quarta-feira, 10 de julho de 2013

Justiça em Aristóteles



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Pesquisa qualitativa: Relação escola e família




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A intervenção do Psicopedagogo nas dificuldades de aprendizagens




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A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NA ESCOLA... NA CLÍNICA... E NA FAMÍLIA

 Um psicopedagogo na sua prática escolar tem papel de mediador, ele faz uma intervenção, “não apenas da aula”, sobre um tema. Essa intervenção é levantar hipóteses, rever conceitos, descobrir determinadas crenças sobre o aprender e o ensinar e assim permitir a construção de um espaço para troca de experiências e idéias, além de propor uma metodologia onde o refletir e o pensar não seja tarefa sem prazer, sem alegria, sem vida.

Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, atualmente, espaço nas instituições de ensino.
Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar dentro da própria escola.
Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo:

• Detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem;
• Participar da dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo de integração e troca;
• Realizar processo de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.
• Avaliar o processo metodológico na escola como um todo e orientar novas metodologias de acordo com as características dos indivíduos e do grupo; acompanhando a relação professor e aluno, aluno e aluno;
• Acompanhar o aluno que vem de outra escola, sugerindo atividades, buscando estratégias e apoio e quando necessários.
Acreditamos que, se existissem nas escolas psicopedagogos trabalhando com essas dificuldades, o número de crianças com problemas seria bem menor.
O psicopedagogo deve considerar que a escola, o professor e família interferem positiva ou negativamente no processo de aprendizagem.
Em relação à escola, avalia-se também a forma como está organizada, inclusive a sua estruturação hierárquica, sua orientação de trabalho, os conflitos internos e o seu projeto pedagógico.

Nos professores, observa-se:

• a forma de circulação do conhecimento utilizada;
• o comprometimento com o trabalho;
• o zelo pelo aluno e pela aprendizagem;
• as transferências realizadas durante a interação com cada estudante;
• o estímulo que é capaz de provocar ao apresentar seu saber;
• a formação que possui que o habilitará a identificar as dificuldades escolares a partir da interpretação dos processos mentais que levaram o aluno a responder desta ou daquela forma;
• a conduta pedagógica - se respeita ou não o conhecimento trazido pelo aluno.
Na família é possível observar:
• sua função social e as funções de cada elemento da família;
• as formas de circulação do conhecimento;
• as normas que a regulamentam;
• as resistências;
• a identidade dessa família (ideologias, crenças etc);
• as expectativas e conflitos.
Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da escola relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar.
Ao psicopedagogo escolar cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando necessário, para outros profissionais - psicólogo, fonoaudiólogo, psicopedagoga clínico, neurologista, etc., que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no processo de aquisição do saber.

Segundo Dembo (apud FERMINO et al, 1994, p.57), "Evidências sugerem que um grande número de alunos possui características que requerem atenção educacional diferenciada". Neste sentido, um trabalho psicopedagógico pode contribuir muito, auxiliando educadores a aprofundarem seus conhecimentos sobre as teorias do ensino-aprendizagem e as recentes contribuições de diversas áreas do conhecimento, redefinindo-as e sintetizando-as numa ação educativa.
Esse trabalho permite que o educador se olhe como aprendente e como ensinante.
Além do já mencionado, o psicopedagogo está preparado para auxiliar os educadores realizando atendimentos pedagógicos individualizados, contribuindo para a compreensão de problemas na sala de aula, permitindo ao professor ver alternativas de ação e ver como as demais técnicas podem intervir.
Para o psicopedagogo, a experiência de intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores forem especialistas nas suas disciplinas. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva. Também o é a sua participação em reuniões de pais esclarecendo o desenvolvimento dos filhos assim como em conselhos de classe.
Segundo Bossa (1994, p.23),
[...] cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da criança ou, da própria “ensinagem‟.
O estudo psicopedagógico atinge seus objetivos quando, ampliando a compreensão sobre as características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abre espaço para que a escola viabilize recursos para atender às necessidades de aprendizagem. Para isso, deve analisar o Projeto Político-Pedagógico, sobretudo quais as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem. Desta forma, o fazer psicopedagógico se transforma podendo se tornar uma ferramenta poderosa no auxílio de aprendizagem.

A PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

Por Simone Carlberg
Entende-se que a Psicopedagogia Institucional não está relacionada somente a instituição escolar, pois pode ser pensada também na dimensão hospitalar e empresarial. No entanto, o enfoque dado nesse texto será o escolar.
O Psicopedagogo que pretende atuar na Instituição escolar tem duas possibilidades: poderá ser contratado por uma ou ele poderá ser assessor de várias. Enquanto Contratado, o Psicopedagogo tem, em princípio, as seguintes tarefas (listagem reelaborada a partir do paralelo entre o Professor, 

Psicopedagogo Clínico e Institucional de autoria de Neide de Aquino Noffs):

• Administrar ansiedades e conflitos;
• Trabalhar com grupos - grupo escolar é uma unidade em funcionamento;
• Identificar sintomas de dificuldades no processo ensino-aprendizagem;
• Organizar projetos de prevenção;
• Clarear papéis e tarefas nos grupos;
• Ocupar um papel no grupo;
• Criar estratégias para o exercício da autonomia (aqui entendida segundo a teoria de Piaget: cooperação e respeito mútuo);
• Fazer a mediação entre os subgrupos envolvidos na relação ensino-aprendizagem (pais, professores, alunos, funcionários);
• Transformar “queixas em pensamentos” (Alícia Fernandéz)
• Criar espaços de escuta;
• Levantar hipóteses;
• Observar, entrevistar e fazer devolutivas;
• Utilizar-se de metodologia clínica e pedagógica, “olhar clínico”;
• Estabelecer um vínculo psicopedagógico;
• Não fazer avaliação psicopedagógica clínica individual dentro da instituição escolar, porém, pode fazer sondagens;
• Fazer encaminhamentos e orientações;
• Compor a equipe técnica-pedagógica;

Para tanto, necessita de supervisão e formação pessoal. Algumas dessas tarefas também podem ser desempenhadas pelo Psicopedagogo Assessor, porém a principal e fundamental diferença é que ele não ocupa um papel no grupo. O que isso quer dizer? Enquanto unidade em funcionamento, um grupo é composto por pessoas que têm características diferentes, porém, para funcionar como tal, é necessário que cada elemento tenha uma função e um papel nele.
O Psicopedagogo Contratado ocupa um e outro no grupo institucional, que pode ser de liderança ou não. Sendo assim, ele pode estar ocupando um papel que não lhe permite enxergar tudo aquilo que é necessário; é como se ele estivesse misturado aos demais. Isto o impede de ter uma distância suficientemente boa para perceber o que é seu, do grupo, ou ainda, o que é resultado do funcionamento grupal. Já o Psicopedagogo assessor, pelo menos em tese, tem o privilégio de manter uma distância suficientemente boa para observar o funcionamento de um grupo e poder, inicialmente, levantar hipóteses diagnósticas e, posteriormente, propor e executar o processo corretor. O fato de uma instituição escolar ter em seu quadro um psicopedagogo institucional contratado, não invalida ou, não substitui as tarefas que só podem ser executadas por um assessor, ou seja, alguém que vem de fora vê de fora, pontua, revela, identifica o latente naquilo que está manifesto.

AÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E A TRANSFORMAÇÃO DA REALIDADE ESCOLAR
A atuação do Psicopedagogo na instituição visa a fortalecer-lhe a identidade, bem como buscar o resgate das raízes dessa instituição, ao mesmo tempo em que procura sintonizá-la com a realidade que está sendo vivenciada no momento histórico atual, buscando adequar essa escola às reais demandas da sociedade.
Durante todo o processo educativo, procura investir numa concepção de ensino-aprendizagem que:
Fomente interações interpessoais;
Incentive os sujeitos da ação educativa a atuarem considerando integradamente as bagagens intelectuais e moral;
Estimule a postura transformadora de toda a comunidade educativa para, de fato, inovar a prática escolar; contextualizando-a;
Enfatize o essencial: conceitos e conteúdos estruturantes, com significado relevante, de acordo com a demanda em questão;
Oriente e interaja com o corpo docente no sentido de desenvolver mais o raciocínio do aluno, ajudando-o a aprender a pensar e a estabelecer relações entre os diversos conteúdos trabalhados;
Reforce a parceria entre escola e família;
Lance as bases para a orientação do aluno na construção de seu projeto de vida, com clareza de raciocínio e equilíbrio;
Incentive a implementação de projetos que estimulem a autonomia de professores e alunos; Atue junto ao corpo docente para que se conscientize de sua posição de “eterno aprendiz”, de sua importância e envolvimento no processo de aprendizagem, com ênfase na avaliação do aluno, evitando mecanismos menores de seleção, que dirigem apenas ao vestibular e não à vida.
Nesse sentido, o material didático adotado, após criteriosa análise, deve ser utilizado como orientador do trabalho do professor e nunca como o único recurso de sua atuação docente. Com certeza, se almejamos contribuir para a evolução de um mundo que melhore as condições de vida da maioria da humanidade, nossos alunos precisam ser capazes de olhar esse mundo real em que vivemos interpretá-lo, decifrá-lo e nele ter condições de interferir com segurança e competência.
Para tanto, juntamente com toda a Equipe Escolar, o Psicopedagogo estará mobilizado na construção de um espaço concreto de ensino- aprendizagem, espaço este orientado pela visão de processo, através do qual todos os participantes se articulam e mobilizam na identificação dos pontos principais a serem intensificados e hierarquizados, para que não haja ruptura da ação, e sim continuidade crítica que impulsione a todos em direção ao saber que definem e lutam por alcançar.
Considerando a escola responsável por parcela significativa da formação do ser humano, o trabalho psicopedagógico na instituição escolar, que podemos chamar de psicopedagogia preventiva, cumpre a importante função de socializar os conhecimentos disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de normas de conduta inseridas num mais amplo projeto social, procurando afastar, contrabalançar a necessidade de repressão.
Assim, a escola, como mediadora no processo de socialização, vem a ser produto da sociedade em que o indivíduo vive e participa. Nela, o professor não apenas ensina, mas também aprende. Aprende conteúdos, aprende a ensinar, a dialogar e liderar; aprende a ser cada vez mais um cidadão do mundo, coerente com sua época e seu papel de ensinante, que é também aprendente. Agindo assim, a maioria das questões poderá ser tratada de forma preventiva, antes que se tornem verdadeiros problemas.
Em sua obra “A Psicopedagogia no Brasil- Contribuições a Partir da Prática”, Nádia Bossa registra o termo prevenção como referente à atitude do profissional no sentido de adequar as condições de aprendizagem de forma a evitar comprometimentos nesse processo, Partindo da criteriosa análise dos fatores que podem promover como dos que têm possibilidade de comprometer o processo de aprendizagem, a Psicopedagogia Institucional elege a metodologia e/ou a forma de intervenção com o objetivo de facilitar e/ou desobstruir tal processo, o que vem a ser sua função precípua, colaborando, assim, na preparação das gerações para viver plenamente a complexidade característica da época. Sabemos que o aluno de hoje deseja que sua escola reflita a sua realidade e o prepare para enfrentar os desafios que a vida social apresenta, portanto não aceita ser educado com padrões já obsoletos e ultrapassados.
“A psicopedagogia trabalha e estuda a aprendizagem, o sujeito que aprende aquilo que ele está apontando como a escola em seu conteúdo sociocultural. É uma área das Ciências Humanas que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem. Podemos hoje afirmar que a Psicopedagogia é um espaço transdisciplinar, pois se constitui a partir de uma nova compreensão acerca da complexidade dos processos de aprendizagem e, dentro desta perspectiva, das suas deficiências.” (Nívea M. C. Fabrício).

A INTERVENÇÃO JUNTO À FAMÍLIA
“Uma das contribuições da psicopedagogia é no contexto familiar, ampliando a percepção sobre os processos de aprendizagem de seus filhos, resgatando a família no papel educacional complementar à escola, diferenciando as múltiplas formas de aprender, respeitando as diferenças dos filhos (Bossa, 1994)
O conhecimento e o aprendizado não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pela criança em contato com o social, dentro da família e no mundo que a cerca. A família é o primeiro vínculo da criança e é responsável por grande parte da sua educação e da sua aprendizagem.
É por meio dessa aprendizagem que a criança é inserida no mundo cultural, simbólico e começa a construir seus conhecimentos, seus saberes.

Contudo, na realidade, o que temos observado é que as famílias estão perdidas, não estão sabendo lidar com situações novas: pais trabalhando fora o dia inteiro, pais desempregados, brigas, drogas, pais analfabetos, pais separados e mães solteiras. Essas famílias acabam transferindo suas responsabilidades para a escola, sendo que, em decorrência disso, presenciamos gerações cada vez mais dependentes e a escola tendo que desviar de suas funções para suprir essas necessidades.
De pouca valia será comunicar o diagnóstico à família e fazer as intervenções se não houver o engajamento e atuação da mesma no processo terapêutico. De acordo com o artigo 1º, capítulo 1 – Dos Princípios, o Código de Ética da ABP, elaborado pelo Conselho Nacional do Biênio 91\92 e reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do Biênio 95\96, afirma-se que “a psicopedagogia é um campo de atuação em educação e saúde que lida com o processo de aprendizagem humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio, família, escola e sociedade no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia”.
A escola, como observa Sarramona (apud IGEA, 2005, p 19), veio ocupar uma das funções clássicas da família que é a socialização: “A escola se converteu na principal instituição socializadora, no único lugar em que os meninos e as meninas têm a possibilidade de interagir com iguais e onde se devem submeter continuamente a uma norma de convivência coletiva [...]”. Considerando o exposto, cabe ao psicopedagogo intervir junto à família das crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, por meio, por exemplo, de uma entrevista e de uma anamnese com essa família para tomar conhecimento de informações sobre a sua vida orgânica, cognitiva, emocional e social. O que a família pensa, seus anseios, seus objetivos e expectativas com relação ao desenvolvimento de seu filho também são de grande importância para o psicopedagogo chegar a um diagnóstico.

Vale lembrar o que diz Bossa (1994, p.74) sobre o diagnóstico:
O diagnóstico psicopedagógico é um processo, um contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. Na maioria das vezes, quando o fracasso escolar não está associado às desordens neurológicas, o ambiente familiar tem grande participação nesse fracasso. Boa parte dos problemas encontrados é lentidão de raciocínio, falta de atenção e desinteresse. Esses aspectos precisam ser trabalhados para se obter melhor rendimento intelectual. Lembramos que a escola e o meio social também têm a sua responsabilidade no que se refere ao fracasso escolar. A família desempenha um papel decisivo na condução e evolução do problema acima mencionado, pois, muitas vezes, não quer enxergar essa criança com dificuldades, essa criança que, muitas vezes, está pedindo socorro, pedindo um abraço um carinho, um beijo e que não produz na escola para chamar a atenção para o seu pedido, a sua carência. Esse vínculo afetivo é primordial para o bom desenvolvimento da criança.
Concordamos com Souza (1995, p.58) quando diz que [...] fatores da vida psíquica da criança podem atrapalhar o bom desenvolvimento dos processos cognitivos, e sua relação com a aquisição de conhecimentos e com a família, na medida em que atitudes parentais influenciam sobremaneira a relação da criança com o conhecimento. Sabemos que uma criança só aprende se ela tem o desejo de aprender. E para isso é importante que os pais contribuam para que ela tenha esse desejo.
Existe um desejo por parte da família quando a criança é colocada na escola, pois da criança é cobrado que seja bem-sucedida. Porém, quando esse desejo não se realiza como esperado, surgem à frustração e a raiva que acabam colocando a criança num plano de menos valia, surgindo, daí, as dificuldades na aprendizagem. Para Boszormeny (apud Polity, 2000),
[...] uma criança pode desistir da escola porque aceita uma responsabilidade emocional, encarregando-se do cuidado de algum membro da família. Isso se produz, em resposta à depressão da mãe e da falta de disponibilidade emocional do pai que, de maneira inconsciente, ratifica a necessidade que tem a esposa, que seu filho a cuide. A intervenção psicopedagógica também se propõe a incluir os pais no processo, por intermédio de reuniões, possibilitando o acompanhamento do trabalho realizado junto aos professores. Assegurada uma maior compreensão, os pais ocupam um novo espaço no contexto do trabalho, abandonando o papel de meros espectadores, assumindo a posição de parceiros, participando e opinando.
Sabe-se que o afetivo influencia no desenvolvimento do indivíduo, também no aspecto cognitivo, o que potencializa a importância da família no processo de aprendizagem do mesmo. “O afetivo é indispensável para energizar e dar a direção ao ato motor e cognitivo. Assim como o ato motor é indispensável para expressão do afetivo, o cognitivo é indispensável na avaliação das situações que estimularão emoções e sentimentos. Em seus eventuais bloqueios, a afetividade pode estar operando de forma a impedir a aprendizagem.
Dessa forma, mudanças de atitudes na família com relação ao processo de aprendizagem de seus filhos são de grande importância para propiciar afetividade que encoraje na criança à vontade, interesses, necessidades, motivações que dirigirão escolhas e se constituirão força motivadora para o desenvolvimento dentro do processo e superação de dificuldades de origem emocional, familiar e psicológica. Fatos como a separação dos pais o nascimento de um irmão, a morte de um animalzinho de estimação e muitas outras ocorrências traumáticas, não elaboradas pelo sujeito, podem comprometer o seu processo de aprendizagem.

