quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Filosofia Sankhya e o Ayurveda - AMAYUR


Filosofia Sankhya e o Ayurveda - AMAYUR

A filosofia Sankhya é uma das seis filosofias de vida da India (Darshanas) e é considerada como sendo a mais antiga. É nesta filosofia que estão as principais bases do Ayurveda.

A palavra Sankhya deriva de duas palavras em sânscrito distintas: san e khyasan significa verdade e khya saber/compreender, ou seja, compreender a verdade suprema.

Foi desenvolvida pelo rishi indiano Kapila Muni e tem como principal objetivo fazer a distinção entre o espírito, ao qual dá o nome de Purusha, e a matéria, nomeada de Prakriti.

Sankhya, para além de dualista, também significa enumeração, onde diferencia 24 princípios cósmicos (tattvas), referentes à criação e manifestação do Universo. Cada principio atua como agente ou causa do principio seguinte.

Para além destes 24 princípios, existe ainda um 25º que se encontra para além da manifestação: Purusha, ou Consciência Pura. É pura energia, passiva, sem forma ou cor, para além de qualquer atributo e sem qualquer papel na criação. Este é o derradeiro principio por trás da criação do Universo, é a fonte de tudo o que é subjetivo estando para além de tudo o que é objetivo, ou seja, Purusha não faz parte da criação e não é composto por qualquer tipo de matéria, não é corpo nem mente, que pertencem à matéria, mas sim, a consciência inerente a esta. É através da ligação com Purusha que nos sentimos como indivíduos conscientes e não meros objetos ou instrumentos.

Dizem os textos que o objetivo final do Ayurveda é (re)conectar o sistema corpo/mente com Purusha, o derradeiro poder curativo, a verdade suprema, o estado que transcende o ser e a existência.

O 1º tattva é Prakriti (matéria), a energia criativa que, ao contrário de Purusha, tem forma, cor, e atributos. É inerente a esta que se encontram os três gunas, ou qualidades universais – sattva (luz, clareza), rajas (movimento, paixão) e tamas (inércia, confusão). É a matéria primordial que contém todo o potencial da criação.

Através da energia potencial de Purusha e do poder criativo de Prakriti gera-se o Universo na sua forma manifestada. Enquanto Prakriti cria todas as formas no Universo, Purusha mantém-se como mero observador à criação. Pode-se assim dizer que o Universo surge do ‘ventre’ de Prakriti, sendo por isso também apelidada de ‘Mãe Divina’.

Imagem de Dr. Vasant Lad

Na presença de Purusha, os gunas dentro da Prakriti, que se encontravam em perfeito equilíbrio na Prakriti primordial, entram em desequilíbrio e desencadeiam o processo de evolução, dando origem ao 2º tattva – Mahat (inteligência universal) e Buddhi (intelecto individual), responsável pelo funcionamento adequado de todas as coisa. Este, por sua vez, dá origem ao 3º tattva – Ahamkara (ego), o processo da diferenciação entre o “universal” e o “individual”.

Da interação entre Ahamkara e os gunas sattva e rajas, surgem:

  • O 4º tattva – Manas, ou mente condicionada, forma através da qual Ahamkara se vai relacionar com o Universo, usando como ferramentas os órgãos sensoriais e motores (descritos de seguida);
  • Os gnanendriyas, ou capacidades / órgãos sensoriais (5-9º tattvas): escuta / ouvidos, toque / pele, visão / olhos, paladar / língua, olfato / nariz;
  • Os karmendriyas, ou capacidades / órgãos motores (10-14º tattvas): expressão verbal / boca, preensão / mãos, locomoção / pés, procriação / genitais, eliminação / ânus.

Da interação entre Ahamkara e os gunas rajas e tamas, surgem os tanmatras, ou energias primordiais/subtis (15-19º tattvas): som, tato, forma, paladar e odor; e, por sua vez, os mahabhutas, ou cinco elementos (20-24º tattvas): éter, ar, fogo, água, terra.

