domingo, 21 de julho de 2024

Karna junto ao Senhor Yama, o Deus Morte


Karna é derrotado quando tentava consertar a roda de sua carruagem.



Uma estória interessante nos fala da importância da quinzena dedicada aos ancestrais, o Pitr Paksha. Se diz que Karna, considerado o maior de todos os guerreiros, e que foi apreciado até mesmo pelo Senhor Krishna, só pode ser derrotado por Arjuna após a intervenção de vários Deuses, inclusive do Senhor Indra. Sua derrota só foi possível pela autorização de sua própria Mãe, a rainha Kunti, que o gerou pela Divina intervenção de Surya, O Deus Sol.
 
Pindas - oferendas dedicadas aos ancestrais.

Karna era admirado por sua grande coragem e generosidade. Mesmo tendo se envolvido em algumas atividades contrárias ao Dharma, seus méritos espirituais (Punya) eram muito grandes. Quando de seu desencarne, Karna recebeu nos paraísos celestiais 100 vezes mais oferendas do que aquelas que tinha oferecido em vida. Porém, quando em vida, sua mentalidade era a de um guerreiro e suas oferendas eram em ouro e prata, e somente isto é o que ele poderia desfrutar nos paraísos celestiais. Não havia comida ! Nenhuma comida foi dada em caridade durante suas grandes austeridades.
 
Karna roga ao Senhor Yama pela oportunidade de aperfeiçoar suas austeridades.
Ele então rogou ao Senhor Yama, o Deus Morte, e devido aos seus méritos espirituais, pode ser atendido. Ele pode retornar á Terra por uma quinzena lunar para que todas as deficiências em seus serviços rituais pudessem ser suprimidas naquele período. Então, por uma quinzena ele se dedicou exclusivamente à oferecer alimentos aos sacerdotes, os Brahmanes, e aos pobres e à oferecer oblações de água (Tarpana) à todos os seres. Impressionado pela austeridade de Karna, o Senhor Yama declarou que todas aquelas oferendas seriam partilhadas pelas almas que tivessem sido engolidas pela Morte. E assim foi feito ! Ao fim de seu período de expiação o guerreiro Karna retornou aos paraísos celestiais e os encontros repletos dos mais perfeitos banquetes.

Preparando oferendas aos ancestrais.
 
Há um ditado nos Tantras que diz que falar sobre comida não satisfaz ao faminto, da mesma forma falar de disciplinas espirituais sem praticá-las é de pouco beneficio. O Tantra é um caminho espiritual onde as três grandes Shaktis do conhecimento (Jñana Shakti), da vontade (Iccha Shakti) e da ação (Kriya Shakti) caminham juntas. Por isto se diz que Shiva, a consciência Universal que contempla todos os fenômenos, é apenas um cadáver se não estiver acompanhado de Shakti, a Força Dinâmica que move, cria e dissolve Universos.


Aos pés de Mãe Kali.



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sábado, 20 de julho de 2024

Ensinamentos da Rainha Kuntī indicação de leitura 65

A figura trágica e heroica da rainha Kuntī aparece numa era explosiva na história da antiga Índia. Como está descrito no Mahābhārata, o grande poema épico indiano de 110.000 versos, Kuntī era a esposa do rei Pāṇḍu e a mãe de cinco filhos ilustres conhecidos como Pāṇḍavas. Como tal, ela foi uma das figuras principais num complexo drama político que culminou, cinquenta séculos atrás, na grande Batalha de Kurukṣetra, uma guerra devastadora de ascendência, que mudou o rumo dos eventos mundiais. O Mahābhārata descreve o prelúdio do holocausto como segue:

Pāṇḍu se tornou rei porque seu irmão mais velho, Dhṛtarāṣṭra, era cego de nascença, condição que o excluía da sucessão direta. Algum tempo depois de Pāṇḍu subir ao trono, Dhṛtarāṣṭra casou-se com Gāndhārī e teve cem filhos. Esta era a família reinante da dinastia Kaurava, cujo filho mais velho era o cruel e ambicioso rei Duryodhana.

