quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Hoje é dia do aparecimento transcedental de Sri Nityananda Prabhu dia 21/02/2024 quarta-feira; jejum até meio dia.

srilaNityananda Prabhu


Nityananda
CHAITANYA BHAGAVATA, ADI-LILA, CAPITULO NOVE

Resumo do Capítulo




Este capítulo descreve os passatempos infantis de Nityananda até Seus doze anos de idade, época em que re-encenou os divinos passatempos de Krishna, Rama, Vamana, e outros avataras de Vishnu. Este capítulo descreve Sua peregrinaçäo por diferentes locais sagrados, que continuou até Seus vinte anos.

Por ordem de Gaura Krishna, Ananta Deva já tinha manifestado Seu aparecimento no vilarejo de Ekachakra em Radadesh. Dessa maneira, Nityananda Prabhu apareceu como a lua que saiu do mar do ventre de Padma vati, esposa de Hadai Oja. E assim como a lua nascendo, dissipou toda escuridäo que encobria a terra de Radha através de Seu auspicioso aparecimento. Em criança, Nityananda constantemente brincava com Seus amigos de infäncia imitando os passatempos de Krishna.

Uma vez, Seus amigos assumiram o papel da assembléia dos deuses, que estavam desejosos de pedir ao Senhor para aliviar a carga de maldade que oprimia a Terra. Nityananda Prabhu levou consigo uma criança que se vestira como a terra, e junto com as crianças que faziam o papel dos diferentes deuses reunidos, foi para as margens do rio Ganges. Ali dirigiu-Se ao Senhor que descansa no oceano de leite, Kshirodakashayi Vishnu. Naquele momento, uma das crianças assumiu o papel de Senhor Vishnu, e escondendo-se sem ser vista pelas outras, falou numa voz grave para que todos pudessem ouvir: "Com certeza vou nascer em Goloka Mathura para aliviar a carga da Terra."

E assim Nityananda Prabhu encenava os diferentes passatempos de Krishna que o Senhor realizou durante a era de Dvapara. Encenou os passatempos do casamento de Vasudeva e Devaki, o nascimento de Sri Krishna na prisäo de Kamsa, a viagem de Vasudeva a Nandagram e como este carregou Krishna pelo rio Yamuna, além de sua volta de Nandagram e como trouxe junto consigo Mahamaya que acabava de aparecer como filha de Yasoda.

Encenou a morte de Putana, o carrinho que quebrou, os passatempos de Krishna roubando manteiga, e matando os demônios Dhenuka, Agha, e Baka. Também exibiu os passatempos de pastorear as vacas, levantar a colina de Govardhana, roubar as vestes das gopis e o Senhor concedendo misericórdia para as esposas dos brahmanas sacrificiais. Encenou os passatempos de enviar conselho secreto a Kamsa na forma de Narada, a matança do elefante Kuvalaya e os lutadores Canura e Mustika, e a morte de Kamsa.

Nityananda Prabhu também encenou o passatempo em que Vamanadeva enganou Bali para ganhar os três mundos, e assumiu o papel de Ramachandra. Seus amigos faziam o papel de soldados-macacos, e brincavam de construir uma ponte de pedras flutuantes atravessando o oceano, imitando os passatempos de Rama. Certa vez, Nityananda fez o papel de Lakshmana e, arco em punho, atacou o palácio de Sugriva. Uma vez pegou para Si o papel de Rama, encenando o passatempo de quebrar o orgulho de Parasurama. Outra vez, no papel de Lakshmana, fingiu matar Indrajit e depois desmaiar, acertado pelas poderosas flechas de Ravana, o rei-demônio.

Ele encenava o passatempo de tomar o remédio da colina de Gandamadana, trazida por Hanuman e se recuperava dos ferimentos depois de tomá-lo. Nityananda passou doze anos encenando esse tipo de passatempos. Naquela época, foi visitar os diferentes locais sagrados a fim de purificá-los dos pecados ali deixados pelos peregrinos que os visitam.

Visitou os locais sagrados tanto ao norte como ao sul da India, a pretexto de peregrinaçäo e dessa maneira esteve ocupado até o vigésimo ano de vida, quando chegou a Navadwip e encontrou Chaitanya Mahaprabhu. No decorrer de Sua peregrinaçäo pelos diferentes locais sagrados, Nityananda Prabhu encontrou Madhavendra Puri, Isvara Puri, e Brahmananda Puri. Nityananda passou muitos dias desfrutando do êxtase de krishna-katha na companhia de Madhavendra Puri e seus discípulos. Entäo foi visitar Setubandha, Danatirtha, Mayapuri, Avanti, Godavari Jiyura Nrsmha, Devapari, Trimala, Kurmaksetra e muitos outros locais sagrados.

Afinal, chegou a Jagannatha Puri, onde tomou darshan de Jagannatha Deva e foi levado ao êxtase profundo ao ver a Deidade. De Jagannatha Puri, retornou novamente a Mathura. O capítulo encerra com uma explicaçäo da renúncia do Senhor Nityananda.

O Senhor Nityananda, que também é idêntico ao próprio poderoso Balarama, manifestou durante esse período Seus passatempos de pregar o santo nome em amor por Deus. O capítulo conclui com uma descriçäo da grandeza de Nityananda Balarama.

TEXTO DO CAPITULO

Todas as glórias a Sri Krishna Chaitanya, o oceano de misericórdia. Todas as glórias a Nityananda Prabhu, o amigo dos desamparados. Todas as glórias à vida e alma de Sri Advaita Acharya. Todas as glórias Aquele que é o único refúgio de Srivasa e Gadadhara. Todas as glórias a Visvambhara, o filho de Jagannatha Misra e Sacidevi que é sempre amado por Seus devotos e seguidores.

Antes do advento de Sri Chaitanya Mahaprabhu, o próprio Ananta deva apareceu por ordem do Senhor. Tomou nascimento em Radha Desa a fim de ajudar a encenar a divina lila do Senhor. O nome de Seu pai era Hadai Oja e Sua mäe era Padmavati. Apareceu no vilarejo de Ekachakra na terra de Gauda. Desde a infância era calmo, altamente inteligente e supremamente qualificado. O bebê era milhöes de vezes mais lindo que cupido.

Desde o momento de seu nascimento, surgiram em Radha Desa todos sintomas auspiciosos. Todas variedades de fome, pobreza, e infelicidade imediatamente desapareceram. No dia em que Sri Gaurachandra fez Seu advento em Sridhama Navadwip, Nityananda Prabhu gritou de alegria. O vasto universo ficou saturado dos sons de Seus gritos e o mundo inteiro ficou atônito. Alguns diziam: "O relâmpago desceu à Terra." Muitos podiam entender que o poderoso distúrbio era resultado de algum poder divino. Alguns diziam: "Sabemos a causa. O mestre de Gauda falou numa voz de troväo." E dessa maneira, todos davam suas diferentes opiniöes. Porém pelo poder da energia ilusória de Krishna, ninguém conseguia reconhecer a posiçäo transcendental de Nityananda Prabhu.

Desta forma, mantendo Sua natureza divina imanifesta, o Senhor Supremo, Nityananda Prabhu se encantava com a companhia de crianças. Em todos jogos que o Senhor jogava com as crianças, Krishna era o centro. Na verdade, a brincadeira deles näo era outra senäo a lila do Senhor. Nityananda Prabhu fazia realizar uma assembléia de deuses com uma das crianças fazendo o papel da Terra que apresentava o pedido dos semideuses ao supremo Senhor Vishnu. Todos íam junto com a Terra até as margens do rio onde rezavam em conjunto ao invisível Senhor do universo, Kshirodakashayi Vishnu.

Sem ser visto por todos, um dos meninos proclamava em voz alta de seu esconderijo: "Dentro em breve nascerei no vilarejo pastoril de Mathura." Noutro dia, Nityananda Prabhu e Seus amigos de infância se reuniam no vilarejo para celebrar o casamento de Vasudeva e Devaki. Certa vez, tendo transformado a casinha de brinquedo deles na prisäo de Kamsa, reencenou o passatempo do divino aparecimento de Krishna na calada da noite. Nityananda Prabhu construiu um arraial de vaqueiros e levou Krishna até lá, enganando Kamsa ao substituir Yogamaya por Krishna dentro da prisäo.

De outra feita, vestiu um de Seus amigos de infância como Putana, enquanto outro menino, subindo ao colo dela, fingia sugar seu seio tal como o bebê Krishna. Certa vez, tendo construído um carrinho feito de juncos com o auxílio das crianças, Nityananda Prabhu quebrou-o. Nityananda Prabhu costumava trazer Seus amigos de infância para a casa do leiteiro local, e roubava leite e iogurte, seguindo os passos de Krishna. Seus amigos nunca deixavam Sua companhia, tampouco voltavam para suas casa, mas dia e noite ficavam brincando na companhia de Nityananda Prabhu.

E os pais e mäes também näo reclamavam, mas todos amavam Nityananda de coraçäo e alma. Ele costumava acolher Seus parentes e amigos num afetuoso abraço. Ao presenciarem Seus maravilhosos passatempos infantis, todos diziam: "Nunca vimos brincadeiras täo maravilhosas. Como é possível que essa criança tenha aprendido todas essas atividades de Krishna?" Certo dia tendo feito serpentes com as folhas das árvores, levou as crianças para um laguinho. Uma das crianças entrava n'água e boiava imóvel. Nityananda acordava-a.

