sábado, 9 de setembro de 2023

Tulasi Puja – Como Cuidar e Adorar Tulasi devi


A primeira concepção que devemos adquirir a respeito de Tulasi devi é que Ela é uma expansão direta de Srimati Radharani, e portanto, Tulasi devi nos concede bhakti, amor puro por Krsna, sem o serviço amoroso a Ela, é impossível entrarmos em Vrndavana. Assim, Tulasi devi também é alvo de nossa adoração e parte integrante da rotina diária de todo Vaisnava. Apesar de, para a nossa visão material, Ela se apresentar como uma plantinha, Tulasi devi é uma deidade adorável, e em Goloka Vrndavana, a morada eterna do Senhor Krsna, Ela é Srimati Vrnda devi, a personificação de Sri Vrndavana Dhama o local onde todos os passatempos eternos de Sri Krsna são abrigados.

Sri Tulasi devi Pranama

(om) vrndayai tulasi-devyai priyayai kesavasya ca
krsna-bhakti-prade devi! Satyavatyai namo namah

“Eu ofereço pranama repetidamente a Srimati Tulasi-devi, que é a mais querida de Sri Kesava, e que também é reconhecida como Sri Vrnda-devi e como Satyavati. Ó Devi, Você concede krsna-bhakti!”

Sri Vrndavana-dhama Pranama

jayati jayati vrndaranyam etan murareh
priataman ati-sadhusvanta-vaikuntha-vasat
ramayati sa sada gah palayan yatra gopih
svarita-madhura-venur vardhayan prema rase

“Todas as glórias! Todas as glórias a Sri Vrndavana-dhama que é gloriosamente exaltada como a mais adorada residência de Sri Murari, que adora viver aqui mais do que no coração de lótus dos santos ou em Sri Vaikuntha-dhama. Aqui em Seus passatempos eternos, Ele pessoalmente cuida de todas as vacas e tocando as mais doces melodias em Sua flauta, Ele dá prazer às gopis, aumentando o amor delas pelos passatempos de rasa.”

O amor de Sri Tulasi devi por Sri Krsna é tão grande, que Ela oferece todo o seu corpo ao serviço de Sri Krsna. E o amor de Sri Krsna por Ela é tão grande que qualquer serviço devocional prestado a Ele deve primeiro ser tocado por Ela, recebendo a sua guia e tutela. Enquanto Seu corpo material é vivo, Suas folhas e Suas tenras mañjaris (florescências) são diariamente oferecidas na adoração aos pés de lótus de Sri Bhagavan, e também usadas como parte do ritual  para se oferecer bhoga a Krsna, como visto aqui. Depois que Ela abandona o corpo, de Seus restos são feitas as kunti-malas, e as japa-malas que são usadas na prática devocional do cantar dos santos nomes.

A importância de Tulasi devi é tamanha que Srila Visvanatha Cakravarthi Thakura compôs um astakam (composição poética em sânscrito de oito versos) para Srimati Vrnda devi.

Sri Vrnda-devyastakam

gangeya-campeya-tadid-vinindi-
rocih-pravaha-snapitatma-vrnde |
bandhuka-bandhu-dyuti-divya-vaso
vrnde namas te caranaravindam ||1||

“Você inunda todos os Seus associados com uma enchente do Seu esplendor, o qual deprecia o ouro, as flores campaka e o relâmpago. O Seu vestido divino vermelho alaranjado se assemelha ao lustre das flores bandhuka. Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

bimbadharoditvara-manda-hasya-
nasagra-mukta-dyuti-dipitasye |
vicitra-ratnabharana-sriyadhye
vrnde namas te caranaravindam ||2||

“Ó Vrnda! O Seu semblante é especialmente radiante, iluminado pelo gentil sorriso que surge em Seus lábios vermelhos como frutas bimba e pela pérola em Seu nariz. A Sua beleza é aumentada pelos vários ornamentos incrustados de joias. Ó Vrnda, nós oferecemos pranamas aos Seus pés de lótus!”

samasta-vaikuntha-siromanau sri-
krsnasya vrndavana-dhanya-dhamni |
dattadhikare vrsabhanu-putrya
vrnde namas te caranaravindam ||3||

“A filha de Vrsabhanu Maharaja, Srimati Radhika, deu a Você domínio sobre a mais gloriosa Sri Vrndavava Dhama de Sri Krsna, a qual é a joia da coroa de todos os planetas Vaikuntha. Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

tvad ajnaya pallava-puspa-bhrnga
mrgadibhir madhava-keli-kunjah |
madhvadibhir bhanti vibhusyamana
vrnde namas te caranaravindam ||4||

“Ao Seu comando os botões florescem, flores, abelhas, gamos e todos os tipos de animais e pássaros, bem como as seis estações, lideradas pela primavera, brilhantemente decoram os kuñjas onde Sri Madhava desfruta de Seus passatempos lúdicos. Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

tvadiya-dutyena nikunja-yunor
atyutkayoh keli-vilasa-siddhih |
tvat-saubhagam kena nirucyatam tad
vrnde namas te caranaravindam ||5||

“A Sua competência em agir como uma mensageira torna possível que o Jovem Casal dos kuñjas realizem os Seus lúdicos passatempos amorosos, pelos quais Eles estão tão ansiosos. Quem pode descrever apropriadamente a Sua boa fortuna? Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

rasabhilaso vasatis ca vrnda-
vane tvad-isanghri-saroja-seva |
labhya ca pumsam krpaya tavaiva
vrnde namas te caranaravindam ||6||

“O desejos de observar a rasa-lila, de obter residência em Sri Vrndavana e realizar serviço aos pés de lótus do Seu Senhor e Senhora, só é obtido por uma pessoa unicamente através de Sua misericórdia. Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

tvam kirtyase satvata-tantra-vidbhir
lilabhidhana kila krsna-saktih |
tavaiva murtis tulasi nr-loke
vrnde namas te caranaravindam ||7||

“Aqueles familiarizados nas escrituras devocionais (bhakti-tantras) glorificam você como a potência de passatempo de Sri Krsna (lila-Sakti). Neste mundo, você assume a forma da árvore tulasi. Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

bhaktya vihina aparadha-laksaih
ksiptas ca kamadi-taranga-madhye |
krpamayi tvam saranam prapanna
vrnde namas te caranaravindam ||8||

“Desprovidos de bhakti e culpados por ilimitadas ofensas, nós somos arremessados nas ondas da luxúria [raiva, cobiça e assim por diante]. Ó misericordiosa, nós nos refugiamos em Você! Ó Vrnda, nós oferecemos pranama aos Seus pés de lótus!”

vrndastakam yah srnuyat pathed va
vrndavanadhisa-padabja-bhrngah |
sa prapya vrndavana-nitya-vasam
tat-prema-sevam labhate krtarthah ||9||

“Aqueles que como zangões aos pés de lótus do Casal Divino, ouvem e recitam este Vrndadevyastaka, irão obter residência eterna em Vrndavana, e tornar-se-ão realizados, obtendo serviço amoroso a Eles.”

