sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Rosa-cruz

Rosa-cruz

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Templo da Ordem Rosacruz

"The Temple of the Rosy Cross," Teophilus Schweighardt Constantiens, 1618 .
A Ordem Rosacruz é uma Ordem que foi pela primeira vez publicamente conhecida no século XVII através de três manifestos e insere-se na tradição esotérica ocidental. Esta Ordem hermética é vista por muitos Rosacrucianistas antigos e modernos como um "Colégio de Invisíveis" nos mundos internos, formado por grandes Adeptos, com o intuito de prestar auxílio à evolução espiritual da humanidade.
Por um lado, alguns metafísicos consideram que a Ordem Rosacruz pode ser compreendida, de um ponto de vista mais amplo, como parte, ou inclusive a fonte, da corrente de pensamento hermético-cristã patente no período dos tratados ocidentais de alquimia que se segue à publicação de A Divina Comédia de Dante (1308-1321).
Por outro lado, alguns historiadores sugerem a sua origem num grupo de protestantes alemães, entre os anos de 1607 e 1616, quando três textos anônimos foram elaborados e lançados na Europa: Fama Fraternitatis R.C., Confessio Fraternitatis Rosae Crucis e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz Ano 1459. A influência desses textos foi tão grande que a historiadora Frances Yates denominou este período do século XVII como o período do Iluminismo Rosacruz.

 Lenda e história

Segundo a lenda, exposta no documento "Fama Fraternitatis" (1614), essa fraternidade teria suas origens em Christian Rosenkreuz (de início apenas designado por "Irmão C.R.C."), nascido em 1378 na Alemanha, junto ao rio Reno. Os seus pais teriam sido pessoas ilustres, mas sem grandes posses materiais. Sua educação começou aos quatro anos numa abadia onde aprendeu grego, latim, hebraico e magia. Em 1393, acompanhado de um monge, visitou Damasco, Egito e Marrocos, onde estudou com mestres das artes ocultas, depois do falecimento de seu mestre, em Chipre. Após seu retorno a Alemanha, em 1407, teria fundado a "Fraternidade da Rosa Cruz", de acordo com os ensinamentos obtidos pelos seus mestres árabes, que o teriam curado de uma doença e iniciado no conhecimento de práticas do ocultismo. Teria passado, ainda, cinco anos na Espanha onde três discípulos redigiram os textos que teriam sido os iniciadores da sociedade. Depois, teriam formado a "Casa Sancti Spiritus" (a Casa do Espírito Santo) onde, através da cura de doenças e do amparo daqueles que necessitavam de ajuda, foram desenvolvendo os trabalhos da fraternidade, que pretendia, no futuro, guiar os monarcas na boa condução dos destinos da humanidade. Segundo o texto "Fama Fraternitatis", C.R.C. morreu em 1484, e a localização da sua tumba permaneceu desconhecida durante 120 anos até 1604, quando teria sido, secretamente, redescoberta.
Segundo a lenda constante nos referidos manifestos, a Ordem teria sido fundada por Christian Rosenkreuz, peregrino do século XV; no entanto, a assunção desta datação é discutível devido ao simbolismo e hermeticismo do conteúdo dos manifestos, principalmente nos aspectos numéricos e nas concepções geométricas apresentadas.
Porém, Christian Rosenkreuz é apenas um nome simbólico, que guarda alguns segredos, mistérios em sua etimologia. Seu nome tem paralelo com Cristo ou Christos ou Khrestos, Rosen ou Rosa, e Kreuz, ou Cruz. De fato, em textos de outras grandes religiões, seu nome é um enigma, um mistério, um segredo que apenas "quem tem olhos para ver e ouvidos para entender" é capaz de captar.
Uma outra lenda menos conhecida, veiculada na literatura maçônica — e originada por uma sociedade secreta e altamente hierarquizada do século dezoito na europa central e de leste, ao contrário dos ideais da Fraternidade que se encontra exposta nos manifestos originais, denominada "Gold und Rosenkreuzer" (Rosacruz de Ouro), que tentou realizar, sem sucesso, a submissão da Maçonaria ao seu poder — dispõe que a Ordem Rosa-cruz teria sido criada no ano 46, quando um sábio gnóstico de Alexandria, de nome Ormus e seis discípulos seus foram convertidos por Marcos, o evangelista. A Ordem teria nascido, portanto, da fusão do cristianismo primitivo com os mistérios da mitologia egípcia. Rosenkreuz teria sido, segundo esta ordem de ideias, apenas um Iniciado e, depois, Grande Mestre - não o fundador.
De acordo com Maurice Magre (1877–1941) no seu livro Magicians, Seers, and Mystics Rosenkreutz terá sido o último descendente da família Germelschausen, uma família alemã do século XIII. O seu castelo encontrava-se na Floresta Turíngia na fronteira de Hesse, e eles abraçavam as doutrinas Albigenses. Toda a família teria sido condenada à morte pelo Landgrave Conrad de Turingia, excepto o filho mais novo, com cinco anos de idade. Ele terá sido levado secretamente por um monge, um adepto Albigense de Languedoc e colocado num mosteiro sob influência dos Albigences, onde teria sido educado e onde viria a conhecer os quatro Irmãos que mais tarde estariam a ele associados na fundação da Irmandade Rosacruz. A história de Magre deriva supostamente da tradição oral local.
A existência real de Christian Rosenkreuz divide certos grupos de Rosacrucianos, alguns dos que se intitulam de Rosacruzes. Alguns a aceitam, outros o vêem como um pseudônimo usado por personagens realmente históricos (Francis Bacon, por exemplo).
A primeira informação conhecida publicamente, acerca desta fraternidade, encontra-se nos três documentos denominados "Manifestos Rosacruz", o primeiro dos quais (Fama Fraternitatis R. C., ou "Chamado da Fraternidade da Rosacruz") foi publicado em Kassel (Alemanha) em 1614 -- ainda que cópias manuscritas do mesmo já circulassem desde 1611. Os outros dois documentos foram: Confessio Fraternitatis ("Confissões da Fraternidade Rosacruz") (1615), publicado também em Cassel, e Chymische Hockeit Christiani Rosenkreuz ("Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz") (1616), publicado na então cidade independente de Estrasburgo (posteriormente anexada por França, em 1681).
O Sermão da Montanha que contém os fundamentos do discipulado Cristão, também realçados no manifesto Rosacruz Confessio Fraternitatis: "… nós nos reconhecemos como professando verdadeira e sinceramente Cristo (…) viciamo-nos na verdadeira Filosofia, levamos uma vida Cristã".
Deve-se notar que no segundo manifesto, Confessio Fraternitatis em 1615, é feita a defesa da Fraternidade, exposta no primeiro manifesto em 1614, contra vozes que se levantavam da sociedade colocando em causa a autenticidade e os reais motivos da Ordem Rosacruz. Neste manifesto pode-se encontrar as seguintes passagens que demonstram a linha condutora do pensamento da Fraternidade: que o requisito fundamental para alcançar o conhecimento secreto, de que a Ordem se faz conhecer possuidora, é que "sejamos honestos para obter a compreensão e conhecimento da filosofia"; descrevendo-se simultaneamente como Cristãos, "Que pensam vocês, queridas pessoas, e como parecem afetados, vendo que agora compreendem e sabem, que nós nos reconhecemos como professando verdadeira e sinceramente Cristo", não de um modo exotérico, "condenamos o Papa", e sim no verdadero sentido esotérico do Cristianismo: "viciamo-nos na verdadeira Filosofia, levamos uma vida Cristã". O modo como são expostos os temas nos manifestos originais e a descrição dos mesmos aponta para grande similaridade com o que é conhecido atualmente acerca da filosofia Pitagórica, principalmente na transmissão de conhecimentos e idéias através de aspectos numéricos e concepções geométricas.
A publicação destes textos provocou imensa excitação por toda a Europa, provocando inúmeras reedições e a circulação de diversos panfletos relacionados com os textos, embora os divulgadores de tais panfletos pouco ou nada soubessem sobre as reais intenções do(s) autor(es) original(ais) dos textos, cuja identidade foi desconhecida durante muito tempo. Na sua biografia no final de sua vida, o teólogo Johannes Valentinus Andreae, ou Johann Valentin Andreae (1586-1654), insere o terceiro manifesto Rosacruz publicado anonimamente, "Núpcias Químicas", no rol de escritos de sua autoria. É convicção de alguns autores que Andreae o teria escrito como se fosse o contraponto da Companhia de Jesus. No entanto, esta teoria foi posteriormente contestada por historiadores, principalmente pelos Católicos, que consideravam os documentos como simples propaganda ocultista, de inspiração protestante, contra a influência do bispo de Roma.
Os textos mostravam a necessidade de reforma da sociedade humana, a nível religioso e sócio-cultural, e sobre a forma de atingir esse objetivo através de uma sociedade secreta que promoveria essa mudança no mundo. O texto "Núpcias Químicas de Christian Rosenkreutz", contudo, foi escrito em forma de um romance pleno de simbolismo, e descreve um episódio iniciático na vida de Christian Rosenkreuz, quando já tinha 81 anos.
Em Paris, em 1622 ou 1623, foram colocados posters misteriosos nas paredes, mas não se sabe ao certo quem foram os responsáveis por esse feito. Estes posters incluiam o texto: "Nós, os Deputados do Alto Colégio da Rosa-Cruz, fazemos a nossa estada, visível e invisível, nesta cidade (…)" e "Os pensamentos ligados ao desejo real daquele que busca irá guiar-nos a ele e ele a nós".
A sociedade européia da época, dilacerada por guerras, tantas vezes originadas por causa da religião, favoreceu a propagação destas idéias que chegaram, em pouco tempo, até a Inglaterra e a Itália