MAHABHUTASTANMATRAGNANENDRIYAKARMENDRIYA
ÉterSomOuvidosBoca
ArTactoPeleMãos
FogoVisãoOlhosPés
ÁguaPaladarLínguaGenitais
TerraOlfatoNarizÂnus

Cada mahabhuta é produzido pelo seu antecessor e é mais denso que o anterior, pela ordem descrita anteriormente. Assim, o elemento terra contém si os restante quatro elementos, a água, os restantes três, o fogo, os restantes dois e o ar também contem em si o éter.

A partir da terra originam-se todos os corpos físicos do reino animal e vegetal, bem como todas as substancias inorgânicas do reino mineral. Pode-se assim dizer que, a partir dos cinco elementos surge toda a matéria como a conhecemos.

Autores:

Manuela Taveira
Sofia Rodrigues
(Alunas do Curso de Terapeuta de Medicina Ayurveda 2019)


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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Aparecimento sagrado de Srila Prabhupada Fundador Acarya da Iskcon e B.B.T. 27/08/2024

Guten Morgen 143: Os histéricos e a censura: Podcast Senso Incomum


Livraria Senso Incomum: https://livraria.sensoincomum.org/ John Milton - Areopagítica: https://livraria.sensoincomum.org/are... Cláudia Piovezan - Inquérito do fim do mundo: https://livraria.sensoincomum.org/inq... Kit Censura do Bem: https://livraria.sensoincomum.org/kit... André Marsiglia - Censura por toda parte: https://livraria.sensoincomum.org/and... Milo Yiannopoulos - Dangerous - O maior perigo é a censura: https://livraria.sensoincomum.org/dan... Senso Incomum: https://sensoincomum.org/ Twitter: twitter.com/sensoinc Instagram: www.instagram.com/senso.incomum Telegram: t.me/sensoinc Facebook: www.facebook.com/sensoincomumorg Guten Morgen, Brasilien! Por séculos, "liberdade de expressão" foi entendido como um valor até mesmo progressista - uma marca de um país livre, embora os grandes marcos contra a censura tenham surgido em monarquias, não em democracias. Flavio Morgenstern vai analisar como a luta contra a censura transformou-se em luta contra a "desinformação", as "fake news" ou o "discurso de ódio" no seu podcast preferido. Você se lembra de quando Flavio Morgenstern debatia com Guga Noblat no Pânico, e Ronald Rios resolveu entrar na conversa? Como resultado, Morgenstern mostrou um livro e Ronald acabou saindo do estúdio, quase com medo das páginas. Tratava-se do livro "Areopagítica", de John Milton - um grande clássico renascentista sobre a liberdade de expressão, e a vantagem de idéias circularem livremente, ao invés de controladas por uma autoridade central, por mais bem intencionada que pareça. Um livro que toda a direita deveria ler. Ou seja: a luta pela liberdade de expressão, pelo direito de questionar e mesmo fazer troça de autoridades, é bem mais antiga do que nossos democratas acreditam. Mas como foi que, agora, frases como "liberdade de expressão não é liberdade de agressão", "fake news não são liberdade de expressão" e, principalmente, "escondem-se na liberdade de expressão para propagar o discurso de ódio" viraram o novo Leitmotiv das redes sociais - e do Judiciário? Além de contar uma história que já apresentou no livro "Inquérito do Fim do Mundo", Flavio Morgenstern conta, no Guten Morgen, uma curiosa dinâmica sobre o vezo em repetir roboticamente expressões como "discurso de ódio": quem acaba revelando viver de ódio, de ressentimento e de vontade de destruir o próximo é... justamente, quem diz combater o tal "discurso de ódio"... Assista ao Guten Morgen, o seu podcast preferido! E não deixe de nos fazer um PIX pela boa causa de lutar pela liberdade! Chave PIX: flaviomorgen@sensoincomum.org

Por que os DIAS DA SEMANA terminam em "FEIRA"?

Urgente: vêm à tona imagens escondidas do que aconteceu no aeroporto de Roma!. Deltan Dallagnol


O que a mídia e a PF esconderam de você sobre o aeroporto de Roma:    • O que a mídia e a PF esconderam de vo...   Reviravolta surpreendente no caso do aeroporto de Roma vai deixar você chocado. Assista!