“As características da família, da escola e da comunidade, ou até mesmo do professor podem ser a causa desencadeante do problema de aprendizagem. Ainda que o psicopedagogo quisesse, ser-lhe-ia impossível negar a família; não é possível excluir do processo de aprendizagem esse elemento, cujo influxo sobre o próprio sujeito é marcante. A natureza das causas do problema aponta para o psicopedagogo, na hora de sua intervenção. A melhor forma dele atuar”. (Bossa, 1994)
Na orientação familiar, há de se considerar os diferentes diagnósticos para se proceder aos encaminhamentos. É procedimento comum, no entanto, informar a família as causas do problema de aprendizagem apontando, o que ele significa e a importância de não diferenciar o filho por este motivo, assim como as atitudes que se deve desenvolver perante o problema, objetivando mudanças, de modo a influenciar de forma positiva o acompanhamento dado pelo psicopedagogo.
Um exemplo é que pais de filhos portadores de TDAH precisam entender que eles têm capacidades enormes e não apresentam déficit de inteligência, precisam simplesmente de estímulos na organização.
Outro exemplo refere-se à dislexia. Um disléxico bem orientado encontra alternativas para driblar os sintomas do distúrbio. Diante de suas dificuldades é comum que os disléxicos sejam taxados de incapaz por seus parentes e amigos. Neste caso, as orientações para a família são de suma importância para o tratamento, pois se evita constrangimentos e impactos nefastos sobre sua auto-estima, como a depressão e outros. Uma orientação familiar pode indicar estratégias como gravar textos dos livros didáticos, o que ajuda na memorização, capacidade bem prejudicada num disléxico, e informar a família quanto aos direitos previstos em lei federal que determina que pessoas com algum distúrbio de aprendizagem têm o direito de receber avaliação personalizada.

É de suma importância que o psicopedagogo assuma uma postura de investigador procurando conhecimentos que embasem sua pratica. Conhecer como se deu a organização das famílias no Brasil, sua base de colonização e escravidão, o autoritarismo e a violência presente nesse contexto, da ao psicopedagogo uma visão histórica da origem das práticas pedagógicas baseadas no castigo físico, por exemplo, e desta forma, como a sucessão desta prática de geração para geração acabou por determinar ouso do castigo corporal como medida disciplinar aceita por muitos. A orientação neste caso é de não bater nos filhos, já que essa forma e imitada pelos filhos na convivência com outras crianças.
Conhecer as fases de desenvolvimento da criança e informar aos pais sobre o que é esperado em cada uma delas esclarece e diminui a ansiedade dos mesmos com relação às atitudes dos filhos. A família deve conhecer a sua importância na formação da personalidade da criança, a partir dos primeiros vínculos. De acordo com Bowby e Ainsworth, “o vínculo afetivo é um laço relativamente duradouro e que o parceiro é importante como indivíduo único e não pode ser trocado por nenhum outro. Em um vínculo afetivo, existe o desejo de manter aproximidade com o parceiro.”
Muitas vezes a família tem um alto nível de expectativa em relação ao desempenho da criança e a cobra de forma exagerada; isso gera na criança um quadro de estresse elevado e uma baixa auto-estima. Uma criança com distúrbio emocional não tratado torna-se desajustada; daí a importância de um encaminhamento pelo psicopedagogo para um acompanhamento psicológico e antes disso, uma orientação familiar, que bem feita pode eliminar a procura por outro profissional.
É natural que os pais queiram ver os filhos felizes, produtivos, e na medida em que isso não ocorre mostram-se extremamente decepcionados, frustrados, cobrando ou mesmo agredindo essa criança, ou muitas vezes mostrando-se apáticos, deixando de lado demonstrações de afeto, geralmente quando o filho está mais precisando.

Deve-se esclarecer que uma das principais maneiras de ajudar uma criança, seja ela deprimida ou não, é ensiná-la a ser otimista, pois o otimismo é considerado um antídoto contra a depressão e o estresse. Para isso é importante que os pais observem a forma como criticam seus filhos devendo ser precisos e adotar um estilo explicativo otimista. A repreensão precisa e otimista é construtiva, pois gera responsabilidade e vontade de mudar, quando a criança já está deprimida muitas vezes são necessárias medidas mais ativas, como a procura de um profissional mais especializado.
O psicopedagogo tem um papel importante na observação dos sintomas de depressão na criança, pois o que a princípio é colocado como um problema de aprendizagem, na realidade é uma conseqüência da falta de motivação para aprendizagem, ocorrendo um grande medo de fracassar e uma avaliação distorcida de seu desempenho escolar, achando-se incapaz de aprender. Há, portanto uma interferência da depressão no desenvolvimento cognitivo e desempenho escolar.
Por essa e por outras tantas situações que se revela a importância da orientação familiar na solução dos problemas de aprendizagem apresentadas em um consultório. É o encaminhamento desta orientação que aumentará as possibilidades de sucesso no tratamento, sempre tendo em vista a participação efetiva da família.
Concluindo, na atuação escolar, junto com educadores, o psicopedagogo, através de discussões e atividades lúdicas, contribui para o esclarecimento das dificuldades escolares, que podem ser decorrentes da organização administrativa do sistema escolar e familiar, das relações truncadas entre professor e aluno, das exigências pedagógicas inadequadas, das expectativas familiares, das formas de circulação do conhecimento do professor e da família e das modalidades de aprendizagem que, segundo Alicia Fernandez, são passadas de pai para filho, determinando como serão as relações do sujeito aprendente com o saber, levando em consideração as crenças, os mitos, as mensagens repassadas na comunicação familiar.

INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA POSSÍVEL NA SALA DE AULA
Trabalhar com crianças que nos apresentam alguma dificuldade requer muita afetividade, perspicácia, alegria, calma e paciência, tudo isso exige do educador uma postura, uma atitude que vem de dentro da pessoa, no sentido psicanalítico, aceitação, firmeza, tentando ajudar a conduzir a criança, com participação ativa dos pais a ir vencendo pequenos obstáculos, dentro do processo de desenvolvimento, sempre através de tomadas de consciência de si mesma, do que faz de tudo e todos que estão à sua volta.
Os pais vão percebendo, por sua vez, que o filho não é tão incapaz como eles pensavam, vão percebendo as atividades de que ele gosta que o faz feliz, até dar gargalhada ou bater palmas espontâneas, se interessam, de certo modo, por repetí-las e criar aspectos novos em casa, mais ainda, começam a ver o filho com outros olhos, a acreditar mais nele. Isso vai concorrer para a melhora da auto-imagem da criança, do sentir-se capaz de, e isso é o grande incentivo a que ele procure vencer, superar os obstáculos no seu caminho de aprendizado.
Esse trabalho pode ser feito a partir de agrupamentos produtivos, atividades lúdicas, sempre partindo de um planejamento bem feito.
Ao realizar o planejamento, o professor que atua com uma postura psicopedagógica, antes de organizá-lo considera as vivências, os conhecimentos e as informações que o aluno carrega e a sua forma de ver e de viver no mundo moderno, para optar por uma forma metodológica que auxilie a transpor o conteúdo sistematizado, científico e promover uma aprendizagem significativa.

