Os nerds ficaram populares
Crescimento da participação de jovens brasileiros em competições internacionais e a volta para casa com prêmios na bagagem têm aumentado a autoestima de escolas e professores, que percebem mudanças em sala de aula. O caminho para as vitórias inclui projeto político pedagógico consistente e atividades extraclasse
Uma vontade de aprender cada vez mais, não importando horários ou outras dificuldades, está levando o estudante mineiro Cristopher Mateus Carvalho, de 16 anos, pelo segundo ano consecutivo aos Estados Unidos. Aluno de uma escola pública estadual no pequeno distrito de Azurita, no município de Mateus Leme, região metropolitana de Belo Horizonte, ele vai participar da International Science and Engineering Fair (Intel Isef), uma das mais disputadas feiras científicas do mundo. Na bagagem, Cristopher leva um projeto sobre o potencial anti-inflamatório e antimicrobiano da planta medicinal pariri (Arrabidae Chica), muito usada na região.O projeto, a princípio, era parte da aula de biologia, idealizado pela professora Fernanda Aires Guedes. Mas, ficou ‘tão bom’, que decidiram inscrevê-lo na competição internacional e agora vai disputar com pesquisas de alunos do mundo inteiro.
O caso de Cristopher ilustra um fenômeno recente, que tem chamado a atenção desde, pelo menos, 2011: o aumento do número de alunos brasileiros que têm participado e se destacado cada vez mais em feiras e concursos internacionais de conhecimento. Para se ter uma ideia, na Intel Isef de 2012, competição que existe desde os anos 50, o Brasil foi o país mais premiado da América Latina. Com uma delegação de 33 estudantes, levou oito prêmios e acabou em quinto lugar na classificação geral, feito inédito desde que os estudantes brasileiros começaram a participar, em 1993. A Intel Isef é considerada a maior feira mundial de ciências e engenharia pré-universitária e reúne a cada ano cerca de 1.600 jovens cientistas de quase 70 países.
Revista Educação