Hoje é dia do nascimento transcendental de Srila Prabhupada. 27/08/2024. jejum até meio dia.

Quem é Srila Prabhupada?
“Ele era uma pessoa santa genuína com enorme integridade e compaixão, e ele teve um forte impacto sobre aqueles que o conheceram. Ele nunca reivindicou autoridade e respeito para si; o que ele disse e fez sempre foi em nome de Krishna…”

Dr. Thomas J. Hopkins

 

Quando Sua Divina Graça A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada entrou no porto de Boston, em 17 de setembro de 1965, poucos americanos tomaram conhecimento – mas ele não era apenas outro imigrante. Ele estava em missão, para introduzir uma antiga religião originada na Índia na América. Antes de Srila Prabhupada falecer em 14 de novembro de 1977, aos 81 anos, sua missão foi bem-sucedida. Ele fundou a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna (ISKCON) e a viu crescer em uma confederação mundial de mais de 100 templos, ashrams e centros culturais.

 

Srila Prabhupada nasceu Abhay Charan De, em 1 de setembro de 1896, em Calcutá, numa família hindu piedosa. Quando jovem, enquanto crescia na Índia sob controle dos britânicos, Abhay se envolveu com o movimento de Mahatma Gandhi de desobediência civil para garantir a independência de sua nação. No entanto, em 1922, um encontro com um proeminente estudioso e líder religioso, Srila Bhaktisiddhanta Sarasvati, mostrou-se influente no futuro de Abhay. Srila Bhaktisiddhanta foi um líder na Gaudiya-Vaishnava sampradaya, uma tradição monoteísta dentro da ampla cultura hindu, e pediu a Abhay para levar os ensinamentos do Senhor Krishna para os países de língua inglesa. Abhay tornou-se discípulo de Srila Bhaktisiddhanta em 1933, e decidiu executar o pedido de seu mentor. Abhay, mais tarde conhecido pelo título honorífico Bhaktivedanta Swami Prabhupada, passou os 32 anos seguintes se preparando para sua jornada rumo ao Ocidente.

 

Em 1965, aos 69 anos, Srila Prabhupada viajou para os Estados Unidos a bordo de um navio de carga. A viagem foi traiçoeira, e o idoso mestre espiritual sofreu dois ataques cardíacos a bordo do navio. Chegando aos Estados Unidos com apenas sete dólares em rúpias indianas e suas traduções de textos sagrados em Sânscrito, Srila Prabhupada começou a compartilhar a sabedoria atemporal da Consciência de Krishna. Sua mensagem de paz e boa-vontade ressoou entre jovens, alguns dos quais se destacaram como estudantes sérios da tradição de Krishna. Com a ajuda desses alunos, Srila Prabhupada alugou uma pequena loja no Lower East Side, em Nova York, para usar como um templo. Em 11 de julho de 1966, ele registrou oficialmente sua organização no estado de Nova York, fundando formalmente a Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.


Nos 11 anos que se sucederam, Srila Prabhupada deu a volta ao mundo 14 vezes em ciclos de palestras, trazendo os ensinamentos do Senhor Krishna para milhares de pessoas em seis continentes. Homens e mulheres de todas as origens e classes sociais aceitaram sua mensagem, e, com a ajuda deles, Srila Prabhupada estabeleceu centros da ISKCON e projetos em todo o mundo. Sob sua inspiração, os devotos de Krishna estabeleceram templos, comunidades rurais, instituições de ensino, e começaram o que se tornaria o maior programa de ajuda alimentar vegetariano do mundo. Com o desejo de cultivar as raízes da Consciência de Krishna em seu país de origem, Srila Prabhupada voltou à Índia várias vezes, onde provocou um renascimento da tradição Vaishnava. Na Índia ele abriu dezenas de templos, incluindo grandes centros nas cidades sagradas de Vrindavana e Mayapur.