Certo dia levou as crianças para um bosque de palmeiras, onde brincaram de matar o demônio Dhenuka e provar das frutas das palmeiras, chamadas tal. Frequentemente, Ele ia aos pastos e ali brincava de diferentes jogos com as crianças. Depois de construir demônios de brinquedo e os chamar de Baka, Agha, e Vatsa, matava-os. Nityananda Prabhu retornava para casa com seus amigos à tardinha, todos tocando berrantes.

Num dia Ele imitava o passatempo de Krishna de levantar a Colina de Govardhana. Noutro dia depois de construir a réplica de Vrindavana, ia brincar lá com Seus amigos. Num dia Ele roubava as vestes das gopis e noutro dia visitava as esposas dos brahmanas ocupados em sacrifícios. Uma das crianças fazia o papel de Narada Muni e disfarçado com uma barba, dava conselho confidencial a Kamsa. Certo dia um dos meninos vestiu-se como Akrura e levou Krishna e Balarama embora de Vrindavana por ordem de Kamsa. Nityananda Prabhu chorou de desgosto, sentindo separaçäo de Krishna no humor das gopis. Rios de lágrimas brotavam de Seus olhos na frente das outras crianças.

Influenciados pela energia ilusória de Vishnu, ninguém conseguia entender a natureza transcendental da lila divina de Nityananda Prabhu enquanto todas crianças brincavam em Sua companhia. Depois de construir a réplica de Mathura, ia passear com os meninos. Alguns deles escolhiam fazer guirlandas e outros usavam as guirlandas. Nityananda Prabhu vestia um deles como Kubja e ficava perfumado por ela.

Certo dia, ao fazer um arco, Nityananda Prabhu o quebrou com um som estrondoso. Após matar o elefante Kuvalayapida e os lutadores Canura e Mustika, abatia e arrastava pelo cabelo um dos meninos que assumira o papel de Kamsa. Tendo matado Kamsa, dançava alegremente com as crianças. Dessa maneira, os passatempos de menino de Nityananda Prabhu faziam todas pessoas de Ekachakra rirem encantadas.

Nityananda Prabhu imitava em Seus passatempos as atividades transcendentais de todos avatars de Deus. Certo dia Nityananda Prabhu era Vamana e outra criança fazia de Bali Maharaja. Assim, Nityananda Prabhu conseguia enganá-lo até receber os três mundos como caridade, mesmo apesar de uma das crianças, vestida como um velho, no papel de Sukracharya, proibir tal dádiva. Entäo, Nityananda Prabhu como Vamana, após aceitar a dádiva de Bali, colocou Seus pés de lótus sobre a cabeça daquele menino.

Um dia, Nityananda Prabhu brincou de construir uma ponte de árvores e pedras atravessando o oceano, e as crianças faziam o papel de soldados-macacos. Assim, Ele decepava plantas das varandas e as jogava n'água, fingindo que eram árvores gigantes, e as crianças berravam "Jaya Rama! Jaya Raghunatha! Vitória a Rama! Vitória ao Senhor da dinastia Raghu!"
O próprio Senhor assumiu o papel de Laksmana, e arco em punho, fez Seu caminho até o palácio de Sugriva e, num acesso de ira, disse: "Seu macaco desgraçado! Meu Senhor Rama está ficando atormentado pelas suas açöes. Meu Senhor está esperando na montanha Malyavan, sobrecarregado pelo pesar. E você, seu macaco malvado, está ocupado se divertindo com mulheres! Se quiser que Eu poupe sua vida, entäo vá até Rama o mais rápido que puder, e ofereça-Lhe ajuda!"

Noutro dia, no humor de Lakshmana, Ele castigava Parasurama, irado, dizendo, "ó brahmana - näo Me responsabilizo pelo que Te acontecer se näo fugires imediatamente." As crianças, na sua inocência, viam a absorçäo de Nityananda Prabhu no humor de Lakshmana como sendo nada mais que brincadeira infantil. Näo tinham nenhum conhecimento quanto à Sua posiçäo como Suprema Personalidade de Deus. Alguns deles passeavam pela floresta como cinco macacos, e no papel de Lakshmana, Nityananda Prabhu perguntava: "Quem säo vocês macacos que erram pela floresta? Digam! Sou o servo de Raghunatha!"

E eles por sua vez diziam: "Erramos por aqui de medo de Bali. Leve-nos a Rama! Aceitamos a poeira de Teus pés sobre nossas cabeças." Dando-lhes forte abraço, Ele os levava ao mestre e se prostrava diante dos pés de Rama, caindo reto como uma vara. No papel de Lakshmana, certo dia Nityananda Prabhu foi atingido por Indrajit. Noutro dia Ele brincava de matar Indrajit. Fazendo com que um dos meninos assumisse o papel de Vibhisana, levava este à presença de Rama e o instalava como rei de Lanka.

Outra criança gritava: "Olhem! Agora estou chegando como Ravana. Cuidado com as setas de meu arco. Que Lakshmana Se proteja se puder!" Nisso, a criança que fazia papel de Ravana lançava uma flor de lótus em Nityananda Prabhu, que caía ao solo sem sentidos, no humor de um Lakshmana derrotado.

Tendo desmaiado, Nityananda Prabhu näo levantava. Embora os meninos tentassem de várias maneiras acordá-lo, Nityananda Prabhu näo demonstrava sinais de vida em parte alguma do corpo. As crianças colocavam suas mäos na cabeça e choravam e gritavam. Ouvindo seus lamentos, a mäe e pai de Nityananda Prabhu acorriam ao local. Encontrando seu filho sem vida, ambos caíam no chäo, sem sentidos.

Todas pessoas do vilarejo se reuniam ali e observavam a cena espantadas. As crianças explicavam tudo. Alguém da multidäo dizia: "Já sei o motivo de tudo isso. Muito tempo atrás, um ator estava fazendo o papel de Dasaratha e morreu ao ouvir sobre o exílio de Rama na floresta." Outro dizia: "O menino só está representando seu papel. Assim que Hanuman conseguir o remédio e administrá-lo, se recuperará."

É claro que Nityananda Prabhu já tinha explicado isso às crianças. Dissera-lhes: "Assim que Eu cair, todos devem fazer uma roda em volta de Mim e chorar. Depois de um tempinho, mandem Hanuman ir-se. Minha vida será restituída se aplicarem o remédio ao Meu nariz." Porém assim que o Senhor que estava fazendo Seu papel com perfeiçäo, ficou inconsciente, as crianças ficaram muito agoniadas. Perderam completamente o julgamento e nem sequer se lembravam das instruçöes de Nityananda Prabhu.

Elas simplesmente choravam e gritavam, e clamavam: "ó irmäo: levanta!" Mas os comentários dos espectadores fizeram-nas lembrar dos conselhos do Senhor. Entäo, uma das crianças foi embora como Hanuman e outra vestida como sábio atravessou-se em seu caminho. Saudando-o com uma oferenda de frutas e raízes, o sábio disse: "Por favor fique comigo algum tempo, querido amigo, e abençoe meu humilde abrigo. Somente através de grande fortuna é que se pode obter a companhia de alguém como você."

Hanuman respondeu: "Minha tarefa é urgente. Tenho que apressar-me. Näo posso parar; por favor desculpe-me mas tenho que dizer adeus. Deves ter ouvido falar de Lakshmana, o irmäo mais novo de Rama. Ravana fê-Lo desmaiar com sua flecha-shakti. Tenho que correr até a montanha Gandhamadana. Agora a vida Dele só poderá ser salva se eu trouxer o remédio certo." A criança que fazia papel de Hanuman falou todas essas linhas como fora treinada por Nityananda Prabhu. Todos observavam espantados.

A pedido do sábio, Hanuman foi até um lago próximo para se banhar. Outra criança agarrou seus pés em baixo d'água. Assim, a criança fazia papel de um crocodilo e puxava Hanuman para dentro d'água. O ator infantil que era Hanuman arrastou o crocodilo até a margem e o derrotou. Entäo Hanuman encontrou um inimigo ainda mais formidável.

Uma criança disfarçada de Rakshasa corria atrás de Hanuman e ameaçava comê-lo, dizendo: "Derrotaste o crocodilo, mas agora tens de derrotar a mim. Quem irá ressucitar Lakshmana se eu te engolir vivo?" Hanuman respondia: "Teu Ravana é um cachorro inútil. Sebo nas canelas e te manda daqui." Dessa maneira as duas crianças lutaram até que ambas se agarraram pelos cabelos. Começaram a se bater com os punhos. Depois de algum tempo, Hanuman derrotou o Rakshasa.

Finalmente, a criança que era Hanuman fez seu caminho até a montanha Gandhamadana. Ali, alguns meninos vestidos da Gandharvas lutaram com ela algum tempo e, depois de derrotar os Gandharvas, Hanuman trouxe a montanha Gandhamadava sobre sua cabeça. Uma das crianças, agindo como médico, lembrando de Rama aplicou o remédio ao nariz de Nityananda Prabhu, que estava fazendo papel de Lakshmana. Por fim, o grande Senhor, Nityananda Prabhu, recobrou a consciência e ficou de pé.

