sexta-feira, 17 de junho de 2011

Obra da Barsa Planeta retoma a riqueza dos dicionários de sinônimos e antônimos para quem quer expressar-se com precisão


A luz dos sinônimos

Obra da Barsa Planeta retoma a riqueza dos dicionários de sinônimos e antônimos para quem quer expressar-se com precisão

Josué Machado


Dicionários que ofereçam tanto o sinônimo como o antônimo de uma palavra podem acrescentar a faísca que falta para dar precisão e qualidade a uma frase. Desde o ano passado, com o lançamento pela Barsa Planeta Editorial da mais recente das obras do gênero, o acervo aumentou. O livro se apresenta como diferente dos outros já na divisão em duas partes: dicionário de sinônimos, obviamente maior, nas primeiras 286 páginas, e de antônimos nas seguintes, até a final de número 369. Outras obras do gênero agrupam no mesmo verbete os sinônimos e, quando ocorrem, os antônimos.

Como a maioria dos dicionários desse tipo, o da Barsa Planeta não registra a categoria gramatical (substantivo, adjetivo, verbo, etc.); só Houaiss (Publifolha, 2ª. edição, 2008) eMichaelis (Melhoramentos, 3ª. edição, 2010) fazem isso. O Barsa Planeta também não é dos mais abundantes, isto é, tem menos entradas do que a maioria, apesar do formato maior, semelhante ao dos grandes dicionários Aurélio e Houaiss (aproximadamente 22,5 x 29 cm), como se vê no quadro.

A maioria tem formato mais comum de aproximadamente 16 ou 17 por 23 ou 24 centímetros. O formato maior do dicionário de sinônimos e antônimos da Barsa Planeta se deve ao fato de ele ser um dos quatro volumes do Grande Dicionário Barsa da Língua Portuguesa (dois do dicionário, um de sinônimos e antônimos e um manual de redação); integra o conjunto um DVD-ROM. O de sinônimos e antônimos tem menos entradas por estar de acordo com o projeto que "procurou reunir o repertório usual na fala brasileira contemporânea".

Os dicionários analisados nesta apresentação comparativa dão ideia da oferta de obras dessa espécie. Todos têm capa dura, com exceção do Michaelis e do Ediouro, que têm formato de bolso. E o papel usado no dicionário do padre Artur Schwab é muito ruim, como, aliás, o dos outros dicionários da Fundação Nacional de Material Escolar do então Ministério de Educação e Cultura durante o governo militar.

Em relação às entradas, isto é, palavras que encabeçam cada verbete, seis dos dicionários aqui analisados anunciam os números. Embora não seja comprovável, o mais amplo e abrangente é o de Agenor Costa, seguido pelo do padre Artur Schwab. O de Schwab e o Michaelis, além disso, registram muitos exemplos de uso, mais do que o Houaiss e o de Barbosa.

O vasto dicionário de Agenor Costa, com seus cinco volumes, está longe de ser seletivo. Na apresentação, Costa, que nasceu em 1896, conta que o começou em 1918 e nele se fixou por trinta anos, coligindo obsessivamente palavras nos dicionários disponíveis: Cândido Figueiredo, Caldas Aulete, Morais, Silva Bastos, Frei Domingos Vieira, Pequeno Dicionário Brasileiro, Jayme de Séguier, Dicionário de Expressões e Modismos (dele mesmo), Lelo Popular, Eduardo Pinheiro e Francisco Torrinha. Passou, então, a II Guerra Mundial (1939-1945) datilografando 2.183.760 fichas que resultaram em seu dicionário. (Quem as teria contado e por quanto tempo?)

Antigos e novos
Alguns dos antigos - o de Simões Fonseca e o de Mendes de Morais -, por exemplo, já se tornaram artigos raros de sebos, para colecionadores. A vantagem dos recentes é a organização científica -, feita por lexicólogos experientes, com recursos informáticos -, e a atualidade, já que se preocuparam em registrar palavras de uso atual mais frequente, até neologismos, entre os quais os científicos e os ligados à computação.

E os únicos aqui citados que estão de acordo com a renovação ortográfica em vigor desde 2009 são o da BarsaPlaneta, o Houaiss e o Michaelis. Os três, aliás, indicam a ortoépia (a melhor pronúncia). Mas todos são resultantes de trabalho paciente e cuidadoso, por isso são ótimos complementos dos dicionários gerais e essenciais para quem quer encontrar a palavra exata.

A especificidade de Antenor Nascentes
O Dicionário de Sinônimos de Antenor Nascentes vai muito além da sinonímia: em cada entrada registra os sinônimos e ainda os define, aponta diferenças às vezes sutis entre eles e dá exemplos de uso. Curioso foi o interesse do autor pelo nome de espécies botânicas e zoológicas, dos quais registrou centenas. Um verbete ao acaso:

"Anoso, antigo, idoso, velho - Anoso é o que conta muitos anos de existência; geralmente não se aplica a pessoas: anosas oliveirasAntigo é o que pela velhice saiu de uso: 'As modas antigas parecem ridículas;' Idoso é o que conta muita idade, muitos anos de existência como anoso, mas aplica-se a pessoas: 'Esta senhora idosa ainda se conserva lúcida'. Velho é o que se mostra gasto pelo tempo: 'Os velhos gostam de guardar coisas velhas'."

Pelo plano da obra, os sinônimos antigoidoso e velho não entram mais em verbetes e são registrados no imenso índice remissivo. Daí porque há apenas um verbete iniciado com x, mas 21 no índice remissivo; e quatro com z, mas 34 no índice remissivo. Esse índice tem 118 páginas, com duas colunas de sinônimos em cada uma.

