sábado, 30 de outubro de 2021

Indicação de leitura 48, Ponerologia, psicopatas no poder e outros assuntos.
























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Hoje na História: nasce Dostoiévski


O trabalho do escritor russo representa um “divisor de águas” na compreensão da condição humana através da Literatura. Para Otto Maria Carpeaux, “tudo o que é pré-dostoievskiano é pré-histórico

Fiódor Mijáilovich Dostoiévski nasceu no longínquo 30 de outubro de 1821, pelo calendário juliano vigente na Rússia. Aquela distante véspera de Halloween, no entanto, — com o perdão do anacronismo — faz-se presente sempre quando, desafiados pela vida, nos dispomos a pensar sobre o perdão, a redenção, o heroísmo, o amor, a coragem, os dilemas morais e, em suma, sobre a complexidade da existência. O trabalho do escritor consiste em traduzir em palavras a experiência humana encenada sobre o palco da realidade.

Evidentemente é necessário que, para tanto, o narrador descubra ser preciso mergulhar na alma humana; perscrutá-la, discerni-la com precisão cirúrgica. Não é trabalho fácil, não basta simplesmente correr a pena sobre o papel em branco. Não. O trabalho do escritor tem um quê de místico, porque é um exercício de ascese. Escritor e leitor ascendem a novos níveis de entendimento acerca da condição humana quando vislumbram as possibilidades tipificadas na Literatura. Assim é que Dostoiévski se faz um grande guia.

Sobre o escritor russo deixemos o crítico Otto Maria Carpeaux dizer algumas palavras: “Existem poucos escritores cuja obra tenha sido tão tenazmente mal compreendida como a de DostoiévskiDostoiévski é, se não o maior, decerto o mais poderoso escritor do século 19; ou do século 20, pois a sua obra constitui o marco entre dois séculos da literatura. Literariamente, tudo o que é pré-dostoievskiano é pré-histórico; ninguém escapa à sua influência subjugadora, nem sequer os mais contrários.

Parece, porém, que toda a Europa tenta resistir-lhe, instintivamente e obstinadamente; e como esse bárbaro barbado, com a face sulcada de sofrimentos, parece irresistível, os europeus entrincheiram-se, ao menos, num baluarte de interpretações erradas. (…) O que ele fixa — e com que segurança! — são as paisagens da alma. E o espírito sensitivo do “fin de siècle” admira, sobretudo, esta psicologia requintada, na qual acredita reconhecer a sua própria decadência; Dostoiévski será um assunto de predileção da psicanálise. Daí se origina a pretensão de reclamar Dostoiévski em favor das rebeliões mais subversivas do espírito anárquico do “après-guerre” (…).

(…) Nesse mundo, seja ele negro ou vermelho, não existe lugar para nós outros. Mas como aceitar um poeta cujo pensamento nos abala? Dostoiévski não faz “arte pela arte”; ele nos arrasta até às últimas consequências. Inúteis quaisquer concessões. Reconhecendo-se que certas acusações violentas à Europa são plenamente justificadas, é preciso admitir que daí para uma revolução total, mesmo espiritualista, vão poucos passos, dos quais somente o primeiro custa.

Inútil, igualmente, distinguir entre os frutos da inspiração poética, válidos também para nós, e as opiniões íntimas do autor, objeto somente da crítica psicológica e da história literária. Em virtude de tal distinção, a obra de arte se tornaria o fruto sublime dum solo impuro, produto exclusivo do subconsciente, resultado de uma partenogênese misteriosa; e nós não aceitaríamos esse artifício unicamente para isentar o autor, à nossa maneira, de responsabilidades, às quais ele não desejaria fugir.

Ao contrário, cumpre admitir que na obra de Dostoiévski a política ocupa um lugar maior do que a literatura, e que as suas convicções políticas nos surpreendem. É justamente isso. A literatura russa do século XIX é profundamente política. O país não tem imprensa nem tribuna, nem mesmo cátedras livres, e a literatura é a única voz do povo, em plena evolução política e social. Todas as coisas, a ciência, a própria teologia, estão impregnadas de política.

