sábado, 17 de maio de 2008

Aula sobre sociologia clássica. Marx, Durkheim e Weber.



1 APRESENTAÇÃO (do professor – trajetória; do tipo de aula – expositiva METODOLOGIA)
OBJETIVO
Permitir que o aluno ao final da aula seja capaz de conhecer de maneira geral algumas das principais teorias clássicas da sociologia.
JUSTIFICATIVA
A importância dos fundadores das ciências sociais para a constituição deste campo científico justifica a necessidade de uma aula introdutória sobre estes clássicos.
2 MARX
O AUTOR
Karl Marx (1818-1883) talvez seja o mais conhecido cientista social e também o menos conhecido. Explico melhor: é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar de Marx, mas também é difícil encontrar pessoas que conheçam bem as idéias deste autor. Talvez porque o pensamento de Marx seja muito aberto, o que possibilita leituras diferenciadas. Mas o pensamento de Marx é mais bem aproveitado pelos economistas que pelos cientistas sociais. Isso porque para Marx, a mercadoria é a base de todas as relações sociais, e este é o ponto-chave para a compreensão de suas idéias. Para ele, há uma tendência histórica das relações sociais se mercantilizarem: tudo vira mercadoria.
Provavelmente Marx tenha dado tanta importância à economia porque estivesse presenciando as mudanças sociais provocadas pela Revolução Industrial, principalmente nas relações de trabalho. A partir da centralidade da mercadoria no pensamento de Marx, podemos entender alguns de seus conceitos mais importantes. Comecemos pela divisão do trabalho.
DIVISÃO DO TRABALHO
Evolutivamente, a divisão do trabalho é a segunda maneira de construir relações sociais de produção, que são formas como as sociedades se organizam para suprir suas necessidades. A primeira é a cooperação. Falar em divisão do trabalho em Marx é falar em formas de propriedade. Isso porque a divisão do trabalho se dá entre quem concede e quem executa o trabalho, entre os donos dos meios de produção e os donos da força de trabalho.
CLASSES
Da divisão do trabalho surgem as classes. Para Marx, as classes não são constituídas de agregados de indivíduos, mas são definidas estruturalmente: as classes são efeito da estrutura. No modo de produção antigo as classes eram a dos patrícios e dos escravos; no modo de produção feudal, havia senhores e servos; no modo de produção capitalista, burgueses e operários. Há sempre uma relação de oposição entre duas classes, de modo que uma não existe sem a outra. Esta oposição ele chamou de luta de classes.
LUTA DE CLASSES
A luta de classes, assim como as classes decorrem da divisão do trabalho. Nas sociedades modernas a luta de classes se dá entre capitalistas ou burgueses (donos dos meios de produção) e trabalhadores ou proletariado (donos da força de trabalho). O trabalho nas sociedades modernas é denunciado por Marx pelo seu caráter exploratório do trabalhador. No entanto, Marx vê uma solução para esta relação exploratória: a revolução que seria feita pelo proletariado. No entanto, a revolução do proletariado contra o modo de produção capitalista só não acontece, segundo Marx, devido à alienação.
FETICHISMO
A separação da mercadoria produzida pelo trabalhador dele mesmo esconde o caráter social do trabalho. O fetichismo se dá quando a relação entre os valores aparece como algo natural, independente dos homens que os criaram. A criatura se desgarra do criador. O fetichismo incapacita o homem de enxergar o que há por trás das relações sociais. E o maior exemplo de fetichismo da mercadoria é a mais-valia.
MAIS-VALIA
A mais-valia é o excedente de trabalho não pago, não incluído no salário do trabalhador. É a mais-valia que forma o lucro que será investido para aumentar o capital.
ALIENAÇÃO
A alienação faz com que o trabalhador não se reconheça no produto de seu trabalho, não percebendo a sua condição de explorado. A solução para o problema da alienação passa por uma luta política do próprio proletariado e não pela educação.
IDEOLOGIA
Como dissemos, as classes dominantes controlam os meios de produção. A infraestrutura (conhecimentos, fábricas, sementes, tecnologia etc.), que está nas mãos da classe dominante, determina a superestrutura (Estado, Direito, Religião, Cultura etc.). A superestrutura é uma construção ideológica que serve para garantir o poder da classe dominante, mantendo a classe trabalhadora alienada.
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A MARX
Marx não reconhece outros fatores de formação social além dos econômicos. Para ele, a economia determina todas as relações sociais, o que foi amplamente apropriado pelos economistas. Existem critérios não econômicos que as idéias de Marx não dão conta na hora de analisar sociologicamente uma sociedade. Por exemplo, Marx desconsidera a divisão técnica do trabalho. Para ele, a divisão do trabalho obedece apenas fatores econômicos.
As idéias de Marx aproximam-se mais de uma filosofia moralista que de uma produção científica. Talvez este seja o motivo de tento sucesso das idéias de Marx durante o século XX, o que deu origem ao marxismo, que são interpretações dos escritos de Marx. A verdade em Marx é uma verdade absoluta, moralista, doutrinária. Isso dá à teoria marxista um caráter ilustrativo: como a “verdade” já foi descoberta (por Marx), cabia aos cientistas ilustrar com exemplos a ‘verdade’ enunciada por Marx. Por muito tempo os cientistas sociais aplicaram a teoria de Marx.
3 DURKHEIM
O AUTOR
David Émile Durkheim nasceu em 15 de abril de 1858, na França, e morreu em 1917. O princípio sociológico de Durkheim está fundado no social. Para ele, o que não advém do social não tem importância para a sociologia que ele pretende fazer. Isso porque a sociedade é a pré-condição de ser humano: é na sociedade que o indivíduo. A vida social unifica, estrutura e gera significados para a existência humana. Ele é determinista, dando absoluto predomínio ao social tanto no plano causal quanto no plano das ações.
