DISPRAXIA:[1]
natureza e intervenções na escola.
Joaquim de Paula Filho[2]
01-INTRODUÇÃO
A definição de dispraxia
e sua relação com o transtorno do desenvolvimento da coordenação ( TDC). São
consideradas a prevalência da dispraxia e possíveis fatores causais. Portanto, alguns
processos coadjuvantes associados: coordenação motora ampla e fina e
desenvolvimento perceptor-motor ( coordenação olho-mão, constância visual de
forma, posição espacial e relações espaciais). Ou seja, a identificação e a
avaliação da dispraxia, são mencionadas algumas das dificuldades referentes à
escrita manual, à educação física e às habilidades pessoais e sociais e são
apresentadas várias intervenções.
PALAVRAS: CHAVE
INCLUSÃO.
DISPRAXIA. INTERVENÇÃO. ESCOLA
02-IDENTIFICANDO A DISPRAXIA
Dispraxia é uma palavra grega que significa dificuldade (dys) de fazer ou
agir (praxia). Fazer não é simplesmente um ato que ocorre reflexivamente –
fazer requer um pensamento consciente para organizar e dirigir a ação
significativa. A dispraxia é um subtipo do TDC,
ou seja, TDC – é “um
comprometimento acentuado da coordenação motora” que “interfere
significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária. As
dificuldades de coordenação “não são devidas a uma condição médica geral” (American
Psychiatric Association, 2000, p. 56-57).
A dispraxia é definida nos seguintes termos:
·
É um comprometimento ou imaturidade da
organização do movimento;
·
A organização dos pensamentos e percepções é
afetada;
·
Às vezes, a organização da linguagemÉ é afetada;
·
As dificuldades não se devem a dificuldades
“globais” de aprendizagem, mas são específicas, e a maioria das pessoas com
dispraxia apresenta inteligência média.
·
Não há nenhum sinal neurológico clinicamente
evidente.
03-PREVALÊNCIA
As estimativas da prevalência de
dispraxia no Reino Unido variam muito. Uma possível interpretação para isso é
que a identificação e a avaliação não são seguras. São identificados mais
meninos do que meninas. As estimativas de
TDC variam de 6 a 22%, o que
se acredita depender do procedimento de avaliação e da experiência do avaliador
( Kirby e Drew, 2003, p. 52).
04-POSSÍVEIS FATORES CAUSAS
As causas da dispraxia não são totalmente conhecidas. Imagina-se que, em
algumas crianças, as células nervosas do córtex cerebral possuem “interconexões
reforçadas” (Portwood, 1999, p.10). Se os neurônios do cérebro não formam
conexões adequadas, isso sugere que a capacidade do cérebro para processar
informações fica mais lenta. Isso afeta
a capacidade da criança para integrar
informações sensoriais de diferentes sentidos, o desenvolvimento de um esquema corporal para
o planejamento motor pode ser afetado.
Outro fator possível é o nascimento pré-termor do bebê (Padsman et al.,
1998).
05-COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA E FINA
Para desenvolver o controle motor, precisamos “compreender o
objetivo, formular um plano e depois
executar” (Dixon e Addy, 2004, p.14, grifos no original). Assim,
depende da interpretação correta das
informações do ambiente recebidas pelo sentidos. Ou seja, há três sistemas-chave
fornecem informações para ajudar a desenvolver movimentos coordenados e
controlados: os sistemas sensorial, proprioceptivo e vestibular.
06-DESENVOLVIMENTO PERCEPTO MOTOR
Os sistemas sensoriais, proprioceptivos e vestibulares influenciam a
percepção visual e auditiva. Entre os elementos inter-relacionados do
desenvolvimento perceptor-motor que são
atingidos estão a coordenação olho-mão
(coordenação visual-motora), a constância visual de forma, a posição espacial e
as relações espaciais. Entretanto, a constância visual envolve reconhecer objeto que talvez pareça diferente
( por exemplo, que está em uma posição diferente) de quando foi visto pela primeira vez ainda é
o mesmo objeto. Se uma criança com
dispraxia estiver recebendo informações incorretas sobre um objeto em virtude
de uma sensação tátil atenuada, ela não absorverá os importantes sinais táteis
sobre o objeto, e além do mais, em matemática, as colunas para cálculos podem
ser tão inconsistentes que provocarão erros, e as tarefas práticas envolvendo a
avaliação de distâncias serão árduas. De modo geral, atividades com atravessar
a rua com segurança serão problemáticas.
07-CARACTERÍSTICAS GERAIS NA IDENTIFICAÇÃO
E AVALIAÇÃO DA DISPRAXIA
O ideal é que vários profissionais, incluindo fisioterapeutas, terapeuta
ocupacional, fonoaudiólogo, quando houver implicações da linguagem, e psicólogo
educacional realizem a identificação e a avaliação da dispraxia. Todavia, a
criança tem uma dificuldade muito maior para subir ou descer escadas, aprende a
usar o banheiro de modo independente muito depois de seus pares e tem
dificuldade em manusear brinquedos e jogos que requerem destreza, como
quebra-cabeças.