O serviço direto a Srimati Tulasi devi é feito tanto pelos cuidados com o corpo material dela, como pela adoração à sua forma transcendental, realizada através de pujaaratipranamas (orações e reverências) e de parikrama (circumbulação ao redor da plantinha). O puja (adoração) de Tulasi devi é realizado depois do mangala-arati dentro do altar, à portas fechadas, após o puja de Sri Guru e das deidades. O arati e o parikrama são realizados três vezes ao dia, após o mangala-arati, após o madhyahna-arati, e após o sandhya-arati. Caso não se faça nenhum tipo de puja ou arati a Sri Guru ou às deidades, por qualquer motivo que seja, ainda assim eles podem ser feitos diretamente à Tulasi devi sem qualquer prejuízo.

Sri Tulasi-Puja

Após realizar o puja de Sri Guru, e o puja das deidades, inicia-se o puja de Tulasi-devi, onde Ela será banhada; e a Ela será oferecido água santificada do pancapatra ou do arghya-patra; flores embebidas em pasta de sândalo; a caranamrta ou a água oferecida a Sri Sri Radha-Krsna durante Seu puja realizado anteriormente; as guirlandas e os remanescentes das flores oferecidas a Sri Sri Radha-Krsna; acamana (água de cravo) para lavar a Sua boca; e reverências (pranama). Primeiramente, inicia-se a adoração oferecendo orações, como a que vem a seguir:

nirmita tvam pura devair
arcita tvam surasuraih
tulasi hara me ´vidyam
pujam grhna namo ´stu te

“Ó Srimati Tulasi devi, eu ofereço repetidamente pranamas a você. Você foi criada pelos semideuses e adorada por eles bem como pelos demônios. Gentilmente leve embora a minha ignorância e aceite a minha adoração.”

Em seguida, banhe Tulasi devi com um suave chuveirinho de água fresca, nem quente, nem gelada, repetindo o snana-mantra abaixo, enquanto toca o sino.

om govinda-vallabham devim
bhakta-caitanya-karinim
snapayami jagad-dhatrim
krsna-bhakti-pradayinim

“Eu estou banhando Tulasi devi, que é muito querida para Govinda e que traz vida para todos os devotos. Ela é a mãe do universo e a outorgante de krsna-bhakti.”

Em seguida, banhe a terra onde ela se encontra plantada com água santificada, ou água do ganges, proveniente do pancapatra, ou do arghya-patra, tocando o sino e recitando o seguinte arghya-mantra:

sriyah sriyeh sriya-vase
nityam sridharam satkrte
bhaktya dattam maya devi
arghyam grhna namo ´stu te

“Ó Tulasi devi, eu ofereço pranamas a Você que é o abrigo e a residência de toda a beleza e opulência. Você é adorada até mesmo pelo próprio Bhagavan. Ó Tulasi, por favor aceite esta água arghya a qual é oferecida com devoção por mim.”

Após o banho da terra e da Tulasi, sente-se no asana diante Dela, com o lotha (pote) de despejo; o pancapatra com água do ganges; o sino; um pratinho com a pasta de sândalo; um pote de acamana dedicado exclusivamente a Ela e às deidades; e a caranamrta oferecida, ou a água que lavou os pés de Sri Sri Radha-Krsna. E tocando o sino continuamente, comece a adoração, conforme as instruções a seguir:

  • Recitando o mantra ete-gandha-puspe om tulasyai namah, ofereça flores embebidas na pasta de sândalo, ou um pouco de água do pancapatra na ausência de flores, aos Seus pés de lótus (base da plantinha);
  • Recitando o mantra idam krsna-caranamrtam om tulasyai namah, ofereça a caranamrta ou a água que lavou os pés de Sri Sri Radha-Krsna, ou um pouco de água do pancapatra na ausência de caranamrta, à Tulasi devi;
  • Recitando o mantra idam maha-prasada-nirmalyadikam sarvam om tulasyai namah, ofereça as guirlandas e os remanescentes de flores que foram oferecidas a Sri Sri Radha-Krsna, ou um pouco de água do pancapatra na ausência de guirlandas, à Tulasi devi;
  • Recitando o mantra idam acamaniyam om tulasyai namah, ofereça um pouco de acamana, ou água do pancapatra na ausência de acamana, à Tulasi devi.

Agora preste reverências (pranamas) e faça glorificações (stuti) à Ela.

Sri Tulasi devi Pranama

(Om) vrndayai tulasi-devyai priyayai kesavasya ca
krsna-bhakti-prade devi! Satyavatyai namo namah

“Eu ofereço pranama repetidamente a Srimati Tulasi-devi, que é a mais querida de Sri Kesava, e que também é reconhecida como Sri Vrnda-devi e como Satyavati. Ó Devi, Você concede krsna-bhakti!”

Sri Tulasi devi Stuti

maha-prasada-janani
sarva-saubhagya-vardhini
adhivyadhi-hara nityam
tulasi tvam namo ´stu te

“Ó Tulasi devi, eu Lhe ofereço repetidas reverências! Você e a mãe da maha-prasada e aquela que aumenta toda a boa fortuna, e Você remove toda as doenças e ansiedades mentais.”

Saia de dentro da sala do altar e sopre a concha três vezes, cante o Jaya-dhvani, e ofereça reverências prostradas. Por fim, honre a caranamrta de Sri Sri Guru-Gauranga-Radha-Krsna.

