sábado, 12 de novembro de 2011

Asana

 Asana

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Asana é uma palavra Sânscrita (em devanagari आसनम्) que significa "sentar". São diversos os tipos de asanas entre os principais estão o padmasana, o bhadrasana, o vajrasana, o virasana e o svastikasana.[1] No Yoga sutras de Patanjali se menciona a execução de asanas com o terceiro passo do Raja yoga.[2]
Dentro da tradição indiana a sua origem é atribuída a Shiva, que as ensinou a sua esposa Parvati.
Embora, como visto a idéia original de asana se refira a uma contemplação (meditação) em posição sentada, para atingir o estado de meditação e permanecer por longos periodos.[1] Hoje em dia surgiu à interpretação dada como posição psicofísica do yoga. Pois, o estudo moderno do yoga tornou necessário se classificar diversas técnicas em uma única família.
Selo do "Vale do Indo" mostrando Pashupati
Patanjali, no Yoga Sutras descreve asana como sentar em posição firme e confortável para a contemplação (ou meditação), onde a contemplação é o sadhana(o caminho) para se compreender o si.[3]
A prática de asana desenvolve uma musculatura flexível, e ossos e tendões resistentes, bem como o massageamento de órgãos, e o equilíbrio das funções de diversas glândulas internas. A tradição indiana também enumera como beneficio a melhoria do fluxo de prana (uma espécie de energia vital; qi em Chinês; ki em Japonês (esta informação é apenas ilustrativa, pois trata-se de filosofias distintas)) para permitir o equilíbrio dos koshas, e fluxo de energia pelas nadis(Sistema circulatório energético).
O aspecto físico do asana foi muito popularizado no ocidente, tornando-o estigmatizado, por diversas celebridades Madonna, Danielle Winits e Sting. Destituído da sua base filosófica ,o Yoga, o asana se tornou parte das práticas de Hatha Yoga, em diversas academias.
No Yoga Sutras, Patanjali descreve asana como o terceiro dos 8 ramos do Raja Yoga Clássico . Ou outros oito ramos são yamas (regras de conduta para lidar com o mundo exterior) e niyama (regras de conduta para lidar com seu íntimo), asana (posição), pranayama (respiratório), pratyahara, (estado distração ou sensação de recolhimento), dharana (concentração), dhyana (meditação), e samadhi, (a percepção do si).

 Condições e orientações para praticar um bom Asana

O Asana deve ser firme e confortável. Ele não deve ser a causa de nenhum tipo de desconforto. Qualquer retesamento ou tensão observada no corpo deve ser conscientemente relaxada. Esta posição deve ser tão confortável que você possa ficar na mesma por um longo período. O Asana deve ser um esforço de corpo e mente. A sensação de se estar absolutamente relaxado é sinal de um asana perfeito. A respiração deve ser normal e ritmada, iniciada nas narinas, e terminada no abdômen e não se deve movimentar o tórax.
De acordo com os praticantes de Hatha Yoga, quando você consegue gerenciar o controle corporal, você se libera da chamada 'dualidade dos opostos', como o calor e o frio, a fome e a gula, alegria e a tristeza, assim por diante.
Abaixo estão relacionadas as orientações para realizar o Yogasana:
  • Um copo de água deve ser tomado antes da pratica de asanas.
  • O estomago deve estar vazio. Asanas devem ser praticados 8 horas após o almoço, 2 horas após um copo de leite e uma hora após se comer uma fruta.
  • Sempre praticar asanas de manhã. Se isto não for possível, próximo ao entardecer.
  • Comidas gordurosas, muito secas, congeladas, muito quentes ou em excesso devem ser evitadas.
  • Não se deve forçar ou pressionar nada quando praticar asanas.
  • Não se deve sair no frio após praticar asanas.
  • mover a cabeça lentamente; se o asana afetar seu equilíbrio.
  • A respiração deve ser controlada e deve ser sempre pelas narinas. Os benefícios dos asanas aumentam se for praticado o pranayama simultaneamente.
  • Se o corpo estiver estressado, praticar o Shavasana.
  • Asanas devem ser praticados em uma sala limpa e bem-ventilada. A atmosfera deve ser pacifica.
  • Exercícios físicos leves (alongamentos), seguido pelo yogasana, pranayama e samyama é um sequência ideal.
  • Durante a gravidez, apos o terceiro mês, exercícios que exigem que se deite sobre o estomago devem ser evitados. (Posições Invertidas devem ser evitadas especialmente no terceiro semestre - Este site é recomendado para grávidas [1] - se não tiver certeza, peça orientação de seu médico.)

