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Tilaka: A Marca de Deus
Rohininandana Dasa
O que é tilaka? Por que decorar o corpo? Quem pode usar? Quando usar? Por que existem diferentes tipos de tilaka? De que é feita? Como aplicar?
Qualquer um desejoso de reconhecer esta simples verdade: “Sou servo do Senhor Krishna”, pode usar tilaka, a marca de barro que os devotos usam na testa e em outros lugares em seu corpo. Você talvez não sinta que possui muita devoção a Krishna, mas você não fica proibido de usar tilaka, porque se trata de um sinal de que você está tentando ser Seu devoto. Ademais, as qualificações para ser um devoto de Krishna logo se desenvolvem em uma pessoa que aprende a arte de usar tilaka.
Por que Decorar o Corpo?
O devoto de Krishna decora o corpo porque se trata de um templo de Deus. Em vez de decorarmos nosso corpo como se fosse o eu, ou em vez de o destruirmos ou o desprezarmos por suas emissões imundas, podemos respeitá-lo e cuidar dele como a residência do Senhor Supremo. A alma vive dentro do corpo, assim como a Superalma, o Senhor. Assim como uma casa é construída e mantida para o prazer de seu proprietário, o “nosso” corpo se destina ao prazer de seu verdadeiro dono, o Senhor Krishna. Decorar o corpo com tilaka agrada-O.
Aplicar tilaka nos ajuda a nos lembrarmos de que pertencemos a Krishna. E quando outros veem uma pessoa usando tilaka, eles não apenas se lembram de Krishna como se livram de reações pecaminosas.
Garotinha de tilaka.
Quando usamos tilaka no corpo, o Senhor nos protege de todos os lados. Quando Srila Prabhupada iniciou uma discípula com o nome de Tilaka Dasi, ele lhe disse que tilaka significa “a vitória personificada”.
Quando Usar Tilaka
Embora você possa aplicar tilaka a qualquer hora, o melhor momento é após o banho. O uso de tilaka é especialmente apropriado durante o seu puja, ou adoração, em casa. Quando estiverem adorando em família, todos podem usar, ou ao menos a pessoa que está oferecendo o arati (o pujari). Você também pode usar tilaka quando em visita a um templo ou em festivais como o Ratha-yatra.
Um importante momento para usar tilaka é na hora da morte. Quer antes de morrer, quer logo após a morte, se você aplicar tilaka pelo menos na fronte da pessoa, ela se beneficiará eternamente. É claro que a morte pode vir a qualquer momento, em virtude do que é inteligente usar tilaka sempre.
Você talvez se sinta envergonhado em relação a usar tilaka publicamente, mas não tire conclusões precipitadas quanto ao que outros pensarão. Eles talvez fiquem intrigados. Srila Prabhupada contou uma história sobre uma fábrica na Índia onde a maioria dos trabalhadores hindus costumava usar tilaka. Quando seu novo chefe, um muçulmano, disse-lhes que quem continuasse usando tilaka perderia seu emprego, todos, no dia seguinte, foram trabalhar sem nenhuma marca na testa – exceto um empregado. O chefe, então, convocou uma reunião, na qual anunciou que, daquele dia em diante, apenas aquele homem corajoso estava autorizado a usar tilaka.
Diferentes Tipos de Tilaka
Caso você viaje pela Índia, verá variadas marcas adornando a testa e o corpo das pessoas. Tais marcas indicam sua afiliação a grupos particulares e sua devoção a determinada forma de Deus ou semideus. Basicamente, você verá dois tipos de tilaka: a marca vertical dos vaishnavas, ou devotos de Krishna e Suas encarnações, e as três linhas horizontais dos shaivites, seguidores de Shiva e partidários da concepção impessoal de Deus.
Entre os vaishnavas, há muitos subgrupos, identificáveis pelo estilo de seu tilaka – seu formato, sua cor e o tipo de material utilizado para fazê-la. O tilaka usado pelos devotos no Movimento Hare Krishna indica que pertencemos à linha discipular do Senhor Chaitanya Mahaprabhu. A parte superior de tal tilaka, com formato similar a um diapasão, representa a pegada do Senhor Krishna, e a parte em forma de folha sobre o nariz representa uma folha de tulasi, a planta favorita de Krishna.