Sri Tulasi Parikrama e Arati

 O Arati e o Parikrama, ou circumbulação, ao redor da Tulasi devi são realizados três vezes ao dia, logo após o arati realizado para as deidades. Para cada horário do dia, uma canção diferente é utilizada, mas o procedimento é sempre o mesmo. O pujari permanece próximo da Tulasi devi com a parafernália adequada para realizar o arati, enquanto que os devotos realizam o parikrama, tocando os instrumentos e fazendo kirtana.

Não vou me deter nas explicações do que é arati, pois este será explicado posteriormente em outra sessão, mas o pujari irá precisar de incenso; lamparina de ghee; búzio com água do ganges, ou com a caranamrta, ou com a água oferecida ao pés de Krsna; lenço seco; flores; e uma camara. A lamparina pode ser a mesma utilizada durante o arati para as deidades, desde que ainda esteja completamente acesa.

pujari permanece em pé em cima de um asana, sem parar de tocar o sino com a mão esquerda enquanto oferece, com a mão direita, os artigos para a Tulasi na seguinte ordem: 1) Incenso; 2) Lamparina de ghee; 3) Água ou caranamrta do búzio; 4) Lenço seco; 5) Flores; 6) camara. Quando o parikrama ocorrer após o mangala-arati, o seguinte bhajan será cantado:

Jaya Radhe, Jaya Krsna

jaya radhe, jaya krsna, jaya vrndavana
sri govinda, gopinatha, madana-mohana ||1||

“Todas as glórias a Sri Radha e a Sri Krsna e à divina floresta de Sri Vrndavana. Todas as glórias às três deidades que presidem em Vrndavana – Sri Govinda, Gopinatha e Madana-mohana.”

syama-kunda, radha-kunda, giri-govardhana
kalindi yamuna jaya, jaya mahavana ||2||

“Todas as glórias ao Syama-kunda, ao Radha-kunda, à colina de Govardhana, ao rio Yamuna (Kalindi). Todas as glórias à grande floresta de Mahavana, aonde Krsna e Balarama exibiram todos os seus passatempos infantis.”

kesi-ghata, vamsi-vata, dvadasa-kanana
jaha saba lila koilo sri nanda-nandana ||3||

“Todas as glórias ao Kesi-ghata, aonde Krsna matou o demônio Kesi. Todas as glórias à árvore Vamsi-vata, aonde Krsna atraiu todas as gopis ao tocar a Sua flauta. Glórias a todas as doze florestas de Vraja. Em todos esses lugares, o filho de Nanda, Sri Krsna, realizou todos os Seus passatempos.”

sri nanda-yasoda jaya, jaya gopa-gana
sridamadi jaya, jaya dhenu-vatsa-gana ||4||

“Todas as glórias aos divinos pai e mãe de Krsna, Nanda e Yasoda. Todas as glórias aos meninos vaqueiros, liderados por Sridama, o irmão mais velho de Srimati Radharani e Ananga Mañjari. Todas as glórias às vacas e aos bezerros de Vraja.”

jaya vrsabhanu, jaya kirtida-sundari
jaya paurnamasi, jaya abhira-nagari ||5||

“Todas as glórias aos pais divinos de Radha, Vrsabhanu e a bela Kirtida. Todas as glórias a Paurnamasi, a guru da comunidade de vaqueiros. (Ela é a mãe de Sandipani Muni, a avó de Madhumangala, e a amada discípula de Devarsi Narada.”

jaya jaya gopisvara vrndavana-majha
jaya jaya krsna-sakha batu dvija-raja ||6||

“Todas as glórias, todas as glórias a Gopisvara Siva, que reside em Vrndavana com o propósito de proteger o dhama sagrado. Todas as glórias, todas as glórias ao engraçado jovem brahmana, Madhumangala, amigo de Krsna.”

jaya rama-ghata, jaya rohini-nandana
jaya jaya vrndavana-vasi jato jana ||7||

“Todas as glórias ao Rama-ghata, aonde Baladeva realizou a sua dança da rasa. Todas as glórias a Balarama, o filho de Rohini. Todas as glórias, todas as glórias a todos os residentes de Vrndavana.”

jaya dvija-patni, jaya naga-kanya-gana
bhaktite jahara pailo govinda-carana ||8||

“Todas as glórias às esposas dos orgulhosos brahmanas vedicos. Todas as glórias às esposas da serpente Kaliya. Através da devoção todos eles obtiveram os pés de lótus de Govinda.”

sri rasa-mandala jaya, jaya radha-syama
jaya jaya rasa-lila sarva-manorama ||9||

“Todas as glórias ao lugar aonde a rasa-lila aconteceu. Todas as glórias à Radha e a Syama. Todas as glórias, todas as glórias à divina dança da rasa, que é o mais belo de todos os passatempos de Krsna.”

jaya jaya ujjvala-rasa sarva-rasa-sara
parakiya-bhave jaha vrajete pracara ||10||

“Todas as glórias, todas as glórias a srngara rasa, a qual é a essência e a mais excelente de todas as rasas e é propagada em Vraja como parakiya-bhava.”

sri jahnava-pada-padma koriya-smarana
dina krsna dasa kahe nama-sankirtana ||11||

“Lembrando dos pés de lótus da consorte de Nityananda Prabhu, Sri Jahnava Devi, este pequeno e muito caído servo de Krsna canta o sankirtana dos santos nomes.”

Quando o arati para Tulasi devi acontece depois do madhyahna-arati, ao meio-dia, a canção passa a ser:

(Hari) Haraye Namah Krsna

(hari) haraye namah krsna yãdavãya namah
yãdavãya mãdhavãya kesavãya namah ||1||

“Eu ofereço pranamas a Você, Ó Hari, Ó Krsna, Ó Yadava, Ó Madhava, Ó Kesava!”

gopãla govinda rãma sri madhusudana
giridhãri gopinãtha madana-mohana ||2||

“Ó Gopala, Ó Govinda, Ó Rama, Ó Sri Madhusudana! Ó Giridhari, Gopinatha, Madana-mohana!”

sri caitanya, nityãnanda, sri advaita goptã (sita)
hari, guru, vaisnava, bhãgavata, gitã ||3||

“Eu ofereço pranamas a Sri Caitanya Mahaprabhu, Sri Nityananda e a Sri Advaita – nossos mantenedores – juntos com Hari, guru, Vaisnavas, o Bhagavata Purana e o Bhagavad-gita.”