A enumeração da Ediouro e do Houaiss
O curioso do trabalho de Barbosa, que a Ediouro batizou como Grande Dicionário de Sinônimos e Antônimos, apesar do pequeno formato (12 x 21 cm), é a enumeração, com mudança de linha, dos sinônimos quando têm acepção diferente. Por exemplo, o verbete "fatal":
  1. Irrevogável, decisivo: Desfecho fatal.
  2. Improrrogável, inadiável, final: Prazo fatal. Ant. Adiável.
  3. Funesto, desastroso, sinistro, nocivo, nefasto, ruinoso. Ambição fatalAnt.Venturoso, ditoso.
  4. Mortal: Tiro fatal.
Ótimo trabalho, do ponto de vista didático, aproveitando o espaço por causa da tipologia reduzida.

No excelente Houaiss, criado pela equipe de alto nível do Instituto Houaiss comandada pelo lexicólogo Mauro Villar, as diferentes acepções são numeradas, mas sem mudança de linha; no Francisco Fernandes e no Francisco Fernandes/Luft, a mudança de acepção é marcada por ponto final, como no do Padre Schwab e no Michaelis; no de Agenor Costa, por ponto e vírgula; e no Barsa/Planeta, por barras (/).

Comparação entre letras
O número de entradas dos dicionários em cada uma das letras x e z
Para dar ideia do número de entradas dos dicionários, pode-se fazer a contagem delas em relação a duas letras, só para comparar: X e Z. É óbvio, no entanto, que uma comparação numérica como essa não serve de avaliação qualitativa.
DICIONÁRIO
LETRA X
LETRA Z
Agenor Costa
217 entradas
448 entradas
Arthur Schwab
63 entradas
136 entradas
Osmar Barbosa
50 entradas
122 entradas
Michaelis
40 entradas
118 entradas
Francisco Fernandes/Celso Luft
32 entradas
108 entradas
Houaiss
31 entradas
66 entradas
Barsa/Planeta
24 entradas de sinônimos e 4 de antônimos; excluindo-se, no entanto, xaroposo, xingar e xucro, que já aparecem entre as entradas de sinônimos, são 25 as entradas de x (Curioso é que xingatório aparece só entre antônimos.)
62 entradas
Francisco Fernandes antigo
22 entradas
59 entradas
Antenor Nascentes (só sinônimos
1 entrada
4 entradas

Os complementos do Michaelis
O Michaelis (1ª. edição de 1990), com seu pequeno formato, surpreende pela riqueza de detalhes, como o Houaiss, ainda mais por ter sido trabalhado nos fundamentos aparentemente por uma só pessoa, o lexicólogo André Guilherme Polito, que o assina, ao contrário do Houaiss, feito por uma grande equipe. Além das didáticas explicações sobre a prática do dicionário, o Michaelis tem uma longa relação de homônimos e parônimos, com suas definições, nas últimas 30 páginas - o que é muito, tendo em vista a pequena tipologia. (Homônimos são vocábulos idênticos na grafia e diferentes no significado; os parônimos são quase homônimos, mas diferem na grafia, na pronúncia e no significado.) Por exemplo: "Acento sm maior intensidade de uma sílaba.Assento sm cadeira; flex v assentar (eu assento)." As abreviaturas são sm, substantivo masculino; flex, flexão; v, verbo. 




FONTE http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12331.

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Luz amarela na graduação

Luz amarela na graduação
O desafio de incluir mais jovens no ensino superior, como prevê o Plano Nacional da Educação, extrapola o limite da responsabilidade das instituições universitárias, enquanto revela as carências da educação básica no Brasil

por Marta Avancini
 
Para melhorar a qualidade do ensino, os docentes precisam de aprimoramento continuado, um projeto salarial adequado e boas condições de trabalho, diz o conselheiro Artur Macedo
Dentre as 20 metas do novo Plano Nacional de Educação, em tramitação no Congresso Nacional, o aumento do número de matrículas no ensino superior é uma das mais emblemáticas. O texto do projeto elaborado pelo Executivo estabelece que, em 2020, o país deverá ter 50% dos jovens de 18 a 24 anos matriculados numa faculdade. A história, porém, revela que será necessário um grande esforço e, talvez, um novo desenho das políticas educacionais como um todo para que o país atinja tal objetivo. Isso porque o principal gargalo para o aumento do número de jovens no ensino superior não está nessa fase de estudos, mas sim no nível anterior: no ensino básico.

Até agora, as ações implementadas com a finalidade de trazer mais jovens para a graduação universitária não foram suficientes. Seja porque não tiveram fôlego para tanto ou não atacaram os problemas centrais, como vencer a evasão dos alunos no ensino médio e melhorar a qualidade da formação básica.

Cálculos recentes do Ministério da Educação (MEC) estimam que 17% dos jovens são estudantes universitários - número distante inclusive da meta do PNE anterior, encerrado em 2010, e que previa a inclusão de 30% dos jovens no ensino superior. "Mantido o quadro atual, é difícil imaginar que se atingirá 50% de taxa bruta das matrículas no ensino superior em relação à população de 18 a 24 anos como pretende o novo PNE", analisa Roberto Leal Lobo e Silva Filho, diretor da Lobo & Associados Consultoria.

