sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Psicomotricidade nas Escolas… uma realidade a emergir

A Psicomotricidade nas Escolas… uma realidade a emergir
A entrada em vigor da nova lei da Educação Especial tem como objectivo promover a igualdade de oportunidades e a melhoria da qualidade do ensino, valorizando uma escola democrática e inclusiva, orientada para o sucesso educativo de todas as crianças e jovens. Vigorando este ideal passou a ser indispensável as escolas oferecerem aos seus alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente o apoio de que eles necessitam para acompanhar as actividades curriculares, podendo para tal recrutar técnicos especializados aos novos Centros de Recursos para a Inclusão (Instituições de Educação Especial). Como tal, a escola ao avaliar as suas necessidades, tem disponíveis entre outras terapias, a Psicomotricidade.
Ao longo do seu desenvolvimento a criança comunica com o mundo através da sua expressão corporal, tornando-se o seu comportamento reflexo do modo como interioriza as experiências vividas. Quando estas mesmas vivências se revelam insuficientes para proporcionar o seu bem-estar, a criança cria inconscientemente barreiras ao seu próprio desenvolvimento. Este sentimento de falta de bem-estar pode originar o aparecimento de frustrações, conflitos internos quando a criança se apercebe que não está à altura de responder às situações do dia-a-dia que devia ser capaz de alcançar sem dificuldades.
Como resposta a estas dificuldades surge a Psicomotricidade que ajuda a criança a reestruturar as funções motoras, emocionais, comportamentais e cognitivas que possam estar comprometidas e que se reflectem através da inadequada expressão corporal e da ineficaz comunicação não-verbal. A Psicomotricidade proporciona à criança a possibilidade de conhecer melhor o seu corpo ajudando-a perceber os sentimentos e pensamentos que tem dentro de si.
Através do trabalho com o corpo, a Psicomotricidade pretende consolidar a adaptação das vivências corporais aos estímulos vindos do exterior. O Psicomotricista desenvolve as mais diversas actividades, na sua maioria com carácter lúdico, cujo objectivo é ajudar a criança a desenvolver estratégias cognitivas e comportamentais com o intuito de fomentar a ideia de “pensar antes de fazer” e ainda “será que fiz como pensei?”.A intervenção psicomotora é indicada para qualquer idade, para crianças, adolescentes, adultos e seniores em geral, e em particular, aquelas pessoas que possam apresentar necessidades em diversas áreas:
- Ao nível corporal, como por exemplo, problemas de equilíbrio, de coordenação, lateralidade, perturbações do esquema corporal e espácio-temporais, ou outros tipos de capacidades motoras;
- Ao nível relacional, ou seja dificuldades de comunicação e de contacto, timidez, instabilidade, agressividade, hiperactividade, impulsividade, dificuldade de aceitação de regras, entre outros;
- Ou mesmo a nível cognitivo, com os problemas de atenção, de memória, de associação de imagens a objectos, de leitura, de escrita, etc..
As sessões de Terapia Psicomotora, para crianças, são baseadas em actividades lúdicas cujo o objectivo da brincadeira é interagir com as crianças para que possam crescer de forma mais equilibrada, pois pretende-se desenvolver as suas capacidades motoras, emocionais, cognitivas e sociais e equipá-las para o eficaz acompanhamento das actividades curriculares. Por outras palavras usa-se o jogo para que a criança conheça melhor o seu corpo, os seus limites e mais importante, aquilo que é capaz de fazer.

Psicomotricista
Inês Correia

fonte>http://aeahespecial.blogspot.com/2009/07/psicomotricidade-nas-escolas-uma.html

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O novo perfil do professor

O novo perfil do professor

Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula

Anderson Moço (novaescola@atleitor.com.br) e Ana Rita Martins
Em 2008, a consultoria norteamericana McKinsey elaborou um estudo compilando o que os países com melhor desempenho em Educação fazem para atingir a excelência. Selecionar os melhores professores está entre as conclusões do trabalho, medida que começa a ser levada a sério pelo Brasil. Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental em todo o país.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).

De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.


Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos.
Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).

Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas. Confira
as histórias de seis professores que estão firmes nesse caminho.

fonte;http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/novo-perfil-professor-carreira-formacao-602328.shtml

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Resumo do livro:jogos,projetos e oficinas para Educação Infantil





O livro “jogos, projetos e oficinas para a Educação Infantil”, é uma obra que mostra como a Educação Infantil deve cumprir o seu papel socializador, permitindo às crianças aprendizagens diversificada, para que possam desenvolver uma identidade própria. Observa-se que as crianças sentem e pensam o mundo de um jeito muito próprio. E que a compreensão disso é um grande desafio para os educadores. Assim, para que as crianças possam criar, é imprescindível que lhes sejam oferecidas experiências ricas, sejam elas voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens em situações orientadas. O livro aborda temas como: a função pedagógica da Educação Infantil;objetivos gerais da Educação Infantil;o caráter formativo da avaliação nessa etapa de ensino;os registros das observações e o trabalho com os eixos temáticos(Matemática; Língua Portuguesa; Natureza e Sociedade; Música; Artes e Movimento). Apresentando uma série de orientações e sugestões de atividades que visam auxiliar o professor da Educação Infantil na organização e na prática educativa.

A função pedagógica da educação infantil é definida como um trabalho que toma a vivência e os conhecimentos prévios da criança como ponto de partida e os amplia, com o objetivo de levá-la à construção de novos conhecimentos, valorizando suas descobertas e respectivas manifestações, incentivando sua forma de comunicar-se, sua criatividade e espontaneidade, num ambiente que propicie experiências prazerosas. Nesse processo de ampliação, os conhecimentos adquiridos são uma extensão do que a criança já vinha desenvolvendo por meio de ações realizadas sobre objetos do mundo físico, bem como experiências vividas no seu universo sociocultural, incluindo-se aí a observação, a intuição e a reflexão próprias de seu desenvolvimento intelectual. É citado o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, onde diz que a instituição de educação infantil, pode oferecer às crianças condições para as aprendizagens que ocorrem nas brincadeiras e aquelas advindas de situações pedagógicas intencionais ou aprendizagens orientadas pelos adultos.
Sobre os objetivos gerais da educação infantil, é colocado que saber quais são as competências essenciais a serem desenvolvidas pelas crianças da educação infantil, é proporcionar meios de concretizar as intenções educativas estabelecidas. Em concordância com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, o livro mostra que a prática da educação infantil deve ser organizada de modo a propiciar aos alunos condições de: desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente; descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar; estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua auto-estima; estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais; observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente; brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades; utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas a diferentes intenções e situações de comunicação; conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse respeito e participação frente a elas e valorizando diversidade.
Enfocando o tema “avaliação”, os autores iniciam com uma síntese de suas diversas funções: diagnosticar (avaliação diagnóstica é aquela que se tem à intenção de constatar se os alunos possuem conhecimentos e habilidades necessários as novas aprendizagens); classificar (avaliação somativa tem a função de classificar os resultados de aprendizagens alcançados pelos alunos, segundo objetivos preestabelecidos); controlar (a avaliação formativa é contínua e sistemática, realizada ao longo da ação educativa, e tem por objetivo verificar se as crianças estão atingindo as metas previstas). E que de acordo com o Referencial Curricular para a Educação Infantil, a avaliação na educação infantil surge identificada como avaliação formativa: a observação contínua e sistemática do desempenho nos processos de aprendizagens vivenciados pelas crianças. Tendo como objetivo reorientar e melhorar a ação educativa, a observação e o registro constituem o principal instrumento de que o professor da educação infantil dispõe para apoiar e aperfeiçoar a sua prática pedagógica.
A avaliação deve permitir que as crianças compartilhem das observações e registros sobre seu desempenho, vibrando com suas conquistas e tomando consciência de suas dificuldades. A avaliação deve ainda, segundo os autores, permitir que os pais, inteirados do projeto educativo da instituição, possam acompanhar de perto a prática educativa vivenciada por seu filho ou filha, compreendendo os objetivos propostos e as ações desenvolvidas. As suas características na educação infantil (global, contínua e formativa) permitem ao professor direcionar sua prática educativa, de modo à, respeitando as potencialidades das crianças, proporcionarem a elas grande quantidade, e variedade de experiências de aprendizagens, de modo que alcancem um maior desenvolvimento de suas capacidades. A observação direta e sistemática do aluno, frente ao processo de construção e reconstrução de conhecimentos, permite, ao professor, adequar a intervenção educativa e, ao aluno, a tomada de consciência de suas aprendizagens.
Sobre os registros das observações, o livro trás a título de sugestão um quadro de registros de observações, que pode ser adaptado a partir das ações educativas priorizadas pelo projeto curricular de cada escola. O quadro trás competências a serem observadas tais como: se a criança mostra confiança na sua capacidade para a realização de tarefas; se demonstra percepção de suas limitações na realização das tarefas; identifica e nomeia as principais partes de seu corpo; demonstra autonomia nos hábitos básicos de higiene e saúde; compreende mensagens orais; possui um vocabulário adequado à sua faixa etária; relaciona-se com seus colegas e adultos, mostrando atitudes de colaboração e respeito. Porém o livro adverte sobre a importância de observar as diferenças individuais dos alunos, tomando-se como parâmetro às possibilidades de aprendizagem de cada criança.
Iniciando o trabalho dos eixos temáticos, o livro mostra que as atividades de Matemática devem possibilitar aos alunos o desenvolvimento das capacidades descritas no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. As crianças brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias estabelecem conexões entre o seu cotidiano e a Matemática, entre a Matemática e as demais áreas do conhecimento e entre diferentes temas matemáticos. São diversas as ações que intervêm na construção dos conhecimentos matemáticos, como recitar a seu modo a seqüência numérica, fazer comparações entre quantidades e entre notações numéricas e localizar-se espacialmente. São ações que ocorrem fundamentalmente no convívio social e no contato das crianças com histórias, contos