sri rupa, sri sanãtana, bhatta-raghunãtha
sri jiva, gopãla-bhatta, dãsa-raghunãtha ||4||

“Eu ofereço pranamas a Sri Rupa, Sri Sanatana, Sri Raghunatha-bhatta, Sri Jiva, Sri Gopala Bhatta e a Sri Raghunatha dasa.”

ei chaya gosãir kori carana vandana
jãhã hoite vighna-nãsa abhista-purana ||5||

“Eu adoro os pés de lótus destes seis Gosvamis, que por cuja misericórdia, todos os obstáculos são removidos e todos os desejos realizados.”

ei chaya gosãi jã´ra, mui tã´ra dãsa
tã´ sabãra pada-renu mora pañca-grãsa ||6||

“Eu sou o servo daqueles que pertencem aos seis Gosvamis. A poeira de seus pés de lótus são as cinco substâncias que mantém a minha vida.”

tã´dera carana sevi bhakta-sane vãsa
janame janame haya ei abhilãsa ||7||

“Servir aos seus pés de lótus e morar na companhia dos devotos é a minha aspiração nascimento após nascimento.”

ei chaya gosãi jabe vraje koilã vãsa
rãdhã-krsna-nitya-lilã korilã prakãsa ||8||

“Quando esses Gosvamis residiram em Vraja, eles revelaram os passatempos eternos de Sri Sri Radha-Krsna.”

ãnande bolo hari, bhajo vrndãvana
sri guru-vaisnava-pade majãiyã mana ||9||

“Cantando extáticamente os nomes de Sri Hari, e adorando Vrndavana, imergindo suas mentes nos pés de lótus de Sri Guru e dos Vaisnavas.

sri guru-vaisnava-pãda-padma kori´ ãsa
nãma-sankirtana kahe narottama dãsa ||10||

“Aspirando pelos pés de lótus de Sri Guru e dos Vaisnavas, Narottama dasa canta este harinama-sankirtana.”

 E, por fim, quando o parikrama e arati para Tulasi devi acontecem após o sandhya-arati, no início da noite, a canção passa a ser a seguinte:

Sri Tulasi Parikrama e Arati

namo namah tulasi krsna-preyasi (namo namah)
radha-krsna-nitya-seva – ei abhilasi (namo namah) ||1||

“Ó Srimati Tulasi devi, Você é muito querida por Krsna. Desejando obter o serviço eterno a Sri Sri Radha-Krsna (em Vraja), eu Lhe ofereço, repetidamente, as minhas humildes reverências.”

je tomara sarana laya, sei krsna-seva paya
krpa kori kara tare vrndavana-vasi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||2||

“Quem quer que se abrigue em Você obtém serviço a Sri Krsna. Sendo misericordiosa, você faz desta pessoa um habitante de Vrndavana.”

tomara carane dhari, more anugata kari
gaurahari-seva-magna rakha diva-nisi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||3||

“Eu humildemente seguro os Seus pés de lótus. Que você possa me fazer o Seu íntimo seguidor e me manter imerso no serviço a Sri Gaurahari, dia e noite.”

dinera ei abhilasi, mayapure dio vasa
angete makhiba sada dhama dhuli rasi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||4||

“É a aspiração desta alma caída que você me conceda residência em Mayapura, aonde eu irei sempre espalhar a poeira da morada divina no meu corpo.”

tomara arati lage , dhupa, dipa, puspa magi
mahima bakhani ebe hao more khusi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||5||

“Para o Seu arati, eu irei mendigar incenso, uma lamparina de ghee, e flores. Eu agora canto as Suas glórias, então, por favor, fique feliz comigo.”

jagatera jata phula, kabhu nahe samatula
sarva-tyaji krsna tava patra mañjari vilasi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||6||

“De todas as flores no universo, nenhuma é igual a Você. Esquecendo delas todas, Krsna realiza passatempos somente com as suas mañjaris (e folhas).”

ogo vrnde maharani! krsna-bhakti pradayini!
tomara padapa-tale, deva-rsi kutuhale
sarva-tirtha laye tãra hana adhivasi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||7||

“Ó Vrnde Maharani, fornecedora de Krsna-Bhakti! Os semideuses e os sábios, juntos com todos os lugares sagrados, jubilosamente residem aos seus pés.”

sri kesava ati dina, sadhana-bhajana-hina
tomara asraye sada namanande bhasi
tulasi krsna-preyasi (namo namah) ||8||

“Apesar de Sri Kesava ser extremamente caído e despido de sadhana e bhajana, tendo aceito o Seu abrigo, ele sempre flutua no êxtase dos santos nomes.”

 Ao final do parikrama, todos prestam reverências à Tulasi devi, enquanto alguém canta o jaya dhvani. Em seguida, todos repetem o Seu Pranama Mantra, e também oferecem reverências uns aos outros através do Vaisnava Pranama Mantra.

Cuidados com Tulasi devi

A plantinha é uma erva, e bem sensível, mas uma vez adaptada ao ambiente, se reproduz com facilidade e requer poucos cuidados. Por ser uma erva arbustiva, se as florescências (mañjaris) não forem colhidas ainda frescas, toda a energia da planta se volta para o seu ciclo reprodutivo, para produzir novas sementes e abandonar o corpo em seguida. O seu ciclo varia de acordo com o clima e a quantidade de luz fornecida, onde a alta umidade e o calor favorecem a formação de sementes – gerando plantas pequenas; mas se o clima for seco e frio favorece o crescimento vegetativo – gerando plantas grandes. Mas, o mais importante para o crescimento da planta são, indubitavelmente, a colheita seletiva das mañjaris e das folhas, um solo fértil, e bastante luz.

Por ser uma deidade, Ela deve ficar segregada das plantas comuns do jardim, seja em vasos ou na terra. E as plantas pequenas devem ficar cobertas por uma rede ou tela para protegê-las de predadores. Também por ser uma deidade, quem for cuidar da Tulasi devi deve estar de banho tomado, vestindo roupas limpas – preferencialmente devocionais, com as marcas da tilaka no corpo (ver guia, aqui), ter feito acamana com água do ganges e estar descalço.