 

As contribuições mais significativas de Srila Prabhupada talvez sejam seus livros. Ele escreveu mais de 70 volumes sobre a tradição de Krishna, altamente respeitados por estudiosos graças à autoridade, profundidade, clareza e fidelidade à tradição. Várias de suas obras são usadas como livros didáticos em inúmeros cursos universitários. Seus escritos foram traduzidos para 76 idiomas. Suas obras mais importantes são: Bhagavad-gita como ele é; Srimad-Bhagavatam e Sri Caitanya-Charitamrita.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

SRI KRISHNA JANMASHTAMI ky jaya! hoje é o dia do aparecimento transcendental de Sri krsna. 26/08/2024 jejum até a meia noite.







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Por que a prisão do CEO do Telegram é tão perigosa para a sociedade | PHVOX - Análises geopolíticas e Formação

 Por que a prisão do CEO do Telegram é tão perigosa para a sociedade
A prisão de Pavel Durov, CEO do Telegram, em um aeroporto de Paris preocupa os proprietários de outras plataformas que alertam sobre as próximas ações de censura. Ironicamente, e como afirma o jornalista americano Tucker Carlson, não foi o presidente russo Vladimir Putin quem o prendeu, mas um país europeu, onde deveria haver liberdade de expressão.

As acusações contra o CEO do Telegram estão relacionadas a “várias violações de seu serviço de mensagens criptografadas”, cujo mandado de prisão foi emitido pelo Escritório Francês de Luta contra a Violência contra Menores (OFMIN) como parte de uma investigação sobre supostos crimes que vão “desde fraude, tráfico de drogas, cyberbullying, crime organizado e glorificação do terrorismo”, de acordo com o jornal francês Le Monde.

O caso é acompanhado de perto por Elon Musk, CEO da X. Ele não apenas republicou uma entrevista que Pavel Durov deu a Carlson, para o dono da Tesla é uma questão de tempo até que as organizações ocidentais queiram ir contra sua própria plataforma. Ele aproveitou a oportunidade para lembrar que “moderação é uma palavra de propaganda para censura”.

O discurso de Durov que incomoda a França
A “falta de moderação no Telegram e a falta de cooperação” de Pavel Durov em relação às autoridades fazem parte das acusações do sistema de justiça francês. Considerando que a plataforma de mensagens tem mais de 950 milhões de usuários ativos mensais e é um dos cinco aplicativos mais baixados do mundo, não faltam motivos para este país e a União Europeia quererem controlá-la argumentando “proteção dos usuários”.

Por ser um defensor da liberdade de expressão, ele conquistou Putin como inimigo e, ao mesmo tempo, parte dos governos ocidentais. A pista está na entrevista que ele deu ao jornalista americano: “A humanidade precisa de uma plataforma neutra como o Telegram que respeite a vida privada e a liberdade das pessoas (…) Na realidade, não importa se é usado pela oposição ou pelo partido no poder. As regras são as mesmas para todas as partes. Dessa forma, somos imparciais”, disse ele na época. Esta foi a resposta de Tucker Carlson após a prisão:

“Pavel Durov está esta noite em uma prisão francesa, um aviso vivo para qualquer proprietário de plataforma que se recuse a censurar a verdade a mando de governos e agências de inteligência. A escuridão está descendo rapidamente sobre o mundo anteriormente livre.

Pavel Durov deixou a Rússia quando o governo tentou controlar sua empresa de mídia social, o Telegram. Mas, no final, não foi Putin quem o prendeu por permitir que o público exercesse a liberdade de expressão. Era um país ocidental, um aliado do governo Biden e membro entusiasmado da OTAN,… https://t.co/F83E9GbNHC

Defensor da liberdade
Pavel Durov controlava o Telegram do exílio em Dubai. Lá, sua empresa “se refugiou das regras de moderação do Estado, em um momento em que a União Europeia, como os Estados Unidos, pressiona grandes plataformas a remover conteúdo ilegal”.

Em 2006, ele fundou o Vkontakte, o Facebook russo, mas o vendeu em 2014 para a Rússia por se recusar a bloquear os grupos de organizadores dos maiores protestos antigovernamentais, ocorridos em 2011, desde a queda da União Soviética. Os aviões de papel feitos de notas de dólar que ele lançou de seu escritório quando ainda dirigia a outra plataforma foram a prévia da criação do Telegram, fundado com seu irmão Nikolai.