 Tradições e influências

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Os primeiros seguidores são, geralmente, identificados como médicos, alquimistas, naturalistas, boticários, adivinhos, filósofos e homens das artes acusados muitas vezes de charlatanice e heresia pelos seus opositores.
Aparentemente sem um corpo dirigente central, assumem-se como um grupo de "Irmãos" (Fraternidade).
Tradicionalmente, os Rosacruzes se dizem herdeiros de tradições antigas que remontam à alquimia medieval, ao gnosticismo, ao ocultismo, ao hermetismo no antigo Egito, à cabala e ao neoplatonismo.
'Poço da Iniciação' (9 estratos): arquitectura baseada em simbolismo Templário, Rosacruz e Maçónico na Quinta da Regaleira (1892-1910), Sintra, Portugal.
Em The Muses' Threnodies por H. Adamson (Perth, 1638) encontram-se as linhas "Pois o que pressagiamos são tumultos em grande, pois nós somos irmandade da Rosa Cruz; Nós temos a Palavra Maçónica e a segunda visão, Coisas por acontecer nós podemos prever acertadamente.". O texto se refere ao conhecimento esotérico que é tradicionalmente atribuído aos rosacruzes.
A Ordem Rosacruz pode ser compreendida, de um ponto de vista mais amplo, como parte da corrente de pensamento hermético-cristã. Nesse contexto, é clara a influência do Corpus Hermeticum que, após 1000 anos de esquecimento, foi traduzido por Marcílio Ficino, a figura central da Academia Platônica de Florença, em 1460, por encomenda de Cosimo de Médici. Nas Núpcias Químicas de Christian Rozenkreuz, é dito que "Hermes é a fonte primordial".
Verifica-se também a influência do pensamento de Paracelsus, citado na Fama Fraternitatis RC: "Teofrasto (Paracelso), por vocação, foi também um desses heróis. Apesar de não haver entrado em nossa Fraternidade, não obstante, ele leu diligentemente o Livro M."
A grande maioria dos personagens relacionados com o lançamento dos "Manifestos Rosacruzes" se originaram do meio luterano alemão. É de se notar que o próprio Lutero foi um dos primeiros a utilizar uma "rosa-cruz" (o "selo de Lutero", ou "rosa de Lutero") como símbolo de sua teologia. Abaixo de muitas rosas de Lutero está a frase: “O coração do cristão permanece em rosas, quando ele permanece sob a cruz.”
É amplamente discutível se os chamados "reformadores radicais" teriam exercido uma forte influência sobre os rosacruzes, ou, como algumas evidências parecem sugerir, se teriam sido os Rosacruzes a influenciar esses reformadores. Esses pensadores e teólogos luteranos acreditavam que a Reforma de Lutero deveria ser ampliada, que a doutrina ortodoxa não era suficiente e que o Cristão devia realizar a comunhão mística com Deus. Entre outros, é possível citar os nomes de Caspar Schwenckfeld, Sebastian Franck e Valentin Weigel. Johann Arndt, teólogo luterano alemão cujos escritos místicos circularam amplamente na Europa no século XVII, amigo e mentor espiritual de Johann Valentinus Andreae e amigo muito próximo de Christoph Besold, também é uma influência conhecida. Arndt foi muito influenciado pelas idéias de Valentin Weigel, e é considerado o “pai” do movimento pietista alemão.
Representação do terceiro olho e sua conexão com os "mundos superiores" pelo Alquimista rosacruciano Robert Fludd. (Rosacruzes .[séc. XVII]: "Nós temos a Palavra Maçónica e a segunda visão, Coisas por acontecer nós podemos prever acertadamente.")
O místico e teósofo luterano alemão Jacob Boehme e o educador Jan Amos Comenius foram contemporâneos do movimento rosacruz original do século XVII e também davam testemunho de uma mesma sabedoria. Comenius chegou a denominar a Unidade dos Irmãos da Boêmia-Morávia, da qual ele foi um dos líderes principais antes de seu desaparecimento, como "Fraternitas Rosae Crucis". Além disso, ele tinha em Johann Valentin Andreae sua primeira fonte de inspiração, considerando-o “um homem de espírito ígneo e de inteligência pura”, tendo-o contactado e recebido deste o archote para dar continuidade à tarefa iniciada. Muitos dos que responderam ao chamado dos manifestos rosacruzes, como Michael Meier e Robert Fludd, também se ligavam à mesma fonte de força espiritual.
O historiador francês Paul Arnold foi o primeiro a considerar os três manifestos como a obra comum do "Círculo de Tübingen", ou seja, o grupo que se reuniu ao redor do (futuro) teólogo Johann Valentinus Andreae e dos juristas Tobias Hess e Christoph Besold, na Universidade de Tübingen (Alemanha). Frances Yates, no entanto, relacionou o rosacrucianismo "clássico" do século XVII unicamente a Frederico do Palatinado e sua corte inglesa em Heidelberg.
Apesar do sucesso da tese de Yates, os historiadores Richard van Dülmen, Martin Brecht e Roland Edighoffer reconstituíam os fatos graças a uma pesquisa histórica aprofundada, que aconteceu a partir de 1977. Brecht e Edighoffer estudaram, ao mesmo tempo e independentemente um do outro, e finalmente provaram a autoria dos manifestos. Andreae se fez conhecer como o autor dos textos (sua “obra pessoal”) e Tobias Hess, defensor do milenarismo e partidário de Paracelso (que, como afirma o historiador Carlos Gilly, "Andreae honrou e defendeu após sua morte, como pai, irmão, mestre, amigo e companheiro"), teria sido o mestre e iniciador do grupo de onde saíram os manifestos da Rosa-Cruz.
Muitos procuraram responder ao "chamado" emitido pelos rosacruzes no século XVII, não apenas naquele séculos, mas também nos seguintes, quando várias organizações com o nome Rosacruz surgiram. Também no século XX surgiram muitas organizações com este nome, todas elas de certa forma co-herdeiras do tesouro espiritual da Rosacruz do século XVII.