Os pés de lótus de Krishna com folhas de tulasi sobre os mesmos.
As duas linhas também representam as paredes de um templo de Radha-Krishna, e o espaço entre as linhas é a morada de Radha e Krishna. Para outros vaishnavas, as duas linhas podem indicar Brahma e Shiva, e o espaço intermediário, a morada de Vishnu. Uma linha vermelha no centro pode representar Lakshmi, a eterna consorte do Senhor Vishnu. As duas linhas também podem indicar as margens do Yamuna. Ou podem representar o Senhor Rama e Lakshmana de pé de ambos os lados de Sita. Nesse caso, o golpe na base do tilaka representa o devoto Hanuman ajoelhado aos pés dEles. Os estilos de tilaka são tão variados quanto os entendimentos por trás deles.
Como Obter o Barro
Devotos da ISKCON em geral aplicam seu tilaka com um barro cor de creme chamado gopi-candana, obtido a partir de um lago sagrado próximo a Dvaraka, a antiga cidade do Senhor Krishna na costa oeste de Guzerate. As maiores devotas de Krishna, as gopis, certa vez visitaram esse lago. Não é difícil conseguir gopi-candana com algum membro da ISKCON. Caso não consiga, o barro de Vrindavana ou de qualquer outra terra sagrada é bom. Você pode até mesmo usar argila de oleiro. De acordo com o Hari-bhakti-vilasa, um livro de autoria de Srila Sanatana Gosvami sobre práticas vaishnavas, qualquer tipo de terra pode ser utilizada para o tilaka, especialmente a terra das margens de um rio ou a terra sob um arbusto de tulasi.
Prabhupada aplicando tilaka com a ajuda de um pequeno espelho.
Coloque um pouco de água na palma de sua mão esquerda e mova seu bloco ou bola de tilaka vigorosamente até que você obtenha uma pasta consistente. Enquanto faz isso, entoe o mantra Hare Krishna, ou, se preferir, você pode recitar um mantra do Padma Purana mencionado por Srila Prabhupada em seu comentário ao Chaitanya-charitamrita (Madhya 20.202).
Como Aplicar Tilaka
Aplique a tilaka com o dedo anelar de sua mão direita. Faça uma marca – aproximadamente da largura do espaço entre suas sobrancelhas – do começo do seu nariz até o começo de seu couro cabeludo. Agora, utilize outro dedo, talvez o dedo menor, para criar um espaço vazio no meio a fim de formar duas linhas verticais. Se essas linhas saírem tortas, você pode endireitá-las com um terceiro dedo. Se sua testa for irregular, como a minha, você pode desenvolver sua própria maneira de aplicar o barro. Enquanto faz essa parte do “u” de cabeça para baixo, você deve recitar o seguinte mantra: Om keshavaya namah, cujo significado é: “Ó meu Senhor Keshava, ofereço-Vos minhas respeitosas reverências”. Agora, faça a marca em formato de folha, a qual deve se estender da base das linhas até cerca de três quartos do nariz.
Após marcar sua testa, aplique o tilaka a outras onze partes de seu corpo, como na figura abaixo e com os respectivos mantras. A ordem que isso deve ser feito é a seguinte: centro da barriga, peito, garganta, lado direito da barriga, braço direito, ombro direito, lado esquerdo da barriga, braço esquerdo, ombro esquerdo, parte superior das costas e parte inferior das costas. Por fim, qualquer tilaka restante deve ser passada no topo da cabeça com este mantra: Om vasudevaya namah.
Se você não consegue obter o barro para aplicar o tilaka, ou se usar tilaka criará uma má relação entre você e seu empregador ou situação análoga, você pode fazer todo o processo ensinado usando apenas água. Use água que tenha banhado a Deidade ou um pouco de água pura que você tenha santificado entoando o mantra Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare. Entoando os nomes do Senhor e aplicando a invisível representação de Seu templo, você estará protegido e espiritualmente inspirado para um dia consciente de Krishna.