Nisso, todos pais e o resto riram. Hadai Pandit pegou a criança nos braços e todos meninos ficaram encantados. Todos perguntavam: "Minha querida criança, onde aprendeu todas essas coisas?" E o Senhor rindo, respondia: "Todos esses säo Meus passatempos divinos."

Em Sua primeira infância, o corpo do Senhor era delicadamente belo. Ninguém queria parar de abraçá-Lo. Todos O amavam mais que a seus próprios filhos. Através da potência ilusória do Senhor, ninguém conseguia reconhecê-Lo como a Suprema Personalidade de Deus. Dessa maneira, desde Sua primeira infância, Nityananda Prabhu gostava mais era de ensaiar os passatempos de Krishna.

Todas as crianças, deixando seus pais e lares, constantemente brincavam na companhia de Nityananda Prabhu. Ofereço minhas humildes reverências centenas de vezes aos pés de lótus de todos aqueles meninos que assim brincavam com o Supremo Senhor Nityananda Prabhu. Dessa forma, Nityananda Prabhu representava Seus passatempos, e desde a infância, nada O agradava mais que a lila do Senhor Krishna.

Quem tem o poder de descrever os passatempos transcendentais de Ananta? Estes só säo revelados através de Sua misericórdia, por Sua própria vontade. E assim, Nityananda Prabhu passou em casa os primeiros doze anos de Sua vida. Foi entäo que partiu em peregrinaçäo, visitando os diferentes locais sagrados da India. Vagou como peregrino até Seu vigésimo ano de vida e aí apareceu diante de Sri Chaitanya Mahaprabhu.

Ouçam a descriçäo feita nesse Adi-lila do Chaitanya Bhagavata, da peregrinaçäo de Nityananda Prabhu, a Suprema Personalidade de Deus que só os ateístas malvados e pecaminosos blasfemam. Nityananda Prabhu salvou o mundo todo. Ele é um oceano de misericórdia inigualável. Somente por Sua misericórdia é que compreendo a verdade sobre Sri Chaitanya Mahaprabhu. Somente através Dele é que foi proclamada a grandeza de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Escutem como Nityananda Prabhu, o mais querido por Sri Chaitanya Mahaprabhu, viajou a todos tirthas sagrados da India.

O Senhor primeiro visitou o local sagrado conhecido como Vakreshwara. Dali viajou completamente sozinho ao bosque de Vaidyanatha. Depois de visitar Gaya, foi para Kasi, a sede do Senhor Shiva, onde a corrente do Ganges começa a fluir rumo ao norte. Em Kasi, banhou-Se no Ganges, e com sede insaciável bebeu de suas doces águas. Tomou Seu banho matinal em Prayaga no mês de Magha e dali foi ao local de Seu nascimento anterior, em Mathura. Tendo Se divertido nas águas do Yamuna em Vishrama-ghata, o Senhor perambulou ao redor da colina de Govardhana em grande êxtase e assim caminhou através de todas doze florestas de Vrindavan.

Visitou a casa de Nanda Maharaja em Gokula, e sentando naquele local sagrado, chorou de emoçäo. Prestando reverências a Madana Gopala, o Senhor viajou até Hastinapura, lar dos Pandavas, e ao ver o local daqueles grandes devotos, o Senhor derramou lágrimas. Todos que ali viviam, näo sendo devotos, näo conseguiam entender. Ele se curvou, contemplando as glórias de Balarama na cidade de Hastinapura e em Seu êxtase, gritava: "Que Balarama, que segura o arado, salve a todos nós." Entäo, Nityananda Prabhu foi para Dvaraka onde Se banhou no mar com grande júbilo. Foi para Siddhapura, a sede de Kapila, e no local sagrado conhecido como o tirtha do peixe, Matsya-tirtha, distribuiu grandes quantidades de arroz cozido num grande festival. Nityananda Prabhu visitou Shiva-Kanchi e Vishnu-Kanchi e riu ao ver a amarga cisma entre os seguidores de Vishnu e os de Shiva.

Foi para Kurukshetra, Priti-daksa, Bindhu-sarovara, Prabasa, e Sudarshana-tirtha, e após fazer uma visita ao sagrado tirtha de Trita-kupa, foi para Nisala e dali a Brahma-tirtha e depois Chakra-tirtha. O Senhor visitou Pratisrota que fica próxima ao Saraswati ocidental. Dali, aquela grande personalidade magnânima, Nityananda Prabhu, viajou para Naimisaranya.

Naquela época, Nityananda Prabhu foi até a cidade de Ayodhya e chorou ao contemplar o sagrado local de nascimento de Sri Rama. Entäo foi para o reino de Guhaka, o chandala, onde Nityananda Prabhu caiu inconsciente por puro êxtase. Lembrando da devoçäo de Guhaka-chandala, Nityananda Prabhu ficou inconsciente três dias. Em todas essas florestas, onde o Supremo Senhor Rama havia parado para passar alguns dias, Nityananda Prabhu rolou no chäo pela agonia da separaçäo.

Ele foi até as margens do rio Sarayu e Se banhou em suas águas e dali foi para Kausaki, depois para o sagrado retiro de Paulastya, o sábio. Depois de banhar-Se em todos tirthas sagrados dos rios Gomati, Gandhaki, e Soma, subiu ao cume do monte Mahendra, e tendo prestado Suas reverências ali para Parasurama, proseguiu para Hardwara, onde o fluxo do Ganges se origina nesta terra. Entäo visitou Pampa, Bhima-rati, e Sapta-Godavari, após banhar-Se nos tirthas de Benva e Bhipasa.

O grande Nityananda Prabhu entäo foi ver Karttika e foi até a montanha de Sri, onde moram Shiva e Parvati. Na forma de um brahmana e sua esposa, Shiva e Parvati residiam no topo da montanha conhecida como Sri. Ambos reconheceram a própria Deidade adorada deles, Nityananda Prabhu, que assim viajara aos locais sagrados disfarçado como avadhuta. Ambos se regozijaram ao contemplar seu hóspede, e a própria deusa Parvati, com suas próprias mäos, alegremente cozinhou prasadam para Nityananda Prabhu. Como Shiva e Parvati fizeram oferendas de alimentos a Nityananda Prabhu com grande estima, Ele sorriu e ofereceu Suas reverências a ambos.

As conversas confidenciais que mantiveram entre si, só o próprio Krishna poderia compreender. Despedindo-Se, Nityananda Prabhu foi para Dravida. Depois de visitar Vyenkattanatha, Kamakosti-puri, e Kanch, chegou no famoso curso do Kaveri e dali foi ao local sagrado de Sri Rangam, onde ficou por algum tempo. De lá, foi para Hari-ksetra, e entäo visitou o monte Rsabha. Aí viajou para Matura do Sul, Krtamala, Tamraparni, e depois viajou na direçäo norte ao Yamuna, onde visitou a casa de Augustya na montanha Malaya.

O povo de lá se encheu de grande júbilo ao contemplar o magnânimo Nityananda Prabhu que aceitava sua hospitalidade, e dali, com grande prazer, viajou para Badarikashrama. Nityananda Prabhu ficou por algum tempo na morada de Naranarayana Rshik e passou a estadia em completo isolamento. Dali viajou para a residência de Vyasa, que reconheceu Nityananda Prabhu como o próprio poderoso Balarama.

Tornando-Se visível, Vyasa deu as boas-vindas a seu hóspede e o Senhor ofereceu Suas reverências diante de Srila Vyasadeva. Naquela ocasiäo, Nityananda Prabhu viajou até a sede dos budistas, onde o Senhor encontrou-os sentados juntos. Questionou-os, porém ninguém respondeu. Ficando irado com os budistas, o Senhor chutou-lhes as cabeças. Rindo, os budistas fugiram e Nityananda Prabhu continuou Sua peregrinaçäo sem desanimar.

Naquela época, o Senhor chegou à cidade de Kanyaka, e depois de visitar Durga-devi, viajou para o mar do sul da India. Depois disso, Nityananda Prabhu foi até o topo de Sri Ananta e dali ao lago das cinco apsaras dançarinas ou ninfas celestiais. O Senhor entäo visitou o templo de Shiva chamado Gokama. Viajou de porta em porta por Kerala e Trigartha, e depois de ver a honrada esposa de Dvaipayana, Nityananda Prabhu viajou a Nirbindhya, Payosni, e Tapti, no decorrer de Suas divinas atividades.

Visitou Reva, a cidade de Mahismati e Malatirtha, e aí o Senhor virou em direçäo ao oeste, viajando por Suparakha. Nityananda Prabhu näo tinha nenhum temor. Nunca teve medo de ninguém, durante Suas viagens. Seu corpo parecia fraco, devido à constante absorçäo em consciência de Krishna. Nityananda Prabhu ria e chorava de vez em quando. Quem poderia entender Seus humores transcendentais? Assim eram as viagens do Senhor Nityananda Prabhu enquanto vagava de um local ao próximo, visitando os tirthas sagrados.

Naquela época, por puro acidente, encontrou com Madhavendra Puri. O corpo de Madhavendra Puri estava carregado de amor divino por Sri Krishna. Madhavendra Puri vinha acompanhado de todos seus discípulos, que estavam cheios de krishna-prema. Madhavendra Puri näo provava de nenhum alimento sem ser as doces qualidades de Krishna. As doçuras da consciência de Krishna eram seu único sustento. Todo seu corpo era o local dos passatempos de Krishna. Näo pode haver maior louvor de seu amor por Krishna, que dizer que o grande Advaita Acharya Prabhu era discípulo de Madhavendra Puri.