Não deve-se usar nenhum tipo de inseticida ou herbicida industrializado para impedir a proliferação de pragas, ou combatê-las. Uma solução de álcool 70% ou de água de cravo, embebidas em algodão para limpar as folhas contaminadas é mais do que suficiente. As folhas e mañjaris só devem ser colhidas durante o dia, de preferência na parte da manhã, e nunca devem ser colhidas em dvadasi (o dia seguinte ao dia de ekadasi – dia de jejum de grãos). Folhas comidas por insetos, amareladas, doentes, ou infestadas por pragas não devem ser usadas no serviço a Sri Bhagavan, mas devem ser colhidas ou tratadas. As folhas nunca devem ser colhidas com facas ou tesouras, e os galhos nunca devem ser podados. As folhas e as mañjaris devem ser colhidas uma a uma, cuidadosamente com a mão direita – usando o polegar e o indicador.

Antes de iniciar qualquer cuidado à Tulasi devi, deve-se prestar reverências prostradas e recitar Seu Pranama Mantra, como descrito acima; em seguida, deve-se banhar / molhar a terra onde a Tulasi esteja plantada com três colheradas do pote de acamana reservado para as deidades ou um exclusivo para a Tulasi devi, enquanto se recita o Snãna-Mantra.

Snana-Mantra

om govinda-vallabham devim
bhakta-caitanya-karinim
snapayami jagad-dhatrim
krsna-bhakti-pradayinim

“Eu estou banhando Tulasi devi, que é muito querida para Govinda e que traz vida para todos os devotos. Ela é a mãe do universo e a outorgante de krsna-bhakti.”

Enquanto se colhe as folhas e as mañjaris deve-se manter em recitação e mentalização do seguinte mantra:

Cayana-Mantra

om tulasy amrta-janmãsi
sada tvam kesava-priyã
kesavarthe cinomi tvam
varadã bhava sobhane

“Ó Tulasi, Você se manifestou do néctar e você é muito querida para Sri Kesava. Agora eu estou colhendo as suas folhas para o serviço de Sri Kesava. Ó  concededora de bêncãos; fique satisfeita comigo.”

E ao término do serviço à Tulasi devi, presta-se reverências novamente e recita-se o seguinte mantra para pedir perdão por quaisquer ofensas cometidas durante o serviço.

Aparadha-Ksama-Prarthana-Mantra

cayanodbhava duhkham ca
yad hrdi tava vartate
tat ksamasva jagan-matah
vrnda-devi namo ´stu te

“Ó mãe do universo, por favor, me perdoe se eu Lhe causei alguma dor ao colher as suas folhas. Ó Vrnda-devi, eu Lhe ofereço as minhas mais humildes reverências.”

 O serviço à Tulasi devi é simples e traz muita satisfação quando realizado no humor adequado. Cuidar da Tulasi é cuidar do local onde os passatempos acontecem, é cuidar de todas as sakhis e sakhasgopis e gopas, e principalmente, cuidar de Srimati Radhika e de sua amada Vrndavana.


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Esvaziamento do debate. O jeito rasteiro e baixo. (feito com Spreaker)

Ida e Volta ao Inferno: Excertos dos capítulos 30 e 31 do terceiro canto do Srimad-Bhagavatam

Ida e Volta ao Inferno

Kapiladeva

Excertos dos capítulos 30 e 31 do terceiro canto do Srimad-Bhagavatam

Assim como uma massa de nuvens desconhece a poderosa influência do vento, uma pessoa absorta em consciência material desconhece a poderosa força do fator tempo, que a está arrastando. Qualquer coisa que o materialista produza, com grande dor e esforço, em troca da dita felicidade, a Suprema Personalidade de Deus, como o fator tempo, destrói, em virtude do que a alma condicio­nada se lamenta. O materialista desorientado não sabe que seu próprio corpo é impermanente e que os atrativos do lar, da terra e da riqueza, que estão relacionados com este corpo, também são temporários. Somente por ignorância ele pensa que tudo é permanente.

A entidade viva, seja qual for a espécie de vida em que apareça, encontra nela um tipo específico de satisfação, e nunca tem aversão a estar situada em tal condição. A entidade viva condicionada sente-se satisfeita em sua própria espécie de vida em particular. Enquanto está iludida pela influência encobridora da energia ilusória, ela sente-se pouco inclinada a deixar seu corpo, mesmo que esteja no inferno, pois ela sente deleite no gozo infernal.

Uma Vida Comprometida com a Ilusão

Semelhante satisfação com seu padrão de vida deve-se à profundamente arraigada atração pelo corpo, esposa, lar, filhos, animais, riqueza e amigos. Em semelhante associação, a alma condicionada julga-se completamente perfeita.

Embora sempre esteja ardendo em ansiedade, um tolo assim sempre executa atividades malignas de toda sorte, com uma esperança que jamais será satisfeita, a fim de manter sua dita família e dita sociedade. Ele entrega o coração e os sentidos a uma mulher, que falsamente o enfeitiça com maya. Ele desfruta de abraços solitários e conversas com ela, e fica encantado com as doces palavras de seus filhinhos. O chefe de família apegado permanece em sua vida familiar, que é cheia de diplomacia e política. Sempre disseminando misérias e controlado por atos de gozo dos sentidos, ele age somente para neutralizar as reações de todas as suas misérias e, se consegue neutralizar tais misérias com sucesso, pensa que é feliz.

Ele consegue dinheiro cometendo violência em diferentes lugares e, embora o empregue a serviço de sua família, ele próprio come apenas uma pequena porção do alimento assim adquirido, e vai para o inferno por aqueles para quem ganhou o dinheiro de maneira tão irregular.

Quando sofre reveses em sua ocupação, ele tenta repetidamente aprimorar-se, mas, quando se frustram todas as suas tentativas e ele se vê arruinado, ele aceita dinheiro dos outros devido à cobiça excessiva. Deste modo, o homem desventurado, mal sucedido em manter os membros de sua família, é destituído de toda beleza. Ele sempre pensa em seu fracasso, enchendo-se de profundo pesar. Vendo-o incapaz de sustentá-los, sua esposa e outros não o tratam com o mesmo respeito de antes, assim como fazendeiros avarentos não concedem o mesmo tratamento a seu gado velho e ocioso. O chefe de família tolo não sente aversão pelavida familiar, embora seja mantido por aqueles a quem um dia sustentou.