Enquanto isso, Pāṇḍu tinha aceitado duas esposas, Mādrī e Kuntī. Conhecida originalmente pelo nome de Pṛthā, Kuntī era a filha de Śurasena, o chefe da gloriosa dinastia Yadu. O Mahābhārata relata que Kuntī “era dotada de beleza e caráter; ela se regozijava na lei (dharma) e era perfeita em seus votos”. Ela também possuía uma bênção incomum. Quando era ainda criança, seu pai Śurasena deu-a para seu primo e amigo Kuntībhoja, que não tinha filhos (daí o nome “Kuntī”). Na casa de seu pai adotivo, a tarefa de Kuntī era prover o bem-estar dos convidados. Um dia, o poderoso sábio místico Durvāsā foi até lá e ficou muito satisfeito com o serviço imotivado de Kuntī. Prevendo que ela teria dificuldades para conceber filhos, Durvāsā deu-lhe a bênção de poder invocar qualquer semideus e, através dele, obter progênie.

Após o casamento de Kuntī e Pāṇḍu, este foi amaldiçoado para que não pudesse ter filhos. Diante disso, ele renunciou ao trono e se retirou com suas esposas para a floresta. Lá, a bênção especial de Kuntī capacitou-a a conceber, a pedido de seu esposo, três filhos gloriosos. Primeiro ela invocou Dharma, o semideus da religião. Depois de adorá-lo e repetir a invocação que Durvāsā tinha-lhe ensinado, ela se uniu com Dharma e, posteriormente, deu à luz um menino. Logo que a criança nasceu, uma voz sem origem visível disse: “Essa criança será chamada Yudhiṣṭhira e será muito virtuosa. Ela será gloriosa, determinada, renunciada e famosa nos três mundos”.

Tendo sido abençoado com esse filho tão virtuoso, Pāṇḍu pediu a Kuntī um filho de enorme força física. Assim, Kuntī invocou Vayu, o semideus do vento, que gerou o poderoso Bhīma. Após o nascimento de Bhīma, uma voz sobrenatural se fez ouvir: “Essa criança será o mais forte dentre os homens”.

Mais tarde, Pāṇḍu aconselhou-se com grandes sábios na floresta e então pediu a Kuntī para que aceitasse voto de austeridade por um ano inteiro. No fim deste período, Pāṇḍu lhe disse: “Ó mais bela entre todas! Indra, o rei do céu, está satisfeito com você, sendo assim, invoque-o e conceba um filho”. Em seguida, Kuntī invocou Indra, que veio até ela e gerou Arjuna. No instante em que o príncipe nasceu, a mesma voz celestial vibrou do céu: “Ó Kuntī, essa criança será tão forte quanto Kartavīrya e Śibi (dois reis poderosos dos tempos védicos) e será invencível na batalha, como o próprio Indra. Ela espalhará sua fama por todas as partes e obterá armas divinas”. Subsequentemente, a esposa mais nova de Pāṇḍu, Mādrī, gerou dois filhos chamados Nakula e Sahadeva. Esses cinco filhos de Pāṇḍu (Yudhiṣṭhira, Bhīma, Arjuna, Nakula e Sahadeva) ficaram sendo conhecidos como os Pāṇḍavas.

Desde a época em que Pāṇḍu se tinha retirado do trono e ido para a floresta, Dhṛtarāṣṭra assumira temporariamente o reinado, até que o filho mais velho de Pāṇḍu, Yudhiṣṭhira, completasse a idade apropriada para assumir o seu lugar. Entretanto, muito tempo antes que esse momento chegasse, Pāṇḍu morreu, como resultado de uma maldição, e Mādrī deixou sua vida, entrando na pira funerária. Com isso, os cinco Pāṇḍavas ficaram aos cuidados da rainha Kuntī.

Após a morte de Pāṇḍu, os sábios que viviam na floresta levaram os cinco jovens príncipes para a corte dos Kauravas, em Hastināpura (perto da atual Nova Déli). Em Hastināpura, a capital do reino, os cinco meninos foram criados à maneira real, sob a guia de Dhṛtarāṣṭra e do nobre Vidura, o meio-irmão de Pāṇḍu.

Mas a transferência do poder não seria fácil. Embora no começo Dhṛtarāṣṭra tivesse aceitado a legitimidade de Yudhiṣṭira, mais tarde ele se deixou influenciar por seu filho mais velho, o ambicioso Duryodhana, que ansiava por subir ao trono no lugar de Yudhiṣṭhira. Levado por ciúme incontrolável, Duryodhana conspirou contra os Pāṇḍavas e, com a aprovação hesitante do fraco Dhṛtarāṣṭra, infligiu-lhes muitos sofrimentos. Em Hastināpura, ele realizou vários atentados contra a vida dos príncipes e, mais tarde, levou-os para um palácio em outra cidade e tentou assassiná-los, provocando um incêndio. Durante todo esse tempo os cinco jovens Pāṇḍavas estiveram acompanhados por sua corajosa mãe Kuntī, que sofreu as atrocidades feitas por Duryodhana, ao lado de seus filhos queridos.