Assim que Nityananda Prabhu viu Madhavendra Puri, perdeu a consciência externa, e ficou imóvel, sendo tomado de amor divino. E assim que Madhavendra Puri viu Nityananda Prabhu também perdeu a consciência externa e esqueceu do mundo a seu redor. O próprio Sri Chaitanya Mahaprabhu declarava volta e meia que Madhavendra Puri e o mestre original da devoçäo pura. Como Nityananda Prabhu e Madhavendra Puri desmaiaram ao se verem, Isvara Puri e todos outros discípulos de Madhavendra Puri choraram.

Após recobrar a consciência externa, ambos começaram a se abraçar, derramando lágrimas de êxtase. Os dois grandes mestres rolavam no chäo no êxtase do amor divino e, transformados pelo júbilo, gritavam palavras de alegria com vozes de troväo. Lágrimas de amor fluiam como rios dos olhos desses dois grandes mestres. E molhada de lágrimas, a Terra se sentiu abençoada. Näo chegava ao fim a demonstraçäo de êxtase transcendental que aquelas duas grandes almas exibiam, seus corpos tremendo enquanto lágrimas fluiam de seus olhos e seus pelos se arrepiavam, pois o próprio Chaitanya Mahaprabhu dançava em seus coraçöes.

Nityananda Prabhu disse: "Hoje consegui a plena realizaçäo de todas peregrinaçöes que fiz, pois nesse dia Meus olhos contemplaram os santos pés de Madhavendra Puri. Minha vida foi glorificada por testemunhar tanto amor divino como o que ele tem. Acolhendo Nityananda Prabhu num abraço apertado, Madhavendra Puri, engasgado de amor divino, näo conseguia emitir palavras para responder. E na sua alegria, Madhavendra Puri näo queria soltar Nityananda Prabhu de seu abraço. Isvara Puri, Brahmananda Puri, e todos outros discípulos de Madhavendra Puri se sentiam irresistivelmente atraídos por Nityananda Prabhu. Embora tivessem conhecido tantos santos renunciados, näo conseguiam detectar nenhum vestígio de amor por Krishna em qualquer um deles. E por conhecer tais almas desafortunadas e duras, conseguiam apenas desgosto.

E estando desgostosos, buscaram refúgio nas florestas. Mas agora todas suas tristezas haviam sido aliviadas ao contemplar em outrem a manifestaçäo de amor por Krishna. Por dias, Nityananda Prabhu viajou na companhia de Madhavendra Puri, deliciando-se ao discutir os passatempos de Krishna. O serviço devocional de Madhavendra Puri é um assunto maravilhoso para se falar. Ele costumava desmaiar ao ver uma nuvem enegrecida. Dia e noite, intoxicado de amor por Krishna, ele ria e chorava, delirava e tresvariava, e gritava de tristeza igual a um bêbado.

E Nityananda Prabhu, intoxicado do néctar da doçura de Govinda, cambaleava e tropeçava. Caindo no chäo, ria muito. Ao contemplar o maravilhoso humor de Madhavendra Puri e Nityananda Prabhu, a fraternidade de discípulos constantemente cantava o nome de Hari. Intoxicados pelo doce sabor do amor divino, ninguém sabia quando era dia ou noite, e o tempo perdeu todo significado. Quem pode compreender as conversas que Nityananda Prabhu tinha com Madhavendra Puri? Só Krishna sabe seu significado. Madhavendra Puri näo conseguia suportar a perda da companhia de Nityananda Prabhu, mas se deliciava com sua constante associaçäo. Ele disse: "Embora tenha viajado a muitos tirthas sagrados, näo consegui achar em lugar algum nenhum amor por Deus como o Teu. Tendo obtido a companhia de um amigo como Nityananda Prabhu, percebi a misericórdia de Krishna. Krishna é täo bondoso! Onde quer que possamos obter a associaçäo de Nityananda Prabhu, aquele local é mais que Vaikuntha e todos tirthas sagrados combinados. Apenas por ouvir sobre a devoçäo de um devoto assim como Nityananda Prabhu, certamente se chega a Sri Krishnachandra. E quem quer que tenha a menor aversäo a Nityananda Prabhu, nunca poderá ser amado por Krishna mesmo que seja devoto de Krishna."

Dessa maneira, Madhavendra Puri glorificava Nityananda Prabhu dia e noite e O servia com amor e atençäo. O próprio Nityananda Prabhu achava Madhavendra Puri Seu guru e assim ocupadas, essas duas grandes almas ficavam täo absorvidas no amor por Krishna que näo conseguiam dizer se era dia ou noite. Assim, após passar algum tempo na companhia de Madhavendra Puri, Nityananda Prabhu partiu em Sua viagem à ponte de Rama conhecida como Setubhanda, no extremo sul da India.

Madhavendra Puri foi-se para visitar o rio Sarayu. Estando completamente absortos em Krishna, nenhum dos dois conseguia se lembrar de seu próprio corpo físico. Completamente esquecidos de si mesmos, passavam dias na agonia da separaçäo um do outro, e assim a vida deles foi preservada. Pois se tivesse permanecido alguma consciência externa, teria-lhes sido impossível sobreviver à agonia da separaçäo. Quem ouvir este relato de Nityananda Prabhu e Madhavendra Puri com fé e devoçäo, obtém o tesouro de amor por Krishna.

Dessa forma, Nityananda Prabhu perambulava no êxtase de amor divino e depois de algum tempo chegou a Setubhanda, a ponte de Rama. Após banhar-Se no ghat de Dana-tirtha, foi para Rameshvara, e dali, chegou a Vijayanagar. Tendo visitado Mayapuri, Avanti, e Godavari, o Senhor chegou à sede de Jiyur-Nrsimhadeva. Ele visitou Trimala, e o sagrado santuário de Kurmanatha. Afinal, partiu para ver Sri Jagannatha-deva, a lua de Nilacala.

Assim que entrou na cidade do Senhor Jagannatha, o bem-aventurado dono de Nilacala, desmaiou ao ver a chakra do Senhor. Tomou darshan de Jagannatha, vendo Sua forma quádrupla do Chaturvyuha plenamente manifesta em toda Sua alegria junto com todo corpo de Seus seguidores. Nityananda perdeu a consciência no êxtase daquela visäo, e uma vez que a recobrou, a perdeu novamente. Isso continuava repetidamente. Nityananda Prabhu experimentava tremores, suores, lágrimas de alegria caindo ao solo, gritava palavras de êxtase numa voz tonitruante.

Quem consegue descrever o êxtase de Nityananda Prabhu? Depois de passar algum tempo dessa forma em Jagannatha Puri, Nityananda Prabhu voltou à Sua viagem e com grande entusiasmo, visitou o local onde o Ganges se encontra com o oceano. Quem pode descrever plenamente todas Suas viagens a diferentes locais sagrados? Só registrei uma fraçäo delas, por Sua misericórdia. Depois de visitar os tirthas sagrados dessa maneira, Nityananda Prabhu retornou a Mathura, e passou a residir em Vrindavana e ficava ali dia e noite absorto em pensamentos de Krishna.

Ele näo comia nada, e só de vez em quando bebia algum leite se alguém Lhe desse sem que o pedisse. Nityananda Prabhu pensava Consigo mesmo: "Sri Gaurachandra está ficando em Navadwip, mas Sua divina glória está permanecendo oculta. Assim que o Senhor decidir manifestar Sua divindade, imediatamente irei a Navadwip e cumprirei Meu papel a Seu serviço. Dessa forma, tendo Se decidido, Nityananda Prabhu näo foi a Navadwip, nem deixou Mathura, mas Se divertia constantemente nas águas do Yamuna e brincava na poeira de Vrindavana com as crianças.

E embora Nityananda Prabhu possua potência completa em todos respeitos, absteve-Se de conceder devoçäo por Vishnu a qualquer pessoa, ensando Consigo mesmo que quando o Senhor Gaurachandra Se manifestasse, entäo chegaria o tempo de realizar o passatempo de distribuir amor divino por ordem do Senhor. Por pensar que näo devia fazer nada exceto com o comando de Sri Chaitanya Mahaprabhu, a grandeza do serviço do Senhor näo é diminuída, e portanto Nityananda Prabhu aguardava o comando do Senhor.

Nada se move sem a ordem do Senhor Supremo, Sri Chaitanya Mahaprabhu. E ninguém pode fazer nada sem Sua sançäo, mesmo que seja Ananta, Brahma, Shiva, ou qualquer um dos deuses. Os destruidores, governantes, e mantenedores do universo cumprem seu dever somente por ordem de Sri Chaitanya. Aqueles pecadores cujas mentes se acham aflitas por causa disso, säo completamente desqualificados para serem vistos por um Vaisnava. Os três mundos säo testemunhas do fato que todos obtiveram o tesouro do amor por Deus pela misericórdia de Nityananda Prabhu. Ele é o primeiro dos devotos de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Sua língua preza muito o glorioso louvor a Sri Chaitanya Mahaprabhu.