AGRUPAMENTOS PRODUTIVOS
É na interação que os alunos aprendem, por isso é imprescindível que o professor planeje situações didáticas em que os alunos estejam agrupados criteriosamente e possam trocar pontos de vista, negociar e chegar a um acordo. Vygotsky nos diz que o aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio conhecimento. As interações e os agrupamentos devem ser pensados tanto do ponto de vista do que se pode aprender durante a atividade como do ponto de vista das questões que cada aluno pode levar para pensar. Outro fator importante a considerar, além do conhecimento que os alunos possuem, são suas características pessoais, seus traços de personalidade, a disposição de realizar atividades em parceria com um determinado colega e outro. Às vezes, a tomar pelo nível de conhecimento, a dupla poderia ser perfeita, mas o estilo pessoal de cada um indica que é melhor não junta-lo, pois o trabalho tenderia a ser improdutivo. Agrupamento produtivo consiste em reunir dois alunos com níveis de compreensão parecidos, para que possam pensar tomar decisões juntos.
Apenas algumas crianças têm necessidade de atendimento individual, aquelas que, por algum motivo, como uma dependência exagerada, choros continuados, dificuldades muito específicas, não se ligariam no grupo ou até o atrapalhariam; essa fase tem um caráter provisório, de ajustamento e adaptação. Até a criança poder ser integrada num grupo. Faz-se necessário realizar estudos nos aspectos das dificuldades e das possibilidades da criança, com isso vamos buscando os caminhos a serem seguidos no seu trabalho, e não há dúvida de que a primeira condição para se realizar qualquer ajuda, é a aceitação da criança, a empatia, a descoberta pela criança de nossa cumplicidade e interesse em ajudá-la, baseado no que acreditamos da sua capacidade.

O TRABALHO DO PSICOPEDAGOGO NA CLÍNICA
O psicopedagogo clínico trata das dificuldades de aprendizagem, através de atendimentos em sessões realizadas individualmente ou em pequenos grupos, em consultório.
Para a avaliação, o psicopedagogo, no encontro inicial com seus familiares, na anamnese, usa dois recursos importantíssimos: o “olhar” e a “escuta” psicopedagógica, que o auxiliará a captar através de atividades lúdicas, desenhos, testes próprios da psicopedagogia, atividades avaliativas, do silêncio, das expressões do sujeito, dados que possa explicar a causa do não aprender.
Após essa etapa, surge à hipótese diagnóstica, os encaminhamentos necessários, o acompanhamento, dentre outros procedimentos inerentes ao trabalho terapêutico como orientação aos pais e professores e também contato com outros profissionais das áreas psicológica, neurológica, fonoaudiológica e outras, para que todos possam contribuir no tratamento. O psicopedagogo deve ser um mediador em todo processo, indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia.
Para a utilização dos procedimentos diagnósticos e terapêuticos adequados, a prática psicopedagógica clínica deve está envolvida na concepção de um sujeito que aprende possuidor de características biológicas, cognitivas e socioculturais singulares, que o constituem enquanto um ser único, tendo, portanto um modo de aprender e ensinar, também peculiares. O atendimento clínico deverá obedecer criteriosamente todas as etapas investigativas e analíticas, com vistas à formulação de hipóteses consistentes no sentido de levantar hipóteses diagnósticas dos elemeninterferem no desenvolvimento do sujeito que aprende, sejam eles orgânicos ou inorgânicos.
Na psicopedagogia clínica os procedimentos diagnósticos e terapêuticos, obedecem à observação de aspectos importantes, dentre eles a análise de fatores orgânicos, motores, cognitivos, intelectuais, emocionais, sociais e pedagógicos, fortalecendo, sobretudo o rigor científico necessário à afirmação da Psicopedagogia enquanto Ciência voltada para o sujeito que aprende.
O psicopedagogo, através do diagnóstico clínico, irá identificar as causas dos problemas de aprendizagem. Para isto, ele usará de instrumentos próprios que irão subsidiar as suas hipóteses.
Após a hipótese diagnóstica inicia-se a intervenção.
Muitas alternativas para uso do psicopedagogo estão sendo colocadas no mercado. Muitos recursos apresentados por autores vêm beneficiando a avaliação e intervenção psicopedagógica. Resumi alguns deles:
1. Lendo e Escrevendo (1 e 2)
Este material pode ser aplicado para detectar se o estudante possui os requisitos básicos para o processo de Alfabetização. Pode ser usado em alunos da Pré- escola e séries iniciais. Autora: Geraldini P. Wintter e Melany S. Copit
2. Teste de Prontidão Horizontes. Pode ser usado para detectar Maturidade/ Prontidão para Alfabetização na pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental. Autora: Neda Lian Branco Martins
3. Metropolitano de Prontidão - fator R. Pode ser usado para detectar prontidão alfabetização na pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental. Autor: G.H. Heldreth, Ph.D. Griffiths Adaptação e Padronização: Ana Maria Poppovic

4. Becasse R-l (F e M) Este teste pode auxiliar no diagnóstico da maturidade escola. Ele traz atividades envolvendo: Estruturação de estórias; Títulos; conteúdos; Redação Omissão ou recusa; Dinâmica da Aplicação; Escolha da Lâmina. Autora: Bettina Katzenstein Schoenfeldt.
5. Papel de Carta. Este material pode ser utilizado para auxiliar na Avaliação das Dificuldades de Aprendizagem. Apresenta como conteúdo atividades envolvendo comunicação e vinculação. A Editora Vetor recomenda que este teste seja usado somente por psicólogos. Autora: Leila Sara José Chamat
6. Prontidão para Alfabetização. Trata-se de um Programa para o Desenvolvimento de Funções Específicas destinadas a alfabetização. Apresenta conteúdo teórico e prático. Autoras: Ana Maria Poppovic e Genny Golubi de Moraes. Além dos recursos apresentados pela editora Vetor, as provas piagetianas e os níveis de alfabetização são igualmente importantes podendo ser confeccionados pelo próprio profissional.
7. As Provas Piagetianas. Podem ser usadas para detectar o estágio do raciocínio lógico matemático da criança. O Conteúdo pode ser montado com o número de provas que se achar necessário. Ernesto Rosa Neto apresenta uma seqüência compostas por tarefas que envolvem a Classificação, Seriação, Classe- Inclusão; Conservação de Quantidades Contínuas e Quantidades Descontínuas.
8. Os Níveis de Escrita. Os Níveis de Escrita estudados por Emília Ferreiro, também são recursos excelentes. Eles podem ser utilizados para identificar o nível de escrita em que a criança se encontra no processo de alfabetização, podendo ser: icônico (a criança representa seu mundo através de desenhos); não icônico (a criança consegue usar letras para escrever e desenhar representando sua forma de escrita, porém o uso das letras não está sistematizado, muitas vezes coloca as letras e faz o desenho, usando ambos para escrever uma mesma palavra); realismo nominal (faz o uso das letras conforme o tamanho do objeto e não de acordo com a palavra, para ela o objeto grande deve ter muitas letras e o objeto pequeno poucas letras); nível pré-silábico (a criança já sabe que precisa de letras para escrever, embora não faça distinção entre letra e número, também já sabe que precisamos usar muitas letras diferentes para escrever). (Deste modo, a criança usa as letras do próprio nome variando a posição e a ordem em que elas aparecem no seu nome, para escrever novas palavras); nível pré-silábico em conflito (nesta fase a criança pode enfrentar um conflito já que conta as letras para escrever, mas no momento de escrever acha que é necessário muitas letras para escrever, acreditando que com poucas letras não é possível a escrita, ainda, ao pedir a ela que faça a relação de letras com sílabas, ela risca as letras que parecem sobrar. Isso pode acontecer com palavras monossílabas; ao vencer este conflito a criança entrará no nível pré-silábico); nível pré-silábico (a criança passa a atribuir valor sonoro a cada uma das letras que compõe a escrita e descobre que a escrita representa a fala). Deste modo, formula a sílaba - sem valor sonoro -, cada letra representa um valor som; nível pré-silábico "elaborado" (a criança percebe o valor silábico, portanto, usa uma letra para significar uma sílaba, assim usa uma letra para escrever a palavra monossílaba, mas como acredita que uma letras só não dá para ler, coloca outras só para que possa ler); nível silábico "alfabético" (começa a usar algumas sílabas, embora algumas outras usa só uma letra e se contenta com isso vai descobrindo a sílaba e começa a usá-la); nível alfabético (a criança já usa praticamente todas as sílabas simples, embora com alguns erros, sendo necessário trabalhar a ortografia).
9. Informática. Os recursos da informática, também, não podem ser ignorados pela Psicopedagogia. É verdade que o computador não possui flexibilidade para compreender outras linguagens, decifrar códigos desconhecidos ou criticar o que lhe é apresentado. Ele é mais um recurso que pode ser explorado de inúmeras maneiras. Considerando que a Psicopedagogia trabalha com a aprendizagem humana, os recursos da informática poderão possibilitar a criação, a comunicação, à interação, enfim novas descobertas promovendo a aprendizagem humana.