 Princípios e objetivos

De um modo geral os rosacrucianos defendem a fraternidade universal entre todos os homens. Para os rosacrucianos, os homens podem desenvolver suas potencialidades para tornarem-se melhores, mais sadios e felizes. O rosacrucianismo tem por objetivo primordial levar o homem ao autoconhecimento e à manifestação de sua real natureza espiritual, a fim de contribuir para a evolução de toda a humanidade.
Estes objetivos, segundo os rosacrucianos, podem ser atingidos por meio de uma mudança pessoal, de hábitos, pensamentos e sentimentos. Segundo eles, isto só é possível ao dissipar o véu de ignorância que cobre os olhos dos homens.
A recompensa daqueles que atingem este objetivo, que é de natureza espiritual, é uma paz profunda consigo próprio; estado este que se irradia do indivíduo e atinge todos em volta, produzindo em todos um reflexo positivo.
O emblema Rosacruz.
O que os rosacruzes querem de fato é a libertação da humanidade do muindo onde hoje ela se encontra, onde pode ser de fato apontado o gnosticismo que significa a crença em outra natureza. O rosacruz tem a consciência de que o homem tem outra proveniência, por isso é nececssario que tenhamos fraternidade como base, pois a humanidade faz parte da mesma coisa, no pensamento da rosa cruz.
O processo em si, creêm os rosacruzes, que passa pelas etapas internas às externas, se resume em uma mudança de hábitos e é regido pela trindade, sentir pensar e agir. O processo é considerado de faculdades internas pois começa, segundo os rosacruzes, no coração ao contrario de qualquer outro movimento.

 Simbolismo

Jóia do 18° Grau "Cavaleiro da Rosa-Cruz" (REAA)
O Emblema Rosacruz, embora com variações, apresenta-se sempre como uma cruz envolvida por uma coroa de rosas, ou com uma rosa ao centro. A rosa representa a espiritualidade, enquanto a cruz representa a matéria.
Outra faceta da Rosa-cruz mais conhecida é o 18º Grau (representando simbolicamente a 9ª Iniciação Menor), o grau de "Cavaleiro Rosa-Cruz", do "Capítulo da Rosa-Cruz" do "Rito Escocês Antigo e Aceito" da Franco-Maçonaria, que tem como símbolos principais o Pelicano, a Rosa e a Cruz.
Diversos livres pensadores defendem que o Rosacrucianismo não é mais do que uma Ordem constituída mas, uma corrente de pensamento, cuja filiação ocorre pela adoção de certas posturas de vida.
Ou seja, todos somos iguais, mas precisamos descobrir isso ao invés de sermos egoístas a cada dia.

 Organizações modernas

A Ordem Rosacruz autêntica surgiu no século XVII, mas no século passado surgiram organizações inspiradas na Tradição da Rosacruz original. Existem actualmente diversas e distintas ramificações Rosacrucianas. Apresenta-se de seguida uma breve descrição acerca das mais divulgadas:
  • A Fraternidade Rosacruz, no Brasil e em Portugal (inglês, The Rosicrucian Fellowship), foi fundada por Max Heindel entre 1909 e 1911, nos Estados Unidos. Não reivindica o título de "Ordem Rosacruz", considerando-se apenas uma escola de exposição de suas doutrinas e de preparação para o indivíduo para ingresso em caminhos mais profundos na Ordem espiritual. Segundo eles, a verdadeira Ordem Rosacruz funciona apenas nos planos espirituais. Ao contrário da maioria das demais organizações rosacruzes, as escolas de Max Heindel se consideram indissociáveis do Cristianismo. Outras organizações rosacruzes também se consideram cristãs, mas não com esta ênfase.
  • Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC), com sede mundial em São José na Califórnia, EUA, diz ter sido fundada no Antigo Egito, e organizada pelo Faraó Amenhotep IV (também conhecido como Akhenaton), por volta de 1500 a.C.. O que se confirma historicamente é que a Ordem foi fundada em 1915 por Harvey Spencer Lewis, nos Estados Unidos. Tal como está expresso no site oficial da Ordem: "A Ordem Rosacruz, AMORC é uma organização internacional de caráter místico-filosófico, que tem por missão despertar o potencial interior do ser humano, auxiliando-o em seu desenvolvimento, em espírito de fraternidade, respeitando a liberdade individual, dentro da Tradição e da Cultura Rosacruz.". A Antiga e Mística Ordem Rosacruz (sem hífen) é hoje a maior fraternidade rosacruz no mundo, abrangendo dezenas de países, em diversos idiomas, além de acolher a Tradicional Ordem Martinista (T.O.M.), uma ordem martinista fundada pelo renomado médico e ocultista francês Papus (Dr. Gerard Anaclet Vincent Encausse). A sede para os falantes da língua portuguesa localiza-se na na cidade de Curitiba.
  • Fraternitas Rosae Crucis (FRC), também com sede mundial nos EUA, que se reivindica a autêntica Ordem Rosa-Cruz fundada em 1614 na Alemanha, mas na verdade foi fundada por Reuben Swinburne Clymer por volta de 1920 e se diz representante de um movimento originalmente fundado por Pascal Beverly Randolph em 1856.
  • Fraternitas Rosicruciana Antiqua (FRA) foi fundada pelo esoterista alemão Arnold Krumm-Heller por volta de 1927, e tem sede no Rio de Janeiro (está presente também nos países de língua hispânica).
  • Lectorium Rosicrucianum (ou Escola Internacional da Rosacruz Áurea) é uma organização rosacruz que começou a se estruturar em Haarlem, Holanda, em 1924, através do trabalho de J. van Rijckenborgh (pseudônimo de Jan Leene) e Z.W. Leene, quando esses dois irmãos entraram para a Sociedade Rosacruz (Het Rozekruisers Genootschap), divisão holandesa do grupo americano Rosicrucian Fellowship. Este grupo se tornaria independente da Rosicrucian Fellowship em 1935 e, com o final da guerra em 1945 (quando seu trabalho foi proibido pelas forças de ocupação nazista), o trabalho exterior foi retomado e passou a adotar o nome Lectorium Rosicrucianum, ou Escola Internacional da Rosacruz Áurea, apresentando-se cada vez mais como uma escola gnóstica, "Gnosis" significando aqui o conhecimento direto de Deus, resultado de um caminho de desenvolvimento espiritual. Desde 1945, o grupo se expandiu por vários países da Europa, América, Oceania e África, além de publicar inúmeros livros, muitos dos quais com comentários sobre antigos textos da sabedoria universal, como os Manifestos Rosacruzes do Século XVII, o Corpus Hermeticum (textos atribuídos a Hermes Trismegistus), o Evangelho Gnóstico da Pistis Sophia, o Tao Te Ching, entre outros.
  • "A "Confraternidade da Rosa+Cruz" CR+C preserva e perpetua a Tradição Rosacruz sob a linhagem e autoridade espiritual do Imperator "Gary L. Stewart", oferecendo os Ensinamentos Rosacruzes originais preparados nas décadas de 1920 e 1930 por Harvey Spencer Lewis. Preservando a Tradição conforme especificamente estabelecida no início do século XX e também conforme o Movimento Rosacruz em geral dos séculos passados. Para executar essa tarefa com êxito, há necessidade de se manter sempre o equilíbrio entre a Tradição e o Movimento com adesão estrita às leis que governam a sua operação e a sua existência. A manutenção desse equilíbrio é confiada a um Imperator do Movimento, que, sob muitos aspectos, serve como um guardião do mesmo.
  • OKRC (Ordem Kabbalística da Rosa-Cruz) - A OKRC foi fundada em 1888, pelo Marquês Stanislas de Guaita (seu primeiro Grão-Mestre). Ela agrega em si de uma forma equilibrada a herança do Martinismo da Rosa-Cruz, da Kabbala e do Hermetismo. Ela tem uma estrutura internacional mista. Longe de não ser apenas uma escola filosófica ou simbólica, ela tem por objetivo desde sua criação formar e iniciar os Seres de Desejo. Presente hoje como outrora, a sua herança conservou este vigor e esta riqueza, que sempre lhe permitiu adaptar-se à sua época, fazendo irradiar a chama da sua iniciação. Tendo ressurgido no século XIX, as correntes Rosa+Cruzes do Sudoeste da França permitiram o reencontro entre a tradição mística e simbólica alemã e suas correntes herméticas mediterrâneas. Por este intercâmbio, a Rosa+Cruz da qual falamos concentrou seus trabalhos sob o ritual, a alquimia, a astrologia e uma certa forma de teurgia.