Sou Eva Coutinho Matos Santana, Licenciada em Pedagogia pela Universidade Norte do Paraná.Professora da Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental.Escrevo artigos acadêmicos sobre Educação.




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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

 
 
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
 




Projeto Pedagógico: um estudo introdutório

Maria Adelia Teixeira Baffi

Mestre em Educação - UFRJ
Doutoranda em Pedagogia Social - UNED
Professora Titular FE/UCP

Petrópolis, 2002

      Vivemos a época da "cultura de projeto" em nossa sociedade, onde as condutas de antecipação para prever e explorar o futuro fazem parte de nosso presente. Essa influência do futuro sobre nossas adaptações cotidianas só faz sentido se o domínio que tentamos desenvolver sobre os diferentes espaço cumpre a função de melhorar as condições de vida do ser humano. Portanto, foi a partir desse pensar inicial que surgiu este texto, com o objetivo de melhor compreender o significado e o processo do projeto pedagógico.
      Partindo do óbvio, como sugere Gadotti (2001), a palavra projeto vem do verbo projetar, lançar-se para frente, dando sempre a idéia de movimento, de mudança. A sua origem etimológica, como explica Veiga (2001, p. 12), vem confirmar essa forma de entender o termo projeto que "vem do latim projectu, particípio passado do verbo projecere, que significa lançar para diante". Na definição de Alvaréz (1998) o projeto representa o laço entre presente e futuro, sendo ele a marca da passagem do presente para o futuro. Para Fagundes (1999), o projeto é uma atividade natural e intencional que o ser humano uti1iza para procurar solucionar problemas e construir conhecimentos. Alvaréz (op cit) afirma que, no mundo contemporâneo, o projeto é a mola do dinamismo, se tomando em instrumento indispensável de ação e transformação.
      Boutinet (2002), em seu estudo sobre a antropologia do projeto, explica que o termo projeto teve seu reconhecimento no final XVII e a primeira tentativa de formalização de um projeto foi através da criação arquitetônica, com o sentido semelhante ao que nele se reconhece atualmente, apesar da marca do pensamento medieval "no qual o presente pretende ser a reatualização de um passado considerado como jamais decorrido" (p. 34).
      Na tentativa de uma síntese, pode-se dizer que a palavra projeto faz referência a idéia de frentes um projetar, lançar para, a ação intencional e sistemática, onde estio presentes: a utopia concreta/confiança, a ruptura/continuidade e o instituinte/instituído. Segundo Gadotti (cit por Veiga, 2001, p. 18),

      Todo projeto supõe ruptura com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores.

      E o projeto com a qualificação de pedagógico, qual é o seu significado? De repente, em meados da década de 90, a idéia de projeto pedagógico vem tomando corpo no discurso oficial e em quase todas as instituições de ensino, espalhadas nesse imenso Brasil. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/94), em seu artigo 12, inciso I, prevê que "os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terno a incumbência de elaborar e executar sua proposta pedagógica", deixando explícita a idéia de que a escola não pode prescindir da reflexão sobre sua intencionalidade educativa. Assim sendo, o projeto pedagógico passou a ser objeto prioritário de estudo e de muita discussão.
      Para André (2001, p. 188) o projeto pedagógico não é somente uma carta de intenções, nem apenas uma exigência de ordem administrativa, pois deve "expressar a reflexão e o trabalho realizado em conjunto por todos os profissionais da escola, no sentido de atender às diretrizes do sistema nacional de Educação, bem como às necessidades locais e específicas da clientela da escola"; ele é "a concretização da identidade da escola e do oferecimento de garantias para um ensino de qualidade". Segundo Libâneo (2001, p. 125), o projeto pedagógico "deve ser compreendido como instrumento e processo de organização da escola", tendo em conta as características do instituído e do instituinte. Segundo Vasconcellos (1995), o projeto pedagógico
      é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa. E uma metodologia de trabalho que possibilita resignicar a ação de todos os agentes da instituição (p. 143).