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Dengue: conheça a proposta de profilaxia e tratamento dos professores Roberto Hirsch e Héctor Carvallo, cientistas pioneiros contra a COVID-19
Professor Héctor Carvallo palestrando durante congresso dos Médicos Pela Vida. Foto: Arquivo MPV
O Dr. Héctor Carvallo, ex-diretor do Hospital Ezeiza e professor de medicina na renomada Universidade de Buenos Aires, juntamente com o Dr. Roberto Hirsch, também professor de medicina da Universidade de Buenos Aires e chefe do departamento de infectologia do Hospital Muniz, a principal instituição argentina especializada em doenças infecciosas, uniram esforços para conduzir um estudo, ainda em fase de pré-publicação, sobre as potenciais abordagens de tratamento da dengue utilizando a ivermectina.
Histórico dos professores
Os professores Carvallo e Hirsch desempenharam um papel pioneiro a nível global no estudo da ivermectina como medida de profilaxia contra a COVID-19. Foi sob a liderança deles que o primeiro estudo sobre a eficácia da ivermectina na prevenção do SARS-CoV-2 foi lançado. Desde então, mais 16 estudos foram conduzidos sobre o uso desse medicamento nessas condições, totalizando, atualmente, 17 estudos, todos apresentando resultados positivos, incluindo quatro estudos randomizados, considerados como “padrão ouro”.
Em virtude do conhecimento formidável e do pioneirismo, os professores Carvallo e Hirsch foram convidados a palestrar no segundo Congresso do MPV, realizado em Foz do Iguaçu em julho de 2022.
Além disso, o Dr Carvallo, posteriormente tornou-se conselheiro clínico do FLCCC – Front Line COVID-19 Critical Care Alliance, iniciativa dos renomados professores Paul Marik e Pierre Kory, na produção de estudos contra a COVID-19 utilizando medicamentos reposicionados. O Dr Carvallo também é editor chefe do periódico científico Research & Applied Medicine.
O estudo
Leia trechos traduzidos do estudo e a proposta de tratamento dos professores. No início, eles explicam detalhes da doença:
RESUMO
A doença atualmente conhecida como Dengue foi descrita há mais de 2000 anos. Trata-se de uma arbovirose, sendo os mosquitos da família Aedes seus vetores. A incidência de dengue está aumentando em quase todo o mundo. Não foram descritos tratamentos eficazes. As vacinas ainda são experimentais e de alto risco. Nem uma forma satisfatória de profilaxia nem um tratamento eficaz foram desenvolvidos até o momento. No presente trabalho, atualizamos o conhecimento sobre esse vírus, apresentando uma alternativa eficaz, simples, segura e acessível para sua erradicação.
CONCEITOS SOBRE DOENÇAS EMERGENTES E REEMERGENTES
Uma doença infecciosa emergente é aquela causada por um agente infeccioso recém-identificado e previamente desconhecido, capaz de causar problemas de saúde pública em nível local, regional ou global. As doenças reemergentes são definidas pelo reaparecimento e aumento no número de infecções de uma patologia já conhecida que, devido aos poucos casos registrados, já havia deixado de ser considerada um problema de saúde pública, mas que agora causa um retorno alarmante. No caso específico da Dengue, em nosso ambiente – Argentina – trata-se de uma doença reemergente, e já está entrando na categoria endêmica.
CONCEITOS SOBRE OS VÍRUS DA DENGUE
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública causados por doenças transmissíveis nas Américas. A febre do dengue e, além disso, a febre hemorrágica da dengue constituem um ônus econômico para as regiões afetadas. Os custos diretos e indiretos de cada epidemia incluem cuidados médicos, às vezes com terapia intensiva; a perda na produção devido à ausência do trabalho de adultos doentes e parentes de crianças afetadas e, em alguns casos, outras perdas importantes, como a diminuição do turismo.As condições de risco são dadas por:
(a) altos níveis de infestação por Aedes;
(b) atividade epidêmica de dengue e FHD (febre hemorrágica da dengue) em países vizinhos (Brasil: sorotipos DEN1, DEN2 e DEN3, incluindo cidades com FHD, e Paraguai: DEN1 e DEN2);
(c) alto movimento populacional em direção a países com transmissão ativa.