Miraculosamente, entretanto, Kuntī e os Pāṇḍavas escaparam repetidamente da morte, pois eles estavam sob a proteção do Senhor Kṛṣṇa, que havia encarnado na mesma família para realizar Seus passatempos na Terra. Finalmente, Duryodhana, um político experiente, enganou os Pāṇḍavas num jogo, tirando-lhes o reino (e sua liberdade). Como resultado desse jogo, a esposa dos Pāṇḍavas, Draupadī, foi humilhada pelos Kauravas, e os Pāṇḍavas foram forçados a passar treze anos exilados na floresta – para imensa tristeza de Kuntī.

Quando os treze anos de exílio se passaram, os Pāṇḍavas retornaram a Hastināpura, para reivindicar seu reino. Mas Duryodhana recusou asperamente. Assim, depois de algumas tentativas frustradas para que as hostilidades cessassem, Yudhiṣṭhira mandou o próprio Kṛṣṇa para assegurar a restituição do reino aos Pāṇḍavas através de meios pacíficos. Mas mesmo esse esforço falhou – por causa da obstinação de Duryodhana – e ambos os grupos se prepararam para a batalha. Para colocar Yudhiṣṭhira no trono – ou para lutar contra ele – grandes lutadores e guerreiros de todos os cantos do mundo se reuniram, preparando o cenário para o que viria a ser uma guerra mundial devastadora.

A luta se estendeu por dezoito dias, no lugar histórico chamado Kurukṣetra (perto de Hastināpura), e, no final, somente um punhado dentre muitos milhões de guerreiros sobreviveu. Só o Senhor Kṛṣṇa, os Pāṇḍavas e alguns outros sobreviveram ao massacre. Os Kauravas (Duryodhana e seus irmãos) foram exterminados. Num gesto desesperado de vingança, Aśvatthāmā, um dos Kauravas sobreviventes, impiedosamente assassinou os cinco filhos de Draupadī, enquanto estes dormiam. A rainha Kuntī sofreu, assim, um último golpe – a perda de seus netos.

Aprisionado e arrastado para o campo dos Pāṇḍavas como um animal amarrado, Aśvatthāmā foi posto em liberdade somente através da espantosa compaixão demonstrada por Draupadī, a mãe das crianças mortas e nora de Kuntī, que pediu por sua vida. Mas este descarado Aśvatthāmā fez mais uma tentativa de matar o último descendente (e neto) dos Pāṇḍavas, que ainda se encontrava no ventre de Uttāra, lançando uma arma suprema denominada brahmāstra. Quando viu o míssil vindo em sua direção, Uttāra correu imediatamente para o abrigo dos pés de lótus de Kṛṣṇa, que naquele exato momento partia para Dvārakā, a majestosa capital de Seu reino. Kṛṣṇa protegeu os Pāṇḍavas e sua mãe, Kuntī, da morte iminente, destruindo com Seu próprio disco sudarśana a radiação e calor insuportáveis daquela arma.

Tendo libertado os Pāṇḍavas dessa última calamidade, e vendo que todos os Seus planos tinham-se realizado, o Senhor Kṛṣṇa estava novamente preparando-Se para partir. Por anos a fio Duryodhana tinha atormentado a família da rainha Kuntī, mas Kṛṣṇa os protegera sempre, em todos os momentos de aflição e agora Ele estava partindo. Kuntī estava deprimida, e orou a Kṛṣṇa, do âmago de seu coração.