Respondendo às acusações de que terroristas ou traficantes de drogas usam o Telegram para se organizar, Durov disse que isso “não deve ser usado como desculpa para organizar uma caça às bruxas ou transformar a sociedade em um campo de concentração”.

Chris Pavlovski, CEO do Rumble – uma versão menos restritiva do YouTube – também se manifestou depois de conseguir deixar a Europa: “A França ameaçou o Rumble e agora cruzou uma linha vermelha ao prender o CEO do Telegram, Pavel Durov, por supostamente não censurar o discurso”.

De Oriana Rivas para o PanAm Post.

EXEMPLOS NÃO SÃO DEMONSTRAÇÕES - Ledo Vaccaro

Jean Carn - My Love Dont Come Easy

domingo, 25 de agosto de 2024

Fases do Processo Revolucionário. (feito com Spreaker)

A estrutura das revoluções


A maioria dos trabalhos sobre as revoluções, a mentalidade ou o espírito revolucionário (como queiram chamar), dizem respeito a um fenômeno visto como único, que teve um começo e obedece a certos padrões históricos. Podemos analisar essas tendências por meio das diversas heresias que existiram, principalmente a heresia gnóstica, que reapareceu inúmeras vezes ao longo da história e possui uma grande variedade de formas, incluindo o que podemos chamar de ideologia do mundo moderno, segundo Eric Voegelin.

Temos o conceito da mentalidade revolucionária, sobre o qual mais se ocupou o filósofo Olavo de Carvalho, que diz respeito aos ideais que principiaram aquela forma de pensar e que, mais tarde, deram origem a movimentos políticos e ideológicos. Temos ainda alguns trabalhos do polonês, Leszek Kolakowski, que retrocede ao que chama de “espírito” revolucionário, abordando, por exemplo, o anseio de uma organização escatológica dualista expressa por Lutero. Mas temos ainda uma terceira fonte sobre o tema que é a obra Revolução e Contra-Revolução, de Plinio Corrêa de Oliveira, que trata mais especialmente, não da origem das ideias, mas das manifestações públicas, entre teológicas, políticas e culturais, que se apresentaram na história. Considerando, portanto, as causas investigadas por Olavo de Carvalho e Kolakowski, podemos facilmente explicar o fenômeno prenunciado por Plinio Corrrêa, que não estudou propriamente as obras dos ideólogos ou intelectuais revolucionários em busca de sua fonte, mas de certa forma anteviu todo o processo que hoje vemos e, a partir do qual, é possível observar uma estrutura muito lógica do processo. O que é mais importante: toda essa estrutura é confirmada historicamente.

Poderíamos em outro momento enumerar algumas divergências pontuais, mas que do ponto de vista didático da exposição têm menor relevância, ainda que sirvam para uma compreensão ampla.

Muitas análises históricas a esse respeito foram feitas a partir da mentalidade revolucionária de Olavo de Carvalho, que expõe as origens das ideias. No entanto, estando ela bem compreendida, parece coincidir de maneira análoga ao processo descrito por Plinio Corrêa de Oliveira, conhecido por oferecer uma resistência estritamente católica contra esse processo.

Partindo da obra de Plinio, portanto, façamos umas observações que nos conduzam ao melhor entendimento do atual estágio do processo revolucionário. Importante ressaltar aquilo que ficará claro ao longo do texto, o fato de que, para Plinio, a Revolução nada mais é que uma obra do próprio Demônio para destruir a Civilização Cristã, o que já se encontra no estágio vitorioso, ao menos aos olhos daquela parte do mundo sobre a qual o pai da mentira estabeleceu seu império cultural, político e espiritual de erros.

Para Plinio, o ideal final da Revolução foi, desde seu início, promover uma adoração e culto mundial ao próprio Lúcifer, o que se vê hoje em formas literalmente expostas na cultura vigente. Mas como esse ideal já estava impresso na sua estrutura?