10- Cartilha da ABD . "Facilitando a Alfabetização – Multissensorial, Fônica e Articulatória", foi aprovada e reconhecida pelo Ministério da Educação. A cartilha atende aos profissionais da área de educação para reabilitação da alfabetização e suprir as principais dificuldades dos disléxicos, e vem acompanhada de um caderno multissensorial, que tem a função de estimular o visual, o auditivo, e o tátil sinestésico. Esse material se se encontra no site da Associação Brasileira de Dislexia.
11- Os livros da Renata Jardini também são excelentes para reabilitação da alfabetização e disléxicos. “Fundamentação Teórica e Distúrbios da Leitura e Escrita”. A proposta do livro é respaldar o educador ou clínico com as noções básicas dos principais distúrbios da leitura e escrita, como as dislexias, os Transtornos do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros. O “Caderno de Exercícios” vem com atividades para reabilitar os distúrbios da leitura e escrita.
Foram mencionados aqui, alguns instrumentos que podem ser usados para o diagnóstico e intervenção psicopedagógica, enfatizando que se o psicopedagogo não utilizar recursos exclusivos de outras áreas, não estará ferindo a ética profissional, ainda estará zelando pelo bom relacionamento com especialistas de outras áreas, conforme menciona o Código de Ética da Psicopedagogia, (Capítulo II, Das Responsabilidades dos Psicopedagogos, Artigo 6º, letra b), também, estará garantindo o bem estar das pessoas em atendimento profissional, conseqüentemente, mantendo a ética profissional.

No que tange ao levantamento realizado nesta pesquisa sobre alguns recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica, destaca-se que não se trata de apresentar um kit de materiais para serem utilizados com todas as crianças e em todas as situações, pois tal atitude colocaria o psicopedagogo na posição de um simples aplicador de testes, não é isto que se quer para este profissional. Não é minha intenção também fornecer roteiros ou receitas para diagnóstico e intervenção.
O propósito aqui é refletir sobre os recursos que estão no mercado e utilizar da criatividade diante do que já existe. Portanto, cabe ao profissional analisar cada situação e decidir por aplicar o recurso que lhe for conveniente tendo em vista a qualidade de seu trabalho e o compromisso com o cliente.


fonte: http://umolharpsicopedagogico.blogspot.com.br/2011/04/intervencao-do-psicopedagogo-na-escola.html

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Teologia Big Bang, por João Maria Andarilho Utópico.



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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Boécio (480 - 525)



Boécio (480 - 525)
                Boécio acreditava que a cultura latina do seu tempo estava em crise e buscou na preservação e difusão da cultura grega a solução para essa fase difícil que passava o conhecimento romano. Para fazer com que os latinos conhecessem a cultura grega Boécio planejou traduzir para o latim as obras de Aristóteles e Platão, mas conseguiu traduzir somente alguns livros.
            Para o filósofo, os seres universais como O Belo, O homem, O Universo, existem somente enquanto idéias em nosso intelecto. Eles são portanto imateriais pois são abstrações que nós criamos para entender a realidade. No mundo material o belo existe somente como atributo de coisas singulares e é através dessas coisas singulares que podemos abstrair, formar uma idéia do Belo universal.
            Sendo a filosofia o amor à sabedoria e causa suficiente de si mesma, ela é também a busca pelo conhecimento de Deus, pois ele é a sabedoria absoluta. E é nessa sabedoria absoluta que devemos buscar a felicidade e não nas coisas terrenas. Deus é a felicidade e o máximo bem. O Uno, Deus e o Bem são para Boécio a mesma coisa.
            Para responder a pergunta da origem do mal, já que o mundo é dirigido por Deus, Boécio utiliza a providência divina e diz que está fora do nosso entendimento percebermos todos os desígnios de Deus. Todas as coisas são feitas para atingir o bem, e não o mal. O mal é um erro de análise feito por pessoas de pouco conhecimento. Elas buscam o bem, mas por um cálculo falho, por um exame imperfeito causado pela falta de conhecimento, elas fazem o mal.
            Outra questão que preocupou o filósofo foi a do destino e da liberdade. Se Deus tem um destino para os seres humanos esse destino destrói a liberdade de sermos quem quisermos ser e fazermos o que quisermos fazer. Para Boécio Deus realmente sabe tudo o que vai acontecer, mas não existe a necessidade de que tudo o que ele sabe que possa acontecer aconteça realmente. Para Deus não existe passado ou futuro, mas um constante presente e um conhecimento completo de tudo que aconteceu ou pode acontecer.
            Sobre a música Boécio distingue três gêneros: a música cósmica, que os homens não percebem, pois é uma música gerada pelos astros do universo; a música humana, que é a mescla do movimento de nossa alma e do nosso corpo e que só poderemos ouvir através de um exame profundo do nosso interior; e por último a música prática que é a música criada pela vibração dos instrumentos musicais e pela voz.

Sentenças:
- A música é parte de nós e enobrece ou degrada o nosso comportamento.
- O homem é um animal bípede e racional.
- O homem é um mundo em miniatura.
- Se Deus existe de onde vem o mal? E se não existe de onde vem o bem?
- De todos os infortúnios da fortuna, de ter sido feliz é a mais infeliz tipo de desventura.
- Quem pode julgar os amantes? O amor é uma lei para si mesmo.
- Nada é mais fugaz do que a forma exterior, sua aparência muda como as flores do campo.
- Quem caiu foi porque não soube se sustentar em seus passos.
- O homem justo paga a culpa do injusto.

Boécio

Responsável: Arildo Luiz Marconatto


Quer saber mais nos links abaixo.


Boécio e o De Trinitate

OS ARGUMENTOS DE BOÉCIO (CA. 480-524) PRO
E CONTRA OS UNIVERSAIS
NO “SEGUNDO COMENTÁRIO À ISAGOGE DE PORFÍRIO”
http://www.faje.edu.br/periodicos/index.php/Sintese/article/viewFile/496/919


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Fisioterapeuta pergunta. Quero fazer complementação pedagógica posso, para ser professora? João Maria responde.




Fisioterapeuta pergunta. Quero fazer complementação pedagógica posso, para ser professora? João Maria responde.

Instituições de Educação Superior e Cursos Cadastrados
http://emec.mec.gov.br/

 Centro Universitário Claretiano
http://www.claretiano.edu.br/cursos/graduacao/ead

Complementação lei,
http://educacaodialogica.blogspot.com.br/2010/11/r2-complementacao-pedagogica.html



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Como Aplicar Adesivo De Parede de Arvore



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Cestaria com jornal e papelão



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Marie Araújo - Quadro feito de rolo de papel higiênico



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Como fazer papel reciclado



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Como reciclar papel em casa


Como reciclar papel em casa


Reciclar materiais é sinonimo de ajuda a natureza. Com a reciclagem de papeis por exemplo evitamos que muitas arvores sejam cortadas desnecessáriamente.
Agora que tal participar dessa iniciativa, aprendendo na prática como isso acontece?
Então mão na massa para fazer o seu própio papel reciclado


Material necessário :
Sobras de papel (papel de seda, papel crepom, sulfite, jornal, papel de embrulhar pão, filtro de papel usado, etc.)
Água
Balde
Liquidificador
Peneira Plástica (plana)
Bacia Plástica (suficiente grande para caber a peneira dentro)
Panos de prato
Jornal
Esponja
Xícara

-) Rasgue o papel em pedacinhos pequenos e jogue num balde com água. Encha aproximadamente 3/4 do liquidificador com água e acrescente 1 xícara do papel picado do balde. Bata até o papel desmanchar por completo. Você deverá obter uma pasta com consistencia parecida com a de iogurte. *Para dar um toque especial ao seu papel, acrescente a pasta já batida pedacinhos de linha colorida, folhinhas secas, etc. Use a imaginação






2-)Despeje a mistura na bacia e repita a operação até enche-la. Mergulhe a peneira dentro da bacia e retire-a coberta de massa. Espere alguns segundos para escorrer a água.