Baixa demanda
O problema mais evidente está na transição do ensino fundamental para o médio. Nos últimos anos, o número de alunos e de egressos no ensino médio tem se mantido estável. Desde 2007, as matrículas estão na faixa de 8,3 milhões, enquanto os egressos são cerca de 1,8 milhão, segundo dados do Censo da Educação Básica. Isso significa que, de cada dois estudantes no primeiro ano do ensino médio, apenas um se forma no tempo esperado.

"Esses números comprometem seriamente as possibilidades do crescimento das matrículas no ensino superior, e os altos índices de abandono representam um sério problema educacional e de inclusão social", analisa Roberto Lobo Leal.

O segmento do ensino superior privado, responsável pela grande maioria das vagas ofertadas, é o que mais sofre com isso. Em 2009, por exemplo, o setor teve queda de 11% do número de alunos em cursos presenciais e menos da metade (1,2 milhão) das vagas ofertadas (2,8 milhões) foi preenchida.

A baixa escolarização dos jovens que o ensino superior precisa incluir é outro fator que trava a demanda por mais vagas: 32,6% desse grupo populacional não completou 11 anos de estudo, de acordo com o relatório As Desigualdades na Escolarização no Brasil, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

A resolução do problema é contemplada numa das metas que o projeto do PNE estabelece, e que prevê o aumento da escolaridade na faixa dos 18 a 24 anos, de modo que a população do campo e os grupos que estão entre os 25% mais pobres estudem, pelo menos, durante 12 anos.

A meta, embora difícil de ser cumprida, é fundamental, afinal, sem o ensino médio completo, o jovem não tem como avançar em direção ao ensino superior.

Desafio da qualidade
Para Romualdo Portela, não há como solucionar os problemas de acesso ao ensino superior sem enfrentar o desafio de melhorar a qualidade da formação na educação básica. Entre as principais causas do significativo abandono dos estudos durante o ensino médio está a deficiência de aprendizagem que muitos carregam do ensino fundamental, somada a um currículo desconectado das demandas sociais, dos interesses dos jovens e do mundo do trabalho, que desestimulam e afastam os alunos dos bancos escolares.

"As deficiências do estudante brasileiro do ensino básico em compreensão de textos, solução de problemas, matemática e ciências são gritantes", argumenta Roberto Lobo Leal. "Além disso nosso ensino é memorizador, pouco exigente e desafiador", conclui.

Os baixos níveis de aprendizagem são atestados por avaliações como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). No Pisa, o Brasil teve um avanço significativo na última década - foi o terceiro país que mais melhorou em termos de pontuação (33 pontos), atrás do Chile (37 pontos) e Luxemburgo (38 pontos); apesar disso permanece nas últimas colocações dentre 65 países avaliados.

Já no Saeb, os avanços na aprendizagem dos alunos do 3o ano do ensino médio são praticamente inexistentes em matemática (passou de 271,3 pontos em 2005 para 274,7 em 2009). Em língua portuguesa, houve um ganho de 11,2 pontos no mesmo período (de 257,6 para 268,8), mas os alunos permaneceram na mesma faixa de desempenho, o que significa que não houve avanços em termos de suas habilidades e competências.

A falta de preparo dos alunos que passam pelo filtro dos vestibulares é uma realidade enfrentada por muitas instituições, que se veem obrigadas a equacionar essa falta diante das demandas de uma formação de nível superior. Na Anhanguera Educacional, os alunos são estimulados a participar de programa de nivelamento ofertado a todos os ingressantes. O foco do curso é desenvolver o raciocínio lógico e a capacidade de interpretação, com ênfase em língua portuguesa e matemática. "Essas são as maiores dificuldades que identificamos. Procuramos dar elementos para que o aluno não desista do curso e consiga cumprir o que se exige no ensino superior", diz Ana Maria Souza, vice-presidente Acadêmica da instituição.

"Há uma diferença muito grande entre o nível do aluno que chega ao ensino superior em relação ao que é projetado nos cursos", observa a vice-presidente. Na opinião dela, essa discrepância decorre do perfil do alunado, oriundo de escolas públicas, e que trabalha durante o dia e estuda a noite. "Essa é a realidade e é um direito desses trabalhadores chegar ao ensino superior. Cabe às instituições enfrentar o desafio de formar esse aluno adequadamente", complementa Ana Maria Souza.

Cecília Anderlini, diretora das Faculdades Integradas de Botucatu (Unifac), concorda. De acordo com ela, a defasagem de aprendizado trazida do ensino médio pelo aluno ingressante no ensino superior é muito grande. Para atacar o problema as faculdades incluem disciplinas de nivelamento no primeiro semestre de todos os cursos. "É uma forma de garantirmos o apoio educacional a esses alunos", sugere.

Reforma curricular
Os cursos de nivelamento, porém, não resolvem o problema de fundo, que é o da má formação. "Se a educação básica não melhorar, será difícil melhorar o ensino superior", assevera o professor Artur Roquete de Macedo, membro da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação (CNE) e diretor do Instituto Metropolitano da Saúde das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

Surge então uma proposta de revisão do modelo curricular dominante no ensino superior brasileiro. "As ementas dos cursos superiores são as mesmas há décadas. Não levam em conta o que se perdeu na formação básica, nem as habilidades diferenciadas que devem ser desenvolvidas pelos estudantes. Por isso não se tem conseguido integrar bem os novos alunos ao início dos cursos superiores", afirma Lobo Leal. Para ele, os programas de adaptação dos novos alunos e de combate a evasão deveriam centrar-se em projetos de recuperação de conteúdos e de orientação dos estudos.

Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos pela Educação, associa o baixo nível de aprendizagem em matemática ao longo da educação básica, constatado pelo Saeb, com a reprovação e a evasão em cursos superiores da área de exatas (química e física, por exemplo) e nas engenharias.