Primeira Revolução

Para Plinio, o primeiro fenômeno revolucionário de impacto foi a Reforma Protestante. Ela deu início à primeira iniciativa pública, política e de grande envergadura que, pela primeira vez na história, ousou negar Roma e dizer um imenso “não” à legitimidade do Papa reinante e da Igreja Católica como mediadora da salvação. Como obra tipicamente satânica (que não por acaso contou com a ajuda da Maçonaria na Alemanha), o protestantismo inaugura uma afirmação de Cristo (Deus Filho), mas por meio da negação da Sua Igreja.

O protestantismo representou uma reedição da “libertação” gnóstica, que a pretexto de romper um poder opressor de Roma, repetia a mensagem da Serpente do Éden em uma versão teológica.

Nota-se a assinatura gnóstica do igualitarismo na tese do livre exame e da própria ideia de uma independência e nacionalização da Igreja na Alemanha, cujos devaneios já vinham desde o ufanismo do Império Romano Germânico. Se o pertencimento à mesma Igreja unia a Europa, o novo nacionalismo surgiu para a dividir. O nacionalismo, com Lutero e Calvino, é reinaugurado na Europa como fruto deste igualitarismo com o qual será marcado historicamente pela mentalidade revolucionária e do qual nunca mais será libertado.

As monarquias europeias se dividiram entre reinados católicos e protestantes, removendo quaisquer lealdades que pudessem auxiliar numa resistência a ideais revolucionários que viriam a seguir.

Segunda Revolução

O segundo ápice revolucionário na história foi a Revolução Francesa, na qual a partir de uma afirmação de Deus Pai, negava-se Cristo e a Sua Igreja Católica. Já não havia uma afirmação protestante de um “Cristo sem Igreja” ou igualitário que nega a Eucaristia, mas apenas um Deus-Pai identificado com um “Grande Arquiteto do Universo”. Esse novo Deus, que já aparecia na filosofia moderna, visava unir sob a razão humana aquilo que o protestantismo dividiu. Mas deu origem a mais uma revolução. A maçonaria recém reformulada foi uma das maiores promotoras da Revolução, que ambicionava nada menos que decapitar literalmente tudo o que representasse o poder espiritual sobre o temporal, daí as guilhotinas contra os monarcas. A monarquia como estrutura natural e divinamente inspirada, por ser ligada à Igreja Católica, torna-se uma das primeiras vítimas desse processo revolucionário. Era preciso decapitar a Igreja Católica do poder. Surge o ideal da República, um tipo de governo que já é marcado pelo indiferentismo religioso característico da maçonaria.

A força da Revolução Francesa foi muito mais simbólica, pois legou à política vindoura todos os seus símbolos, crenças e lugares comuns, como a luta contra a pobreza, a desigualdade etc, tudo alicerçado no anticatolicismo militante e violento.

Terceira revolução

A terceira etapa foi o comunismo marxista, que através do ateísmo resultante das ideias desenvolvidas antes, durante e depois da Revolução Francesa, já não afirmava absolutamente nada e apenas negava Deus em sua mais explícita manifestação. Ali novamente a perseguição aos cristãos se tornou aberta e sanguinária. Mas o principal aspecto foi a redução do homem ao aspecto econômico, o que a inscreve como uma revolução de cunho liberal. O liberalismo, apresentado muitas vezes como oposto ao marxismo, foi na verdade o que possibilitou o comunismo ateu militante e sua sanha destruidora em nome do controle total sobre a economia e, consequentemente, sobre o homem.