Kuntī era tia do Senhor Kṛṣṇa (Ele apareceu como o filho de seu irmão, Vasudeva). Ainda assim, a despeito deste laço familiar com o Senhor, ela compreendia completamente a identidade divina e elevada do Senhor. Ela sabia perfeitamente bem que Ele tinha vindo de Sua morada no mundo espiritual, para exterminar na Terra os poderes militares demoníacos e restabelecer a justiça. Um pouco antes da guerra monstruosa, Kṛṣṇa havia revelado tudo isto a Arjuna, filho de Kuntī, em palavras que foram imortalizadas na Bhagavad-gītā (4.7-8):

“Sempre e onde quer que haja um declínio na prática religiosa, e uma ascensão predominante de irreligião – neste momento Eu próprio apareço. Para salvar os piedosos e aniquilar os canalhas, e para restabelecer os princípios da religião, eu venho milênio após milênio”.

Kṛṣṇa cumpriu Sua missão de “aniquilar os canalhas” ao comandar a destruição dos pecaminosos Kauravas. Assim, Ele instalou Yudhiṣṭhira no trono, para devolver o reino aos Pāṇḍavas, e consolou os parentes dos lutadores mortos, O momento da partida iminente do Senhor é o cenário para as orações sublimes da rainha Kuntī.

Quando Kuntī se aproximou da quadriga do Senhor e começou a falar com Ele, seu propósito imediato era persuadi-lO a ficar em Hastināpura e proteger o governo dos Pāṇḍavas de qualquer represália.

“Ó meu Senhor, Você está nos deixando hoje, embora sejamos completamente dependentes de Sua misericórdia e não tenhamos ninguém mais para nos proteger, e logo agora que todos os reis estão em inimizade conosco”. (Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.37).

Nós não devemos falsamente concluir, por esta súplica, que as preces de Kuntī sejam egoístas. Embora seu sofrimento seja muito maior que aquele que uma pessoa comum possa suportar, ainda assim ela não pede alívio. Ao contrário, ela pede para sofrer ainda mais, pois diz que seu sofrimento aumentará sua devoção pelo Senhor e a conduzirá à liberação última.

“Meu querido Kṛṣṇa, Vossa Onipotência nos protegeu do bolo envenenado, de um incêndio enorme, dos canibais, da assembleia corrupta, dos sofrimentos durante o exílio na floresta e da batalha onde lutaram grandes generais. Eu desejo que todas essas calamidades aconteçam repetidamente, para que possamos vê-lO sempre, pois vê-lO significa que não veremos mais a repetição de nascimento e morte” (Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.24-25).

As palavras de Kuntī – esta demonstração simples e iluminante da alma de uma grande mulher, santa e devota – revelam tanto as mais íntimas emoções transcendentais do coração como também as mais profundas reflexões filosóficas e teológicas do intelecto.

Suas palavras são de glorificação, impelidas por amor divino impregnado de sabedoria.

“Ó Senhor de Madhu, assim como o Ganges corre sempre para o mar, sem obstáculos, permita que minha atenção esteja sempre voltada para Você, sem se desviar para ninguém mais” (Śrīmad-Bhāgavatam 1.8.42).

A glorificação espontânea do Senhor Kṛṣṇa por Kuntī, e sua descrição da senda espiritual, estão imortalizadas no Mahābhārata e no Śrīmad-Bhāgavatam (Bhāgavata Purāṇa)e têm sido recitadas, cantadas e repetidas por sábios e filósofos há milhares de anos.

Como aparecem no Primeiro Canto do Bhāgavatamas célebres preces da rainha Kuntī consistem em apenas vinte e seis versos (do verso 18 ao verso 43 do oitavo capítulo), e ainda assim são consideradas uma obra-prima filosófica, teológica e literária. O presente livro (Os Ensinamentos da Rainha Kuntī) inclui esses versos inspirados e os comentários esclarecedores de Sua Divina Graça A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupāda, o ācārya-fundador da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna e o mais renomado erudito védico e mestre espiritual do nosso tempo. Somando-se a esse comentário (escrito originalmente, em 1962), Os ensinamentos da rainha Kuntī contém outras explicações, que Śrīla Prabhupāda forneceu mais recentemente, em uma série cativante de palestras. Nessas palestras memoráveis realizadas na primavera de 1973 em Los Angeles, ele analisou os versos com maior detalhamento e derramou ainda mais luz sobre eles.

Os Editores.






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Trechos do Show de 50 Anos da Chic Show no Palmeiras nas Aventuras Music...

Grandmaster Slice - Thinking of You

Querem a todo custo regulamentar a Internet. A culpa e dos memes do taxad




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quinta-feira, 18 de julho de 2024

A Universidade Estácio de Sá tem curso de bacharelado em História que é reconhecido ou não? Estou querendo cursar, mas estou na dúvida professor joão maria.,

Mister Johnny Volume - 2- 18/07/2024 quinta-feira. Seleção de Balanços e pesos e rap Black- SPOTIFY PODCASTER Obrigado DEUSSSSSS!