Apagão docente
É justamente a escassez de professores devidamente habilitados para lecionar na educação básica que alimenta o ciclo da aprendizagem deficiente. Tomando a disciplina de física, uma das que mais sofrem com a escassez de professores, em 2009, somente 21% dos professores em sala de aula eram licenciados nesta área.

Para Roquete de Macedo, a valorização do professor é a questão central para melhorar a qualidade da educação básica. "Os docentes precisam de aprimoramento continuado, um projeto salarial adequado e boas condições de trabalho." Nesse aspecto, o ensino superior tem um papel fundamental a desempenhar, formando bem os docentes que estarão à frente das salas de aula no ensino fundamental e médio.

Nesse contexto, o projeto do novo PNE colabora pouco para alterar este cenário, na opinião da professora Leda Scheibe, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ela cita como exemplo a meta que estabelece que os professores devem ter licenciatura na área em que atuam. "Isso é previsto desde a LDB em 1996 e estamos longe de atingir essa meta", afirmou a professora, durante apresentação no 3o Seminário de Educação Brasileira, promovido pelo Centro de Estudos Educação e Sociedade (Cedes), em Campinas (SP).

"A formação de nível superior é importante, mas é necessário estimular os jovens a serem professores. O PNE poderia propor estratégias de indução à formação qualificada, como a oferta de bolsas para os alunos de licenciatura", defende a professora.

Mais recursos
As propostas para ampliar a escolaridade dos jovens, melhorar a formação na educação básica, fortalecer a formação inicial e continuada dos docentes e os mecanismos de valorização da carreira são diversificadas. No entanto, seja qual for o caminho seguido é imprescindível que haja recursos suficientes para efetivar as propostas.

Nesse quesito, existe um consenso quanto ao risco de o próximo PNE não ter fôlego para o Brasil dar o salto de qualidade que necessita na área da educação. O projeto do Executivo prevê ampliar o volume de recursos progressivamente até atingir a marca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020.

Segundo o professor Romualdo Portela, a proposta é de uma "modéstia assombrosa" e contraria as deliberações da Conferência Nacional de Educação (Conae). Na Conae, foi acordado que o montante de 7% do PIB seria atingido em 2014, chegando a 10% em 2020.

Na opinião de Portela, o Custo Aluno Qualidade (CAQ), índice desenvolvido pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, serviria como referência para definir os valores mínimos por aluno em cada uma das etapas da educação básica, o que permitiria a aplicação de recursos baseada em um padrão de qualidade estabelecido por meio de insumos. Ele lembra que já existe uma resolução do CNE que normatiza os padrões de qualidade. A resolução está nas mãos do ministro Fernando Haddad para homologação.

Iniciativas da sociedade
O projeto Caminhos para Melhorar o Aprendizado, lançado no final de abril pelo movimento Todos pela Educação e o Instituto Ayrton Senna, indica algumas trajetórias possíveis para melhorar a qualidade do ensino básico. A iniciativa é resultado da análise de cerca de 165 estudos nacionais e internacionais, com base empírica e tratamento estatístico sobre os impactos de políticas de Educação no aprendizado dos alunos. O economista Ricardo Paes de Barros, coordenador do projeto, conclui que quatro aspectos trazem ganhos significativos para a aprendizagem: a qualidade do professor, turmas menores e mais homogêneas e o cumprimento do calendário escolar. O resultado do trabalho está disponível no site do projeto:www.paramelhoraroaprendizado.org.br.

Números do ensino básico não permitem expansão no superior
Em 2009, de acordo com o Censo da Educação Básica, a relação entre o número de matrículas no ensino fundamental (anos finais) e o de concluintes nessa etapa de ensino era de apenas 17%. Dos quase 2,5 milhões de alunos que concluíram o ensino fundamental e ingressaram no médio, apenas 1,7 milhão terminou esta etapa. Isso quer dizer que o ensino superior conseguiu atender a totalidade dos alunos que se formaram no ensino médio, já que o número de ingressantes nas faculdades em 2009 foi de um pouco mais de 1,7 milhão de alunos. Ficaram para trás, porém, mais de 80% de estudantes que nem chegaram ao ensino médio.
FundamentalMédioSuperior
Alunos matriculados (anos finais)
14.409.910
Alunos matrículados
8.337.160
Alunos ingressantes
1.732.613
Concluintes
2.473.073
Concluintes
1.797.434
 

Plano básico
Entre as metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE) para melhorar o ensino básico estão:
  • Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada estudante do ensino fundamental;
  • Elevar a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85% na faixa etária de 15 a 17 anos;
  • Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas públicas de educação básica;
  • Elevar a escolaridade da população de 18 a 24 anos, de modo a alcançar o mínimo de 12 anos de estudos para as populações do campo, da região de menor escolaridade do país e dos 25% mais pobres;
  • Garantir que todos os professores da educação básica possuam formação específica de nível superior;
  • Formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação;
  • Valorizar o magistério público da educação básica;
  • Ampliar progressivamente o investimento público em educação até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Renovação do ensino médio
Embora exista um consenso sobre a necessidade de renovar o ensino médio brasileiro, as iniciativas oficiais nesse campo ainda são tímidas. Uma das principais iniciativas do Ministério da Educação (MEC) é o programa Ensino Médio Inovador, implantado em 357 escolas públicas de 18 estados. Desde 2009, já foram investidos R$ 51 milhões.

