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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

INDISCIPLINA: UM PEDIDO DE SOCORRO NA SALA DE AULA


INDISCIPLINA: UM PEDIDO DE SOCORRO NA SALA DE AULA

Escrito por Profª Renata Luigia Cresto Garcia

Qua, 09 de Julho de 2008 14:55
Profª Renata Luigia Cresto Garcia

No passado o silêncio, as carteiras enfileiradas e o medo eram as imposições para se manter a disciplina, os castigos e as ameaças, faziam parte do poder absoluto do professor sobre o aluno. Era o reflexo do período ditatorial, onde o professor e o aluno tinham um perfil definido no sistema educacional, o professor era o dono do saber e o aluno um vaso vazio a ser preenchido com os conhecimentos que adquirisse com seu mestre, além disso, só a elite tinha acesso a educação.

Com a democratização, a oportunidade à educação alcança outros ramos sociais, porém ainda não atinge a todos de maneira igualitária, educadores se sentem perdidos com as novas mudanças, onde os perfis já não são mais os mesmos e a figura do professor fica desgastada.

Certamente, em uma época de mudanças, como a atual, em que a crise afeta tanto os aspectos materiais e concretos, como os aspectos ideais e abstratos, como os valores e as crenças, não deve surpreender a ninguém que a educação e os assuntos relacionados com ela sejam analisados, criticados e questionados de todas as perspectivas e em todas as situações.

Um dos assuntos, que atualmente mais preocupam professores, pais e inclusive os próprios alunos é a indisciplina. Contudo, a disparidade de critérios que professores, alunos e os pais, tem sobre o assunto, não permite encontrar uma solução rápida e conjunta, por isso, é preciso uma harmonia de critérios, mas antes de buscar recursos técnicos e práticos é preciso examinar a dimensão da indisciplina na adolescência. Esse pedido de socorro, vem acompanhado, muitas vezes, pelo despreparo dos próprios educadores.

A educação é, antes de tudo e sempre, amor, mas na adolescência deve vir acompanhada de confiança, obstinação, vontade de desenvolver o que existe de bom em cada um e de apoio nas coisas positivas para incentivar nos alunos um desenvolvimento pessoal e autentico, o professor tem de estar pronto para ser o alicerce, o limite de seu aluno, que por vezes não tem em seu lar.
A indisciplina na adolescência é a força de resistência e produção de novos significados. Uma proposta de trabalho fundada em conhecimento cientifico, regras, direitos e limites, à ambas as partes, serve como alavanca propulsora de uma disciplina sem indisciplina.

Ao afirma que muitos professores não estão preparados para "ler" as necessidades desta nova clientela, que se negam a lembrar que um dia foram adolescentes, contestadores, inquietos e revolucionários, ocorre o choque de gerações e como resposta a essa não leitura, a indisciplina surge.

Claro que outros problemas estão por trás desta força de resistência, como é o caso de problemas familiares, hormonais, auto estima, problemas sociais, etc., mas é na escola que se refletem. Agressividade ou problemas de socialização, podem ter causas mais sérias, com as quais o adolescente não sabe lidar e é com atitudes como o desinteresse, a agressividade, a arrogância, a rebeldia e a resistência, que esses, pedem socorro dentro das escolas, mais precisamente na salas de aula. No entanto, nem todos os professores, estão preparados para auxiliar esses jovens.

Entre 12 e 16 anos, é comum os jovens apresentarem reações e comportamentos que independem da vontade deles. E nem sempre, palavras ditas de maneira agressiva ou arrogante são frutos de falta de educação. Para quem convive diariamente com turmas desta faixa etária - que ora parecem estar no mundo da lua, ora com pane no sistema - e quer conquistá-los, a saída é agir de forma firme, mas respeitosa.

A contestação é natural nos jovens, e faz parte do processo de desenvolvimento e de busca do conhecimento, o aluno testa o professor, até se sentir seguro com sua presença, como se o professor fosse um corpo estranho na sala de aula. Uma vez aceito pelo coletivo estudantil, deve se estabelecer um contrato pedagógico.

Contrato pedagógico
O contrato pedagógico, como todos os acordos que se celebram na vida (aluguel, casamento, empregos, etc.), também é um pacto com aspirações e obrigações. Não se trata de definir o que não é permitido fazer na sala de aula e na escola, mas de abrir um diálogo entre professor e aluno, para estabelecer o que é bom para todos. Em contra partida, o professor deve se empenhar em fazer todos aprenderem. Só assim os jovens encontram sentido nos conteúdos e participam mais.

A indisciplina expressa uma energia em desenvolvimento, o professor deve procurar para onde esses impulsos se dirigem e transformá-los em meios de crescimento. Uma das melhores formas de ensinar os jovens é fazer da sala de aula algo bem próximo do mundo deles, para isso é preciso conhecê-los e ter consciência de cada adolescente é único, e como tal, possui diferentes habilidades e necessidades. É através deste conhecer, que o professor, pode munir-se de recursos condizentes e partir para a etapa da motivação.

A motivação
As motivações intrínsecas, vem do próprio aluno, a vontade de aprender e de buscar soluções para os problemas, a escolha e a realização de tarefas que sejam atraentes e desafiadoras para ele. Todavia, são as motivações extrínsecas que devem ser muito bem escolhidas e estudadas pelo professor, para só então ser aplicada e trabalhadas junto aos adolescentes.

Trabalhar com música, filmes e jogos, despertam o interesse dos alunos e os motivam ao aprendizado, mas é aqui que o bom senso deve prevalecer. Esses recursos devem ser utilizados somente quando a programação possibilitar, eles devem ser cuidadosamente introduzidos e a preparação dos alunos claramente definida. Para evitar que esses recursos virem "armas" da indisciplina.

O trabalho deve ser indagativo, baseado na teoria científica, motivador e prazeroso. A questão fundamental é transformar esta desordem numa nova ordem, no prazer de aprende a ensinar e de ensinar a aprender.

A busca de respostas, com algumas reflexões, como o do porque da indisciplina, como podemos resgatar nossos alunos deste pedido de socorro, e como podemos nos resgatar, em quanto verdadeiros educadores, são caminhos árduos, porém certos para bons resultados.

Fonte http://www.unar.edu.br/pagina/index.php?option=com_content&view=article&id=60:indisciplina-um-pedido-de-socorro-na-sala-de-aula&catid=213:artigos&Itemid=61:

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