3-)Ponha a peneira com a massa em cima do pano de prato, numa surpeficie plana.Coloque mais ou menos 4 camadas de jornal sobre a peneira e com uma esponja, pressione o jornal contra a massa até retirar todo o excesso de água.



Depois, vire a peneira com o jornal para baixo. Dê algumas batidinhas para soltar a massa da peneira. Coloque a massa para secar e repita a operação para fazer mais folhas de papel.





Com a massa ainda umida, retire cuidadosamente o jornal e espere até o dia seguinte para que a massa esteja completamente seca. Pronto! aquele papel usado que ia virar lixo, transformou-se numa folha novinha para ser usada outra vez. E o melhor de tudo: foi você quem fez.


http://reciclarearte.blogspot.com.br/2008/06/como-reciclar-papel-em-casa.html

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domingo, 7 de julho de 2013

O Espiritismo e a Teosofia Por: Cláudio Azevedo | Sete Questões Para um Diálogo Franco e Fraterno


23.03.10 00:01
Por: Cláudio Azevedo | 
Sete Questões Para um Diálogo Franco e Fraterno
Carlos Cardoso Aveline
Desde o século 19, as relações entre movimento teosófico e o movimento espírita têm sido complexas, com  aspectos harmoniosos e aspectos difíceis – o que, aliás, ocorre com bastante  frequência entre seres humanos. A longo prazo, parece ter ocorrido um progresso lento e constante. O avanço só tem a ganhar, se o diálogo for cada vez mais aberto e mais sincero.
Assim, no final de fevereiro de 2010, uma pessoa engajada no movimento espírita escreveu para os editores do website www.filosofiaesoterica.com . Havia um desejo de conhecer melhor o ponto de vista da teosofia original em relação ao espiritismo, em relação à mediunidade – e algumas outras questões.   O texto a seguir é um resultado da correspondência trocada.
1. Crença Cega e Teosofia Original
Pergunta:
Sugiro que você examine se, ao priorizar a literatura original do movimento teosófico, os editores do site www.filosofiaesoterica,com e  os associados da Loja Unida de Teosofistas não estão presos à letra morta nem apegados ao passado. Sua atitude não será excessivamente rígida? Por que, afinal, valorizar o que é antigo?
Comentário:
O dogmatismo foge ao debate franco e sereno e teme o exame independente das questões filosóficas.
Cabe a cada leitor examinar  por si mesmo e decidir se os textos de www.filosofiaesoterica.cominduzem alguém à crença cega, ou se, ao contrário, estimulam a livre investigação e o estudo individual.  O que podemos adiantar, como elemento para a reflexão de cada um, é que o fato de trocar um texto clássico por outro texto, mais recente e menos original, não significa ir além da letra morta. Ainda que possa provocar durante um breve tempo uma “agradável sensação de novidade”, esta troca do que é autêntico por versões açucaradas não constitui garantia de coisa alguma.
Ir além da letra morta não é mudar de textos, ou plagiar obras clássicas. É compreender o ensinamento na sua complexidade,  examiná-lo bem, vivenciá-lo, e elevar a consciência individual.  Nada deve ser aceito  automaticamente: deve-se fazer um exame crítico não só da filosofia esotérica clássica, mas também das já envelhecidas e rotineiras “novidades”, para então saber por mérito próprio o que é joio e o que é trigo. 
2. São Válidas as “Canalizações” de Supostos Mestres? 
Pergunta:
Há hoje numerosas canalizações mediúnicas. Considera-se bastante comum e até corriqueiro conversar pessoalmente com Maitreya, Cristo e diversos tipos de Mestres, personagens que, aliás,  costumam fazer afirmações bastante óbvias, dizendo coisas que todos já sabem, mas sempre com um tom professoral, solene e grandioso.     
Comentário:
As canalizações mediúnicas de Mestres imaginários são uma forma natural de folclore popular. Elas também revelam as limitações intelectuais e filosóficas dos bem intencionados “canais” e “médiuns”.  Basta estudar as “Cartas dos Mahatmas”  e comparar o seu conteúdo com os lugares-comuns e os chavões água-com-açúcar dos chamados “Mestres Ascensos” e outras  figurações  semelhantes,  para que se veja a diferença entre o joio e o trigo.  
Colocando as obras “A Doutrina Secreta”  e “Ísis Sem Véu”, de Helena Blavatsky, ao lado de livros espíritas  ou obras atribuídas aos “Mestres” das canalizações, podemos ver em seguida a enorme diferença que existe em profundidade e em abrangência. A verdade é que um número apreciável de espíritas se aproximam a cada ano do movimento teosófico, ou, no mínimo, passam a  estudar teosofia. E qual é a causa disso? O motivo está no fato de que a teosofia é imensamente mais ampla, precisa e coerente. 
Apesar das suas limitações, o espiritismo tem algumas vantagens em relação aos que acreditam em canalizações.  Grande parte do espiritismo leva a sério a prática da ética e da caridade, o que nem sempre ocorre com os grupos “canalizantes”.
3. A Sabedoria Eterna Está Desatualizada? 
Pergunta:
O espiritismo não é uma versão mais moderna e atualizada das velhas doutrinas pitagóricas sobre metempsicose?  Por que estudar coisas antigas se há tantos livros recentes, em linguagem fácil e que não requerem qualquer esforço mental?
Comentário:
O caminho fácil é um não-caminho.
O correto esforço mental é indispensável, porque cria novos modos de raciocinar e faz gradualmente com que desperte a inteligência espiritual que abrirá espaço para a civilização do futuro. Só se pode trilhar o caminho espiritual através de um intenso esforço. E não há nada de “desatualizado” em Platão ou Pitágoras, e tampouco nos Upanixades, no Tao Te King, noBhagavad Gita ou no conceito de Metempsicose. A sabedoria eterna só fica fora de moda do ponto de vista dos modismos superficiais.  O caminho espiritual não foi inventado no século vinte, e até mesmo a limitada Bíblia cristã afirma que há uma sabedoria anterior ao mundo.  Repetindo a antiga filosofia oriental, o Eclesiástico afirma:
“A areia do mar, os pingos da chuva, os dias da eternidade, quem os poderá contar? A altura do céu, a amplidão da terra, a profundeza do abismo, quem as poderá explorar?  Antes  de todas estas coisas foi criada a Sabedoria, e a inteligência prudente existe desde sempre.” [1] 
A Sabedoria eterna  é  a theosophia . Ela não pertence ao movimento teosófico. É o movimento teosófico que tenta pertencer humildemente a ela. Esta sabedoria está presente na essência de cada grande religião e filosofia antiga e moderna. Está presente em nosso passado, mas também é uma coisa do momento presente, e do nosso futuro. As grandes verdades universais são tão atuais hoje quanto eram há dois mil anos, e continuarão perfeitamente atuais não só durante os próximos três milênios, mas muito além disso.    
4. Os Espíritas Conversam Com Cascas Astrais?
Pergunta:
Em fevereiro de 2010, após um terremoto que matou milhares de pessoas no Haiti, afirma-se que “foram atendidos em um centro espírita brasileiro inúmeros irmãos vitimados no terremoto, que ainda se encontravam perdidos e em completo desespero”. 
O que a filosofia teosófica tem a dizer sobre isso? 
Comentário:
As Cartas dos Mahatmas afirmam que, em geral, as pessoas mortas de modo súbito devido a desastres naturais passam para um estado de “sono akáshico” – e não para algum estado de “desespero”.  Este sono akáshico dura até o momento em que sua morte deveria ocorrer naturalmente.
Esta é a tendência geral destas situações: o tema é complexo, e vale a pena estudar o processo da reencarnação em detalhe, incluindo  a Carta 68 de “Cartas dos Mahatmas” e as outras Cartas que abordam o tema. [2]
Do ponto de vista teosófico, há algo que é básico e elementar. As tentativas de atrair pessoas que morreram para um diálogo no plano físico – violentando assim a fisiologia sutil dos médiuns -  são uma forma de necrofilia.  Necrofilia é a atenção excessiva e equivocada à morte. Constitui um problema amplo, lucidamente descrito – em outros contextos -  pelo pensador e psicanalista Erich Fromm.
