacrifícios diários. Entretanto, esta grande alma teve uma desavença com Indra e eventualmente venceu-o na batalha. Bali tomou todo o seu reino celestial, que Eu dei pessoalmente a Indra. Portanto, Indra e todos os outros semideuses, junto com muitos grandes sábios, aproximaram-se de Mim e queixaram-se de Bali Maharaja. Curvando suas cabeças ao chão e oferecendo orações sagradas dos vedas, eles Me adoraram junto com o mestre espiritual deles, Brihaspati. Assim, Eu concordei em aparecer para o benefício deles como o anão Vamanadeva, minha quinta encarnação”.
O rei Yudhisthira perguntou:
– Ó Senhor, como foi possível para Você com um corpo de anão vencer um demônio tão poderoso? Por favor, explique isto claramente, porque sou Seu devoto fiel.
O Senhor Supremo Sri Krishna respondeu:
– Embora fosse um anão, Eu era um brahmana e aproximei-Me de Bali Maharaja para pedir caridade em forma de terras. Eu disse:
– Ó Bali, por favor, dê- Me simplesmente três passos de terra em caridade. Para Mim tal pedaço pequeno de terra será tão bom quanto os três mundos.
“Bali concordou em satisfazer meu pedido sem mais considerações. Mas assim que ele Me deu a terra, Meu corpo começou a expandir-se em uma gigantesca forma transcendental. Eu cobri toda a terra com Meu pé, toda Bhurvaloka com Minhas coxas, o céu Svarga com Minha cintura, Maha-loka com Meu estômago, Jana-loka com Meu peito, Tapa-loka com Meu pescoço e Satya-loka com Minha cabeça e face. Eu cobri toda a criação material. Realmente, todos os planetas do universo, incluindo o sol e a lua, foram abrangidos pela Minha forma gigantesca”.
“Vendo este meu passatempo surpreendente todos os semideuses, incluindo Indra e Sesa, o rei das serpentes, começaram a cantar hinos Védicos e a oferecer orações para Mim”. Então peguei Bali pelas mãos e disse a ele.
– “Ó impecável, Eu cobri toda a terra com um passo e todos os planetas com o segundo passo. Agora, onde Eu irei pôr Meu pé para medir o terceiro passo de terra que você Me prometeu”?
Após ouvir isto, Bali Maharaja curvou-se e ofereceu-Me a sua cabeça.
Ó Yudhisthira, Eu coloquei o Meu pé em sua cabeça e mandei-o para Patala-loka. Vendo assim ele humilhado, Eu fiquei muito satisfeito e disse a Bali que dali em diante Eu iria residir permanentemente em seu palácio. Depois disso, no Parivartini Ekadasi, o qual ocorre durante o quarto-crescente do mês Bhadra, Bali, o filho de Viricana, instalou a forma de Minha Deidade em sua residência.
– “Ó rei, continuou o Senhor Sri Krishna, até o Haribodhini Ekadasi, o qual ocorre no Quarto-crescente do mês Kartika, Eu continuo dormindo no oceano de leite. O mérito que alguém acumula durante este período é particularmente poderoso. A pessoa, portanto deve observar o Parivartini Ekadasi cuidadosamente. Realmente, ele é especialmente purificador e, assim, limpa a pessoa de todas as reações pecaminosas. Neste dia, o devoto fiel deve adorar o Senhor Trivikrama, Vamanadeva, o qual é o supremo pai, porque neste dia Eu me viro para dormir do outro lado”.
Se possível neste dia alguém deve dar a uma pessoa qualificada algum iogurte misturado com arroz inflado, bem como alguma prata, e então permanecer desperto por toda a noite. Esta simples observância libertará a pessoa do condicionamento material. Aquele que observar este sagrado Parivartini Ekadasi da forma que Eu descrevi irá certamente obter todos os tipos de felicidade neste mundo e o reino de Deus depois daqui. Aquele que simplesmente ouve esta narração com devoção irá para a morada dos semideuses e brilhará ali como a própria lua, tão poderosa é a observação deste Ekadasi. De fato, esta observação é tão poderosa quanto a execução de mil Asvamedha-yagna.
* Assim acaba a narração das glórias do Parivartini Ekadasi, ou Vamana Ekadasi, também chamado de Parsva Ekadasi do Brahma-vaivarta Purana.
terça-feira, 14 de setembro de 2021
Como tirar parafuso quebrado - Dica Jogo Rápido
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Bhagavad-gītā 2.23 nainaṁ chindanti śastrāṇi nainaṁ dahati pāvakaḥ na cainaṁ kledayanty āpo na śoṣayati mārutaḥ Sinônimos na — nunca; e...
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O Kali-Santarana Upanishad (sânscrito: कलिसन्तरणोपनिषद्, IAST: Kali-Saṇṭāraṇa Upaniṣad), também chamado de Kalisantaraṇopaniṣad , é u...
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Visão psíquica de Ramatís Segundo informações que nos foram trazidas, RAMATÍS é entidade de princípios universalistas, filiado ao grupo ...