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Abaixo nome das músicas e cantores/as

















Era só o DJ tocando música para a vizinhança. Essas festas eram carinhosamente conhecidas como festas do quarteirão ou, mais comumente, “the jam”. Esta poderia ter sido qualquer cidade urbana da América no início dos anos 1970, mas em Nova York os DJs não estavam apenas tocando a música popular da época, eles estavam transmitindo os trechos mais obscuros de álbuns populares que o rádio não ousaria tocar, e os DJs mais ousados ​​tocavam músicas desconhecidas de grupos totalmente desconhecidos.


O microfone sempre esteve presente nas festas para anúncios e afins, e por isso o DJ era o MC (mestre de cerimônias) original. Quer ele ou ela estivesse simplesmente fazendo um anúncio, dizendo a Jimmy para mudar de carro ou perguntando ao pessoal da festa como eles se sentiam, o DJ era o anfitrião. O MC nem sequer estava na equação nos primeiros dias do que mais tarde ficou conhecido como Hip-Hop. O DJ era tecnicamente o MC original – mantendo o público envolvido e muitas vezes falando em rima. Essas rimas não eram batidas nem sincopadas e não chegavam nem perto dos 16 compassos. Na verdade, as rimas não tinham estrutura alguma. Os presentes comparam as primeiras rimas com canções infantis.

ESTENDENDO O INTERVALO



Em meados da década de 1970 - muitos anos antes de alguém ter pronunciado as palavras Hip-Hop em forma de rima ou para descrever uma cultura - os DJs começaram a falar sobre as partes dos discos onde ninguém cantava e a percussão era pesada. Disc jockeys de rádio como Hank Span, Jocko e Gary Byrd vêm apresentando esse “Jive Talk” durante anos. O falecido grande Pete DJ Jones – um DJ do Bronx que tocava para um público adulto em alguns dos clubes mais sofisticados de Nova York – diz que começou a pegar duas cópias do mesmo disco e manipulá-las em dois toca-discos, em um esforço para estender o duração das músicas, pois ele tinha que tocar em festas de 6 horas com oferta limitada de música.


DJ Kool Herc – o homem creditado como o Pai da subcultura Hip-Hop – também estava estendendo as análises de discos, mas com uma motivação diferente.


Kool Herc notou que a energia da multidão aumentou muito na parte de quebra desses discos, mas a quebra durou apenas alguns segundos. Herc estendeu esses colapsos porque queria fornecer uma trilha sonora para a fraternidade de jovens que dançavam ao som desses colapsos caóticos (esses dançarinos foram chamados de B Boys e B Girls – mais tarde breakers).


Herc também tinha seus próprios assistentes e MCs - Timmy Tim, Clark Kent e Coke La Rock.

Créditos para: Walter McBride


DJ Hollywood – um dos primeiros DJs a dizer rimas completas e girar simultaneamente – diz que tratava a rima nas partes instrumentais das introduções dos discos como um exercício.


“Era tudo uma questão de entrar e sair antes do cantor começar.”


Créditos para: Arquivos David Corio/Michael Ochs



O falecido Lovebug Starski foi outro DJ influente que dizia rimas mais longas enquanto girava ao mesmo tempo.

O CIENTISTA



Um jovem DJ chamado Joseph Saddler – codinome Grandmaster Flash – era aluno da escola técnica Samuel Gompers, no Bronx. Flash ficou intrigado com o conceito de estender partes instrumentais dos discos, mas Flash era literalmente um cientista.



Grandmaster Flash arrastaria peças eletrônicas de ferros-velhos e construiria alto-falantes, modificaria máquinas de eco e mixers e consertaria seus equipamentos já existentes. Flash viu o que Herc estava fazendo com duas cópias de um disco e dois toca-discos, mas sentiu que faltava um timing preciso para Herc, o que deixou a pista de dança em desordem.