A literatura torna-se uma tribuna. Existem aí, como no parlamento inglês, dois partidos opostos. Um, o dos “Ocidentais”, que glorificam a Europa e desejam a europeização integral da Rússia; para isso é preciso primeiramente destruir as instituições estabelecidas, o que lhes vale a acusação de niilismo. Os outros, os “eslavófilos”, glorificam o passado nacional, mesmo o asiático; é necessário esmagar as influências estrangeiras, o que lhes vale a acusação de obscurantistas.

(…) Quando Dostoiévski escrevia um romance, via primeiramente os problemas e depois as personagens. O aspecto dos seus manuscritos, muitos dos quais foram editados em fac-símile, é muito curioso. No começo ele emenda mais do que escreve, e as margens são cheias de figuras, representando catedrais, demônios, anjos, que simbolizam os seus problemas. Depois, a personificação começa; o texto corre mais ligeiro, e os desenhos simbólicos se transformam em retratos imaginários; a comparação permite estabelecer as preferências do poeta, e essa comparação prova aquilo que a interpretação dos textos deixava prever: as preferências do poeta são para os seus inimigos ideológicos.

Dostoiévski é de uma perfeita imparcialidade artística. Ele sabe que o mundo não é governado pelos anjos, ou o é apenas pelo anjo vencido. Parece que ele forma os seus “anticristos” — um Raskolnikov, um Kirillov, um Ivan Karamazov — com grande simpatia, e que estes constituem, às vezes, os intérpretes do escritor. Isso explica o mal-entendido, muito tempo reinante, de que o próprio Dostoiévski era revolucionário e ateu.

(…) Dostoiévski é cristão. Nós também. Campo de encontro, enfim? Não, absolutamente. Pois Dostoiévski nos recusa o direito de nos chamarmos cristãos. Ao contrário. Ao lado do operário de Londres, do burguês de Paris e do professor de Heidelberg, ele coloca o padre romano. Vosso pretenso cristianismo — diz ele — é a religião do Anticristo. Eis aí o assunto de “O Grande Inquisidor”. (…) Cumpre recristianizar o mundo e a fé, por um esforço de síntese, por um “humanismo cristão”, que lance uma ponte sobre o abismo. Sempre é necessário saber aquilo que nos separa e aquilo que nos une. O que nos separa é muito e muito. Mas não sejamos intransigentes diante dessa face barbada, sulcada pelos sofrimentos. O que nos une é o Cristo; e “tout le reste est littérature” (…)”.

Trechos extraídos de Carpeaux, Otto Maria, Ensaios Reunidos, TopBooks Editora, São Paulo, 1999.

“É preciso falar cara a cara para poder ler a alma no rosto, para que o coração soe em palavras. Uma palavra dita com convicção, com plena sinceridade e sem medo, vale muito mais que dez folhas de papel cobertas de palavras”.

Dostoiévski

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Fonte: https://revistaesmeril.com.br/hoje-na-historia-nasce-dostoievski/

Linguagem E O Controle Do Pensamento. (feito com Spreaker)

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Estudos demonstram, por exemplo, que a fisiologia do sistema digestivo humano difere da dos animais carnívoros.

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Descobertas científicas já comprovaram que o consumo de carne animal gera doenças. Estudos demonstram, por exemplo, que a fisiologia do sistema digestivo humano difere da dos animais carnívoros. O estômago dos carnívoros tem mais músculo, as secreções gástricas são dez vezes mais ácidas, e os intestinos, bem mais curtos.