O social existe no plano ideal. Para Durkheim, é no social que está tudo aquilo que a gente sabe, que os antepassados descobriram e que as futuras gerações irão descobrir. O social é universal e, por isso, objetivo e racional.
REPRESENTAÇÕES COLETIVAS
O social cria representações coletivas, que são atitudes comuns de uma determinada coletividade em uma determinada época. Esta representação coletiva independe dos indivíduos, pois o indivíduo não tem poder criativo. Em Durkheim, o social que determina o indivíduo. É como se cada indivíduo trouxesse em si a marca do social, e esta marca determinasse suas ações.
SOLIDARIEDADE
A comunhão dessas representações coletivas é por ele chamado de solidariedade. Não se trata de um sentimento de bondade, mas de uma comunhão de idéias. A solidariedade é o partilhar de um mesmo conjunto de regras.
Há dois tipos de solidariedades, a mecânica ou por similitudes e a orgânica ou devida à divisão do trabalho. A evolução de uma sociedade faz com que ela passe da solidariedade mecânica, em que o partilhar das regras é feita de maneira coerciva, para a solidariedade orgânica, em que o partilhar das regras sociais é feita a partir da diferenciação feita pela divisão do trabalho social. Mas até em sociedades mais complexas ainda há espaço para a solidariedade mecânica. É o caso do direito penal: o direito penal é um resíduo de solidariedade mecânica ainda existente nas sociedades complexas.
DIVISÃO DO TRABALHO E FUNCIONALISMO
A divisão do trabalho, para ele, pode ser: normal ou geral e anômica ou patológica. Normal é o que se repete de maneira igual, o que funciona espontaneamente, gerando a solidariedade necessária à evolução do social. O patológico é aquilo que difere do normal. Durkheim acha que as coisas tendem à normalidade: até o patológico caminha para a normalidade.
Durkheim compara a sociedade a um corpo humano, onde o Estado é o cérebro, elaborando representações coletivas que aperfeiçoem a solidariedade. Para ele, todas as partes do corpo tem uma função, não havendo hierarquias entre as diferentes partes. É uma sociedade harmônica.
Até o crime é considerado normal porque não há sociedade onde não haja crime e também tem uma função social, a função de manter e gerar uma coesão social. Quando acontece um crime, a consciência coletiva é atingida: o social é agredido pelo indivíduo. Um ato não ofende a consciência coletiva porque seja criminoso, mas é criminoso porque ofende a consciência coletiva. No entanto, o Estado pode fortalecer a consciência coletiva através da punição do criminoso. É através da punição do criminoso que a consciência coletiva mantém a sua vitalidade. A pena impede um crescimento exagerado do crime, não permitindo que ele se torne patológico.
Numa visão durkheimiana, a impunidade, não-punição do crime pelo Estado, enfraquece a consciência coletiva, os laços de solidariedade, gerando um estado de anomia. Quando o patológico prevalece sobre o normal, há uma desestruturação social. O estado de anomia é uma situação limite e sem função na sociedade.
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A DURKHEIM
Durkheim dá excessiva ênfase ao social, o que acaba retirando a responsabilidade do indivíduo em suas ações. Há pouco espaço para o indivíduo decidir, escolher, no pensamento durkheimiano. Até a idéia de indivíduo, segundo ele, é construída pelo social.
Suas teorias sofrem muita influencia do positivismo e do evolucionismo social.
4 WEBER
O AUTOR
Max Weber nasceu em Erfurt, em 21 de abril de 1864, e faleceu em junho de 1920. Weber vive numa época em que as idéias de Freud impactavam as ciências sociais e em que os valores do individualismo moderno começavam a se consolidar. A grande inovação que Weber trouxe para a sociologia foi o individualismo metodológico. Para ele, o indivíduo escolhe ser o que é, embora as escolhas sejam limitadas pelo grau de conhecimento do indivíduo e pelas oportunidades oferecidas pela sociedade. O indivíduo é levado a escolher em todo instante, o que faz da vida uma constante possibilidade de mudança. O indivíduo escolhe em meio aos embates da vida social. Essa idéia faz com que o sentido da vida, da história, seja dado pelo próprio indivíduo. Os processos não têm sentido neles mesmos, mas são os indivíduos que dão sentido aos processos.
AÇÃO SOCIAL
A sociedade em Weber é vista como um conjunto de esferas autônomas que dão sentido às ações individuais. Mas só o indivíduo é capaz de realizar ações sociais. A ação social é uma ação cujo sentido é orientado para o outro. Um conjunto de ações não é necessariamente ação social. Para que haja uma ação social, o sentido da ação deve ser orientada para o outro. Seja esta ação para o ‘bem’ ou o ‘mal’ do outro. A ação social não implica uma reciprocidade de sentidos: o outro pode até não saber da intenção do agente.
Para Weber há quatro tipos de ação social: ação social tradicional, ação social afetiva, ação social racional quanto aos valores, ação social racional quanto aos fins.
Ação social tradicional é aquela que o indivíduo toma de maneira automática, sem pensar para realiza-la.
Ação social afetiva implica uma maior participação do agente, mas são respostas mais emocionais que racionais. Ex.: relações familiares. Segundo Weber, estas duas primeiras ações sociais não interessam à sociologia.
Ação racional com relação a valores é aquela em que o sociólogo consegue construir uma racionalidade a partir dos valores presentes na sociedade. Esta ação social requer uma ética da convicção, um senso de missão que o indivíduo precisa cumprir em função dos valores que ele preza.
Ação racional com relação aos fins é aquela em que o indivíduo escolhe levando em consideração os fins que ele pretende atingir e os meios disponíveis para isso. A pessoa avalia se a ação que ela quer realizar vale a pena, tendo em vista as dificuldades que ele precisará enfrentar em decorrência de sua ação. Requer uma ética de responsabilidade do indivíduo por seus atos.
RELAÇÃO SOCIAL