Flash estava tão empenhado em melhorar o que Herc estava fazendo que desenvolveu o que chamou de teoria da mistura rápida, que consistia em cortar. e a teoria do relógio para aperfeiçoar o que ele sentia que faltava a Herc. Flash depois de ver o mixer Clubman de Pete Jones com seu sistema de cueing, construiu seu próprio cue switch e colou-o em seu mixer para que pudesse visualizar o próximo disco em seus fones de ouvido antes de lançá-lo ao público. Flash melhorou muito o que Herc fazia em suas festas e conquistou muitos seguidores em Nova York, especificamente no Bronx. Junto com seus assistentes, The Disco Bee e EZ Mike, o show do Grandmaster Flash foi algo para ser visto de acordo com aqueles que o testemunharam em primeira mão.



As invenções e avanços técnicos do Grandmaster Flash são literalmente os blocos de construção de uma cultura. O vizinho de Flash era um baterista que usava uma bateria eletrônica da empresa Vox para manter os dedos ágeis sempre que não conseguia configurar a bateria. Flash cunhou esta bateria eletrônica como beat box. O beat box tinha teclas de baixo, caixa, chimbal e palmas e o Flash tocava o beat box como uma máquina de escrever. Depois que o Flash adquiriu uma equipe de MCs, o beat box se tornou uma peça central de seu show.



Flash enfatiza que o beat box humano é diretamente influenciado por ele.



“O termo beat box humano não é uma coisa aleatória. Depois que a popularidade do meu uso do beat box diminuiu, ele ressurgiu com pessoas fazendo isso com a boca. Eles literalmente imitaram o que eu fiz e até o nome veio diretamente do meu trabalho."



A câmara de eco era um dispositivo que adicionava um atraso ou eco a qualquer sinal conectado a ela. A câmara de eco estava sempre ligada, por isso não era muito útil para apresentações vocais. Flash conectou um interruptor de luz real na câmara de eco com o qual ele poderia desligar e ligar o eco à vontade. Este avanço aparentemente pequeno provaria ser de extrema importância para o MC muito em breve.



Flash foi o primeiro DJ a exibir scratching em um disco na forma de “The Adventures of Grandmaster Flash On The Wheels of Steel”. Este foi o disco que introduziu o scratching para quem estava fora dos bairros de Nova York.

“Eu abordei Sylvia (Robinson) muitas vezes sobre fazer um disco editado. Depois de um de nossos passeios, ela me deixou fazer isso e foram necessárias três tomadas só para adquirir a destreza. Na terceira tomada, eu já estava trancado”

MESTRES DE CERIMÔNIA



Quando Flash estreou seu quick mix para o público - principalmente em parques de bairro (esses parques eram na verdade os playgrounds de asfalto de várias escolas de ensino médio de Nova York - 23 Park era a base do Flash) - ele descreveu a cena como um seminário. Ninguém dançou, eles ficaram maravilhados com suas novas técnicas de DJ.



Flash tentou falar durante os discos como muitos outros DJs, mas odiava sua voz, então disponibilizou seu microfone para qualquer um que pudesse entreter o público. Muitos tentaram, mas todos falharam, exceto um – o falecido Keith Wiggins mais tarde conhecido como Keith Cowboy.



Keith Cowboy era um MC mestre com o controle de um mestre de cerimônias especializado na participação do público. Keith perguntava à multidão qual era o seu jeans favorito, o que eles achavam do jogo de basquete na noite anterior, e ele é creditado como o inventor do elemento básico da participação da multidão na música rap - o ainda utilizado “todas as mulheres da casa diga ai/todos os caras dizem ei/jogue as mãos para o alto e acene como se você simplesmente não se importasse.



Cowboy foi a resposta ao dilema do Flash e logo se tornou o primeiro MC do Flash. Muitos consideram Cowboy o primeiro MC do gênero. Cowboy também é creditado por desenvolver a frase "Hip-Hop", que Afrika Bambaataa usaria mais tarde como nome para identificar a subcultura da escrita Mcing, Djing, B-Boying e Graffiti.

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OS IRMÃOS GLOVER



Os irmãos Melvin e Nathaniel Glover, inspirados na poesia de sua irmã mais velha Linda e Herc's MC's Coke La Rock e Timmy Tim, começaram a experimentar um estilo de vaivém onde dividiam palavras e frases entre si. Melvin e Nathaniel mais tarde se tornariam Mele Mel e Kidd Creole, e depois de aperfeiçoar suas rotinas, os Glover Brothers começaram a pular no microfone nas festas de DJs do Bronx que tinham aparelhagens e davam festas. Era inevitável que Mel & Creole se cruzassem com Flash & Cowboy, e quando isso aconteceu, um dos primeiros e mais influentes grupos de rap foi formado - Grandmaster Flash & The 3 MC's.