(d) ausência de atividades sustentadas de controle do vetor.O ciclo de vida do vírus envolve o mosquito (A. aegypti, A. Spegazzini e A. Albopictus) como hospedeiro e vetor intermediário.
O PAPEL DO PACIENTE ASSINTOMÁTICO COMO INDICADOR DE RISCO E GERAÇÃO DE SURTOS
Um estudo recente sugere que o número de infecções “ocultas” em uma área (pessoas infectadas sem sintomas) é o indicador-chave do risco de dengue na região. O número de mosquitos em um local por si só não prevê o risco de infecção. Em geral, cerca de 50-70% dos casos de dengue são assintomáticos, tornando a detecção pelos profissionais de saúde pública impraticável, e o estudo atual revela que casos assintomáticos estão associados a um terço das transmissões.Em Iquitos, Peru, foram coletados dados ao longo de seis anos. O estudo envolveu 4.600 pessoas em dois bairros diferentes. Observou-se que os casos de pacientes sintomáticos representariam apenas a ponta do iceberg da doença no contexto de um surto. Pessoas infectadas que não desenvolvem sintomas continuam suas rotinas diárias, infectando inadvertidamente qualquer mosquito que as pique, podendo assim espalhar o vírus para mais pessoas. Os participantes do estudo foram entrevistados três vezes por semana sobre sua mobilidade. Esses dados foram utilizados para mapear “espaços de atividade”, como residências, igrejas e escolas. Os participantes do estudo também foram acompanhados para determinar se apresentavam algum sintoma de dengue. Os testes de sangue confirmaram um total de 257 casos sintomáticos durante o período de seis anos do estudo. Isso levou a investigações de outros participantes cujos espaços de atividade se sobrepuseram aos casos sintomáticos. Os testes de sangue confirmaram que mais de 2.000 desses contatos baseados em local tinham infecções por dengue, e mais da metade deles relatou não ter nenhum sintoma perceptível. Os resultados também identificam o papel dos “superspreaders” assintomáticos em um surto de dengue. Um pequeno número de locais de atividade (8%) estava associado a mais da metade das infecções, e a maioria dos casos associados a esses locais eram de pacientes assintomáticos. O estudo também detalhou as infecções por sorotipo de vírus. Além disso, foi medida a quantidade de mosquitos nos espaços de atividade. A partir deste estudo, foi possível concluir que a previsão do risco para um local requer uma série de circunstâncias:
- Um grande número de casos assintomáticos frequentando o local combinado com altos níveis de mosquitos e
- Um grande número de pessoas não está imune ao sorotipo específico do vírus da dengue que está circulando.
CONCEITOS SOBRE IVERMECTINA
A Ivermectina é um antiparasitário (endodecticida), com propriedades nematicidas e ectoparasiticidas. É uma lactona macrocíclica derivada das avermectinas, um grupo de agentes antiparasitários altamente ativos contra endoparasitas, isolados por fermentação do microorganismo do solo Streptomyces avermitilis. Foi descoberta em 1960 no Japão por Satoshi Omura. Em 1981, William C. Campbell iniciou os estudos que permitiram seu uso veterinário.Ambos receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 2015. Em 1985, os franceses demonstraram sua utilidade na oncocercose na África. Foi aprovada em 1997 pela FDA para o tratamento de estrongiloidíase e sarna crostosa em pacientes com AIDS. A Ivermectina é um análogo semissintético da Avermectina B1a (Abamectina). É composta por uma mistura contendo pelo menos 80-90% de 22,23-dihidroavermectina B1a e 10-20% de 22,23-dihidroavermectina B1b.