Até agora falamos de ação social em Weber, que em diferente de relação social. Enquanto o conhecimento do outro das intenções do agente não importa para a caracterização da ação social, a relação social é o sentido compartilhado da ação. Relação social não é o encontro de pessoas, mas a consciência de ambas do sentido da ação. A relação social é sempre probabilística, porque ela se fundamenta na probabilidade de ocorrer determinado evento, o que inclui oportunidade e risco. A vida social é totalmente instável: a única coisa estável da vida social é a possibilidade (e necessidade) de escolha. Não há determinismos sobre a o que será a sociedade. Por isso, as análises sociológicas são baseadas em probabilidades e não em verdades.
DOMINAÇÃO
Como já dissemos a vida social para Weber é uma luta constante. Por conta disso, ele não vê possibilidade de relação social sem dominação. Todas as esferas da ação humana estão marcadas por algum tipo de dominação. Não existe e nem vai existir sociedade sem dominação, porque a dominação é condição de ser da sociedade. A dominação faz com que o indivíduo obedeça a uma ordem acreditando que está realizando sua própria vontade. O indivíduo conforma-se a um padrão por sua própria escolha e acha que está tomando uma decisão própria.
Existem pelo menos três tipos de dominação legítima: legitimação tradicional, legitimação carismática e legitimação racional. Para Weber a burocracia é a mais bem acabada forma de dominação legítima e racional. A burocracia baseia-se na crença na legalidade ou racionalidade de uma ordem. A burocracia mais eficaz de exercer a dominação. E é uma conseqüência do processo de racionalização da vida social moderna, sendo responsável pelo gerenciamento concentrado dos meios de administração da sociedade. A burocracia é uma forma de organizar o trabalho, é um padrão de regras para organizar o trabalho em sociedades complexas. A modernização para ele é o processo de passagem de uma perspectiva mais tradicional do mundo (em que as coisas são dadas) para uma perspectiva mais organizada (onde as coisas são elaboradas, construídas). Mas para Weber, só o herói individual (o líder carismático) pode alterar o rumo da história. Mesmo que imediatamente, uma vez que para Weber toda legitimação carismática tende a tornar-se legitimação tradicional.
ESFERAS SOCIAIS
A dominação pode ser exercida em diferentes esferas da vida social. As “esferas” são mais analítico-teóricas que reais, e são criadas pela divisão social do trabalho. Uma esfera não determina uma outra esfera, mas elas trocam influências entre si. As esferas são autônomas, mas não independentes. A esfera é o lugar de luta por um tipo de sentido para as relações sociais. Classes, estamentos e partidos são fenômenos da disputa de poder nas esferas econômica, social e política, respectivamente.
CLASSE E ESTAMENTO
Vamos falar um pouco mais de classe e estamento em Weber, até para diferencia-lo de Marx. Classe para Weber é o conjunto de pessoas que tem a mesma posição diante do mercado. Há dois tipos básicos de classe, as que têm algum tipo de bem e as que não tem algum tipo de bem. Mas as classes também se diferenciam pela qualidade dos bens possuídos. As classes, como já dissemos estão ligadas à esfera econômica da vida social. Para Weber, a esfera econômica não tem capacidade de produzir um sentimento de pertencimento que seja capaz de gerar uma comunidade.
Estamento está ligado à esfera social, que é capaz de gerar comunidade. Estamento é um grupo social cuja característica principal é a consciência do sentido de pertencimento ao grupo. A luta por uma identidade social é o que caracteriza um estamento. A luta na esfera social é para saber qual estamento vai dominar. As profissões podem ser analisadas como estamentos.
PRINCIPAIS CRÍTICAS SOCIOLÓGICAS A WEBER
Weber supervaloriza o indivíduo, tornando demasiada a cobrança sobre suas escolhas e conformidades. Talvez nem tudo seja escolhido individualmente.
Ele ao mesmo tempo em que vê na burocracia forma mais acabada de dominação legítima, acha que a burocracia fortalece a democracia por causa de sua impessoalidade. Talvez ele não tenha tido tempo para perceber que a burocracia tem a possibilidade de ser um instrumento de democratização, mas que freqüentemente funciona de maneira contrária, servindo apenas como instrumento de dominação.
5 CONCLUSÃO
RELEVÂNCIA ATUAL DE MARX, DURKHEIM E WEBER PARA A SOCIOLOGIA
A principal importância de Marx para hoje é que podemos dizer que ele ao enunciar que tudo vira mercadoria, acertou (ou contribuiu para isso). A prevalência da economia hoje em dia, representada pela força dos próprios economistas na sociedade (funcionando como gurus), dá uma idéia da importância de Marx para as ciências sociais. Outro aspecto importante é que o uso da teoria marxista hoje não precisa se preocupar com a análise da realidade política, uma vez que o socialismo real chegou ao fim.
A importância de Durkheim é que não se pode fazer sociologia da educação sem Durkheim, principalmente na análise de processos de socialização a partir da escola. Durkheim fornece instrumentos para entender os processos. O conceito de anomia, por exemplo, é básico para entender mudanças que impliquem alterações nas relações sociais, tais como modernização da sociedade, urbanização, industrialização, padrões morais e construção/alteração de identidades coletivas.
Weber talvez seja o mais atual dos autores clássicos da sociologia com importantes contribuições para a teoria antropológica, devido ao seu individualismo metodológico, para a sociologia das profissões, para a análise das relações de dominação e dos processos de racionalização das sociedades. Mas sem dúvida a grande contribuição de Weber foi a necessidade de pesquisas empíricas para afirmar alguma coisa científica. Isso porque sua teoria não aceita determinismos.
http://sociologia.incubadora.fapesp.br/portal/roteiros-de-aula/Andre_Felipe_MARX_DURKHEIM_WEBER_ufes_2004.doc/view