 Lista de instituições relacionadas

 Textos de referência

 Manifestos

 Textos históricos

"Rosicrucian Brotherhood - From the Rosicrucian apologist's book Svmmvm Bonvm, The Highest Good, which first appeared in 1629 in German"

 Textos modernos

 Romances

 Publicações Rosacrucianas

  • Diversas da AMORC, link externo
  • Revista da Fraternidade Rosacruz de Portugal, link externo
  • Biblioteca Online da Fraternidade Rosacruz Max Heindel, Centro do Rio de Janeiro link externo
  • Temas Rosacruzes - artigos e ensaios publicados pela Fraternidade Rosacruz Max Heindel, Centro do Rio de Janeiro link externo

 Ver também

 Ligações externas

 Organizações

 Textos de estudo

 Outras fontes




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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O INCONSCIENTE E A CAPACIDADE DO SUJEITO DE LIDAR COM SUAS DIFICULDADES




O INCONSCIENTE E A CAPACIDADE DO SUJEITO DE LIDAR COM SUAS DIFICULDADES

Cícero Francisco Hernandes Granato

Reflexão sobre as questões inconscientes e a capacidade / possibilidade do sujeito de elaborar os diferentes momentos de seu processo de desenvolvimento cognitivo e afetivo.
Palavras - chave: período, fase, dimensão, psicopedagogia, articulação, ser
cognoscente, eu cognoscente, psicanálise.

INTRODUÇÃO

De que trata o sistema psíquico ? e o cognitivo ? Quais as dificuldades que o sujeito pode apresentar e que dificultam a assimilação e posterior acomodação ? Porque essas dificuldades interferem na aprendizagem ?
Desde a década de 70, quando era estudante da graduação da Licenciatura em Física pude perceber a dificuldade que a maior parte de meus alunos do atual Ensino Médio encontravam para assimilar e acomodar conceitos, fórmulas e aplicações da Física. A primeira hipótese pareceu-me óbvia: parte de meus alunos não estuda e, portanto o aprendizado não ocorre. Entendo que esta suposição pode ser considerada para alguns casos, verdadeira. No entanto, a freqüência deste fato era enorme ( valores entre 70% e 80% ) e, com o passar do tempo, insuficiente para justificar totalmente o fato. Além disso, em reuniões de pais e mestres pude perceber por intermédio de depoimentos que parte de meus alunos simplesmente não conseguia vislumbrar um significado para a Física e, por mais que se esforçassem, e conhecessem os conceitos e as fórmulas, não obtinham resultados satisfatórios na resolução das questões, fossem elas, simples exercícios em sala de aula ou em avaliações.
Com o passar do tempo, percebi que alguns aprendentes conseguiam ler, interpretar e resolver questões ligadas ao conteúdo enquanto outros permaneciam inertes, desmotivados e preocupados com a questão da nota versus a promoção ao final do ano letivo, embora apresentassem interesse no aprendizado da Física.
Essa situação causou-me muita preocupação visto que a aula era a mesma para todos os alunos. Por que, entre aqueles que têm interesse, alguns aprendem e grande parcela não consegue resolver as questões com assertividade ?
O curso de licenciatura em Física não me fornecia ferramentas adequadas com as quais pudesse contar para efetuar uma análise mais aprofundada e racional sobre o problema e propor outras hipóteses. Quanto aos colegas de profissão, também não obtive sucesso quanto a uma visão pedagógica sobre essa questão. Muitos deles, inclusive da mesma área de atuação, chegavam a afirmar que a "Física é assim mesmo".
No entanto, essa situação continuava a incomodar-me porque entendia que o aprendizado de meus alunos era de minha responsabilidade e o gosto pelo saber passava por minhas mãos ou seja, se algum aluno estava desmotivado, parte da culpa era minha como profissional.
Após alguns anos, constatei que aproximar-me pessoalmente dos aprendentes, criando um clima favorável, de amizade e de um relacionamento informal, talvez fosse uma tática positiva para facilitar o aprendizado. Obtive algum sucesso com esta nova estratégia mas, considerá-la substancial quanto a obtenção de resultados mais animadores, é incorreto. Utilizei esta estratégia embora alguma peça importante do processo de ensino e aprendizagem ainda estivesse aquém de meu conhecimento.
Nos anos 90 tive a oportunidade de obter novos conhecimentos (construtivismo) bem como a adoção por parte de algumas escolas, de tecnologias eletrônicas fundamentadas no uso do computador. Esses conhecimentos foram muito desafiadores e motivadores porque, pareceu-me que havia encontrado o "fio da meada". Assim sendo, alterei o formato de minha aula, passando a utilizar "o cotidiano do aluno" isto é, parcela dos exercícios e questões estavam calcadas em jogos de futebol e de basquete entre outros. Os aprendentes poderiam construir conceitos e idéias próprias, facilitando o aprendizado. Haveria portanto, uma assimilação e uma acomodação ideal. Finalmente, surgiu uma linguagem comum entre a Física e os alunos e pensei que assim o aprendizado, com certeza, ocorreria. Além disso, com a implementação do microcomputador haveria a possibilidade real do aluno visualizar uma determinada situação e conseqüentemente entender o processo. Pensando desta forma e implementando algumas atividades, foi possível constatar o sucesso de uma pequena parcela dos alunos. Percebi no entanto, que nem todos têm cotidiano semelhante e habilidade desenvolvida o suficiente para operar um microcomputador. Portanto, a peça importante que faltava, continuava a existir.
Em função do exposto, entendo que um relacionamento interpessoal adequado entre professor e aluno, a adoção de novas tecnologias de cunho pedagógico e de cunho eletrônico podem facilitar o processo de aprendizagem. Porém essas medidas, não são suficientemente positivas para alcançar resultados efetivos.
Se a aula é a mesma para todos os alunos, os recursos utilizados, os mesmos e, alguns aprendem e outros não, o problema deve se concentrar no aprendente. Se há o interesse e a aplicação adequada, não deveria existir problemas quanto a aprendizagem. A questão resume-se no fato de que aprender é um processo interno e individual do sujeito e metodologias que atuem do externo para o interno podem ser inicialmente animadoras mas, de eficácia incerta.
Constato também que a formação de idéias ao nível abstrato e uma concepção alienada de si e do mundo, mais o menosprezo e conseqüente empobrecimento do conhecimento epistemológico, são habilidades cuja perícia é comum, seja na postura seja na visão de grande parcela dos alunos do ensino médio
Desta forma, se o aluno não consegue aprender, embora haja um movimento nesse sentido, devem existir razões mais profundas, o que me remete a questões de cunho inconsciente visto que o diálogo caseiro, por exemplo, tornou-se raro e apenas as situações do dia-a-dia imediatas permeiam possíveis diálogos que, eventualmente acontecem. Em decorrência desse fato, o aluno do ensino médio cria matrizes que formam seu paradigma, fundamentado principalmente no que vê e ouve na televisão, cujo objetivo é de essência comercial, não estando preparada nem preocupada com a formação de um sujeito epistêmico; e na vivência com seus próprios colegas de classe que, normalmente e na maioria da vezes, não têm respostas adequadas a questões humanas mais profundas.
Nestas condições, entendo que os sistemas Cognitivo e Psíquico, por intermédio das dimensões psicossocial, biofisiológica e epistêmica funcionem de forma inadequadamente articuladas produzindo um ser cujas idéias ocorrem de maneira fragmentada.