Os dois homólogos (B1a e B1b) diferem apenas por um grupo metila (CH2). A Ivermectina é a 22,23-dihidroavermectina B1. Vários tipos de avermectinas são conhecidos hoje:
- Ivermectina
- Abamectina
- Doramectina
- Moxidectina
- Emamectina
- Nemadectina
- Eprinomectina
- Selamectina
Dentre todas, a única indicada e testada em humanos é a Ivermectina. A Ivermectina é um pó cristalino branco a amarelado, insolúvel em água, mas solúvel em metanol e etanol a 95%. Na Medicina Humana, tem sido usada em crianças a partir de 5 anos de idade, para o tratamento de ecto e enteroparasitoses. A Ivermectina é geralmente bem tolerada, e as reações adversas são geralmente leves e raras. A maioria das reações adversas tem sido associada ao tratamento de filariose, podendo estar relacionada a uma reação imunológica devido à morte dos parasitas, como ocorre na reação de Mazzotti na oncocercose. Em um estudo duplo-cego, randomizado, controlado por placebo em 68 adultos, doses de Ivermectina de 30 a 60 mg três vezes por semana foram testadas em um grupo e de 90 a 120 mg em dose única em outro grupo, sem observação de efeitos colaterais significativos, demonstrando a tolerância e segurança do medicamento.
PRECAUÇÕES PEDIÁTRICAS
A maioria dos estudos recomenda não utilizar Ivermectina em crianças com menos de 15 quilos ou com menos de dois anos de idade, uma vez que a barreira hematoencefálica pode estar menos desenvolvida do que em crianças mais velhas. No entanto, em outros estudos, a Ivermectina tem sido utilizada a partir de um ano de idade ou em crianças com peso superior a 10 quilos sem efeitos colaterais significativos. Muitos estudos demonstraram que a segurança e eficácia da administração de Ivermectina em crianças são semelhantes às observadas em adultos.PRECAUÇÕES GERIÁTRICAS
Não existem muitos estudos que incluam pacientes com mais de 65 anos; no entanto, ao tratar pacientes geriátricos com escabiose que foram tratados com terapias tópicas convencionais sem melhora, a Ivermectina oral pode ser usada com sucesso e com efeitos colaterais mínimos que podem ser atribuídos ao uso do medicamento. Não foi demonstrado aumento da mortalidade em pacientes geriátricos que receberam tratamento com Ivermectina oral.
Oralmente, e em humanos, a Ivermectina não atravessa a barreira hematoencefálica. É contraindicada durante a gravidez. Recentemente, foram compilados seus efeitos virucidas sobre flavivírus, como Dengue, Zika, Chikungunya, etc. O vírus Chikungunya (CHV) é um arbovírus do gênero Alphavirus, que infectou milhões de pessoas desde sua reemergência na última década. Para testar a eficácia de cerca de 3000 compostos, foi utilizada uma réplica estável do CHV incluída em uma linha celular BHK, com uma luciferase utilizada como repórter. A Ivermectina (EC%=0,6 microM) inibiu a replicação viral de maneira dose-dependente. Também foi ativa contra o flavivírus que causa a malária. Em estudos realizados em animais de fazenda, a administração de Ivermectina causou a morte dos mosquitos que os infectam, de maneira dose-dependente. Isso é aplicável aos mosquitos dos gêneros Anopheles, Culex e Aedes. O estado atual da Ivermectina continua surpreendendo e excitando os cientistas. Foi confirmado que a Ivermectina está intimamente relacionada ao sistema imunológico, atuando como um agente imunomodulador.
A REUTILIZAÇÃO E REPOSICIONAMENTO DA IVERMECTINA
A ivermectina têm mostrado controle sobre uma nova gama de doenças. Por exemplo, miíase orbital, triquinose, malária, leishmaniose, tripanossomíase africana, asma, epilepsia, doenças virais (como o vírus da imunodeficiência humana [HIV], febre do dengue, encefalite), doenças bacterianas (tuberculose e úlcera de Buruli), doenças oncológicas (câncer de mama, leucemia, glioblastoma, câncer cervical, câncer gástrico, câncer de ovário, câncer de cólon, melanoma e câncer de pulmão).A Ivermectina pode se tornar uma droga excepcional no futuro, pois pode ser eficaz para doenças como diabetes, hipercolesterolemia, resistência à insulina, obesidade, hipertrigliceridemia e hiperglicemia. Também pode ser eficaz em doenças mediadas pelo receptor X farnesoide NR1H4 (aterosclerose), fígado gorduroso, colestase e cálculos biliares, inflamação e câncer. Além disso, tem mostrado eficácia contra vírus como HIV, Citomegalovírus Humano (HCMV), Vírus Epstein-Barr (EBV), Papilomavírus Humano (HPV), entre outros.