Obrigado por sua visita, volte sempre.

BUROCRACIA


BUROCRACIA





INTRODUÇÃO



Uma das primeiras aplicações do termo Burocracia data do século XVIII , onde o termo era carregado de forte conotação negativa, designando aspectos de poder dos funcionários de uma administração estatal aos quais eram atribuídas funções especializadas, sob uma monarquia absoluta. Essa definição se encaixa de forma muito próxima àquela hoje utilizada na linguagem comum: a Burocracia como sinônimo de excesso de normas e regulamentos, limitação da iniciativa, desperdício de recursos e ineficiência generalizada dos organismos estatais e privados.

Há uma influência recíproca entre capitalismo e burocracia. Sem a organização burocrática, a produção capitalista nunca teria sido realizada. Por outro lado, a base econômica capitalista é essencial para o desenvolvimento da administração burocrática.

Portanto, a palavra "burocracia" tem, no nosso dia-a-dia, um sentido pejorativo. Chamamos de burocracia o exagero de normas e regulamentos, a ineficiência administrativa, o desperdício de recursos. No entanto, para a sociologia, esse termo tem um sentido especial. Desde que passou a ser usado por Max Weber (1864 –1920), designa um modelo específico de organização administrativa.





ORIGEM

A burocracia teve a sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento. O sistema de produção, eminentemente racional e capitalista originou de um novo conjunto de normas sociais morais, denominada de "ética protestante". Weber verificou que o capitalismo e a ciência moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas mudanças religiosas ocorridas inicialmente nos países protestantes ( Inglaterra e Holanda).





CONCEITO

Burocracia é um sistema de controle social baseado na racionalidade ( adequação dos meios para se alcançar os fins) tendo em vista a eficiência na obtenção dos resultados esperados.



MAX WEBER

Sociólogo alemão considerado o fundador da Teoria da Burocracia.

Considerou a burocracia como um tipo de poder; para estudar as sociedades. Partiu que os seus tipos de poder e de autoridade vem das pessoas, é inerente; que implica força, imposição de normas e arbítrios.

Tipos de poder, conforme Weber :

-tradicional : onde predominam características patriarcais e patrimonialistas;

-carismático : predominam características místicas e personalísticas; há seguidores, devoção, autenticidade;

-legal ou burocrático: predominam normas impessoais e hierárquicas, como no exército, repartições públicas etc.