A diferença entre os 3 MC's e outros que rimavam na época era uma questão de estilo. Os DJs do “Jive Talking”, como Hank Span e Jocko, não rimavam na batida, ou como DJ Hollywood descreve, “em sincopação”.



Os MC's/DJ's como Coke La Rock e Timmy Tim não diziam rimas completas, diziam frases e fragmentos e não estavam no ritmo. Os 3 MC's estavam dizendo rimas completas em síncope.



Kidd Creole diz que a primeira pessoa que ouviu dizer uma rima completa sobre si mesmo em síncope foi seu irmão Mel. Escorpião diz com segurança: “Se há algo sobre o qual possuímos patente, é dizer rimas completas no ritmo”.



Muitos MCs de primeira e segunda geração afirmam que o DNA de Mel e Creole flui através de todos os MC modernos.

O FURIOSO 4



Eddie Morris, também conhecido como Sr. Ness, era o melhor amigo de Mele Mel; na verdade, eles faziam parte de uma equipe de break e uma vez dançaram contra Mean Gene (irmão mais velho de Grandwizzard Theodore) e Grandmaster Flash. Eddie (que acabou mudando seu nome para Scorpio porque segundo ele estava conseguindo tantas garotas que se autodenominava ferrão) estava sempre na companhia de Grandmaster Flash & The 3 MC's e eventualmente se tornou um MC e se juntou ao grupo forçando uma mudança de nome para Furious 4. Escorpião, carinhosamente conhecido por pessoas próximas a ele como Scorp, diz que certa vez apenas uma corda separava a multidão dos rappers em uma jam. Ele diz que Grandmaster Flash e The Furious 4 construíram o primeiro palco em Hi-Hop, onde se elevaram acima da multidão.

GRANDE MESTRE FLASH E FURIOSOS 5



Guy Todd Williams era um MC de uma equipe do Bronx chamada The Funky 4. The Funky 4, que eventualmente se tornaria companheiro de gravadora de Grandmaster Flash & The Furious 5 em duas gravadoras diferentes, é considerado o segundo grupo estabelecido de MC do Bronx depois de Furious 5. Mesmo que muitos aspirantes a MC e grupos se harmonizassem, Guy era na verdade um cantor legítimo que atuou como uma arma secreta no Funky 4 com seu conjunto de habilidades de canto e rima.



Como cantor, Guy foi orientado por Rahiem Leblanc do grupo de R&B GQ. Rahiem Leblanc foi uma influência tão grande para Guy que ele também mudou seu nome artístico para Rahiem. Em 11 de maio de 1979, The Funky 4 lutou contra Grandmaster Flash & The Furious 4 no Webster Avenue PAL. Naquela noite, Rahiem deixou o Funky 4 e se juntou ao Furious 4, dando origem a Grandmaster Flash & The Furious 5.

MODA



A sensibilidade fashion de Grandmaster Flash & The Furious 5 tem estado na vanguarda de muitas discussões sobre Hip-Hop ao longo dos anos, mas ainda mais nos últimos anos, à medida que a lacuna geracional da moda urbana aumenta. A disponibilidade online das fotos mais antigas do grupo serviu como munição para membros de várias gerações provarem que os estilos de vestimenta aparentemente estranhos de hoje não são tão novos assim.



Mele Mel adota um tom defensivo ao proclamar: “Nós nos vestimos como se fôssemos artistas que as pessoas pagavam para ver. Se nos vestirmos como as pessoas na multidão, não haverá valor de entretenimento. Construímos palcos feitos de mesas antes de haver discos de rap porque queríamos ser elevados na multidão.”



Scorpio ecoa a frustração de Mel com as comparações: “Estávamos abrindo para The Clash, Parliament Funkadelic, The Bar Kays, Billy Idol e Rick James. Tínhamos que nos vestir como as pessoas com quem estávamos nos apresentando. Assim que começássemos a viajar para fora dos estados, compraríamos um cinto com pontas, depois um levava a dois e, antes que você percebesse, estávamos cobertos.”



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Vice de Trump: íntegra do discurso de J. D. Vance na Convenção Nacional Republicana: Epoch Times Brasil

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