Quarta Revolução

Aquela que é considerada a quarta etapa revolucionária não conta exatamente com um fato histórico, embora possa ser simbolizada por Maio de 68. Trata-se de uma revolução que se manifesta, não mais no campo teológico, como o protestantismo, ou simbólico-político da França, tampouco se restringe ao aspecto político ideológico do comunismo. A quarta revolução é aquela que se passa no coração do homem. Depois da negação da Igreja, de Cristo e de Deus, só poderia vir a afirmação do homem. Como um desenvolvimento daquelas ideias antropocentristas da Renascença, a modernidade do século XX pode chegar a um sistema social, cultural e psicológico que coloca o homem no centro de todas as preocupações. A revolução do consumismo e da propaganda ocupam lugar central neste processo, assim como as ideologias pacifistas, o movimento hippie, a contracultura etc. Infiltrada e vitimada de dentro por esse processo, teólogos da Igreja Católica buscaram, em dado momento, dar respostas para isso através da adesão da filosofia personalista, sem perceber que se estava apenas reafirmando um dos “estopins” da revolução como se apresentava então.

É nesta fase que podemos falar em uma superação do marxismo clássico e surgimento, por meio de suas outras formas, do que chamamos de globalismo, isto é, do projeto de uma Nova Ordem Mundial, do pacifismo, do ecologismo etc.

Importante destacar aqui um dos aspectos deste motor revolucionário final: a exploração dos vícios humanos pela propaganda, seja ela liberal (consumismo), seja pela via dos movimentos identitários originados do marxismo, que adaptou-se ao individualismo moderno através do identitarismo.

Quinta Revolução

Sendo um dos motores revolucionários a exploração dos vícios capitais, levados sempre adiante com o fim dos seus extremos, o final do processo de adoração do homem só pode terminar na adoração do próprio Demônio, etapa que pode ser encarada como final.

A Quinta Revolução se refere ao culto do próprio Lúcifer, aberto e público, isto é ao Satanismo. Apesar do sentido público desse culto, nem sempre é claro aos que estão imersos no lamaçal de vícios da revolução anterior. Mesmo aqueles que não se encontram numa miséria extrema de vícios, o fato de viverem e comungarem com teses e comportamentos do mundo moderno, os faz normalizar ofensas a Deus em manifestações que já ganharam expressões simbólicas e culturais, incapacitando os consumidores dessa cultura para identificarem o culto literal ao Diabo quando este aparece diante deles.

Estrutura da transição de uma revolução para a outra

Uma das coisas que nos ajuda a antever ou a identificar a era revolucionária em que estamos é a compreensão do processo de transição entre elas. Um dos mais evidentes chama-se saturação. Trata-se do cansaço ou da extrema exibição de certo padrão social visto como vigente, contra o qual uma força se insurge, dando origem ao processo seguinte.

Um exemplo está na cultura do Romantismo, na Europa, que levava a uma melancolia poética disseminada pela literatura e se refletia nas vestimentas de exageros de modéstia caricatos, que culminava em problemas de saúde. Ansiava-se por morrer de tuberculose, em um quase culto da doença. Esse movimento foi tão obviamente proposital que, no palácio de Versalhes, um baile convocado pela nobreza (uma nobreza já bastante revolucionária e cínica), não possuía banheiros, tendo sido objeto dos jornais a verdadeira porcaria de que resultou no dia seguinte.

Este exemplo basta para ter ideia de um certo cinismo na nobreza pouco antes das revoluções comportamentais e dos vestuários, que passaram a valorizar um culto oposto, o da saúde, dos hábitos saudáveis, roupas curtas e arejadas, em uma espécie de libertação das amarras da sociedade opressora e tradicional. Coincidência ou não, era no final do século XIX que surgiu a grande moda do naturalismo, nudismo e culto à natureza e à libertação esotérica orientalista (Monte Veritá), nos países aonde o Romantismo foi especialmente marcante.

O processo da Saturação se resume pelo uso de exageros ou caricaturas para instrumentalizar os próprios críticos e a opinião pública a serviço de um novo horizonte sobre o qual, em geral, não se imagina que chegará. Isso quer dizer que os revolucionários utilizam as reações dos seus próprios críticos, desde que estes não conheçam perfeitamente os seus objetivos finais, para colaborarem ativamente em favor deles.

Partindo deste exemplo, que levou à transição que preparou a sociedade para a Quarta Revolução, pensemos em como a sociedade atual, ainda imersa em um resto dessa quarta, o globalismo, prepara o surgimento da terrível Quinta Revolução.