Deformado pela influência da velhice, ele se prepara para encontrar-se com a morte fatal. Assim, ele permanece em casa como um cão de estimação e come qualquer coisa que lhe seja dada com displicência. Atacado por muitos males, tais como dispepsia e perda de apetite, ele come somente pequeníssimos bocados de alimento, e se torna um inválido, que não pode mais trabalhar. Nessa condição doentia, seus olhos esbugalham-se devido à pressão interna do ar, e suas glândulas ficam congestionadas com muco. Ele tem dificuldade de respirar e, ao exalar e ao inalar, produz um som parecido com “ghura-ghura”, um ruído dentro da garganta.

Dessa maneira, ele tomba nas garras da morte e jaz, cercado por lúgubres amigos e parentes, e, embora queira falar com eles, já não consegue, porque caiu sob o controle do tempo. Assim, o homem que, com sentidos descontrolados, dedicava-se a manter uma família, morre em grande aflição, vendo seus parentes chorarem. Ele morre de maneira muito patética, entre grandes dores e sem consciência.

Indo ao Inferno

No momento da morte, ele vê os mensageiros do senhor da morte aparecerem ante ele, com os olhos cheios de ira, e, com grande temor, ele defeca e urina.

Assim como os agentes policiais do estado prendem um criminoso para ele ser punido, uma pessoa ocupada em gozo criminoso dos sentidos é semelhantemente capturada pelos Yamadutas, que a amarram pelo pescoço com fortes cordas e cobrem-lhe o corpo sutil para que possa ser submetida a rigorosos castigos.

Enquanto é carregado pelos mensageiros de Yamaraja, ele sente-se oprimido e suas mãos tremem. Ao passar pela estrada, ele é mordido por cães, razão pela qual pode lembrar-se das atividades pecaminosas de sua vida. Deste modo, ele fica terrivelmente aflito. Sob o sol escaldante, o criminoso tem que passar por estradas de areia quente com florestas em chamas dos dois lados. É chicoteado nas costas pelos carrascos por ser incapaz de caminhar e é afligido pela fome e pela sede, mas, infelizmente, não há água potável, nem abrigo, nem lugar de descanso na estrada. Enquanto passa por esta estrada rumo à morada de Yamaraja, ele cai de fadiga, e às vezes perde a consciência, mas é forçado a levantar-­se novamente. Dessa maneira, ele é rapidamente levado à presença de Yamaraja. Deste modo, ele tem de passar por noventa e nove mil yojanas dentro de dois ou três segundos, e depois é imediatamente submetido aos castigos torturantes que está destinado a sofrer.

Ele é posto no meio de tições de madeira incandescente, e ateia-se fogo aos seus membros. Em alguns casos, ele é forçado a comer sua própria carne ou dá-la a comer aos outros. Suas entranhas são arrancadas pelos cães de caça e abutres do inferno, muito embora ele ainda esteja vivo para ver isso, e ele fica sujeito ao tormento de serpentes, escorpiões, mosquitos e outras criaturas que o mordem. Em seguida seus membros são amputados e despedaçados por elefantes. Ele é atirado violentamente de cumes de colinas e, ademais, é mantido cativo ou na água ou numa caverna. Homens e mulheres cujas vidas giravam em torno da prática de vida sexual ilícita são postos em muitas espécies de condições miseráveis nos infernos conhecidos como Tamisra, Andha-tamisra e Raurava. Às vezes se diz que experimentamos céu ou inferno neste planeta, pois os castigos infernais às vezes são visíveis também neste planeta.

Holocausto. Possível exemplo de vida infernal na Terra.

Após deixar este corpo, o homem que manteve a si e aos membros de sua família através de atividades pecaminosas sofre uma vida infernal, e seus parentes também sofrem. Solitário, ele vai às mais escuras regiões do inferno após abandonar o corpo atual, e o dinheiro que adquiriu, invejando outras entidades vivas, é o dinheiro da passagem com a qual ele deixa este mundo. Assim, pelo arranjo da Suprema Personalidade de Deus, o mantenedor dos parentes é posto numa condição infernal para sofrer por suas atividades pecaminosas, assim como um homem que perde sua riqueza.

Portanto, uma pessoa que está muito ansiosa por manter sua família e seus parentes somente mediante métodos negros vai muito certamente à mais escura região do inferno, que é conhecida como Andha-tamisra. Tendo passado por todas as condições miseráveis e infernais, e tendo passado em ordem regular pelas mais baixas formas de vida animal anteriores ao nascimento humano, e tendo sido assim purgado de seus pecados, ele renasce mais uma vez como ser humano nesta Terra.

A Alma no Ventre

Sob a supervisão do Senhor Supremo e segundo o resultado de seu trabalho, a entidade viva, a alma, é forçada a entrar em um ventre através da partícula do sêmen masculino para assumir um tipo de corpo em particular.

Na primeira noite, o esperma e o óvulo se misturam, e, na quinta noite, a mistura fermenta-se, transformando-se numa bolha. Na déci­ma noite, ela desenvolve-se, assumindo uma forma parecida com aquela de uma ameixa, após o que se transforma gradualmente num pedaço de carne ou num ovo, conforme o caso.

No decorrer de um mês, forma-se uma cabeça, e, ao fim de dois meses, as mãos, pés e outros membros tomam forma. Próximo ao fim do terceiro mês, aparecem as unhas, os dedos das mãos e dos pés, os pelos do corpo, os ossos e a pele, bem como o órgão de geração e as demais aberturas no corpo, a saber, os olhos, as narinas, os ouvidos, a boca e o ânus. Dentro de quatro meses a partir da data de concepção, surgem os sete elementos essenciais do corpo, a saber, o quilo, o sangue, a carne, a gordura, os ossos, a medula e o sêmen. Ao final do quinto mês, a fome e a sede se fazem sentir, e, transcorridos seis meses, o feto, envolvido pelo âmnio, começa a mexer-se no lado direito do abdômen.