Nityananda Prabhu discursa sobre Chaitanya noite e dia; por serví-Lo, se obtém devoçäo a Sri Chaitanya. Todas as glórias a Nityananda Prabhu, o Senhor primordial, por Cuja misericórdia podemos compreender as glórias de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Apego a Nityananda Prabhu é a dádiva da misericórdia de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Para quem conhece Nityananda Prabhu näo existe perigo em lugar algum. Se alguém deseja atravessar para além desse mundo de escuridäo e mergulhar no oceano da devoçäo, que sirva Nityananda, que se assemelha à lua. Alguns dizem que Nityananda é o próprio Balarama, outros que Ele é a morada do amor divino por Sri Chaitanya; que digam o que quiserem. Quer Nityananda seja um asceta, um devoto, ou um sábio; seja o que for em relaçäo a Sri Chaitanya, possam Seus pés de lótus Se implantarem com firmeza dentro dos coraçöes de todos. Se após ouvir tantas boas qualidades de Nityananda Prabhu, ainda houver alguma alma pecaminosa que näo O aprecie ou que deseje de alguma forma caluniá-Lo ou blasfemá-Lo, entäo eu chuto seu rosto com meu pé esquerdo.

Certos seguidores de Sri Chaitanya falam de Nityananda Prabhu de tal forma que embora pareçam falar mal Dele, na verdade estäo louvando-O. Tais Vaisnavas exaltados (como Advaita Acharya) säo sempre puros de coraçäo e transcendentalmente honestos. A aparente rixa e desacordo deles simplesmente é uma lila ou brincadeira. Se observarmos o desacordo deles externamente e tomarmos partido de um, caluniando o outro, estaremos derrotados. Por seguir somente aqueles que censuram toda calúnia a Nityananda, se obtém Sri Chaitanya. Quando será meu dia em que obterei a visäo divina de Sri Chaitanya Mahaprabhu e Nityananda Prabhu, rodeados pela assembléia dos devotos? Que Nityananda Prabhu seja meu eterno mestre de todas maneiras. Permanecendo leal a Nityananda Prabhu, que eu possa servir os sagrados pés de Sri Gaurachandra. Que eu possa ler o sagrado Bhagavata aos pés de Nityananda Prabhu nascimento após nascimento.

Esta é meu anseio. Todas as glórias ao Supremo Senhor, Sri Chaitanya Mahaprabhu. Tu nos deste Nityananda Prabhu e também no-Lo-tomastes. E no entanto, ó Mahaprabhu, conceda-me apenas um favor - que minha mente possa permanecer sempre apegada a Ti e a Nityananda Prabhu. Ele é Teu maior devoto; sem Teu consentimento, ninguém pode chegar aos pés de lótus Dele. Nityananda Prabhu perambulava por Vrindavana e diferentes locais sagrados até que Sri Chaitanya Mahaprabhu manifestou Sua divindade. Quem quer que ouça este relato das peregrinaçöes de Nityananda Prabhu obtém o tesouro do amor divino. Sri Krishna Chaitanya é a vida e alma de Nityananda Prabhu. Vrindavan Das, orando aos pés de lótus Deles canta o Sri Chaitanya Bhagavata.

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terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Máfia dos transplantes: pai de Paulinho Pavesi faz desabafo após se sent...


Fala de Lula sobre o holocausto e comparando O povo judeus. Não foi aleatório faz parte do pensamento do mesmo

TRINTA ANOS DE LULA: OS HOMENS ADMIRÁVEIS | Reinaldo Azevedo

Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: “O sindicalista é o pai do homem”. Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. […]

Por Reinaldo Azevedo
Atualizado em 31 jul 2020, 16h18 - Publicado em 3 dez 2009, 04h49
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Publiquei ontem alguns trechos da entrevista de Lula à revista Playboy em julho de 1979 e fiz uma pequena provocação intelectual: “O sindicalista é o pai do homem”. Acho que há mais trechos que os eleitores têm o direito de ler. Sacrifico-me por vocês. Como não está na Internet, tenho de digitá-los. Mas não me importo. Tudo pelo esclarecimento.

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Os trechos que vocês lerão em vermelho são fortes, sim. Não fosse o Brasil, hoje, amigo de todas as ditaduras que há no planeta; não tivesse o governo Lula estendido o tapete vermelho para o um delinqüente como Mahamoud Ahmadinejad, censurado na ONU uma semana depois, com os votos de Rússia e China, mas sem o voto do Brasil; não tivesse flertado o Itaramaty, por vias oblíquas, até com o terrorismo das Farc, e a fala de Lula de 30 anos atrás não teria relevância. Mas, infelizmente, tem. Vamos lá.

(…)
Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?

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Lula [pensa um pouco]- Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.

Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)

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Playboy – Alguém mais que você admira?

Lula [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.

Playboy – Diga mais…

Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.

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Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?

Lula – [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.

Playboy – E entre os vivos?

Lula [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.

Playboy – Mais.

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Lula – Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do Xá foi um negócio sério.

Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?

Lula [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.

(…)

Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?

Lula – É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gene, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Voltei
Que coisa, não? O único do grupo que não é um facínora, um assassino contumaz, um homicida frio, é Gandhi. Mas Gandhi, convenham, é a Portuguesa de Desportos das figuras ilustres da humanidade. Se a Portuguesa está em campo, e o adversário não é o nosso time, a gente torce pra quem?

Os outros… A referência a Hitler se presta a uma ironia sinistra: “O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer”. Sem dúvida, o homem era o senhor do fogo…

Lula mudou? Digamos que alguns facínoras foram acrescentados à sua galeria: Ahmadinejad, Khadafi, Omar Hassan Ahmad al-Bashir (o genocida do Sudão)… Fidel, bem…, a múmia, rejeitada até pelo diabo, continua objeto de culto…

De todas as admirações, esta que diz pouco se importar com ideologia é, sem dúvida, a mais perigosa. Afinal, 30 anos depois daquela entrevista, indagado se não se incomodava em receber Ahmadinejad, que nega o holocausto dos judeus, promovido por Hitler – aquele que “tinha o fogo de se propor a fazer alguma coisa”, Lula respondeu:
“Muito pelo contrário. Não estou preocupado com judeus nem com árabes. Estou preocupado com a relação do estado brasileiro com o estado iraniano. Temos uma relação comercial, queremos ter uma relação política”.

O sindicalista, como se vê, era mesmo o pai do presidente.

Se você ainda não leu, leia também:
– LULA, O SEXO, OS ANIMAIS E AS VIÚVAS;
– Lula e as mulheres: “O problema de mulher é você conseguir pegar na mão. Pegou na mão…”




Estratégias Espirituais para a Era de Ferro


Ravindra Svarupa Dasa

Srila Prabhupada estava sozinho em outro país, sem dinheiro e sem um lugar próprio, mas cinquenta séculos de tradição o acompanhavam.

O vento gelado que sopra vindo do rio torna-se impiedoso quando se afunila por entre as paredes das ruas da cidade. O vento cortante cria uma paisagem de cinza e granizo; faz voar o lixo sobre as calçadas congeladas e o faz girar em espirais que sobem até se perderem de vista pelas torres impassíveis. Um monótono rugido infindável, como se os edifícios se lamentassem sob um sono entorpecido, preenche os abismos.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 1

“New York City”, do artista Michael Anderson.

Esta cidade mais densamente populosa dos Estados Unidos é também a mais desoladora, e nada parece mais inóspito para o homem que o mundo onde tudo é feito pelo homem. Assim é Nova Iorque, no rigor de um inverno de ferro, no meio da era de ferro.

Vemos agora uma figura caminhando pelo fundo de um dos abismos da era de ferro. Inclinado para frente, contra o vento, uma bengala na mão esquerda, segue adiante a passos rápidos. Olhe para ele atentamente: a veste açafrão de um religioso mendicante indiano é visível debaixo de seu sobretudo, e em sua testa se veem as duas linhas paralelas feitas de argila – a marca dos devotos de Krishna. Seu rosto tem uma expressão tanto indomada quanto serena, como se ele não estivesse realmente andando por essa amarga terra devastada e improdutiva, e, de fato, ele parece tão alheio ao local que uma magnólia em plena florada perfumada nessas ruas gélidas pareceria menos incompatível.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 2

Fotografia de Prabhupada em Nova Iorque pouco depois de sua chegada à cidade.

Este é Srila Prabhupada no inverno de 1966. Ele está só, sem dinheiro; e tem setenta anos. Sua baixa estatura parece ainda menor diante das torres congeladas, cuja seriedade e rosto insensível transformam qualquer esforço humano lá em baixo, nas ruas, em derrota. Mas o esforço de Srila Prabhupada não é meramente humano, e a semente que ele traz consigo de outro mundo realmente incrível e miraculosamente enraíza-se neste solo estéril e inóspito e floresce. Em breve, centenas de devotos com mantos açafroados florescerão por estas ruas, com seus rostos americanos marcados com as duas linhas de argila, e o som do mantra Hare Krishna ecoará e reverberará nas altas e sólidas paredes.

Devemos nos recordar que o que vemos não é tudo; nunca sabemos que presenças invisíveis pairam acima de um solitário e modesto esforço, nem que esforços invisíveis cooperam para trazer grandes resultados para inícios escassos. Acreditamos que na natureza nenhum efeito excede sua causa – por que seria diferente em outras áreas? Acaso ou sorte são simplesmente palavras para encobrir nossa ignorância.