      Para Veiga (1998), o projeto pedagógico não é um conjunto de planos e projetos de professores, nem somente um documento que trata das diretrizes pedagógicas da instituição educativa, mas um produto específico que reflete a realidade da escola, situada em um contexto mais amplo que a influencia e que pode ser por ela influenciado". Portanto, trata-se de um instrumento que permite clarificar a ação educativa da instituição educacional em sua totalidade. O projeto pedagógico tem como propósito a explicitação dos fundamentos teóricos-metodológicos, dos objetivos, do tipo de organização e das formas de implementação e de avaliação institucional (p. 11-113).
      O projeto pedagógico não é modismo e nem é documento para ficar engavetado em uma mesa na sala de direção da escola, ele transcende o simples agrupamento de planos de ensino e atividades diversificadas, pois é um instrumento do trabalho que indica rumo, direção e construído com a participação de todos os profissionais da instituição.
      O projeto pedagógico tem duas dimensões, como explicam André (2001) e Veiga (1998): a política e a pedagógica. Ele "é político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade" (André, p. 189) e é pedagógico porque possibilita a efetivação da intencionalidade da escola, que é a formação do cidadão participativo, responsável, compromissado, crítico e criativo". Essa última é a dimensão que trata de definir as ações educativas da escola, visando a efetivação de seus propósitos e sua intencionalidade (Veiga, p. 12). Assim sendo, a "dimensão política se cumpre na medida em que em que ela se realiza enquanto prática especificamente pedagógica" (Saviani, cit por Veiga, 2001, p. 13).
      Para Veiga (2001, p. 11) a concepção de um projeto pedagógico deve apresentar características tais como:
      a) ser processo participativo de decisões;
      b) preocupar-se em instaurar uma forma de organização de trabalho pedagógico que desvele os conflitos e as contradições;
      c) explicitar princípios baseados na autonomia da escola, na solidariedade entre os agentes educativos e no estímulo à participação de todos no projeto comum e coletivo;
      d) conter opções explícitas na direção de superar problemas no decorrer do trabalho educativo voltado para uma realidade especifica;
      e) explicitar o compromisso com a formação do cidadão.

      A execução de um projeto pedagógico de qualidade deve, segundo a mesma autora:
      a) nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e das situações nas quais tais problemas aparecem;
      b) ser exeqüível e prever as condições necessárias ao desenvolvimento e à avaliação;
      c) ser uma ação articulada de todos os envolvidos com a realidade da escola,
      d) ser construído continuamente, pois com produto, é também processo.

      Falar da construção do projeto pedagógico é falar de planejamento no contexto de um processo participativo, onde o passo inicial é a elaboração do marco referencial, sendo este a luz que deverá iluminar o fazer das demais etapas. Alguns autores que tratam do planejamento, como por exemplo Moacir Gadotti, falam simplesmente em referencial, mas outros, como Danilo Gandin, distinguem nele três marcos: situacional, doutrinal e operativo.

REFERÊNCIAS:
ANDRE,M. E. D. O projeto pedagógico como suporte para novas formas de avaliação. IN. Amélia Domingues de Castro e Anna Maria Pessoa de Carvalho (Orgs.). Ensinar a Ensinar. São Paulo, 2001.
BOUTINET, J. Antropologia do projeto. 5. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2002.
LIBNLO, J. C. Organização e Gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: Plano de Ensino-Aprendizagem e Projeto Educativo. São Paulo: Libertat, 1995.
VEIGA, I. P. A. (Org.) Projeto político-pedagógico da escola: uma construção possível. 23. ed. Campinas: Papirus, 2001.
_______ . Escola: espaço do projeto político-pedagógico. 4. ed. Campinas: Papirus, 1998.

Para referência desta página:

BAFFI, Maria Adelia Teixeira. Projeto Pedagógico: um estudo introdutório. Pedagogia em Foco, Petrópolis, 2002. Disponível em: <http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/gppp03.htm>. Acesso em: 25-out-2010.



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REAGINDO A OLAVO DE CARVALHO #01