Asana (Posições e Posicionamento)

"Há um infinito número de asanas." (Sri Dharma Mittra).
Urdhva Dhanurasana
Em 1975, como oferenda a seu guru(professor), Swami Kailashananda Maharaj, Sri Dharma Mittra fez um catalogo de um vasto número de asanas do yoga. Pesquisando em antigos textos, livros, com estudantes, professores, e seu próprio vasto conhecimento, ele compilou 1300 variações. Elas foram originalmente publicados como "Guia gráfico do yoga clássico" , e 608 destas posições foram recentemente disponibilizadas em um pequeno compendio intitulado, "Asanas: 608 Posições de Yoga".[4] Embora não haja nenhum modo de estabelecer exatamente a quantidade de posições, este trabalho é considerado como a definitiva coleção para estudantes e Yogis.
Logo a seguir surgiram livros com 1.500(E.U.A)[carece de fontes], 2.000(Brasil),[5] 84.000(Alemanha)[carece de fontes] diferentes tipos de asanas, existem estudos para subdividi-los em 108 tipos de famílias, etc. Portanto se posicionar sobre o tema se tornou uma forma de confrontação entre escolas. Portanto se questionado, seja sábio é diga a frase de Sri Dharma Mittra.

Permanência

O período que um praticante se mantém estável no asana é denominado tempo de permanência, que é medido pela quantidade de respirações (inspiração, retenção e expiração) realizadas durante a realização do asana.

Surya Namaskara

Surya Namaskara, ou saudação ao Sol, é um coreografia composta de 12 asanas em sequencia. Existem tradições que orientam para duas sequencias sendo a segunda compensando os asanas realizados na primeira.

Asana no mundo

  • Na França, se faz referencia ao estado psicofísico e a compensação de cada asana.
  • Na Alemanha, se posiciona contra a utilização de espelhos na sala de pratica, e preconiza a utilização do Surya Namaskara (Saudação ao Sol), como pratica obrigatória de asanas.
  • Nos E.U.A., é a principal base deste artigo e existe um enfoque para modismo, além de preconizar saltos durante o Surya Namaskara.
  • No Brasil, além da compensação e coreografia e necessário ter a atenção na passagem coreográfica entre os asanas. E algumas escolas usam regras gerais de execução.
  • Na Índia, Não existe yogasana sem uma filosofia que unam as praticas para um objetivo concreto.

Ver também

Referências

  1. a b Feuerstein, Georg (1996). The Shambhala Guide to Yoga. Shambhala Publications, Boston. pp. 26
  2. Patanjali (± 300-200 B.C.) Yoga sutras, Book II:29
  3. Verse 46, chapter II; for translation referred: "Patanjali Yoga Sutras" by Swami Prabhavananda , published by the Sri Ramakrishna Math ISBN 81-7120-221-7 p. 111
  4. Mittra, Dharma, (2003) Asanas: 608 Yoga Poses", ISBN 1-57731-402-6
  5. Tratado de Yôga, DeRose, Nobel, 2008, São Paulo, ISBN 85-213-1361-6

Ligações externas


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Escutatório, Rubem Alves

 
 
Escutatório
por, *RUBEM ALVES 

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.

Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.

Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... (O amor que acende a lua, pág. 65.)


*
*Rubem Alves (Boa Esperança, 15 de setembro de 1933) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos, educacionais e existenciais, além de uma série de livros infantis.[1]   
Carreira
Bacharel e Mestre em Teologia, Doutor em Filosofia (Ph.D.) pelo Seminário Teológico de Princeton (EUA) e psicanalista. Lecionou no Instituto Presbiteriano Gammon, na cidade de Lavras, Minas Gerais, no Seminário Presbiteriano de Campinas, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro e na UNICAMP, onde recebeu o título de Professor Emérito. Tem um grande número de publicações, tais como crônicas, ensaios e contos, além de ser ele mesmo o tema de diversas teses, dissertações e monografias. Muitos de seus livros foram publicados em outros idiomas, como inglês, francês, italiano, espanhol, alemão e romeno.
Com formação eclética, transita pelas áreas de teologia, psicanálise, sociologia, filosofia e educação. Após ter lecionado em universidades, hoje tem um restaurante (a culinária é uma de suas paixões e tema de alguns de seus textos), vive em Campinas, onde mantém um grupo, chamado Canoeiros, que encontra-se semanalmente para leitura de poesias.
Sua mensagem é direta e, por vezes, romântica, explorando a essência do homem e a alma do ser. É algo como um contraponto à visão atual de homo globalizadus que busca satisfazer desejos, muitas vezes além de suas reais necessidades.
"Ensinar" é descrito por Alves como um ato de alegria, um ofício que deve ser exercido com paixão e arte. É como a vida de um palhaço que entra no picadeiro todos os dias com a missão renovada de divertir. Ensinar é fazer aquele momento único e especial. Ridendo dicere severum: rindo, dizer coisas sérias[2] Mostrando que esta, na verdade é a forma mais eficaz e verdadeira de transmitir conhecimento. Agindo como um mago e não como um mágico. Não como alguém que ilude e sim como quem acredita e faz crer, que deve fazer acontecer.
Em alguns de seus textos, cita passagens da Bíblia, valendo-se de metáforas. No site A Casa de Rubem Alves encontram-se releituras e discussões de suas obras.
É cidadão honorário de Campinas onde recebeu a Medalha Carlos Gomes de contribuição à cultura.
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