Por trás da aparência de Srila Prabhupada nas estranhas ruas de Manhattan, estavam cinco milênios de planejamento e esforço. Esta história começa ao romper do dia, cinquenta séculos atrás, nos Himalaias, onde o sábio Krishna-Dvaipayana Vyasa está sentado em transe, às margens do rio Sarasvati.

Em sua meditação, Vyasa vê um futuro de horror desesperante se revelar diante dele. Ele vê Kali-yuga, a era de ferro, começar e trazer consigo a deterioração universal. A decadência é tão profundamente enraizada que a própria matéria diminui de potência, e todo o nosso alimento progressivamente diminui em qualidade e também em quantidade. Vyasa vê os efeitos da má nutrição crônica, geração após geração; ele vê como isso diminui gradualmente a expectativa de vida, assim como o poder cerebral; ninguém pode escapar da queda progressiva da inteligência e da memória.

O efeito danoso dos tempos difíceis sobre uma população cada vez mais tola acelera o declínio moral e espiritual dela. Os indivíduos começam a abater animais para comer, tornam-se cada vez mais escravos das drogas, perdem o comedimento sexual. Tais hábitos ocasionam suas deteriorações física e mental. Vyasa os vê afundarem cada vez mais fundo na sensualidade e ignorância. Famílias se rompem e mulheres e crianças são abandonadas. Gerações cada vez mais degradadas, concebidas acidentalmente na luxúria e crescendo na selvageria, enxameiam sobre a Terra. A liderança cai nas mãos de criminosos sem princípios que usam seu poder para saquear as pessoas. O mundo está cheio de ideólogos, instrutores de ocultismo, fanáticos e farsantes espirituais que conquistam muitos seguidores entre o povo confuso pela anarquia social e moral. Depravações e atrocidades indescritíveis florescem sob a retórica de ideais elevados.

Vyasa vê horrores que se amontoam sobre horror; vê o fim de tudo o que é verdadeiramente humano; vê a escuridão se intensificar para engolir o mundo.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 3

Retratação de Kali-yuga, a era de ferro.

Esta foi a visão profética de Vyasa às vésperas de Kali-yuga, cinco mil anos atrás. Isto o apressou a entrar em ação. Para Vyasa, a visão às vésperas deste declínio temporal não foi por acaso. Vyasa é um avatara, uma poderosa encarnação de Deus, enviado por Krishna especificamente para preparar o conhecimento da civilização védica para ser transmitido através dos milênios vindouros de escuridão.

Sem tal empreendimento, a erosão da inteligência humana pela força do tempo faria com que as gerações futuras se desligassem completamente de suas heranças culturais e das incomparáveis realizações espirituais de seus antepassados. Tão logo começasse a era de ferro, elas nem mesmo perceberiam que um dia o mundo todo tinha sido governado por uma única e supremamente iluminada civilização: a cultura védica.

Nessa cultura védica, tudo foi organizado de modo a favorecer a autorrealização. Autorrealização assinala o desenvolvimento definitivo do potencial humano, no qual uma pessoa conhece a si mesma diretamente como um ser espiritual eterno, voltado para o supremo ser espiritual e sem relação intrínseca com um corpo material temporariamente habitado. Pelo cultivo da autorrealização, a civilização védica revelou esta realização inigualável: é possível eliminar completamente os males do nascimento, da velhice, da doença e da morte, assegurando para seus membros uma existência eterna de conhecimento e felicidade crescente. A cultura védica percebeu que nem todas as almas que receberam um nascimento humano após transmigrarem pelas formas animais seriam capazes de progredir diretamente até o objetivo supremo. Possuidoras de históricos diferentes, as pessoas nascem com diferentes qualidades e habilidades. Entretanto, a cultura védica capacitava todos a avançarem um pouco, e houve muitos arranjos para a elevação gradual das pessoas materialistas. Em cada caso, a cultura védica organizou a vida para que cada um pudesse satisfazer suas necessidades básicas do modo mais simples e sensato possível, deixando a maior parte da energia humana livre para a tarefa mais elevada.

Vyasa viu que tudo isso desapareceria em Kali-yuga, já que o foco da civilização mudaria da autorrealização para a gratificação dos sentidos. Mesmo assim, Kali-yuga não poderia ser detida, senão que ele teria que ser capaz de minimizar seus efeitos e manter vivas a tradição e a cultura espirituais de modo que emissários de uma civilização mais elevada pudessem preservar suas heranças entre os bárbaros, assim como uma aldeia bem abastecida pode sobreviver a um inverno rigoroso.

Vyasa tinha pleno conhecimento da cultura e da sociedade védica nos âmbitos científico, econômico, político, ético, estético e espiritual. Seu conhecimento foi sintetizado num abrangente cânone chamado o Veda, uma palavra que significa simplesmente “conhecimento”. Até a época de Vyasa, o Veda por escrito não era necessário. Longe de ser um sinal de avanço intelectual, o surgimento da escrita é um testemunho de declínio: uma ferramenta usada para compensar a deterioração mental, que inclui a perda da capacidade de lembrar.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro  4

Manuscrito do Taittiriya Upanishad, parte dos Vedas.

É interessante, a propósito, que a data védica assinalada como o advento de Kali-yuga (cerca de 3000 a.C.) se aproxima bastante da data considerada pelos historiadores modernos como o surgimento da vida civilizada, um evento marcado pelo aparecimento da escrita e a emergência de sociedades urbanas complexas. Tudo o que os historiadores reconhecem como registros da história humana é, de fato, a história da humanidade em Kali-yuga.

A ignorância dos historiadores acadêmicos sobre a mais elevada e incalculavelmente anterior civilização védica é o que podemos esperar de pessoas que sofrem de retardo mental imposto pelo tempo. Vemos sintomas dessa degradação intelectual dos pensadores modernos na admissão de que a percepção sensorial é a única fonte de conhecimento e a falta de consciência de que o conhecimento deve ser construído tendo por base a bondade. Valores inversos distorcem suas ideias, tais como a convicção de que o progresso humano reside na proliferação de sociedades urbanas complexas e na crescente tecnologia sofisticada. Eles não se apercebem de que viver de modo simples é a melhor base para o pensamento elevado e que uma civilização realmente adiantada minimiza a exploração da natureza e a complexidade social. Eles não sabem que o padrão real de progresso é a qualidade das pessoas que a sociedade produz. Se buscarmos avanço material em detrimento da autorrealização, medindo nossos padrões de vida apenas pela gratificação de nossos sentidos, apenas nos tornaremos pessoas debilitadas espiritual e moralmente, no controle de uma tecnologia complicada e poderosa – uma terrível combinação que eleva o horror a um nível que apenas começamos a vivenciar.

Para que pudéssemos ter alternativa, Vyasa dividiu o Veda em quatro e o escreveu. Mesmo assim, ele sabia que ainda seríamos incapazes de entender os Vedas, em virtude do que compôs um grande número de trabalhos complementares, nos quais detalhou explicitamente as intenções do pensamento védico.

Nisso, Vyasa recebeu ajuda do próprio Sri Krishna, a Suprema Personalidade de Deus. Trabalhando lado a lado no esforço de Vyasa, Krishna desceu pessoalmente a este planeta e, como membro da ordem real, desempenhou um papel significativo nos eventos políticos recentes. Vyasa aproveitou as atividades de Krishna para relatar aquele tempo em uma vasta narrativa épica chamada Mahabharata. Nessa vasta, fatual e dinástica história de amor, ambição, intriga e guerra, de fidelidade e traição, heroísmo e covardia, transcendência e infâmia, Vyasa transmitiu o pensamento védico de um modo que mesmo pessoas nada filosóficas pudessem ser cativadas. A presença de Krishna preencheu a história com significado transcendental. Mais do que isso, no meio da extensa narrativa, como se fosse uma joia cravada num cenário exuberante, Vyasa colocou o Bhagavad-gita, o discurso de Krishna para Arjuna, antes do ponto culminante da batalha de Kurukshetra.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 5

Krishna fala o Bhagavad-gita a Seu amigo e discípulo Arjuna.

Em setecentos versos lacônicos, Krishna transmite a Arjuna o que Ele chama de “o conhecimento mais confidencial” dos Vedas. Assim como Vyasa, o próprio Krishna está preparando o conhecimento védico para Kali-yuga. Isto significa tornar o mais alto conhecimento dos Vedas – tão sublime e puro que, como Krishna diz, mesmo grandes almas raramente conseguem obtê-lo – e transmiti-lo de modo explícito e abertamente acessível a qualquer um. Para que fosse inquestionável a validade dessa audaciosa exposição, Krishna, a mais elevada autoridade possível, o transmite pessoalmente.

Pode-se perguntar – por que o mais elevado conhecimento dos Vedas é “confidencial”? Se é tão importante que o conheçamos, por que deveria estar escondido? A resposta é que o conhecimento está disponível apenas àqueles qualificados a aprendê-lo. A educação é progressiva, e o mais elevado conhecimento pode ser abordado apenas por aqueles já graduados no nível mais baixo. Especificamente, a qualificação necessária para compreender os mistérios referentes à fonte absoluta de tudo é a pureza. Apenas aqueles cujos sentidos estão completamente controlados e que estão livres de todo desejo material têm a pureza necessária para entender e perceber diretamente a Verdade Absoluta. Porque as pessoas caracterizam-se por uma variedade de desejos materiais, os Vedas oferecem muitos caminhos religiosos, chamados dharmas. Eles são graduais, a fim de que as pessoas de diferentes níveis de contaminação material possam ascender, passo a passo, aos níveis mais altos de pureza e alcançar vislumbres mais elevados do divino.