DESENVOLVIMENTO

Todo conhecimento é sempre a assimilação de uma informação exterior às estruturas do sujeito e os fatores normativos desse conhecimento correspondem biologicamente a uma necessidade de equilíbrio por auto - regulação isto é, um novo dado gera um desequilíbrio no sujeito que por assimilação tentará acomodá-lo formando um novo esquema. Desta forma, para que haja adaptação ao meio ou a uma nova situação, é utilizado o sistema cognitivo, por intermédio dos esquemas. O conjunto de esquemas forma a estrutura cognitiva. Toda vez que surge um novo esquema, todos os outros são reformulados. Para a formação de um novo esquema, é necessário a assimilação ou seja a transformação do objeto de conhecimento e a acomodação - o aproveitamento ou a apropriação do conhecimento.
Segundo Taís Lima em seu livro A aplicação do conto de fadas Branca de Neve no espaço psicopedagógico, comparando-se essa situação, assimilação e acomodação, ao processo digestivo do organismo humano, poderíamos sugerir o seguinte exemplo:
Quando ingerimos algum alimento, este, com a ajuda dos movimentos dos órgãos responsáveis por esse processo e dos sucos digestivos, transformando-se. Isto é a assimilação. Após essa transformação, a corrente sangüínea que passa pelo intestino absorve os produtos da digestão e os incorpora ao sangue para serem aproveitados pelo organismo, ou seja, ocorre a acomodação.
Para que este processo ocorra com êxito, há necessidade que o organismo esteja funcionando de forma adequada assim como, para que haja a assimilação e a acomodação é necessário que a estrutura psíquica do indivíduo esteja com as três dimensões em equilíbrio.
Neste sentido, todo esse procedimento me remete a Piaget visto que, o Sistema Cognitivo e as construções mentais estão repletas de elementos sociais e afetivos, que formam uma totalidade organizada, articulada e que funciona por si mesma. Didaticamente poderíamos dizer que os esquemas cognitivos dizem respeito à inteligência, enquanto os afetivos levam à construção do caráter.
O esquema cognitivo pode ser funcional / reprodutivo e recognitivo / reconhecedor. No primeiro, um determinado esquema é reproduzido quando reconhece um determinado objeto e no segundo, quando amplia o campo de ação do esquema inicial. Desta forma, o processo de assimilação e acomodação ocorre, apresentando diferentes reações pessoais.
A afetividade representa a fonte energética que mobiliza a inteligência, sem contudo alterá-la.
Assim sendo, os esquemas são construções mais simples ( sensório - motoras, perceptivas, simbólicas ) enquanto que as estruturas são construções mais complexas ( lógicas, operatórias, de classes, de séries, entre outras ). Ambas constituem sistemas, significados que o indivíduo pode utilizar, sem que passem necessariamente pela consciência.
Piaget em seu livro A construção do real na criança sugeriu que alguns fatores são dinamizadores da vida cognitiva e afetiva e variam em graus de importância no decorrer da evolução mental do sujeito. Desta forma, as idades cronológicas e os estágios de desenvolvimento variam muito.

 


PERÍODOS OU ESTÁGIOS
INTELIGÊNCIA
INTERCÂMBIO SOCIAL
AFETO
Sensório-motor:

Ações ocorrem antes do pensamento

Inteligência prática a partir dos 8 meses:

Ações 

Indissociação entre o eu e o outro:

Ausência de linguagem

Afetos, intra - individuais:


Prazer

Simbólico:


Pensamento egocêntrico

Inteligência simbólica


Imagens 

Início da dissociação entre o eu e o outro:

Linguagem egocêntrica

Início de afetos interindividuais:
Sentimentos morais heterônomos.

Operacional concreto:

Início do pensamento verbalizado e socializado.

Inteligência concreta:


Operações concretas

Dissociação entre o eu e o outro:
Linguagem semi - socializada

Afetos interindividuais:

Sentimentos morais autônomos

Operacional formal:


Pensamento verbalizado 

Inteligência formal:


Operações formais 

Intercâmbio entre o eu e o outro:

Linguagem socializada

Afetos interindividuais:
Sentimentos e ideais coletivos.




1º Estágio - Sensório - motor: esquemas sensório - motores
( de 0 a 2 anos )

Ao nascer o desenvolvimento predominante da criança é o das percepções e movimentos; sua inteligência é sobretudo sensório - motora e evolui na medida em que aprende a coordenar seus movimentos e sensações.
A bebê aprende a conhecer o mundo, levando as coisas à boca estabelecendo em contato com o meio externo direto e imediato, sem contudo representar o pensamento.
O bebê pega o que está em sua mão, mama o que colocado em sua boca, vê o que está diante de si, agindo por reflexos; mais tarde aprimora seus esquemas é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo à boca.
Esse período é tido na Psicanálise como a fase oral, na qual a zona geradora de prazer localiza-se na boca.
Na relação interpessoal a criança não se percebe separada do mundo. É como se a totalidade fizesse parte dela. Nesta fase, o bebê apresenta alguns estágios distintos:

 
1º e 2º estágios

Indissociação entre sujeito e objeto

Não há procura do objeto desaparecido.
Aparecem ações revelando desagrado.

Não há procura do objeto desaparecido.
Ações acidentais podem levar o sujeito até o objeto.

3º e 4º estágios

Início da dissociação entre o sujeito e o objeto

Procura aparente do objeto desaparecido.
Repetição de ações executadas quando o objeto é perdido.

Início da procura intencional do objeto desaparecido. Combinação de ações e de seqüências para atingi-lo.
5º e 6º estágios

Dissociação entre o sujeito e o objeto.

Procura intencional do objeto desaparecido.
Combinação de ações e de seqüência de ações para atingi-lo.

Procura intencional do objeto desaparecido.
Combinação de ações ou seqüências de ações imaginadas para atingi-lo.