O MEC calcula que 296 mil alunos estão sendo beneficiados pela iniciativa, contingente relativamente pequeno quando comparado ao total de matrículas nesse nível (3,5% dos 8,3 milhões de estudantes).

O objetivo é estimular as escolas a inovarem no currículo - e assim tornar a escola mais atraente ao jovem - por meio de atividades integradoras a partir de quatro eixos de atuação: trabalho, ciência, tecnologia e cultura.

O Ensino Médio Inovador foi a base para as novas diretrizes curriculares para ensino médio elaboradas pelo CNE. As diretrizes preveem o aumento da carga horária do ensino noturno e a flexibilização de parte da grade curricular e deveriam ser discutidas no Conselho no início de maio.


fonte http://revistaensinosuperior.uol.com.br/textos.asp?codigo=12767;

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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Video chat no Terra sobre Dificuldades de Aprendizagem










Enviado por em 28/01/2011
Tópicos abordados:
Adequação da escola ao aluno
Programas educativos
Benefícios do desenho animado
Como despertar o interesse pela leitura e escrita
Benefícios da leitura de contos de fadas
Classes com faixas etárias mistas


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Entrevista sobre Dislexia com o Prof. Dr. Fernando Capovilla, concedida a Ederson Granetto na Univesp TV


Enviado por em 29/11/2010
Entrevista sobre Dislexia com o Prof. Dr. Fernando Capovilla, concedida a Ederson Granetto na Univesp TV (canal da TV Cultura dedicado a Educação) em 2010 (www.univesp.tv.br e www.lanceusp.hdfree.com.br)


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terça-feira, 14 de junho de 2011

Grafologia

Grafologia


A grafologia estuda a escrita de um individuo através da análise de sua caligrafia, podendo identificar a personalidade e determinar suas características gerais. A Grafologia surge como ciência através do abade francês Jean-Hyppolite Mitchon (1806-1881), considerado pai da Grafologia.
LUIZA MEDEIROS, diz que a grafologia pode ser usada nas empresas pelo gestor de RH no processo seletivo, orientação de carreira e etc., evidenciando o melhor candidato através de sua personalidade selecionando os colaboradores que fazem e farão parte da organização.


A grafia pode revelar entre outras características a capacidade para liderança; assertividade; persuasão; eficiência nas atividades; planejamento; visão estratégica; que tipo de profissões e atividades que a pessoa pode atuar ou não; perfil técnico; se cria sinergia ao meio; como é o relacionamento interpessoal; autoconhecimento; como reage sob pressão; qual a sua energia; qual o seu equilíbrio emocional; grau de prontidão para o candidato passar por um treinamento, identificar se ele tem condição de ser treinado dentro ou fora da empresa; se a pessoa tem tendências a dissimulação e a mentira, entre outros detalhes que a grafologia identifica com rapidez e eficiência. (MEDEIROS).


Segundo ANA SETTE (2004), especialista em Grafologia, as empresas que utilizam essa técnica poderão agregar vantagens e conhecer quem fará parte da organização.
1- Alto grau de acertos das conclusões tiradas;  
Um grafólogo experiente, sério e com um excelente conhecimento da grafologia, psicologia, psicopedagogia, cultura geral e específica, tem a probabilidade de 90% de acertos, desde que a amostra (redação) seja feita conforme as exigências.  
2 - Permite detectar traços da personalidade, não identificáveis em outros métodos;
3 - Comparativamente, apresenta um custo baixo e utiliza poucos recursos; 
4 - O material utilizado pelo Grafólogo é muito simples. O avaliado só precisa fazer uma redação;
5 - A pessoa avaliada não precisa, necessariamente, estar presente para ser analisada. É até melhor fazer a Avaliação sem conhecer o candidato, para que não haja nenhuma influência subjetiva. A entrevista será feita depois. 
6 - Exige pouco tempo do avaliado; O tempo necessário para a elaboração de uma redação.
7 - Seus resultados são autênticos, pois é impossível “preparar-se" para fazer um bom teste.
8 - Permite detectar, com profundidade, alguns traços da personalidade, não identificáveis por outros métodos. SETTE (2004).



REFERENCIAS: 
http://www.rhcentral.com.b. LUIZA MEDEIROS. 
http://somostodosum.ig.com.br  SETTE (2004).

Videos relacionados


Entrevista Programa Notícias e Mais - Tema: Grafologia 





05.09.07 Fala Brasil - exame de grafologia para emprego



fonte.http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Grafologia/150.html
fonte dos videoshttp://www.youtube.com/user/milhano82
http://www.youtube.com/user/fps31.
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sábado, 11 de junho de 2011

Técnico em Magistério curso ead em 1 ano

 Olá, muito bom dia, boa tarde ou boa  noite a vc que me visita neste humilde blog.
Vou fazer uma postagem que é do Blog dos Professores Solidários de  minha amiga virtual professora SOL.
Vale a pena vc professor-a que  tem pedagogia ou normal superior, mas não tem o magistério de nivél médio.
Em algumas secretarias de educação, quem tem magistério tem pontos a mais do  que só qem tem pedagogia ou normal superior.