Portanto, os alunos do ensino fundamental e ensino médio, as
características da dispraxia podem ficar
evidentes em várias matérias, como, por exemplo, artes, ciências, design e
tecnologia, ou seja, entre outras áreas em que a dispraxia cria desafios
especiais estão as relacionadas a escrita manual, atividades físicas e a
habilidade sociais e pessoais, como comer, usar o banheiro e vestir-se.
Para os alunos ( 6 a 11 anos ). A escrita manual pode ser complicada
pelas dificuldades de segurar o lápis ou posicionar as letras, ou seja, a má
posição no espaço pode prejudicar a
capacidade de desenhar objetos tridimensionais.
Uma adequada constância de forma é essencial, pois a parte central da
escrita manual envolve:
·
Reconhecer, identificar e distinguir formas e
tamanhos diferentes;
·
Reproduzir formas corretas, no formato e no
tamanho.
Assim, quando é
ensinada a escrever letras, ela tem maior facilidade para desenhá-las
adequadamente se for usado um papel com linhas. Convém que as letras sejam
ensinadas com traços de saída de ligação/integrais para ajudar a aprendizagem
da escrita cursiva.
08-EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
Para aluno com dispraxia, as atividades físicas em geral são
desafiadoras. Pode ser difícil saltar,
como ou sem uma corda. Andar de bicicleta é uma
tarefa complexa constantemente a informações visuais para pedalar bem.
Portanto, a criança com dispraxia, com suas dificuldades de coordenação, dificuldades
espaciais e julgamento deficiente da velocidade, esteja atrasa na habilidade de
aprender a andar de bicicleta. Na educação física, as dificuldades espaciais
criam problemas no uso de aparelhos. Dificuldades de avaliar distâncias e
velocidades tornam os jogos de bola muito desafiadores. No caso de alunos em
idade de ensino médio, algumas dificuldades de coordenação podem ser menos
perceptíveis, pois estão atravessando um período de desajeitamento, provocados
pelo estirão de crescimento adolescente.
09-(EPSSC) – EDUCAÇÃO PESSOAL, SOCIAL, DE
SAÚDE E CIDADANIA
Os alunos com dispraxia podem ficar frustrados, desmoralizados e ter sua
auto-estima diminuída devido às persistentes
dificuldades enfrentadas, pois
nem sempre são compreendidas
pelos outros. Na área de EPSSC, os
aspectos de habilidades pessoais e sociais criam dificuldades específicas para
os alunos com dispraxia.
Sessões de habilidades sociais para grupo de alunos com dispraxia depois
da escola têm bons efeitos (Dixon e
Addy, 2004, p. 126-137). Elas incluem, por exemplo, atividades para
incentivar maior auto-estima. Portanto, trocar
de roupa para aula de educação física em um tempo limitado é algo
desafiador. Alunos mais velhos, do ensino médio, podem continuar apresentando
uma aparência desalinhada, e as meninas
podem ter problemas para aplicar maquiagem com moderação.
10-PONTOS PARA PENSAR
O leitor pode
considerar:
·
Que treinamento a equipe recebeu com relação à
dispraxia;
·
Quão eficazmente a dispraxia é identificada e
avaliada nas escolas locais;
·
A variedade
de intervenções com as quais a
equipe se sente confiante;
·
A extensão em que as intervenções lidam com
dificuldades associadas/subja-centes e manifestações evidentes a dispraxia.
11-BIBLIOGRAFIA
Dixon, G. e Addy, L.M. Making
inclusion work for children with dyspraxia: practical Strategies for Teachers. Londres: RoutledgeFalmer, 2004.
Kirby, A. e Drew, S. Guide to
dyspraxia and developmental coordination disorders. Londres: David Fulton Publishers, 2003.
SKINNER, B.F. Conducta verbal. Trillas,
México, 1981.VIGOTSKY, Lev. El desarrollo de los procesos psíquicos superiores. Editorial Crítica, Barcelona, 1989.
_____________. Pensamiento y lenguaje. La Pléyade, Buenos Aires, 1977.
WALLON, Henri. Los orígenes del pensamiento en el niño. Ediciones Nueva Visión SAIC, Buenos Aires, 1976.
_____________. Del acto al pensamiento. Lautaro, Buenos Aires, 1947.
[1] É
uma disfunção motora neurológica que impede o cérebro de desempenhar os movimentos
corretamente. É a chamada “síndrome do desastrado”.
fonte: http://www.webartigos.com/artigos/dispraxia-natureza-e-intervencoes-na-escola/98256/
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