A teosofia não se apega a cadáveres astrais,  e valoriza a vida na sua dimensão transcendente.
Mas vamos supor, por um momento, que fosse possível e desejável um contato entre almas e médiuns. Neste caso, por que motivo os mortos do Haiti viriam procurar orientações e conselhos precisamente no Brasil?
Todas as afinidades cármicas dos haitianos, tanto individual como coletivamente, estão no Haiti. Aquele país tem as suas próprias tradições religiosas – algumas das quais são, aliás, pouco recomendáveis,  e estão ligadas ao pesado carma daquela nação: um exemplo disso  é o Vudu.   
Não faz sentido pensar que houvesse algum caminho energético e cármico que passasse a ligar de fato – subitamente e fora do contexto – estas almas a algum ambiente sutil brasileiro.  A lei do carma não é algo que opera de vez em quando. Ela funciona em todos os aspectos da vida, sem exceção, sempre, e faz isso através do processo de afinidades e sintonias, harmoniosas ou não. 
O carma de uma nação constitui uma aura.  O carma de uma pessoa constitui uma aura.  O carma individual é um processo dinâmico, sistêmico, que tem o seu próprio centro de gravidade.  Não há casuísmos no processo pós-morte.  Colhe-se após a vida física o que se plantou durante a vida.  
As  almas que parecem ter surgido nesta instituição espírita brasileira são do Haiti, e o desastre natural do Haiti foi motivo de ampla cobertura da mídia. Poderíamos perguntar:
“Mas por que não é mencionada a aparição em círculos espíritas brasileiros de vítimas da catástrofe de Darfur, na África, onde tantos milhares de pessoas vêm morrendo há anos,  de fome e inanição ou por massacres promovidos por tropas tribais hostis?  Será porque Darfur hoje não é notícia na mídia? Será porque os espíritas, em geral,  desconhecem tudo sobre as mortes por fome e por massacres na África, enquanto que o desastre do Haiti foi – durante alguns dias – um fenômeno de mídia?”
Examinemos isso com calma, sabendo que os nossos irmãos espíritas são honestos e bem intencionados. 
Uma explicação possível para o mistério está no fato de que na luz astral tudo é plástico e multiforme.  A luz astral, nos seus planos inferiores, é essencialmente maiávica, isto é, ilusória.  Não há, nela, qualquer diferença clara entre fantasia e realidade.  Assim, as cascas astrais não-evoluídas que flutuam pelo astral inferior depois de serem abandonadas pelos seus eus superiores têm todas as condições de adotar a forma dos pensamentos e das expectativas emocionais e mentais dos presentes em qualquer sessão espírita.  Fazem isso de modo natural e inconsciente. Ocorre deste modo um processo de osmose e de “empatia vampirizadora”: as cascas astrais  sugam  a energia vital dos médiuns e de outras pessoas ali presentes, obtendo uma fugaz sensação de sobrevida física. O fato é gravemente prejudicial para todos os envolvidos. [3]
Se há nos presentes à  sessão espírita a expectativa de conversar com Napoleão Bonaparte, qualquer casca astral atraída para aquele círculo mediúnico terá grande prazer em fazer-se passar por Napoleão Bonaparte e obter assim energia vital dos pobres médiuns e  ajudantes da sessão.
O mesmo vale para Elvis Presley, para Sigmund Freud, São Francisco de Assis, o escritor francês Vitor Hugo, e assim sucessivamente.  A capacidade humana de auto-ilusão não pode ser subestimada: basta alguma pessoa famosa morrer para que as cascas astrais que rondam os círculos espíritas comecem a adotar em suas aparições as imagens e as frases de tais pessoas que estão presentes nas auras e nas memórias dos médiuns, e nas auras e memórias dos que participam das sessões mediúnicas, atendendo, assim as expectativas emocionais dos ingênuos movidos por boas intenções.    
5. O Contato Real  Com Os Que Partiram
Pergunta:
Há alguma forma de contato real com os que morreram?
Comentário:
O contato substancial e não-verbal da alma de quem morreu com os seres queridos ocorre de modo natural, num plano sutil, através do processo de afinidade cármica e sem “intermediários”.
Pretender trazer o contato sutil para o plano externo, verbal e físico, através de intermediários sem afinidade cármica, é algo que avilta, materializa  e torna falso um processo que, quando  ocorre no plano elevado, é autêntico. O processo mediúnico pelo qual se tenta conversar fisicamente com cascas astrais deste ou daquele falecido é literalmente anti-evolutivo, porque a evolução natural pede que a alma avance, e não se detenha – e muito menos retroceda – na sua marcha libertadora em direção a planos mais sutis.
Há um aspecto central do mundo da luz astral que o espiritismo parece ignorar. Os nossos amigos espíritas crêem, ingenuamente, que o mundo astral é estável e homogêneo. Eles chegam a imaginar a existência de complexas cidades astrais. 
Na verdade, todo o processo pós-morte é estritamente individual. Ele é causado pelos processos de causa e efeito da vida concreta do indivíduo.  A trajetória pós-morte ocorre na aura individual.  
O contato verbal de uma alma do mundo do pós-morte com o plano físico é irreal, e, caso fosse possível, seria frontalmente contrário à a lei da natureza, porque a lei impele a alma para o plano sutil e superior. O que fica no astral inferior são as cascas abandonadas pela alma imortal que seguiu viagem para o alto.  
Parte do espiritismo é involuntariamente materialista, porque suas ações giram em torno da ideia de um contato físico e verbal com os mortos. O apego a “fenômenos”, a fascinação por “passes magnéticos” -  tudo isso fica mais próximo do xamanismo inferior do que de uma real espiritualidade.  Mesmo os conceitos de caridade e fraternidade do espiritismo se limitam a uma dimensão excessivamente material.
Ao lado disso, também é verdade que a ação fisica não pode ser desprezada, e o espiritismo mostra um potencial positivo muito grande para a ação solidária e a vivência da fraternidade universal.
O espiritismo vive o respeito à diversidade de visões do mundo. Os aspectos positivos da vida e da obra de Francisco Xavier – por exemplo -, ou de Bezerra de Menezes, não podem ser ignorados.
6. Helena P. Blavatsky Foi Médium?
Pergunta:
Os teosofistas criticam com razão a mediunidade espírita. Mas devemos examinar honestamente a hipótese de que Helena P. Blavatsky (1831-1891) tenha sido, ela própria, uma médium. Afinal, mesmo vivendo em meio à civilização atual, a fundadora do movimento esotérico moderno mantinha diálogos telepáticos e outras formas de contato a distância com Mestres de Sabedoria que vivem em locais secretos e inacessíveis da cordilheira dos Himalaias.  Haverá alguma diferença importante entre estes fenômenos teosóficos e a mediunidade espírita? 
Comentário:
Ótima pergunta.  Os mestres dos Himalaias  são seres humanos fisicamente vivos. Eles têm corpos físicos, tanto quanto os demais membros da nossa humanidade. Além disso, eles têm o dom da telepatia. Eles usam a telepatia verbal precisa no diálogo com aqueles discípulos seus que estão mais avançados e que passaram por treinamento específico nos seus ashrams nos Himalaias, como era o caso de Helena Blavatsky. 
Quando necessário,  os Raja-Iogues que inspiraram a criação do movimento teosófico também podem transportar-se fisicamente, de modo instantâneo,  a longas distâncias. Com um esforço muito menor, eles podem projetar-se astralmente para qualquer local em que for necessária a sua presença mais ativa. Isso, porém, foi feito raramente, e apenas na fase pioneira do movimento teosófico (1875-1891), durante a qual houve um esforço especial por parte deles.  Os mestres  evitam todo desperdício de energia. A telepatia não-verbal em planos superiores de consciência (ao nível de Buddhi-Manas) é o seu meio normal de contato com pessoas de boa vontade, discípulos e  aspirantes ao discipulado. Tais contatos ocorrem quase sempre de modo imperceptível.  Além de pouco frequente, este processo é supra-verbal, ou seja, não ocorre através de palavras. 