No Bhagavad-gita, Krishna sistematicamente expõe os principais dharmas védicos e mostra como cada um deles direciona a pessoa para a conclusão derradeira, “o conhecimento mais confidencial de todos”. Krishna analisa a prática de sacrifícios e a adoração aos semideuses, e discute os yogas do trabalho, da meditação e do conhecimento. Em cada caso, Krishna mostra como isso conduz ao “mais secreto de todos os segredos”, o puro amor devocional a serviço de Deus. “Sempre pensa em Mim e torna-te Meu devoto. Adora-Me e oferece homenagens a Mim”. Isto, Krishna diz, é “a parte mais confidencial do conhecimento”. Já que todos os dharmas védicos conduzem a este “supremo segredo”, Krishna pode oferecer-nos a instrução final: “Simplesmente abandona todos os tipos de dharmas e rende-te a Mim”. Em outras palavras, não precisamos nos preocupar com nenhum dos diferentes tipos de caminho; podemos seguir imediatamente para o objetivo comum de todos eles, a saber, a rendição a Krishna.

Mas se esse final supremo é tão difícil de ser alcançado, exigindo a mais absoluta pureza, como Krishna é capaz de oferecê-lo diretamente a qualquer um? A resposta é simples: Krishna diz que, se alguém começar o serviço devocional, Ele pessoalmente purificará o devoto. “Àqueles que são constantemente devotados e adoram-Me com amor”, Krishna diz, “Eu dou o entendimento através do qual eles podem vir a Mim”. Podemos desviar-nos de todos os dharmas védicos e irmos diretamente para Krishna, que bondosamente nos ajudará. Este é um ponto importantíssimo. Conforme Kali-yuga se desenvolve, todos os dharmas se tornam difíceis de serem adotados. Nossa inteligência, nossa memória e nosso vigor estão todos enfraquecidos, mas Krishna quer contrabalancear todas as nossas debilidades com Seu esforço pessoal. Na essência, ao revelar a bondade divina através do serviço devocional direto, o Bhagavad-gita torna todos os outros dharmas védicos obsoletos.

Depois que Vyasa completou seu imenso trabalho, ficou surpreso ao ver-se insatisfeito. Ao revisar seus esforços para descobrir que deficiência poderia estar na raiz do descontentamento, seu guru, Narada Muni, chegou ao seu ashrama. Vyasa expôs o problema a Narada.

Narada elogiou o trabalho brilhante de Vyasa, mas disse que ainda estava incompleto. No Mahabharata e nos Puranas, disse Narada, Vyasa não havia descrito suficientemente as glórias da Suprema Personalidade de Deus, Krishna. Ao descrever fielmente os ensinamentos védicos, Vyasa tinha cumprido a tarefa de expor todos os dharmas de motivação materialista, aqueles ensinamentos que permitem a gratificação dos sentidos às pessoas que não podem ir diretamente ao nível mais alto de realização. Em Kali-yuga, tais dharmas se tornarão especialmente perigosos, Narada alertou, porque as pessoas se permitirão serem autoindulgentes. “Elas aceitarão tais atividades em nome da religião”, disse Narada, “e dificilmente se preocuparão com proibições”.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 6

Narada instrui Vyasa nos Himalaias.

Narada alertou Vyasa a descrever de modo mais completo as qualidades transcendentais e atividades de Krishna porque, disse ele, ao ouvirem-nas, as pessoas seriam capazes de captar o extraordinário sabor espiritual delas – a atração natural das pessoas pelo Senhor seria revitalizada e, ao longo do tempo, perderiam o gosto pelos prazeres mundanos. Narada instruiu Vyasa em relação ao potencial espiritual das palavras que glorificam Krishna: quando faladas com devoção pura, tais palavras penetram o coração dos ouvintes e destroem quase completamente as impurezas da paixão e da ignorância.

Com as bênçãos de Narada, Vyasa então completou sua obra-prima, o “fruto maduro da árvore do conhecimento védico”, o Srimad-Bhagavatam. Srimad-Bhagavatam começa onde parou o Bhagavad-gita, porque Vyasa afirma explicitamente que é dirigido aos que já abandonaram os dharmas de motivação materialista. Ali, Vyasa descortina os mistérios invioláveis da vida pessoal do Supremo Senhor Krishna, Seu eterno envolvimento amoroso com Seus mais confidencias e íntimos devotos. Ali, temos a vida espiritual revelada do modo mais intenso e pessoal, no absoluto auge do amor a Deus. Vemos no esforço cooperativo de Krishna e Vyasa no início de Kali-yuga que houve uma atitude objetivando tornar o conhecimento esotérico dos Vedas – a mais elevada verdade referente à natureza de Deus e nossas relações com Ele – aberto e potencialmente acessível a qualquer um.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 7

Vyasadeva ilumina a população de Kali-yuga com o Srimad-Bhagavatam,
que descreve Krishna e os relacionamentos puros e desinteressados com o mesmo.

Esta abertura sem precedentes teve seus perigos, e nem Krishna nem Vyasa puderam evitar a exigência de que tais verdades confidenciais só podem ser entendidas por aqueles de coração realmente puro. Eles não poderiam abandonar a necessidade da pureza, mas o que puderam fazer foi tornar disponível um processo de purificação correspondentemente mais poderoso. No Bhagavad-gita, Krishna pessoalmente Se prontifica a ajudar aqueles que sinceramente se ocuparem no serviço devocional, e, no Srimad-Bhagavatam, Vyasa oferece o mais poderoso de todos os processos de purificação: a recitação e a audição das glórias do próprio Krishna.

Vyasa e Krishna completaram a tarefa, e, com o desaparecimento de Krishna da Terra, Kali-yuga se consolidou. A subsequente degeneração foi tão forte, porém, que, em pouco tempo, ela ameaçou destruir todos os esforços de Vyasa para a preservação da cultura védica. As palavras de Narada “eles dificilmente se preocuparão com proibições” provaram-se terrivelmente exatas. Um tipo particular de perversão cresceu de modo tão perigoso que Krishna teve que tomar medidas emergenciais. Isto foi o que aconteceu:

Alguns milhares de anos após o início de Kali-yuga, os seguidores dos Vedas, já geograficamente restritos à Índia, cada vez mais abatiam animais para comer. Comer carne polui de tal forma a consciência humana que a indulgência nisto tornou virtualmente impossível qualquer tipo de experiência espiritual. Devido a isso, os Vedas sempre instruíram contra o consumo de carne. Contudo, verificou-se que, apesar da proibição, algumas pessoas consumiam carne. Na opinião deles, os Vedas mandam que, se alguém quiser comer carne, deve sacrificar uma cabra (nenhum outro animal) na noite da Lua escura (nenhuma outra ocasião) em oferenda à deidade Kali. O sacrificador, em seguida, deve sussurrar ao ouvido da cabra o mantra que diz: “Estou matando você agora, mas, na minha próxima vida, você vai ter a chance de me matar”. Ao permitir a ingestão de carne deste modo, a cultura védica pelo menos manteve isso sob controle: apenas uma cabra, apenas uma vez por mês e apenas nessas condições desagradáveis dessa dívida cármica – todas as condições desencorajam bastante.

Entretanto, uma vez que em Kali-yuga os brahmanas, os sacerdotes védicos, se degradaram, começaram a praticar sacrifícios animais para agradar à demanda popular sem fornecer a explicação ou ignorando as restrições. Os templos se transformaram em abatedouros, e a matança organizada floresceu como um negócio. Se alguém fosse contrário àquele mal sem precedentes, os sacerdotes respondiam que era, antes de mais nada, permitido nos Vedas.

Deste modo, a fim de parar com a matança animal, Krishna desceu como o Senhor Buddha (cerca de 500 a.C.). Porque os Vedas estavam sendo perversamente usados para justificar o abate, Krishna, como o Senhor Buddha, negou a autoridade dos Vedas: os mesmos Vedas que Ele tinha cuidadosamente elaborado e explicado para salvar as pessoas de Kali-yuga. Mas isso foi uma emergência, e não havia alternativa. O Senhor Buddha rejeitou os Vedas e pregou a ética de ahimsa, ou não-violência, em relação a todos os seres vivos.

Estratégias Espirituais para a Era de Ferro 8

Krishna ao centro rodeado de diferentes encarnações Suas, entre elas Buddha, à direita inferior.

O Buddha também ensinou que nossa existência material é sofrimento, que nosso desejo material é a causa de nosso sofrimento e que, ao extirparmos tais desejos, podemos alcançar o nirvana, a libertação da existência material. O Senhor Buddha recusou-Se a lidar com qualquer pergunta referente a Deus, a alma, vida após a salvação e assim por diante. Quando foi perguntado sobre tais coisas, respondeu, “o Tathagata (o Buddha) é livre de quaisquer teorias”. Mais tarde, alguns de seus seguidores espalharam doutrinas sobre shunya, o vazio, e anatma, inexistência da alma, mas estas foram interpretações mundanas do silêncio do Buddha sobre tópicos transcendentais. O simples fato é que o Buddha negou os Vedas e, ainda assim, permaneceu fiel a eles ao recusar-se a “teorizar”, ou seja, discutir Deus ou a alma independentemente dos ensinamentos védicos – portanto, Ele nada disse.