MAGISTÉRIO À DISTÂNCIA
Estou montando uma turma para Curso de Formação de Professores no Rio de Janeiro que, atualmente, é o único lugar onde tem Magistério à distância.
É um colégio reconhecido pelo Mec e estou somente como relações públicas porque vou fazer também, então tenho muito interesse em formar um grupo.
Explicando: Sou PEB I (Pedagoga), e, na minha Prefeitura, todo ano tenho pontuação para classificação de escolha de classe na escola. Pelo fato de eu não ter magistério, perco 5 pontos na minha classificação, é por isso que tenho muito interesse em montar essa turma e fazer esse curso que é somente em 1 ano para quem tem Ensino Médio completo
As matrículas já estão abertas, e haverá a obrigatoriedade de comparecer nas provas de 4 em 4 meses (Rio de Janeiro), todo o curso será feito através do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e haverá a necessidade de cumprir o estágio obrigatório em escolas regularizadas no município de residência.
PS. Muitas pessoas estão me perguntando se há a possibilidade de fazer as provas no local de residência. Então, respondo: Haverá a obrigatoriedade de comparecer no Rio de Janeiro, infelizmente não tem como abonar a presença nas avaliações, este encontro presencial é obrigatório, caso contrário o curso não terá validade.
Os documentos necessários são:

Xerox comum:
RG,CPF, comprovante de residência, cópia de certidão de nascimento ou casamento e duas fotos.

Xerox Autenticada:
Histórico do 2º grau Completo (Ensino Médio)

Esses documentos deverão ser enviados por Sedex

Preço de Matrícula tratar comigo
Twitter: @prosusanasol

fonte.http://professoressolidarios.blogspot.com/search/label/T%C3%A9cnico%20em%20Magist%C3%A9rio

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terça-feira, 7 de junho de 2011

Apostila de Antropologia

Apostila de Antropologia
Diferenças  entre a Sociologia e a Antropologia 

Uma das questões que mais perturbam os estudantes que travam seus primeiros contatos com as Ciências Sociais é a diferença entre Antropologia e Sociologia. Estes campos de conhecimento, muito embora sejam bastante próximos entre si não são, no entanto, totalmente iguais.
Naquilo que se refere à Antropologia, pode-se dizer que tal ciência estuda o homem no que se refere a suas relações com a cultura, especialmente no que se refere aos costumes, à religião e à organização política. O eixo de conhecimento da Antropologia procura ir do conhecimento do indivíduo (ou de pequenos grupos) para conseguir tentar entender as realidades sociais maiores. E seu foco está predominantemente na cultura (ver outro artigo meu sobre o conceito de cultura), de modo que parte-se do princípio que entendendo a cultura dos grupos conseguimos entender a lógica da sociedade.
Em relação à Sociologia, é correto afirmar que tal ciência procura compreender como se dão os processos de estruturação e relacionamento dos indivíduos com as sociedades. O eixo do conhecimento na Sociologia geralmente vai do conhecimento das coletividades (ou realidades sociais maiores) com o objetivo de entender o comportamento grupal e/ou individual. Seu foco está geralmente no entendimento das estruturas da sociedade (ver outro artigo meu sobre a relação entre Educação e Ciências Sociais), procurando entender como estas estruturas influenciam os grupos ou indivíduos no que se refere a seu comportamento, seus costumes e sua cultura.
Devido a estes fatores podemos concluir que Antropologia e Sociologia apesar de serem campos de conhecimento muito próximos possuem algumas diferenças, tanto no que diz respeito ao seu objeto quanto a seu enfoque. Desta maneira, ao serem estudos aspectos antropológicos e sociológicos de um dado campo (como os Aspectos Antropológicos e Sociológicos da Educação) devemos ter em conta estas diferenças básicas de forma a obtermos maior clareza na compreensão do papel de cada uma destas ciências no referido campo.
Estes texto é dedicado aos meus alunos de uma universidade brasileira, mas aberto a todos os que desejarem ampliar seus conhecimentos a respeito das Ciências Sociais.
Desejo a todos os leitores bom proveito.

 


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o que é Lobby

 
O termo “lobby” é muito utilizado no meio político. Infelizmente, grande parte da população possui uma concepção errônea do significado da palavra. Primeiro, precisamos entender que lobby nada mais é do que um grupo de pressão na esfera política, um grupo de pessoas ou organizações que tentam influenciar, aberta ou secretamente, as decisões do poder público em favor de seus interesses.

Fazer um lobby é algo muito natural, feito por todos nós. Entre alguns exemplos de lobbyes, podemos citar a ocasião de um filho tentar convencer seu pai a lhe dar um aumento de mesada ou quando um sindicato discute melhorias nas condições de trabalho com uma empresa. Nos EUA, por exemplo, a profissão de lobista é reconhecida oficialmente, sendo até regulamentada por lei. No país, o lobby é reconhecido como uma importante parte do processo político.

Para alguns especialistas, o lobby não pode “entrar pelo porão, pois assim se insere no conluio e precisa da barganha”. Para a secretária adjunta de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana de Minas Gerais, Maria Coeli Simões Pires, no meio político não existem anjos nem demônios, mas sim, interesses, principalmente o interesse econômico. Desta forma, o lobby precisa ser desvinculado da imagem de ilegalidade, uma vez que defender os interesses de um grupo de pessoas ou de organizações, além de ser importante, é um direito de todos.

Por Tiago Dantas
Equipe Brasil Escola



fonte>http://www.brasilescola.com/politica/lobby.htm

fone da imagem>http://rabiscosdoantenor.blogspot.com/2010/09/lobby-faca-disso-uma-profissao.html

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terça-feira, 31 de maio de 2011

Down Under - Men At Work



Enviado por  em 18/07/2008
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Teoria do Conhecimento



O que é Teoria do Conhecimento?