Há uma regra do aprendizado que não poderia ser quebrada nem pelos Mestres, ainda que eles quisessem: cada um deve avançar por mérito próprio. A função dos  raja-iogues, portanto, não é distribuir muletas. O ensinamento da filosofia esotérica original  é mais do que suficiente para que cada um aprenda a andar por vontade própria. 
Dito isso, vejamos a questão da mediunidade. 
Em geral, entende-se mediunidade como implicando uma perda de auto-consciência e de auto-controle por parte do indivíduo que é chamado de médium. Isso, para a teosofia, é condenável. 
Considera-se inaceitável a perda de autoconsciência em todas as situações referentes à aprendizagem espiritual. Só o indivíduo  consciente pode ser responsável e, agindo corretamente,  criar bom carma.  A teosofia coincide com a pedagogia de Paulo Freire, que valoriza a autonomia do aprendiz.  Se o altruísmo, por exemplo,  não for uma decisão própria, não há mérito, nem progresso, nem verdadeiro altruísmo.
Além de perder a autonomia, na mediunidade espírita o médium faz – supostamente – contato verbal com a alma de alguma pessoa que já está fisicamente morta. Isso também é condenável. A filosofia esotérica não vê nada de positivo nas tentativas de contato verbal intermediado com almas de pessoas que morreram, em primeiro lugar porque é impossível, e em segundo lugar é indesejável.  Para a teosofia, o Jesus do Novo Testamento está correto ao ensinar, no evangelho segundo Mateus:
“Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mt, 8: 22).
E a passagem é repetida no evangelho segundo Lucas:
“Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e anuncia o reino…” (Lc, 9: 60) .
“Anunciar o reino” é refletir e falar sobre as coisas realmente espirituais, universais  e elevadas, deixando para trás todo apego ao passado de ordem pessoal.
Com a perda de controle do corpo, a mediunidade inferior rompe e destrói a fisiologia oculta do indivíduo,  causando problemas sérios durante a vida atual -  e ainda mais graves depois da vida física, inclusive nas encarnações posteriores. 
A mediunidade inferior atrai as cascas astrais – os cadáveres e semi-cadáveres astrais –  para junto do médium. Isso é sumamente insalubre. Ao dar sobrevida astral a tais restos sutis semi-inteligentes, o espiritismo faz com que este material astral inferior se transforme  em “habitantes do umbral” que atuarão de modo potencialmente terrível durante a próxima encarnação  do indivíduo a quem tais cascas pertenceram. Os “habitantes do umbral”  funcionam como “alter egos” sombrios que obstaculizam o progresso da alma na encarnação seguinte.[4]  
No caso do discípulo esotérico, a situação é inteiramente diferente. O  contato se dá em planos superiores de consciência e, portanto, não há perda de autoconsciência nem de autocontrole. Tampouco existe qualquer violência contra o processo sutil, mas natural,  pelo qual uma alma controla o seu próprio corpo. [5]  O discipulado não reduz, mas acentua, a auto-responsabilidade e o auto-controle no que diz respeito ao caminho espiritual.
7. Concluindo: Alguns Pontos Essenciais
Pergunta:
Onde está, então, o erro básico do espiritismo? Qual a lição que deve ser aprendida?
Comentário:
Uma falha central está no seguinte fato: o espiritismo, assim como a pseudo-teosofia, não percebe que nem tudo o que ocorre no plano astral é espiritual. A verdade é que – muito pelo contrário -  tudo é ilusório nos planos inferiores do mundo astral.
Pensar que qualquer coisa situada além do mundo físico é necessariamente autêntica e espiritual constitui uma grave ingenuidade cujos resultados práticos são dos mais negativos. É só depois dasegunda morte, a morte astral,  que a alma se prepara para renascer no Devachan –  a esfera purificada da sua própria aura individual – e pode finalmente obter um renascimento “no paraíso”, o plano da verdade e da autenticidade.
Mas este é um “paraíso” individualmente criado e individualmente vivido. Ele é impessoal e está situado muito além do mero plano astral inferior, em que “vivem” as cascas e dejetos da alma que se elevou.   
Todo o processo entre duas vidas físicas é determinado pelo histórico cármico individual,  que se organiza segundo a lei de causa e efeito. A cadeia de plantios e colheitas ocorre no microcosmo da aura da alma imortal reencarnante. A alma imortal também pode ser chamada de Atma-Buddhi,  de Mônada,  de Alma Espiritual,  de Eu Superior ou Tríade Imortal.
O espiritismo não vê com nitidez a diferença entre eu superior e eu inferior, e parece pensar que a reencarnação do eu inferior é normal.
Na verdade, porém, o eu inferior só reencarna no caso das mortes durante a infância, quando ele não teve tempo de cumprir sua função – que é dupla. De um lado, ele deve recolher material para o aprendizado do eu superior; de outro lado, deve expressar ativamente no mundo a presença e a energia deste eu superior.
Além das situações de morte infantil,  há algumas outras poucas ocorrências  excepcionais em que o eu inferior reencarna, e então isso ocorre num tempo relativamente breve depois da morte física.  O normal, porém, é que o eu inferior passe pela morte astral e se dissolva. Isso dá lugar à longa e abençoada experiência do Devachan, o “local divino” entre duas encarnações. O intervalo normal entre duas vidas varia entre mil e quatro mil anos, fato que os autores espíritas também parecem não levar em conta. Eles imaginam que os intervalos são pequenos. 
Estes são alguns pontos básicos a serem compreendidos e assimilados. A visão teosófica do pós-morte vem atraindo crescentemente  a atenção dos espíritas.  O diálogo entre espíritas e teosofistas tem se ampliado.  Uma tendência natural parece ser que, no futuro, o espiritismo acelere a marcha já iniciada na direção do resgate das dimensões filosóficas do pensamento. Este processo saudável de resgate implica uma renúncia a ilusões e ingenuidades, enquanto se valoriza com discernimento aquilo que o espiritismo tem de melhor: a ética, a caridade, a fraternidade, e a mística do amor universal.
É igualmente importante, porém, estimular o respeito incondicional pela verdade em si, seja ela agradável ou desagradável a curto prazo.   
NOTAS:
[1] Eclesiástico, 1: 2-4. “A Bíblia de Jerusalém”, Ed. Paulinas.  
[2] A indicação dos números destas cartas pode ser obtida através do “Pequeno Guia de Leitura das Cartas”, ou escrevendo para lutbr@terra.com.br .  Sobre reencarnação, veja também os capítulos seis a onze de “A Chave da Teosofia”, de H. P. Blavatsky, e os capítulos quatro a treze de “O Oceano da Teosofia”. Os capítulos mencionados de “O Oceano da Teosofia” estão disponíveis no website www.filosofiaesoterica.com .
[3] Este processo é especialmente negativo não só para o médium, mas também para a alma imortal a que um dia pertenceram estas cascas astrais. Porque, ao invés de desaparecerem rapidamente,  tais  cascas -  ou os registros delas – estarão esperando pelo novo nascimento da alma imortal. Quando uma nova encarnação ocorrer, serão atraídas pelo processo de afinidade cármica para a aura do novo ser, trazendo a ele desafios e obstáculos sérios.
[4] A este respeito, veja-se o romance “Zanoni”,  de Edward Bulwer-Lytton, do qual há mais de uma edição em língua portuguesa.   
[5] Sobre a questão do discipulado versus mediunidade, há um texto extremamente esclarecedor de H.P.B.,  intitulado “Os Discípulos São Médiuns?”   O artigo  pode se encontrado na seção temática “Helena P. Blavatsky” do website www.filosofiaesoterica.com . 
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Para ler mais sobre o processo que ocorre entre duas vidas, visite
a seção temática “Reencarnação e Carma” do website  www.filosofiaesoterica.com .


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