Obtendo sua nutrição da comida e da bebida ingeridas pela mãe, o feto cresce e permanece naquela residência abominável de fezes e urina, que é o lugar de procriação de todas as espécies de vermes. Tendo todo o seu corpo mordido repetidas vezes pelos vermes famintos que vivem no próprio abdômen, a criança sofre terrível agonia devido à sua fragilidade. Assim, ela desmaia vezes e mais vezes por causa da terrível condição. Devido à mãe comer alimentos amargos e picantes, ou alimentos que são demasiadamente salgados ou muito azedos, o corpo da crian­ça sofre incessantemente dores que são quase intoleráveis.

Situada no âmnio e coberta externamente pelos intestinos, a crian­ça permanece deitada num lado do abdômen, com a cabeça voltada para seu abdômen e suas costas e pescoço recurvados como um arco. Assim, a criança permanece como um pássaro numa gaiola, sem liberdade de movimento. Nessa altura, se a criança é afortunada, ela pode se lembrar de todos os incômodos de seus cem nascimentos passados, e se angustia desditosamente. Qual é a possibilidade de paz de espírito nesta condição?

Assim dotada com o desenvolvimento de consciência a partir do sétimo mês após sua concepção, a criança é empurrada para baixo pelos ares que pressionam o feto durante as semanas que prece­dem o parto. Assim como os vermes nascidos da mesma imunda cavidade abdominal, ela não consegue permanecer num só lugar.

A entidade viva nesta terrível condição de vida, atada por sete camadas de ingredientes materiais, ora de mãos postas, recorrendo ao Senhor, que a colocou naquela condição. A alma humana diz:

“Refugio-me aos pés de lótus da Suprema Personalidade de Deus, que aparece sob Suas várias formas eternas e caminha sobre a superfície do mundo. Refugio-me unicamente nEle, porque Ele pode dar-me alívio de todo o temor e dEle recebi esta condição de vida, que é justamente adequada às minhas atividades impiedosas. Eu, a alma pura, aparecendo agora atada por minhas atividades, encontro-me no ventre de minha mãe pelo arranjo de maya. Ofereço minhas respeitosas reverências a Ele, que também está aqui comigo, mas que é inafetável e imutável. Ele é ilimitado, mas é perceptível para o coração arrependido. A Ele ofereço minhas respeitosas reverências”.

“Estou separada do Senhor por estar neste corpo material”, ela continua, “que é feito de cinco elementos, e, devido a isso, minhas qualidades e sentidos estão sendo mal utilizados, visto que sou essencialmente espiritual. Porque a Suprema Personalidade de Deus é transcendental à natureza material e às entidades vivas, porque Ele é desprovido de semelhante corpo material e porque é sempre glorioso em Suas quali­dades espirituais, ofereço-Lhe minhas reverências”.

A alma humana continua orando: “A entidade viva é posta sob a influência da natureza material e continua sua árdua luta pela vida no caminho de repetidos nascimentos e mortes. Essa vida condicional deve-se a seu esquecimento de sua relação com a Suprema Personalidade de Deus. Portanto, sem a misericórdia do Senhor, como poderá ocupar-se novamente em transcendental serviço amoroso ao Senhor? Ninguém além da Suprema Personalidade de Deus, como o Paramatma localizado, a representação parcial do Senhor, orienta todos os objetos animados e inanimados. Ele está presente nas três fases do tempo — passado, presente e futuro. Portanto, a alma condicionada dedica-se a diferentes atividades sob Sua direção, e, a fim de nos livrarmos das três espécies de misérias desta vida condicio­nada, basta nos rendermos a Ele”.

Caída numa poça de sangue, fezes e urina dentro do abdômen de sua mãe, seu próprio corpo queimado pelo fogo gástrico da mãe, a alma corporificada, ansiosa por sair dali, conta seus meses e ora: “Ó meu Senhor, quando eu, mísera alma, libertar-me-ei deste confinamento? Meu querido Senhor, por Vossa misericórdia imotivada, despertei para a consciência, embora tenha apenas dez meses de idade. Não tenho como expressar minha gratidão por essa misericórdia imoti­vada da Suprema Personalidade de Deus, o amigo de todas as almas caídas, senão orando de mãos postas. Em outra espécie de corpo, a entidade viva percebe tudo somente por instinto; ela conhece apenas as percepções sensoriais agradáveis e desagradáveis daquele corpo em particular. Eu, porém, tenho um corpo no qual posso controlar meus sentidos e posso entender meu destino; portanto, ofereço minhas respeitosas reverências à Suprema Personalidade de Deus, por quem fui abençoada com este corpo e por cuja graça posso vê-lO interna e externamente”.

“Portanto, meu Senhor”, prossegue a alma humana, “embora eu esteja vivendo em uma condição terrível, não desejo sair do abdômen de minha mãe para cair nova­mente no poço escuro da vida materialista. Vossa energia externa, chamada deva-maya, logo captura a criança recém-nascida, e imedia­tamente a falsa identificação começa, sendo o início do ciclo de contínuos nascimentos e mortes. Portanto, sem me perturbar mais, libertar-me-ei da escuridão da ignorância com a ajuda de minha amiga, a consciência límpida. Simplesmente mantendo os pés de lótus do Senhor Visnu em minha mente, serei poupada de entrar nos ventres de muitas mães para repetidos nascimentos e mortes”.

A entidade viva de dez meses de idade tem esses desejos mesmo enquanto está no ventre. Porém, enquanto enaltece o Senhor dessa maneira, o vento que auxilia o parto impele­-a para frente, com seu rosto voltado para baixo, para que ela possa nascer. Empurrada subitamente para baixo pelo vento, a criança sai com grande dificuldade, de cabeça para baixo, sem respiração e privada de memória devido à rigorosa agonia. Assim, a criança cai ao solo, suja de fezes e sangue, e se agita tal qual um verme nascido do excremento. Ela perde seu conheci­mento superior e chora sob o encanto de maya.

Do Nascimento à Morte

Após sair do abdômen, a criança é entregue aos cuidados de pessoas incapazes de entender o que ela quer, e assim ela é pajeada por essas pessoas. Incapaz de recusar qualquer coisa que lhe dão, ela se vê sujeita a circunstâncias indesejáveis. Deitada em cama malcheirosa e infestada de suor e germes, a pobre criança é incapaz de coçar seu corpo para aliviar-se de sua coceira, isto para não falar de sentar-se, ficar de pé ou mesmo mexer-se. Em sua condição desamparada, moscas, mosquitos, pulgas e mui­tos germes mordem o bebê, cuja pele é delicada, assim como vermes menores mordem um verme grande. Privada de conhecimento, a criança chora amarguradamente.