O tipo ideal de burocracia, segundo Weber, apresenta sete dimensões principais:



Formalização

Divisão do Trabalho

Princípio da Hierarquia

Impessoalidade

Competência técnica

Separação entre Propriedade e Administração

Profissionalização do Funcionário



TEORIA BUROCRÁTICA

A Teoria da Burocracia concebida por Max Weber, é imediatamente posterior às teorias Clássica e das Relações Humanas, teve como ponto forte de origem a necessidade de uma abordagem generalista e integrada das organizações, fator praticamente não considerado pelas teorias anteriores. De um lado, a Teoria Clássica, com suas suposições extremamente negativas em relação à natureza humana, pregava uma administração centralizadora, total e exclusivamente responsável pela organização e uso dos recursos da empresa, padronizando as atividades e controlando-as através da persuasão, coação, punições e recompensas marginais. De outro, a Teoria das Relações Humanas considerava o homem como sendo o maior patrimônio das organizações, sendo motivado a produzir por sua própria natureza, pregando a descentralização e a delegação, a auto-avaliação e a administração participativa.

Weber, baseado em princípios protestantes, foi quem primeiro definiu a Burocracia não como um sistema social, mas como um tipo de poder suficiente para a funcionalidade eficaz das estruturas organizacionais, sejam estas pertencentes ao Governo ou de domínio econômico privado. A característica principal da Burocracia, segundo Weber, reside na racionalidade do ponto de vista das atividades desempenhadas na organização. A Teoria Clássica já abordava certa racionalidade, porém esta se manifestava apenas na mecanização dos processos e não na mecanização das atividades dos indivíduos. Na Burocracia a liderança se dá tipicamente calcada em regras impessoais e escritas e através de uma estrutura hierárquica; o poder é legítimo e depende exclusivamente do grau de especialidade e competência técnica de quem o detém.



ELEMENTOS BÁSICOS



* Autoridade

* Poder

* Hierarquia

* Disciplina

* Ordem

* Controle



CARACTERISTÍCAS DA TEORIA BUROCRÁTICA

Weber concebeu a teoria da Burocracia como algo que tornasse a organização eficiente e eficaz, garantindo com ela: rapidez; racionalidade; homogeneidade de interpretação das normas; redução dos atritos, discriminações e subjetividades internos; padronização da liderança (decisões iguais em situações iguais) e, mais importante, o alcance dos objetivos. A Burocracia, em síntese, busca amenizar as conseqüências das influências externas à organização e harmonizar a especialização dos seus colaboradores e o controle das suas atividades de modo a se atingir os objetivos organizacionais através da competência e eficiência, sem considerações pessoais.

São características da burocracia:



Caráter legal das normas e regulamentos: A organização é baseada em uma espécie de legislação própria que define antecipadamente como a organização burocrática deverá funcionar. Essas normas e regulamentos são previamente estabelecidos por escrito.

Caráter formal das comunicações: Todas as ações e procedimentos são feitos para proporcionar comprovação e documentos adequados.

Caráter racional e divisão do trabalho: A divisão do trabalho atende a uma racionalidade, isto é, ela é adequada aos objetivos a serem atingidos: a eficiência da organização. Há uma divisão sistemática do trabalho, do direito e do poder, estabelecendo as atribuições de cada participante, os meios de obrigatoriedade e as condições necessárias.

Impessoalidade nas relações: A distribuição de atividades é feita em termos de cargos e funções e não de pessoas envolvidas, daí o caráter impessoal da burocracia.

Hierarquia da autoridade: Fixa a chefia nos diversos escalotes de autoridade. Esses escalões proporciarão a estrutura hierárquica da organização. A hierarquia é a ordem e subordinação, a graduação de autoridade correspondente ás diversas categorias de participantes, funcionários, classes, etc.

Rotinas e procedimentos padronizados: A disciplina no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um conjunto de regras e normas que tentam ajudar completamente o funcionário às exigências do cargo e as da organização ( a máxima produtividade).

Técnica e meritocrata: A burocracia é uma organização da qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência técnica e não em prefer6encias pessoais. A admissão, transferência e a promoção dos funcionários são baseadas levando em consideração dos em critérios, válidos para toda a organização, de avaliação e de classificação, levando em consideração a competência, mérito, e a capacidade.

Especulação da administração: O burocrata é uma organização que se baseia na separação entre a propriedade e a administração. O administrador não é necessariamente o dono do negócio ou um grande acionista da organização, mas um profissional especializado na administração. O funcionário não pode vender, comprar ou herdar sua posição ou cargo, também não podem ser apropriados e integrados ao seu patrimônio privado. Esta separação entre os rendimentos e os bens privados e os públicos é a característica específica da burocracia.

Profissionalização da administração (separação patrimonial) e dos participantes: Cada funcionário da burocracia é um profissional pelas seguintes razões:



* É um especialista

* É assalariado

* É ocupante de cargo

* É nomeador superior hierárquico

* Seu mandato é por tempo indeterminado

* Segue carreira dentro da organização

* Não possui a propriedade dos meios de produção e administração.