Roderick Chisholm

A reflexão sobre a natureza do nosso conhecimento dá origem a uma série de desconcertantes problemas filosóficos, que constituem o assunto da teoria do conhecimento, ou Epistemologia. A maior parte desses problemas foi debatida pelos gregos antigos e, ainda hoje, a concordância é escassa sobre a maneira como deveriam ser resolvidos ou, no caso de tal não ser possível, abandonados. Descrevendo os temas dos sete capítulos que se seguem , poderemos dar a entender, de modo geral, a natureza desses problemas.
1 ) Qual é a distinção entre conhecimento e opinião verdadeira? Se um homem teve um palpite acertado ("Eu diria que é o sete de ouros"), mas não sabe realmente; e outro homem sabe, mas não diz, e não precisa adivinhar; o que é que o segundo homem tem (se assim podemos dizer) que falta ao primeiro? Pode-se dizer, é claro, que o segundo homem tem a prova evidente e que o primeiro não a tem, ou que algo é evidente para um que não é para o outro. Mas o que é prova evidente e como decidiremos, em qualquer caso determinado, se temos ou não prova?
Essas perguntas têm suas análogas tanto na Filosofia Moral como na Lógica. O que significa um ato estar certo e como decidiremos, em qualquer caso determinado, se um certo ato está certo ou não? O que significa uma inferência ser válida e como decidiremos, num determinado caso, se uma dada inferência é ou não válida?
2 ) A nossa prova para algumas coisas, ao que parece, consiste no fato de termos provas para outras coisas. "A minha prova de que ele cumprirá sua promessa é o fato dele ter dito que cumpriria a sua promessa. E a minha prova de que ele disse que cumpriria a sua promessa é o fato de que. . ." Devemos dizer de tudo aquilo para o que temos prova que a nossa prova consiste no fato de termos prova para alguma outra coisa? Se tentarmos formular, socraticamente, a nossa justificação para qualquer pretensão particular de conhecimento ("A minha justificação para pensar que sei que A é o fato de que B" ) e se formos inexoráveis em nossa investigação ("e a minha justificação para pensar que sei que B é o fato de que C"), chegaremos, mais cedo ou mais tarde, a uma espécie de fim de linha ("mas a minha justificação para pensar que sei que N é simplesmente o f ato de que N" ) . Um exemplo de N poderá ser o fato de que me parece recordar que já estive aqui antes ou o fato de que alguma coisa, agora, me parece azul.
Esse tipo de interrupção pode ser descrito de duas maneiras bastante diferentes. Poderíamos dizer: "Há certas coisas (por exemplo, o fato de que me parece recordar ter aqui estado antes) que são evidentes para mim e que o são de tal forma que a minha prova de evidência para essas coisas não consiste no fato de haver certas outras coisas que são evidentes para mim". Ou poderíamos dizer, alternativamente: "Há certas coisas (por exemplo, o fato de que me parece recordar ter aqui estado antes) das quais não se pode dizer que sejam evidentes, em si mesmas, mas que se parecem com o que se pode considerar evidente, na medida em que funcionam como prova evidente para certas outras coisas." Essas duas formulações apenas pareceriam diferentes verbalmente. Se adotarmos a primeira, poderemos afirmar que algumas coisas são diretamente evidentes.
3 ) As coisas que ordinariamente dizemos que conhecemos não são coisas, portanto, "diretamente evidentes". Mas, ao justificarmos a pretensão de conhecimento de qualquer uma dessas coisas particulares, podemos ser levados de novo, da maneira descrita, às várias coisas que são diretamente evidentes. Deveríamos dizer, portanto, que o conjunto daquilo que conhecemos, em qualquer momento dado, é uma espécie de "estrutura", que tem seu "fundamento" no que acontece ser diretamente evidente, nesse momento? Se dissermos isso, deveremos estar então preparados para explicar de que maneira esse fundamento serve de apoio ao resto da estrutura. Mas essa questão é difícil de responder, visto que o apoio dado pelo fundamento não seria dedutivo nem indutivo. Por outras palavras, não é o gênero de apoio que as premissas de um argumento dedutivo dão à sua conclusão, nem é o gênero de apoio que as premissas de um argumento indutivo dão à sua conclusão. Pois
, se tomarmos como nossas premissas o conjunto do que é diretamente evidente em determinado momento, não podemos formular um bom argumento dedutivo, nem um bom argumento indutivo, em que qualquer das coisas que ordinariamente dizemos que conhecemos apareçam como uma conclusão. Portanto, talvez se dê o caso de, além das "regras de dedução" e das "regras de indução", existirem também certas "regras de evidência" básicas. 0 lógico dedutivo tenta formular o primeiro tipo de regras; o lógico indutivo, o segundo; e o epistemologista procura formular as regras do terceiro tipo.
4) Pode-se perguntar: "0 que é que sabemos? Qual é a extensão do nosso conhecimento?" Poder-se-á também perguntar: "Como decidir, em qualquer caso particular, se sabemos ou não? Quais são os critérios de conhecimento, se porventura existem?" 0 "problema do critério" resulta do fato de que, se não tivermos resposta para o segundo par de perguntas, não disporemos, nesse caso, aparentemente, de um procedimento razoável para encontrar resposta para o primeiro; e, se não tivermos resposta para o primeiro par de perguntas, não teremos então, aparentemente, um processo razoável de encontrar a resposta do segundo. 0 problema poderá ser formulado mais especificamente para diferentes matérias - por exemplo, o nosso conhecimento (se houver) de "coisas externas", "outros espíritos", "certo e errado", as "verdades da Teologia". Muitos filósofos, aparentemente sem razão suficiente, abordam algumas dessas versões mais específicas do problema do critério segundo um ponto de vista, ao passo que outros as encaram de um ponto de vista muito diferente.