Dessa maneira, a criança atravessa sua infância, sofrendo diferentes espécies de aflições e chega à meninice. A meninice também lhe traz sofrimentos devido aos desejos de obter coisas que nunca pode obter. E assim, devido à ignorância, ela se torna irada e pesarosa. Com o crescimento do corpo, a entidade viva, a fim de aniquilar sua alma, aumenta seu falso prestígio e sua ira e, desse modo, cria hostilidade contra pessoas semelhantemente luxuriosas.

Devido a tal ignorância, a entidade viva aceita o corpo material, que é feito de cinco elementos, como sendo ela mesma. Com essa compreensão falsa, ela aceita coisas impermanentes como sua propriedade e aumenta sua ignorância até a mais escura região.

Fim do Ciclo

Para o benefício do corpo, que é fonte de constantes incômodos para ela e que a acompanha por ela estar atada pelos laços da ignorância e das atividades fruitivas, ela executa várias ações que fazem com que se sujeite a repetidos nascimentos e mortes.

Se, portanto, a entidade viva novamente se associa com o caminho da iniquidade, influenciada por pessoas de mentalidade sensual ocupadas na busca de desfrute sexual e da satisfação do paladar, ela vai novamente para o inferno, como antes.


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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Frankie Smith - Double Dutch Bus (Official Music Video)

S.O.S. Band - Tell Me If You Still Care (1983)

Cid fará delação premiada / 7 de setembro flopou / Adalex Góis

Hoje é dia do aparecimento sagrado (jejum até meio dia) de A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada fundador acarya da Iskcon e B.B.T. 2023


Biografia de Srila Prabhupada

Srila PrabhupadaQuando Sua Divina Graça AC Bhaktivedanta Swami Srila Prabhupada entrou no porto da cidade de Nova Iorque em 17 de setembro de 1965, poucos americanos notaram – mas ele não era apenas mais um imigrante. Ele tinha a missão de introduzir os antigos ensinamentos da Índia Védica na América dominante. Antes de Srila Prabhupada falecer em 14 de novembro de 1977, aos 81 anos de idade, sua missão foi bem-sucedida. Ele fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON) e viu-a crescer até se tornar uma confederação mundial de mais de 100 templos, ashrams e centros culturais.

Srila Prabhupada nasceu Abhay Charan De em 1º de setembro de 1896, em uma família hindu piedosa em Calcutá. Quando jovem, crescendo na Índia controlada pelos britânicos, Abhay envolveu-se com o movimento de desobediência civil de Mahatma Gandhi para garantir a independência da sua nação. Foi, no entanto, um encontro em 1922 com um proeminente estudioso e líder religioso, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati, que provou ser mais influente na futura vocação de Abhay. Srila Bhaktisiddhanta era um líder da denominação Gaudiya Vaishnava, uma tradição monoteísta dentro da ampla cultura hindu, e pediu a Abhay que levasse os ensinamentos do Senhor Krishna ao mundo de língua inglesa. Abhay tornou-se discípulo de Srila Bhaktisiddhanta em 1933 e resolveu atender ao pedido de seu mentor. Abhay, mais tarde conhecido pelo honorífico AC Bhaktivedanta Swami Prabhupada,

Em 1965, aos sessenta e nove anos, Srila Prabhupada viajou para Nova York a bordo de um navio cargueiro. A viagem foi traiçoeira e o idoso professor espiritual sofreu dois ataques cardíacos a bordo do navio. Chegando aos Estados Unidos com apenas sete dólares em rúpias indianas e suas traduções de textos sagrados em sânscrito, Srila Prabhupada começou a compartilhar a sabedoria atemporal da consciência de Krishna. A sua mensagem de paz e boa vontade ressoou em muitos jovens, alguns dos quais se tornaram estudantes sérios da tradição de Krishna. Com a ajuda desses estudantes, Srila Prabhupada alugou uma pequena loja no Lower East Side de Nova York para usar como templo. Em 11 de julho de 1966, ele registrou oficialmente sua organização no estado de Nova York, fundando formalmente a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.

Srila Prabhupada nos EUANos onze anos que se seguiram, Srila Prabhupada deu a volta ao mundo 14 vezes em palestras, levando os ensinamentos do Senhor Krishna a milhares de pessoas em seis continentes. Homens e mulheres de todas as origens e estilos de vida se apresentaram para aceitar sua mensagem e, com a ajuda deles, Srila Prabhupada estabeleceu centros e projetos da ISKCON em todo o mundo. Sob sua inspiração, os devotos de Krishna estabeleceram templos, comunidades rurais, instituições educacionais e iniciaram o que se tornaria o maior programa de ajuda alimentar vegetariana do mundo. Com o desejo de nutrir as raízes da consciência de Krishna em seu lar, Srila Prabhupada retornou diversas vezes à Índia, onde provocou um renascimento na tradição Vaishnava. Na Índia, ele abriu dezenas de templos, incluindo grandes centros nas cidades sagradas de Vrindavan e Mayapur.

As contribuições mais significativas de Srila Prabhupada, talvez, sejam seus livros. Ele é autor de mais de 70 volumes sobre a tradição de Krishna, que são altamente respeitados pelos estudiosos por sua autoridade, profundidade, fidelidade à tradição e clareza. Várias de suas obras são usadas como livros didáticos em vários cursos universitários. Seus escritos foram traduzidos para 76 idiomas. Suas obras mais proeminentes incluem:  Bhagavad-gita As It Is , o Srimad- Bhagavatam de 30 volumes , e o Sri Caitanya-caritamrita de 17 volumes .

Śrīla Prabhupāda: O Ācārya Fundador da ISKCON , de autoria de Ravīndra Svarūpa Dāsa, é oficialmente endossado pela Comissão do Corpo Governante da ISKCON (GBC). O GBC solicita a todos os devotos e amigos da ISKCON que deem atenção profunda e cuidadosa a este trabalho. Fazer isso ampliará nossa compreensão coletiva e apreciação pela posição de Śrīla Prabhupāda e seu papel único na Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna. 

                                               

fonte: https://gbc-iskcon-org.translate.goog/srila-prabhupada/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=wapp

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