* É fiel ao cargo e identifica-se com os objetivos da empresa

* O administrador profissional tende a controlar cada vez mais completamente as burocracias



VANTAGENS



* previsibilidade do funcionamento;

* univocidade de interpretação;

* padronização de rotinas e procedimentos;

* redução de conflitos;

* subordinação natural aos mais antigos;

* confiabilidade nas regras do negócio;

* hierarquia formalizada;

* precisão na definição de cargos e operações.



DESVANTAGENS / DISFUNÇÕES



Se para Weber a burocracia constitui a forma de organização eficiente por excelência, apresentando como principais vantagens a racionalidade, a precisão, a univocidade de interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, constância e continuidade, entre outras; Merton (1978), de outra parte, identifica conseqüências imprevistas ou disfunções que conduzem à ineficiência da organização burocrática. Tais anomalias de funcionamento da estrutura burocrática decorrem, segundo o autor, da interação do elemento humano com o modelo burocrático preestabelecido.



Para Weber, a burocracia é uma organização cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização.
Na burocracia existem duas consequências previstas e imprevistas, que recebeu o nome de Disfunções da burocracia, ou seja, anomalias e imperfeições no funcionamento da burocracia.

As disfunções da Burocracia são as seguintes:

1- Internacionalização das regras e exagero apego aos regulamentos;

2- Excesso de formalismo e de papelório;

3- Resistência a mudanças;

4- Despersonalização do relacionamento;

5- Categorização como base do processo decisorial;

6- Superconformidade às rotinas e procedimentos;

7- Exibição de sinais de autoridade;

8- Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público.



Vejamos cada uma das disfunções:

1. INTERNACIONALIZAÇÃO DAS REGRAS E EXAGERO APEGO AOS REGULAMENTOS

As normas e regulamentos passam a se transformar de meios para objetivos. O funcionário adquire "viseiras" e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade racional.

2. EXCESSO DE FORMALISMO E DE PAPELÓRIO

A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a fim de que tudo possa ser devidamente testemunhado por escrito. O papelório constitui uma das mais gritantes disfunções da burocracia.

3. RESISTÊNCIA A MUDANÇAS

O funcionário da burocracia esta acostumado em segir regras, ou seja, conforme rotinas, com isso, sentem-se seguros e tranquilos. Quando apresentam mudança eles se preocupam, resistindo à mudança.

4. DESPERSONALIZAÇÃO DO REGULAMENTO

As pessoas passam a possuir caráter impessoal, pois começam a olhar os colegas como membros da organização. Os colegas passam a se comunicar com os cargos ou registros ou em qualquer forma imposta pela empresa.

5. CATEGORIZAÇÃO COMO BASE DO PROCESSO DECISORIAL

A burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade, ou seja, na burocracia quem toma as decisões são as pessoas que estão no mais alto nível da hierarquia, mesmo que não saiba do assunto ele é o único com poder de decisão.

6. SUPERCONFORMIDADE ÀS ROTINAS E PROCEDIMENTOS

A burocracia baseia-se em rotinas e procedimentos, na burocracia as rotinas e procedimentos se tornam absolutas e sagradas para os funcionários. Os funcionários passam a trabalhar em função das regras e procedimentos da organização e não mais para os objetivos organizacionais, com isso, perde a flexibilidade, iniciativa, criatividade e renovação.

7. EXIBIÇÃO DE SINAIS DE AUTORIDADE

Como a burocracia enfatiza a hierarquia, tem como sistema identificar aos olhos quais as pessoas que possuem mais poder, como por exemplo as mesmas salas, os uniformes.

8. DIFICULDADE NO ATENDIMENTO A CLIENTES E CONFLITOS COM O PÚBLICO

Os funcionários trabalham voltados ao interior da organização e isso leva a conflitos com os clientes. Os clientes necessitam de atendimentos personalizados, mas na burocracia os funcionários atendem os clientes num padrão, fazendo com que os clientes fiquem insatisfeitos com os serviços e fazem pressões, com isso ameaçam a segurança, daí a tendência à defesa contra pressões externas à burocracia.



A superconformidade é uma disfunção da burocracia isto é, o apego excessivo às normas e regras, que deixam de ser meios para o atingimento de determinados fins e passam a ser fins em si mesmos, dando origem ao ritualismo e ao formalismo.

Weber, no entanto, já observara a fragilidade da estrutura racional (Etzioni, 1976). Conforme Etzioni, numa organização burocrática ocorre um dilema típico: por um lado, atuam constantes forças exteriores à estrutura, para encorajar o burocrata a seguir normas diferentes das estatuídas para a organização; e, por outro, ocorre uma tendência ao enfraquecimento do compromisso dos subordinados com as regras burocráticas.