5) 0 nosso conhecimento (se houver) do que por vezes denominamos as "verdades da razão" - as verdades da Lógica e da Matemática e o que se expressa por "Uma superfície que é toda vermelha também não é verde" - dota-nos com um exemplo particularmente instrutivo do problema de critério. Alguns filósofos acreditam que qualquer teoria satisfatória do conhecimento deve ser adequada ao fato de que algumas das verdades da razão, tal como tradicionalmente são concebidas, não estão entre as coisas que conhecemos. Outros, ainda, procuram simplificar o problema afirmando que as chamadas "verdades da razão" só pertencem realmente, de algum modo , , a maneira como as pessoas pensam ou a maneira como empregam sua linguagem. Mas, uma vez que essas sugestões sejam equacionadas com precisão, logo perdem toda e qualquer plausibilidade que aparentemente tenham tido, no começo.
6) Outros problemas da teoria do conhecimento poderiam designar-se, apropriadamente, por "metafísicos". Abrangem certas questões sobre as maneiras como as coisas nos parecem. As aparências que as coisas apresentam para nós quando, digamos, as percebemos, parecem ser subjetivas na medida em que dependem, para a sua existência e natureza, do estado do cérebro. Este simples fato levou os filósofos, talvez com excessiva facilidade, a estabelecerem algumas conclusões extremas. Alguns afirmaram que as aparências das coisas externas devem ser duplicatas internas dessas coisas - que, quando um homem percebe um cão, uma tênue réplica do cão é produzida dentro da cabeça do homem. Outros disseram que as coisas externas devem ser bastante distintas do que ordinariamente aceitamos que elas sejam - que as rosas não podem ser vermelhas quando ninguém está olhando para elas. Ainda outros afirmaram que as coisas físicas devem-se compor, de algum modo, de aparências; e houve também quem dissesse que «s aparências devem ser compostas, de algum modo, de coisas físicas. 0 problema levou até alguns filósofos a indagarem se existirão coisas físicas e outros, mais recentemente, a indagarem se existirão aparências.
7 ) 0 "problema da verdade" poderá parecer um dos mais simples da teoria do conhecimento. Se dissermos a respeito de um homem, `'Ele acredita que Sócrates é mortal", e depois acrescentarmos, "E o que é mais, sua crença é verdadeira", então o que acrescentamos não é, certamente, mais do que isto: Sócrates é mortal. E "Sócrates é mortal" diz-nos tanto quanto "é verdade que Sócrates é mortal". Mas que aconteceria se disséssemos, a respeito de um homem, que algumas de suas crenças são verdadeiras, sem especificarmos que crenças? Que propriedade, nesse caso, estaríamos atribuindo à sua crença?
Suponha-se que dizemos: "0 que ele está dizendo agora é verdade", quando acontece que o que ele está dizendo agora é o que nós estamos agora dizendo que é falso, seja o que for. Nesse caso, estaremos dizendo algo que é verdadeiro ou dizendo algo que é falso?
Finalmente, qual é a relação entre as condições da verdade e os critérios de evidência? Somos boas provas, presumivelmente, para acreditar que existem nove planetas. Essa prova consiste em vários outros fatos que conhecemos a respeito de Astronomia, mas não inclui, em si, o fato de que existem nove planetas. Pareceria logicamente possível, portanto, que um homem tivesse boas provas para uma crença que, não obstante, é uma crença que é falsa. Significará isso que o fato de existirem nove planetas, se porventura for um fato, é realmente algo que não pode ser evidente? Deveríamos dizer, portanto, que ninguém sabe, realmente, se existem nove planetas? Ou deveríamos dizer que, embora seja possível saber que existem nove planetas. não é possível saber que sabemos existirem nove planetas? Ou as provas de que dispomos para acreditar que existem nove planetas garantem, de algum modo, que a crença é verdadeira e garantem, portanto, que há nove planetas?
Tais questões, e problemas como esses, constituem o assunto da teoria do conhecimento. Um certo número deles, como o leitor já sentirá, é simplesmente o resultado de confusão; e, uma vez exposta a confusão, os problemas desaparecem. Mas outros, como este livro pretende mostrar, são um tanto mais difíceis de tratar.
In Chisholm, R. M. (1966): Teoria do Conhecimento, Rio de Janeiro: Zahar, pgs. 11-15.


A imagem de uma ilha funciona perfeitamente para exemplificar o nível de conhecimento da humanidade. Esse pequeno pedaço de terra é cercado pelo vasto oceano do desconhecimento. Temos apenas frágeis balsas para explorá-lo, por isso, existem tantas lacunas em tudo o que sabemos. Em outras palavras, por mais espetaculares que sejam os resultados alcançados pelas ciências, o que se conhece é muito pouco em comparação com tudo o que nos falta saber.
Esse livro trata exatamente dessa busca. A teoria do conhecimento (ou epistemologia) aborda não somente a natureza e as fontes de conhecimento, mas, sobretudo, as formas de validá-lo ¿ seu maior desafio. Com linguagem simples e didática, o leitor vai explorar ao longo das páginas os tipos de saber, como estudá-lo e buscá-lo, as contradições entre aparência e realidade, a dificuldade em definir a verdade por trás de todos os fatos, entre outros temas. 










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Sobre a Reencarnação Segundo a Tradição Milenar Indiana Dos Vedas de Sua Divina Graça AC Bhaktivedanta Swami Prabhupāda, Fundador-Ācārya da Sociedade Internacional para a Consciência de Krishna.

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