O motor revolucionário por excelência, de acordo com Plinio, são o orgulho e a sensualidade. Não por acaso, esses são os dois ramos dos vícios da árvore dos vícios e das virtudes, que o grande educador Hugo de São Vitor utilizou para explicar os fins da educação medieval e suas ameaças à boa educação. Os ganhos que se originam desses dois vícios evoluem para as mil e uma combinações que vemos hoje em todas as ideologias modernas. Pois bem.

O globalismo, assim, como símbolo desta Quarta Revolução, sendo aquela que se passa no coração do homem, é a exploração, pelo Demônio, desses vícios até ao seu máximo possível, originando aberrações como as que vemos hoje: aborto, ideologia de gênero, teoria queer, bestialidades, incesto, pansexualismo etc, etc. Por definição e compreendendo essa estrutura que inclui as consequências dos vícios humanos, o resultado fatalmente será a chegada final e triste na pessoa do próprio Satanás, marca da revolução seguinte.

Ora, o avanço desse processo produz uma óbvia revolta moral na alma humana, o que leva fatalmente a um despertar de consciências que cresce à medida que avançam as aberrações. Se essas consciências estiverem atentas a esse processo, elas poderão pará-lo ao antever o próximo passo. Mas se não o conhecem, agem em benefício da transição para a etapa seguinte.

Se o globalismo é a ação indireta do Demônio na exploração da “Libido dominandi”, é o eurasianismo russo, de caráter abertamente satânico, a base para o estabelecimento de uma ação direta do Príncipe das Trevas através do disfarce de tradição, que leva inevitavelmente todos aqueles críticos da revolução anterior. Isso explica a insistência de Aleksandr Dugin com a oposição ao globalismo, ainda que sua matriz ocultista e esotérica o leve a origens comuns de ambos os movimentos.

Como um efeito de saturação neste processo, temos a Pandemia, que apesentou de maneira quase didática os ideais globalistas em uma quase caricatura dos efeitos da modernidade como utopia racional e cientificista, levando a um “empoderamento” e síntese confusa entre pós-modernidade e tradicionalismo, não por acaso a mistura usada por Dugin como navio quebra-gelo contra o Ocidente. A pandemia reuniu e agrupou conservadores, terapeutas holísticos e toda sorte de esotéricos, numa crítica geral à mentalidade vigente cujas bases nunca foram pura e simplesmente um materialismo racionalista, mas uma utópica libertação humana de raiz gnóstica. Através do duguinismo, apresentado como “libertação tradicionalista”, resgatou-se o perenialismo de nomes como René Guénon, cuja matriz parte de uma metafísica abertamente gnóstica, levando jovens e velhos descontentes com um suposto materialismo a se alistarem na guerra pela volta de um espiritualismo sobre o qual mal conhecem.

Neste sentido, resta-nos o alerta de Plinio Corrêa de Oliveira, que uniu a sua resistência contra-revolucionária à defesa da Igreja Católica, que como dizia Olavo de Carvalho, é a única capaz de restaurar um mínimo de sanidade no mundo. Mas sob os olhos dos filhos da quarta revolução, esta Igreja está morta e crucificada num altar de fracasso político, ideológico e cultural. Resta aos apóstolos da confiança a fé que durará para sempre, ao contrário dos que optam por abandonar o barco durante a tempestade em que Deus, aos olhos do mundo, parece dormir tranquilamente enquanto O ofendem de mil e uma formas.

NOTA: Recomendo ler os diversos textos publicados no Instituto Estudos Nacionais sobre o fenômeno do eurasianismo russo ou duguinismo, que demonstram a sua filiação gnóstica e, mais explicitamente, satânica. Em breve, o Instituto irá lançar uma obra completa com exposição histórica das raízes ocultistas dessa ideologia que se apresenta, hoje, como uma das maiores ameaças aos católicos.

Autor

  • Cristian Derosa

Jornalista e escritor, autor do livro O Sol Negro da Rússia: as raízes ocultistas do eurasianismo, além de outros 5 títulos sobre jornalismo e opinião pública. Editor e fundador do site do Instituto Estudos Nacionais

Fonte 


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