Assim, em face do elevado nível de renúncia necessário à manutenção da capacidade de restringir-se às normas, "as organizações burocráticas tendem a se desfazer, seja na direção carismática, seja na tradicional, em que as relações disciplinares são menos separadas das outras, mais naturais e afetuosas" (Etzioni, 1976, p. 85).

Outro fenômeno disfuncional, observado nas organizações formais, é o formalismo - distanciamento entre o plano formal e o real. Na perspectiva de Riggs (1964, p. 123), tal fenômeno

"corresponde ao grau de discrepância entre o prescritivo e o descritivo, entre o poder formal e o poder efetivo, entre a impressão que nos é dada pela constituição, pelas leis e regulamentos, organogramas e estatísticas, e os fatos e práticas reais do governo e da sociedade".



Percebemos, assim, que a questão é bem mais complexa do que Weber a fez parecer. Nem sempre a burocracia gera estabilidade e eficiência. Pode, muito bem, gerar exatamente o contrário.





GRAUS DA BUROCRATIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES



Alvir Gouldner realizou uma pesquisa que lhe permitiu concluir que não há um único tipo ou modelo de burocracia, mas uma enorme variedade de graus diferentes de burocratização.
Durante longos anos, a empresa fora administrada de maneira muito informal, com intervalos de almoço amplos, horários de entrada e saída bem folgados, permissão para os empregados para utilizarem material da companhia para uso próprio, política de não demitir ninguém e de somente admitir novos funcionários considerando laços de famílias, de amizade e residência da comunidade semi-rural em que se situava a empresa. Antes de 1948, o padrão de atitudes do pessoal para com a fábrica era favorável e positivo. Os operários consideravam as normas disciplinares da fábrica como "lenientes", suaves e orientadas para os objetivos da produção e internalizavam o seu papel por um conjunto de normas técnicas. O padrão de comportamento dos operários se caracterizava por um sistema de julgamentos, atitudes e sentimentos positivos que predispunham a uma reação favorável dos operários à fábrica e a uma confiança nos seus superiores.
Em 1948 assumiu um novo gerente (Peele), que veio alterar substancialmente essa situação. Ele era bastante apoiado pelos executivos do escritório central, chegando a pressioná-lo sob este aspecto.


O controle do gerente sobre os supervisores tornou cerrado o controle sobre os operários. Estes passaram a modificar substancialmente as suas atitudes para com a organização. A supervisão fechada desenvolvida por Peele passou a encerrar a administração dentro de um círculo vicioso:

1. o supervisor exercer uma supervisão cerrada e sob pressão sobre o operário;

2. o supervisor passa a receber o operário como uma pessoa não-motivada para o trabalho;

3. o supervisor passa a vigiar e a controlar com mais pressão o operário para obter dele maior rendimento;

4. esse cerco e essa pressão despertam o rancor ou a apatia no operário;

5. o supervisor passa a perceber mais intensidade o operário como uma pessoa não-motivada para o trabalho.



CONCLUSÕES DE GOULDNER

A hipótese central de Gouldner é de que a supervisão cerrada deteriora as relações entre superior e subordinado e viola as normas informais do grupo. Por outro lado, a excessiva formulação de regras burocráticas funciona como um símbolo de desconfiança nas pessoas e nas suas intenções.



APRECIAÇÃO CRÍTICA DA TEORIA DA BUROCRACIA

A burocracia, segundo Weber, proporciona uma maneira consciente de organizar pessoas e atividades de um modo eficiente e racional em determinados objetivos.
Durante quinze anos estudando a burocracia Perrow chegou a duas conclusões que colidem com muita coisa da literatura organizacional. A primeira é que os erros são fracassos em burocratizar suficientemente, neste caso defende a burocracia. A segunda, a preocupação com a reforma "humanização", e descentralização das burocracias.



O EXCESSIVO RACIONALISMO DA BUROCRACIA

Kats e Kahn salientam que a organização burocrática é super-racionalizada e não leva em conta a natureza organizacional, bem como as condições circunjacentes do ambiente. As vantagens da burocracia têm sido exageradas. Para estes autores , o sistema burocrático consegue sobrevivência e eficiência apenas quando:


1. as tarefas individuais são mínimas;
2. as exigências do ambiente sobre a organização são claras e suas implicações óbvias;
3. a rapidez em tomada de decisões é um requisito de importância;
4. as circunstâncias organizacionais se aproximam das do sistema fechado;





AS DIMENSÕES DA BUROCRACIA

1. uma divisão de trabalho baseada na especialização funcional;
2. uma bem definida hierarquia de autoridade;
3. um sistema de regras que cobre todos os direitos e deveres dos ocupantes de posições;
4. um sistema de procedimentos para lidar com as situações de trabalho;
5. impessoalização nas relações interpessoais;
6. promoção e seleção para emprego baseadas na competência técnica.



BIBLIOGRAFIA

CHIAVENATO, Idalberto.

Teoria Geral da Administração.

Vol. II. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.

Teoria Geral da Administração
2º edição Editora Atlas
Autor: Eunice Lacova Kwasnicka



MERTON, R. K. "Estrutura burocrática e personalidade".