No organismo humano, as carnes tendem a ficar estagnadas por mais tempo e sua decomposição é responsável por muitas doenças. Inclusive envelhecimento prematuro das células

Um dos aspectos mais graves da questão é que os criadores ministram grandes quantidades de hormônios e antibióticos aos animais destinados à indústria de alimentos, para fazê-los engordar muito rapidamente. E já está provado cientificamente que a ingestão deste tipo de carne oferece propensão à formação de câncer e tumores.

Na Faculdade de Medicina da Universidade de Montpellier, França, pesquisas correlacionam a maioria das doenças do coração à presença de antibióticos nas carnes de animais de corte. E a formação de cânceres no baço e cólon deve-se à intoxicação química provocada pela putrefação de alimentos animais no aparelho digestivo.

Pesquisas científicas já comprovaram que um quilo de churrasco contém a mesma quantidade de benzopireno contida em 600 cigarros. O benzopireno é uma substância química, com efeito cancerígeno, encontrada no alcatrão, na fumaça de cigarro e como produto da combustão incompleta.

Além disso, a carne vermelha, mesmo a mais magra, contém enorme quantidade de gordura saturada, isto é, de má qualidade. Conseqüentemente, sua ingestão causa excesso de colesterol, que gera doenças cardiovasculares, aproveitamento deficiente de cálcio, digestão difícil e vários outros males. Sem contar que é na gordura que o organismo armazena venenos químicos.

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* Alguns trechos extraídos do livro: Gosto Superior (pg.4); São Paulo: Fundação Bhaktivedanta. 1992.




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O que é transposição didática? João Maria andarilho utópico.


Que é Transposição Didática?

 A Transposição Didática é um “instrumento” pelo qual analisamos o movimento do saber sábio (aquele que os cientistas descobrem) para o saber a ensinar (aquele que está noslivros didáticos) e, por este, ao saber ensinado (aquele que realmente acontece em sala de aula). 

O termo foi introduzido em 1975 pelo sociólogo Michel Verret e rediscutido por Yves Chevallard em 1985 em seu livro La Transposition Didactique, onde mostra as transposições que um saber sofre quando passa do campo científico para o campo escolar. 

O termo transposição didática, segundo Chevallard (1991), foi empregado inicialmente pelo sociólogo francês Michel Verret, na sua tese de doutorado Le temps des études, publicada em 1975.

Chevallard conceitua “Transposição Didática” como o trabalho de fabricar um objeto de ensino, ou seja, fazer um objeto de saber produzido pelo “sábio” (o cientista) ser objeto do saber escolar. A Transposição Didática, em um sentido restrito, pode ser entendida como a passagem do saber científico ao saber ensinado. Tal passagem, entretanto, não deve ser compreendida como a transposição do saber no sentido restrito do termo: apenas uma mudança de lugar. Supõe-se essa passagem como um processo de transformação do saber, que se torna outro em relação ao saber destinado a ensinar.

Mas para Chevallard, o saber escolar não é usualmente problematizado.

O que ocasiona a distância entre o saber ensinado e seus saberes de referência.

No Brasil, Lopes² (1999) propôs o conceito de mediação didática em substituição à nomenclatura transposição didática.


¹ VERRET, M. Le temps des etudes. Paris: Librairie Honore Champion, 1975.

²LOPES, A. C. Conhecimento escolar: ciência e cotidiano. 1ed. Rio de Janeiro: Editora da UERJ,1999.

Palavra didática

Origem

Palavras: didática , estudo

Gostaria de a origem das palavras:

1. Didática
2. Aprender
3. Estudar
4. Ensinar

Resposta:

1) Do Grego DIDAKTIKOS, “apto para ensinar”, de DIDASKEIN, “ensinar”.

2) Olhe na Lista de Palavras.

3) Do Latim STUDIARE, de STUDIUM, “estudo, aplicação”, originalmente “ansioso por fazer algo, sério”, de STUDERE, “ser diligente”.

4) Lista de Palavras.

Origem da Palavra 2021

https://origemdapalavra.com.br/palavras/didatica/


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