2º estágio: Pré - operacional concreto: esquemas simbólicos
(de 02 a 07 anos )

É o momento, da descoberta do símbolo. A realidade já pode ser representada. A criança consegue agir por simulação.
Torna-se capaz de representar mentalmente pessoas e situações; não discrimina detalhes pois sua percepção é global. Leva-se pela aparência, sem relacionar aspectos. É centrada em si mesma, pois não consegue colocar-se, abstratamente no lugar do outro.
Não relaciona situações e não tem noção de conservação da quantidade de matéria por se perceber separada das demais pessoas, desenvolve o egocentrismo. Tem-se como o ponto do referência, achando que o mundo gira em torno dela. Não reparte brinquedos, quer ter seu desejo satisfeito no momento em que se manifesta e apresenta uma certa incapacidade de discutir e ouvir o outro.
Vivendo num mundo de anomia , sendo é capaz de heteronomia somente após os três ou quatro anos, quando torna-se mais sociável e capaz de introjetar as normas.
O egocentrismo desse período deve ser compreendido também no aspecto intelectual já que a criança não consegue transpor abstratamente, a experiência vivida.
Ao colocamos diante da criança e pedirmos que imite nosso gesto, quando levantarmos a mão direita, ela levanta a esquerda, como num espelho por conta da incapacidade de se colocar sob o ponto de vista do outro (referência).


3º estágio - operacional concreto: estruturas concretas
( de 07 a 11 anos )

Nesta fase, diferentes aspectos e abstrair podem ser relacionados a criança tais como abstrair dados de realidade. Embora não se limite a uma representação imediata, ainda depende do mundo concreto para chegar à abstração. É capaz de refazer um trajeto mental, voltando ao ponto inicial de uma situação.
Quando despejamos água de dois copos em outros, de formatos diferenciados, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais, a resposta é positiva, diferenciando os aspectos,é refazer a ação.
Neste estágio, a lógica intuitiva passa a ser operatória. Embora ainda concreta essa operacionalização, transforma o pensamento, tornando-o mais coerente e permite construções lógicas mais complexas.
Os progressos na sociabilidade aparecem na procura de jogos, cujas regras deve ser rigorosamente obedecidas e o egocentrismo se reduz.


4º estágio - Lógico - formal: estruturas formais.
( de 12 nos em diante )

A representação já permite abstração total. A criança é capaz de pensar em todas as relações possíveis logicamente e não se limita mais à representação imediata nem somente às relações previamente existentes.
Se pedimos para analisar um provérbio como "nem que chova canivetes" , a criança com o símbolo da frase e não com a imagem real de chover canivetes.

· Experiência física e lógico - matemática
A experiência física vem do produto de ações como tocar e jogar entre outras, do sujeito para o objeto. A lógico - matemática vem da coordenação de ações que o indivíduo exerce sobre os objetos e da tomada de consciência desta coordenação. Isto leva a aquisição da estrutura de séries, classes e números, entre outros.



· Transmissão ou experiência social
A troca ou cooperação entre as pessoas, desempenha um importante papel na construção das estruturas mentais na fase operacional concreta, principalmente no início da fase formal.
· Equilibração
A pessoa está sempre motivada em direção ao equilíbrio. Alcançado o equilíbrio no plano motor, inicia-se a busca de equilíbrio no plano representativo. A base de todo esse processo de equilibração tem sido buscada na assimilação e acomodação.

· Motivação
A vida mental resulta de um processo construtivo que tem como ponto de partida a motivação, baseado no funcionalismo que propõe que a atividade mental vem de uma necessidade que perturba o organismo, levando-o à busca de equilíbrio, da necessidade de acabar ou de aplicar a construção de um esquema ou estrutura.
Os objetos e os afetos tornam-se assimiláveis quando representam alimentos para o esquema, quando relacionam-se à necessidade.
Durante o processo em que ocorrem a desequilibração e reequilibração, as ações e as idéias tornam-se interessantes ou são valorizadas enquanto atendem a uma necessidade do indivíduo.


· Interesses e valores
A necessidade desencadeia a conduta em direção ao objeto, desde haja interesse. Toda conduta é ditada por um interesse ou por um objeto valorizado. O organismo agirá em função de um interesse maior. A intensidade do interesse é o aspecto regulador das forças. O conteúdo corresponde à identificação dos objetos capazes de satisfazer a necessidade.




· Valores e sentimentos
O interesse torna o objeto valorizado e dinamiza as energias do sujeito para agir em direção a este objeto. O valor é a ponte afetiva entre o sujeito e o objeto, é o conjunto de sentimentos projetados sobre o objeto ou sobre a pessoa.
O valor interindividual implica em sistema de trocas pessoais que resultam em sentimentos espontâneos como simpatia, antipatia, gratidão e sentimentos normativos que supõem uma troca com cooperação ou reciprocidade.
O valor intra - individual é o produto da atividade assimilativa do sujeito. O sucesso ou fracasso das ações sobre o ambiente é responsável pelo sentimento de superioridade ou inferioridade.
A passagem do período concreto para o período formal é crítica em função de não existir uma idade cronológica precisa para que isso ocorra. No entanto, não é raro exigir de uma criança de 11 anos um amplo desenvolvimento previsto para o formal. Nessa fase, coincidentemente tem início, a 5ª série do ensino fundamental, que além de grandes transformações curriculares, apresenta a característica de um professor para cada disciplina, com formas peculiares de ação, tomada de decisão e apresentação do conteúdo. Além disso, as mudanças internas, corporais e psicológicas são em muitos casos agravadas por problemas familiares e sociais. Como conseqüência há uma mudança substancial no sistema psicopedagógico. A 5ª série também solicita do indivíduo maior maturidade, com a utilização do pensamento abstrato enriquecido, lógico, hipotético e generalizado, em detrimento da memorização e repetição, o que nem sempre ocorre. Assim o adolescente, em busca de um equilíbrio mental mais duradouro apoia-se em dois pilares: o mundo interno ( mente - corpo ) e o mundo externo ( meio ambiente ). Se um dos dois falhar, ele se mantém apoiado no outro. Se os dois falharem, perde o equilíbrio. Como o primeiro é caracterizado por transformações constantes, não lhe serve de apoio. Há necessidade portanto, que o mundo externo ( vida escolar - familiar ) não falhe para que tenha condições mínimas de organizar-se internamente.
No contexto familiar a organização é de fundamental importância, uma vez que há necessidade de dividir o tempo de tal forma que as disciplinas introduzidas sejam conhecidas e assimiladas diariamente, bem como as tarefas escolares sejam realizadas dentro de prazos estipulados e com assertividade.
Quanto à escola cabe a integração do aluno as suas novas responsabilidades, bem como levantar o que ele sabe e o que não sabe a fim de propor atividades em classe ou extra - classe.
Nestas condições, uma das principais tarefas do adolescente ( dos 12 aos 16 anos ) é construir operações formais próprias da inteligência formal.O pensamento começa a manipular idéias por intermédio de palavras, símbolos matemáticos e outras formas de linguagem.
Através das operações formais, o sujeito começa a pensar sobre proposições ou declarações feitas a respeito de um conteúdo, raciocina com base nas formas, isto é, símbolos matemáticos ou esquemas verbais.
Este tipo de raciocínio pode ligar proposições que são admitidas para que conseqüências possíveis de atos possam ser verificadas, sem que os mesmos ocorram na realidade.
Diante de um problema, o adolescente tenta, em primeiro lugar, imaginar as possíveis relações entre as variáveis e depois combiná-las segundo um padrão sistemático, ou por meio da experimentação ou do puro raciocínio, para concluir qual ou quais dessas relações permanecem verdadeiras.
Este tipo de raciocínio é chamado hipotético - dedutivo.
Outro aspecto importante do pensamento formal é o pensamento proporcional, onde organiza os dados de realidade em proposições que podem ser combinadas de inúmeras formas.
As operações formais adequadamente articuladas permitem a construção de noções úteis para o desenvolvimento de conceitos, idéias e aplicações práticas nas disciplinas Matemática, Química e Física, particularmente.
A noção de proporção capacita a fazer cálculos matemáticos.
A socialização, a formação da afetividade, que consiste na conquista da personalidade e de sua participação na sociedade adulta, ocorre paralela a esta fase e depende de suas conquistas anteriores.
As influências sociais interferem no relacionamento entre o indivíduo e o meio ambiente desde o período sensório - motor, quando o bebê é cercado de estímulos sociais tais como: carinho, atenção, regras e outros; passando pelo estágio pré - operatório quando o desenvolvimento da linguagem altera o cenário social da criança, permitindo-lhe representar a realidade, embora ainda estejam presentes atitudes egocêntricas.
No estágio operatório encontramos essa criança já desenvolvida em atividades de grupo, com atitudes de cooperação que para Piaget é o ponto de partida para comportamentos que impliquem em obediência a normas e regras comuns, como por exemplo, o pensamento lógico.
Esse paralelismo entre o aspecto social e o lógico torna-se mais acentuado no período operatório - formal.
O domínio das operações formais liberta o pensamento de objetos materiais e enriquecem o indivíduo com uma nova forma de poder. Se ele for exacerbado, o sujeito acreditará que tudo aquilo que faz e sente tem uma importância universal. Neste sentido, a reflexão poderá levar o adolescente a construir sistemas teóricos e projetos de reformas dando a ele instrumentos para uma futura integração ao mundo adulto. O eu torna-se forte o suficiente para reconstruir o universo e incorporá-lo.
O decréscimo do egocentrismo, no período da inteligência formal acontece quando há a assimilação do universo físico e social de forma equilibrada para futura acomodação. O sujeito torna-se então um ser com uma visão realística do seu poder para lidar com idéias e valores.
A socialização por intermédio de companheiros, as alterações nas relações familiares, o progressivo aumento das responsabilidades escolares e outras considerações de ordem pessoal, social e cultural são aspectos que facilitam a determinação do comportamento do adolescente.
Tanto família quanto escola não podem esquecer os conceitos de ética, moral e cidadania, elementos indispensáveis na integração do adolescente no mundo adulto de forma articulada.