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Buddha.

Com a consciência poluída pela ingestão de carne, as pessoas tornaram-se ateístas. Porém, o Senhor Buddha, que nunca disse nada sobre Deus, ganhou a devoção delas. Portanto, Krishna enganou os ateístas ao fazê-los adorarem-nO em Sua encarnação como Buddha. A missão do Senhor Buddha teve sucesso. Por fim, a Índia toda aceitou Seu ensinamento, e o abate de animais cessou. O Senhor Buddha exemplifica a inteligência transcendental de Krishna. Ainda assim, embora o sucesso do Senhor Buddha tenha afastado o perigo imediato, também deixou a Índia sem respeito pelos Vedas e à mercê de uma filosofia que negava Deus e a alma.

O paliativo do Buddha foi incompleto; foi apenas um passo inicial rumo à restauração védica completa. O próximo passo de Krishna foi o envio de uma encarnação do Senhor Shiva para executar a etapa seguinte. Foi Sripada Shankaracharya quem apareceu em 788 d.C. Numa vida que durou apenas trinta e dois anos, Shankara retirou os budistas da Índia e restabeleceu a autoridade dos Vedas. Um membro da ordem renunciada, um sannyasi, Shankara era um pensador de imenso poder e dedicou sua formidável habilidade para persuadir os seguidores do budismo a aceitarem os Vedas. Para que isso acontecesse efetivamente, Shankara teve que pensar em uma transição que fosse fácil, então ele concebeu uma filosofia chamada advaita-vedanta, ou não-dualismo absoluto, um tipo de criptobudismo que ele engenhosamente expôs em linguagem védica e apoiado em textos védicos. Shankara negou a doutrina budista de que a verdade definitiva é vazia; a verdade, Shankara argumentou, como os Vedas declaram, é Brahman, espírito. Shankara, da mesma forma, refutou a doutrina budista da inexistência da alma ou eu e restabeleceu a verdade védica de atma, a alma individual. Entretanto, Shankara afirmou a identidade do atma e do Brahman como uma realidade espiritual indiferenciada, sem quaisquer qualidades, variedades ou relações. Obviamente, não há diferença cognitiva entre “vazio” e “Brahman sem qualidades ou distinções”. O Brahman de Shankara é um clone intelectual do “vazio” budista. Assim, Shankara facilitou o caminho para a aceitação dos Vedas.

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Shankaracharya.

A filosofia de Shankara da unicidade tem algum embasamento nos Vedas. Para os neófitos espiritualistas, cuja contaminação residual material impede-os de entender a natureza transcendental de Krishna, os Vedas deram instruções para a salvação por meio da fusão no Brahman impessoal, o esplendor espiritual de Krishna. Associados a essas instruções estão textos que enfatizam a unicidade qualitativa do atma e do BrahmanOs Vedas contêm outros textos igualmente importantes que dizem que os atmas são numericamente distintos e quantitativamente diferentes do supremo atma de Krishna, mas Shankara enfatizou a unicidade. Ele apresentou a realidade transcendente de uma forma abstrata e, desta maneira, fez dos Vedas algo palatável aos budistas.

Shankara restaurou a cultura védica, fundou monastérios, organizou a comunidade bramânica e restabeleceu a adoração às deidades védicas. Os Vedas foram novamente reconhecidos, embora de modo necessariamente distorcido.

O budismo é um avanço em relação ao materialismo grosseiro, e o monismo impessoal é um avanço em relação ao budismo, mas o teísmo pessoal dos Vedas, como foi estabelecido por Vyasa e Krishna, ainda tinha que ser restaurado. Após Shankara, esse trabalho começou. À medida que as pessoas retomavam com sinceridade o estudo védico, muitas começaram a identificar as deficiências da interpretação monística de Shankara. Diversos mestres poderosos surgiram, destacando-se Ramanuja (1017-1137) e Madhva (1239-1319), cujos comentários convincentes sobre o Vedanta-sutra e o Bhagavad-gita desafiaram seriamente a hegemonia shankarite e conquistaram para o teísmo muitos seguidores. Contudo, os impersonalistas mantiveram o controle civil. Então, cerca de quinhentos anos atrás, Krishna mais uma vez adveio, desta vez para completar a restauração da cultura védica. Sri Chaitanya Mahaprabhu (1486-1534) foi o nome desse advento. Sri Chaitanya é Krishna disfarçado de devoto dEle mesmo, ensinando através de Seu exemplo a suprema forma de adoração. A missão de Chaitanya teve dois pontos. No primeiro, Ele descortinou ainda mais a natureza do mais alto amor entre Krishna e Seus devotos mais íntimos, e Chaitanya viveu continuamente imerso no êxtase desse amor. No segundo, Chaitanya apresentou como acompanhamento a tal revelação um meio respectivamente mais poderoso de experimentação de Deus através da recitação do maha-mantra Hare Krishna. Este mantra é parte original dos Vedas, mas, porque foi recitado por Sri Chaitanya, seu poder aumentou em todos os sentidos, e Chaitanya ensinou a Seus seguidores as práticas pelas quais o poder do mantra poderia agir desimpedido.

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Sri Chaitanya.

Com Chaitanya, a tendência de descortinar progressivamente os segredos védicos juntamente com os respectivos meios de conhecê-los e experimentá-los chegou ao auge. Um meio mais potente de libertação naturalmente implica na emancipação de um maior número de pessoas. Krishna já tinha declarado no Bhagavad-gita que as pessoas tradicionalmente excluídas da realização espiritual – as mulheres, os mercadores e os trabalhadores braçais – poderiam, ao pedir abrigo a Ele, se aproximarem do destino supremo. E, no Srimad-Bhagavatam, Vyasa havia afirmado que mesmo os membros carnívoros de comunidades aborígenes completamente distantes do aspecto de uma cultura espiritual poderiam ser purificados pela associação com um devoto puro de Krishna. Sri Chaitanya demonstrou na prática que assim é. Como o mais misericordioso de todos os avataras, Chaitanya iniciou uma democracia espiritual e, pelo poder de Seu cantar, transformou pessoas de hábitos vis em devotos puros. Os brahmanas reivindicavam direito exclusivo ao conhecimento espiritual, mas Chaitanya mostrou que o potencial para o serviço devocional pode elevar mesmo a pessoa mais vil ao nível bramânico. Chaitanya identificou cada um como um candidato ao serviço devocional e quis que Seu movimento do canto congregacional se espalhasse pelo mundo todo. “Um dia”, Ele disse, “Meus nomes serão cantados em cada vila e cidade do mundo”.

Chaitanya também transmitiu o entendimento mais abrangente do teísmo védico. Ele confrontou pessoalmente os dois maiores impersonalistas de Seu tempo: Prakashananda Sarasvati e Sarvabhauma Bhattacharya e expôs a eles uma versão tão poderosamente teísta do Vedanta-sutra que ambos admitiram que a devoção a Krishna é o objetivo dos Vedas e dançaram e cantaram com Chaitanya.

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Sri Chaitanya ouve de Sarvabhauma Bhattacharya por sete dias o comentário de Shankara ao Vedanta-sutra, o qual refuta em seguida.

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Prakashananda Sarasvati, líder dos shankarites no século XV, rende-se a Sri Chaitanya junto de seus seguidores.

Todo o trabalho de Krishna, Vyasa, Buddha e Shankara para estabelecer a cultura védica em Kali-yuga alcançou seu êxito com o advento de Sri Chaitanya Mahaprabhu. Nos Vedas originais, o Kali-santarana Upanishad havia revelado: “Não se pode encontrar um método de religião mais sublime para Kali-yuga do que a recitação de Hare Krishna”. E, ansiando pela vinda de Chaitanya, Vyasa registrou no Bhagavatam: “Na era de Kali, pessoas inteligentes praticarão o canto congregacional para adorar a encarnação que canta constantemente os nomes de Krishna. Embora Sua tez não seja enegrecida, Ele é o próprio Krishna. Estará com Seus associados, servos, armas [como o mantra de Krishna] e companhias confidenciais”. Sri Chaitanya Mahaprabhu, então, é o grande aguardado revelador dos meios para o êxito espiritual nesta era.

Dez mestres espirituais em sucessão transmitiram os ensinamentos de Sri Chaitanya até Srila Prabhupada, e é bastante conveniente que nós o encontremos, no inverno de 1966, longe de sua Índia natal nas ruas de vento cortante de Nova Iorque, centro da civilização de tecnologia global, terra central de Kali-yuga. É o melhor lugar para ele levar a semente da cultura védica. É ali que o trabalho de Krishna, Vyasa, Buddha, Shankara e Chaitanya, aos cuidados de seu servo habilitado, Prabhupada, floresce e gera frutos.

Tradução de Adi Purusha Prema.

.fonte; voltaaosupremo.com/artigos/artigos/estrategias-espirituais-para-a-era-de-ferro/


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