IVERMECTINA E DENGUE
A Ivermectina já demonstrou sua eficácia na redução da carga viral da dengue, de maneira dose-dependente. A Ivermectina possui um comprovado efeito antiviral contra outros vírus de RNA de fita simples, como a dengue ou a febre amarela, nos quais obteve sucesso na inibição da replicação in vitro. Além disso, possui um papel imunomodulatório interessante de ser avaliado, uma vez que foi observado que um dos grandes problemas do vírus da dengue é a imunoamplificação. O desaparecimento do quadro clínico – quando administrada precocemente – ocorre em menos de 72 horas. Da mesma forma, os indivíduos que recebem doses profiláticas de Ivermectina não contraem dengue, mesmo quando inoculados através da picada de mosquitos Aedes, o que confirma o efeito viricida do composto. Além disso, esses mosquitos morrerão após tal picada, a uma taxa 6 vezes maior que o ciclo de vida normal deles. Isso foi observado em animais de fazenda, que receberam Ivermectina para evitar doenças transmitidas por mosquitos (Culex, Anopheles, Aedes, etc.). Diante desse achado, o efeito foi replicado em voluntários humanos, com igual sucesso.
Yang S et al. identificaram que a molécula de ivermectina pode impedir a entrada de fatores importantes do ciclo de replicação viral no núcleo; por exemplo, no caso do HIV, observou-se que a ivermectina inibe a entrada da integrase no núcleo da célula. No caso da dengue, a ivermectina poderia inibir a entrada da proteína NS5 do vírus da dengue no núcleo do hospedeiro. Posteriormente, esses pesquisadores relataram o ponto exato de impacto da ivermectina. Para evitar a passagem da integrase e NS5 para o núcleo celular, a ivermectina direcionaria uma proteína do hospedeiro, localizada no citoplasma das células, a proteína IMPα/ß1, responsável por transportar essas moléculas para o núcleo da célula hospedeira.
Esquema de profilaxia com ivermectina
IVM, 0,3 mg por quilo de peso, após uma refeição rica em gordura.
Repetir este esquema duas vezes por semana.
Esquema de tratamento com ivermectina
CASOS | DOSE | FREQUÊNCIA | DURAÇÃO |
Leve | 0,4 mg/kg | Uma vez ao dia | 5 dias |
Grave | 0,6 mg/kg | Uma vez ao dia | 7 dias |
CONCLUSÕES / RECOMENDAÇÕES
A dengue e suas doenças arbovirais relacionadas (Zika e Chikungunya) continuam a aumentar nas Américas. O peso econômico que elas implicam está se tornando cada vez maior, assim como o número de fatalidades (inestimáveis em termos monetários).Até o momento, não havia medida de proteção além da remoção de criadouros e do uso de repelentes. A chegada de A. albopictus reduziu a eficácia dos cuidados peridomiciliares, bem como a incidência sazonal. A Ivermectina já foi testada – com sucesso – nesse tipo de patologia. Seu uso é econômico, sua resposta é extremamente satisfatória (tanto na profilaxia quanto no tratamento) e sua segurança foi comprovada em bilhões de doses administradas em outros continentes. Diante de tudo isso, enfatizamos o uso da Ivermectina (conforme os esquemas propostos acima) para superar esse flagelo.
Comentário MPV
O estudo ainda está na fase de pré-publicação e deve ser olhado, portanto, com as ressalvas de sempre, e com o médico fazendo análises de risco e benefícios apropriadas. No entanto, a proposta não deve ser ignorada devido ao impecável histórico dos professores Héctor e Roberto.
Fonte
(PDF) IVERMECTIN IN THE PROPHYLAXIS AND TREATMENT OF DENGUE FEVER
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