Paralelamente, a análise da dinâmica psíquica do sujeito, levou Freud a observar por intermédio da terapia e propor uma teoria própria sobre a personalidade e a motivação. Percebeu que a personalidade e a motivação são determinadas por impulsos instintivos e afetos e, o desenvolvimento da personalidade tem estreita ligação com o psicossocial. Por meio de um modelo de fases dá-se o desenvolvimento da sexualidade. As fases oral, anal, edipiana, período de latência e fálica são, segundo esse autor os estágios pelos quais vivencia o indivíduo até a chegada a vida adulta.

Na fase oral (dos 0 aos 02 anos aproximadamente ), dá-se o primeiro contato do indivíduo com o exterior que é implementado pela boca, língua e lábios em função da grande sensibilidade nestas regiões, tornando-se portanto o centro do prazer para o bebê. Há também uma ligação afetiva primitiva nesta região e tudo o que é agradável e estiver disponível é levado à boca.
Na fase anal ( dos 02 aos 04 anos aproximadamente ), o amadurecimento do indivíduo provoca maior sensibilidade na região inferior do tronco e é caracterizado pelos movimentos de expulsão / retenção da toalete própria e, além disso, já consegue desempenhar com assertividade o lugar e horário próprios. Dessa forma o centro do prazer é transferido da zona erógena oral para a anal. Esta fase está intimamente ligada a atitudes de atividade (expulsão ) e passividade ( retenção ).
Na fase fálica ( dos 04 aos 07 anos aproximadamente ), há mudança no centro do prazer da região anal para a genital em função de só agora estar completamente desenvolvida e, portanto, mais sensível. Nesta fase a criança começa a ter sensações de prazer na estimulação da área genital. É durante esse período que crianças de ambos os sexos começam a se masturbar. O Complexo de Édipo e a Angústia da Castração são vivenciados nessa época. No primeiro, Freud sugere que o menino torna-se intuitivamente desperto para sua mãe, como objeto de apropriação sexual e vê seu pai como rival sexual. Uma vez que seu pai dorme com a mãe, abraça-a, beija-a e na maioria da vezes, tem acesso a seu corpo de forma que o menino não tem. Assim sendo, a figura paterna torna-se poderosa e perigosa pois tem o poder de castrá-lo isto é, o menino tem medo que o pai descubra seu interesse sexual pela mãe. Nestas condições, o menino abre mão da mãe, para evitar maiores problemas, sublima, transferindo seu objeto de desejo para outros socialmente aceitos identificando-se com o pai e essa identificação é traduzida por comportamentos semelhantes aos do pai, tais como maneirismos, idéias, atitudes, ética e moral entre outras, entrando no período de latência.
Na fase de latência ( dos 07 aos 11 anos aproximadamente ), configura-se a dessexualização do indivíduo em relação ao objeto de desejo. É o que se pode chamar de uma fase de calmaria depois da tremenda tempestade ocorrida no Complexo de Édipo e na Angústia da Castração. É nesta fase que a criança inicia, na maioria das vezes, um novo período escolar, o que absorve sobremaneira suas energias. Esse período corresponde ao desenvolvimento das operações concretas, as capacidades cognitivas e ao amadurecimento das relações interpessoais e sociais, segundo Piaget. Nesta fase nota-se também, em grande parcela dos indivíduos, o início de mudanças nos órgãos genitais.
Na fase genital (dos 12 anos em diante, aproximadamente ), as mudanças nos órgãos genitais se completam e, conseqüentemente despertam novamente a energia sexual do indivíduo. Observa-se aqui que os objetos sexuais são pessoas do sexo oposto, professores, ídolos em geral e, posteriormente, colegas. Neste período, nota-se de maneira enfática problemas oriundos das fases anteriores, tais como identificações confusas com indivíduos do mesmo sexo ( fase edípica não bem articulada ) e falta de habilidade na resolução de conflitos próprios ( fase oral sucedida de forma inadequada ) entre outros. O interesse sexual é despertado nessas sucessivas fases pela adesão afetiva aos substitutos do objeto sexual do indivíduo, na medida que se registram as frustrações de cada fase ( oral e anal ) impostas pelo educador e o mundo exterior. Assim sendo, no atual período, o pensamento caracteriza-se com freqüência pelo bom senso, prudência e objetividade de uma observação. É o pensamento racional. O objetivo de toda educação é a profilaxia dos distúrbios do comportamento, utilizando sua libido de tal forma que se sinta feliz e, que esse bem estar se harmonize de forma adequada com as outras instâncias. Concluindo, é a energia libidinal que anima todas as atitudes do indivíduo.
Dado o exposto, tentaremos articular alguns aspectos dos períodos classificados por Piaget, o modelos de fases apresentados por Freud e sua visualização em alguns problemas de aprendizagem e a articulação das estruturas cognitiva e desiderativa sugerido pela psicopedagogia.



CONCLUSÃO


Partindo da premissa que a principal característica do Universo é o movimento - pulsão de vida ou a ausência dele - pulsão de morte poderemos encontrar no desenvolvimento psicomotor uma das possíveis causas de grande parte dos problemas de aprendizagem e conseqüentemente, quem tem esse tipo de problema possivelmente não constrói seu próprio conhecimento, não sendo portanto, o autor de suas idéias, conceitos e valores.
A fase oral e o período sensório - motor são caracterizados pelos primeiros contatos do indivíduo com o mundo exterior e a conseqüente exploração desse mundo é implementada por meio do movimento. Toda vez que há movimento, há de se percorrer certo espaço físico. É nesta fase que devem ser desenvolvidas as noções de espaço, lateralidade, motricidade gráfica, coordenação de movimentos e controle visual, entre outros.
O estágio pré - operatório e a fase anal são também caracterizados pelo movimento no entanto, quando esse movimento é ensejado por materiais de massas iguais mas com formatos diferentes, a mesma quantidade de matéria é negada. Portanto, "a sintonia fina" das questões relacionadas ao movimento ainda não estão desenvolvidas de forma mais precisa. Esta fase, de retenção / expulsão, se não for bem articulada, promove situações semelhantes quando houver a necessidade de se expor: idéias, conceitos, fórmulas e aplicações e comportamentos variados. É traduzida na prática, na falta de autoria nos pensamentos e autoridade nos atos.
No estágio operacional concreto que coincide com a fase de latência, o indivíduo relaciona aspectos diversos e abstrai dados. Neste período, uma nova fase escolar, normalmente, se inicia ( 1ª série do ensino fundamental ) absorvendo a maior parte das energias do indivíduo nas operações concretas, amadurecimento das relações interpessoais e emocionais e progressos na sociabilidade por meio de jogos, cujas regras devem ser rigorosamente obedecidas. Desarticulações nesta fase acarretam problemas de aprendizagem oriundos das fases oral e anal.
O estágio lógico formal e a fase genital têm como características as relações lógicas e as experiências física e social.
Segundo Dolto, é despertada na fase genital a energia sexual do indivíduo, a habilidade da resolução de conflitos, o bom senso, a prudência e a objetividade. Questões comprometedoras nesta fase são oriundos de articulações inadequadas em todas as fases anteriores.
Esses períodos ou estágios também se relacionam com as dimensões sugeridas pela Psicopedagogia como constitutivas do processo de determinação do ser cognoscente. Desta forma, as dimensões relacional, desiderativa e racional se entremeiam aos períodos e fases já citados.
Desta forma, a dimensão desiderativa que é caracterizada pelo processo de construção do conhecimento, corresponde a meu ver a todos os aspectos classificados por Piaget e a todas as fases do modelo proposto por Freud. Em todos os períodos e fases o sujeito constrói ou deve construir seu próprio conhecimento.
Nestas condições, a Psicopedagogia aliada as informações e conclusões observadas por Piaget e Freud tem por objeto o ser cognoscente e por objetivo a construção da individuação e a autonomia do eu cognoscente, identificando e clarificando obstáculos na articulação adequada dos períodos, fases e dimensões que impedem a autoria do pensamento.

BEE, Helen - A criança em desenvolvimento, Ed.Harper e Row do Brasil Ltda. , São Paulo, SP, 1977. DOLTO, Françoise - Psicanálise e Pediatria, Zahar editores, Rio de Janeiro, RJ, 2ª edição, 1977. LIMA, Taís - A aplicação do Conto de Fadas Branca de Neve no espaço Psicopegógico , Vetor Editora, São Paulo, SP, 1ª edição, 2000. ALMEIDA E SILVA, Maria Cecília - Psicopedagogia: em busca de uma funda- mentação teórica , Editora Nova Fronteira S.A., Rio de Janeiro, RJ, 1998. PIAGET, Jean - A construção do real na criança, 3ª ed. - São Paulo, Ática, 1996.
Publicado em 01/01/2000

Cícero Francisco Hernandes Granato - Mestrando em Psicopedagogia pela UNIFIEO Prof. de Física da rede particular de ensino

Fonre: http://www.psicopedagogia.com.br/artigos/artigo.asp?entrID=279

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domingo, 10 de janeiro de 2010

Pensamento pedagógico socialista

KARL HEINRICH MARX (1818-1883)

Pensamento pedagógico socialista
Formado no seio do movimento popular pela democratização do ensino. A esse movimento se associaram alguns intelectuais comprometidos com essa causa popular e com a transformação social.
Opõe-se à concepção burguesa da educação, propondo uma educação igual para todos.

Karl Marx:
– Foi filósofo e economista alemão, ideólogo do comunismo científico e organizador do movimento proletário internacional.
– Nasceu em Treves em 5 de maio de 1818. Filho de um advogado judeu convertido ao protestantismo.
– Cursou as Universidades de Bonn e Berlim, onde estudou Direito, dedicando-se especialmente à história e à filosofia.
– Em Berlim ingressou no grupo chamado “hegelianos de esquerda”, que interpretava as idéias de Hegel do ponto de vista revolucionário.
– Não se limitando aos estudos teóricos, desenvolveu, durante toda a sua vida, intensa atividade política, elaborando a doutrina do socialismo.
– Enuncia, ao lado do Engels (1820-1895), os princípios de uma educação pública e socialista;
– Realiza com Engels uma análise sistemática da escola e da educação. à Suas idéias a esse respeito encontram-se disseminadas ao longo de vários de seus trabalhos (a problemática educativa foi colocada de modo ocasional, fragmentário, mas sempre no contexto da crítica das relações sociais e das linhas mestras de sua modificação);

Algumas idéias de Marx:
+ Defende, na obra Manifesto do partido comunista (escrito entre 1847 e 1848), a educação pública e gratuita para todas as crianças, baseadas nos princípios:
* da eliminação do trabalho delas na fábrica;
* da associação entre educação e produção material;
* da educação politécnica que leva à formação do homem omnilateral, abrangendo três aspectos: mental, físico e técnico, adequados à idade das crianças, jovens e adultos;

* da inseparabilidade da educação e da política, portanto, da totalidade do social e da articulação entre o tempo livre e o tempo de trabalho, isto é, o trabalho, o estudo e o lazer.

+ Defende o trabalho infantil, mas insiste em que este trabalho (útil, de valor social) deva ser regulamentado cuidadosamente, de maneira em que nada se pareça com a exploração infantil capitalista.

Contribuições do Marxismo para a educação:
+ Esclarecimento e compreensão da totalidade social, de que a educação é parte, incluindo as relações de determinação e influência que ela recebe da estrutura econômica.
+ Para ele, a educação do futuro deveria nascer do sistema fabril, associando-se o trabalho produtivo com a escolaridade e a ginástica. Essa educação se constituiria no método para produzir seres humanos integralmente desenvolvidos.
+ A transformação educativa deveria ocorrer paralelamente à revolução social. Para o desenvolvimento total do homem e a mudança das relações sociais, a educação deveria acompanhar e acelerar esse movimento, mas não se encarregar exclusivamente de desencadeá-lo, nem de fazê-lo triunfar.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
GADOTTI, Moacir. História das idéias pedagógicas. 8. ed. São Paulo: Ática, 2001.

Fonte: http://sociedadeducacao.blogspot.com/2007/09/karl-heinrich-marx-1818-1883.html

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Hitler's Justice: The Courts of the Third Reich by Ingo Müller. Indicação de Leitura, 67

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