Sociologia da Burocracia. Rio de Janeiro: Zahar

Editores, 1978.

WEBER, Max. "Os fundamentos da organização burocrática".

Sociologia da Burocracia.

Rio de Janeiro: Zahar





Cristiane Yuka®

Trabalho apresentado ao Departamento de Economia e Administração da Universidade Católica de Pernambuco a título de exigência da cadeira de Administração Geral II, turma ME64 G-711 sob a orientação do professor José Baia.

Recife, 12 de março de 2001.





Voltar para trabalhos

Voltar para home


Obrigado por sua visita, volte sempre.

Glossário acadêmicos.


10 - Glossário


10.1 - Palavras utilizadas em pesquisa
Agradecimento:
É a manifestação de gratidão do autor da pesquisa às pessoas que colaboraram no seu trabalho. Deve ter a característica de ser curto e objetivo.

Amostra:
É uma parcela significativa do universo pesquisado ou de coleta de dados.

Análise:
É o trabalho de avaliação dos dados recolhidos. Sem ela não há relatório de pesquisa.

Anexo:
É uma parte opcional de um relatório de pesquisa. Nele deve constar o material que contribui para melhor esclarecer o texto do relatório de pesquisa.

Apêndice:
O mesmo que Anexo.

Bibliografia:
É a lista de obras utilizadas ou sugeridas pelo autor do trabalho de pesquisa.

Capa:
Serve para proteger o trabalho e dela deve constar o nome do autor, o título do trabalho e a instituição onde a pesquisa foi realizada.

Capítulo:
É uma das partes da divisão do relatório de pesquisa. Lembrando que o primeiro capítulo será a Introdução e o último as Conclusões do autor. Entre eles o texto da pesquisa.

Ciência:
É um conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto conquistados através de métodos próprios de coleta de informação.

Citação:
É quando se transcreve ou se refere o que um outro autor escreveu.

Coleta de Dados:
É a fase da pesquisa em que se reúnem dados através de técnicas específicas.

Conclusão:
É a parte final do trabalho onde o autor se coloca com liberdade científica, avaliando os resultados obtidos, propondo soluções e aplicações práticas.

Conhecimento Científico:
É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. Podemos então dizer que o Conhecimento Científico:
- "É racional e objetivo.
- Atém-se aos fatos.
- Transcende aos fatos.
- É analítico.
- Requer exatidão e clareza.
- É comunicável.
- É verificável.
- Depende de investigação metódica.
- Busca e aplica leis.
- É explicativo.
- Pode fazer predições.
- É aberto.
- É útil" (Galliano, 1979, p. 24-30).

Conhecimento Empírico (ou conhecimento vulgar):
É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas.

Conhecimento Filosófico:
É fruto do raciocínio e da reflexão humana. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. Busca dar sentido aos fenômenos gerais do universo, ultrapassando os limites formais da ciência.

Conhecimento Teológico:
Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo.

Corpo do Texto:
É o desenvolvimento do tema pesquisado, dividido em partes, capítulos ou itens, excluindo-se a Introdução e a Conclusão.

Cronograma:
É o planejamento das atividades da pesquisa, descrito na Metodologia, dentro de um espaço pré-determinado de tempo. Normalmente é demonstrado através de um gráfico.

Dedicatória:
Parte opcional que abre o trabalho homenageando afetivamente algum indivíduo, grupos de pessoas ou outras instâncias.

Dedução:
Conclusão baseada em algumas proposições ou resultados de experiências.

Despesas de Pessoal:
É a descrição das despesas decorrentes de pagamento de pessoal, seja ela por contratação temporária ou regida pela CLT.

Dissertação:
É um trabalho de pesquisa, com aprofundamento superior a uma monografia, para obtenção do grau de Mestre, por exigência do Parecer 977/65 do então Conselho Federal de Educação.

Entrevista:
É um instrumento de pesquisa utilizado na fase de coleta de dados.

Experimento:
Situação provocada com o objetivo de observar a reação de determinado fenômeno.

Fichamento:
São as anotações de coletas de dados registradas em fichas para posterior consulta.

Folha de Rosto:
É a folha seguinte a capa e deve conter as mesmas informações contidas na Capa e as informações essenciais da origem do trabalho.

Glossário:
São as palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição.

Gráfico:
É a representação gráfica das escalas quantitativas recolhidas durante o trabalho de pesquisa.

Hipótese:
É a suposição de uma resposta para o problema formulado em realção ao tema. A Hipótese pode ser confirmada ou negada.

Índice (ou Índice Remissivo):
É uma lista que pode ser de assuntos, de nomes de pessoas citadas, com a indicação da(s) página(s) no texto onde aparecem. Alguns autores referem-se a Índice como o mesmo que Sumário.

Indução:
"Processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas" (Lakatos, Marconi, 1991: 47).

Instrumento de Pesquisa:
Material utilizado pelo pesquisador para colher dados para a pesquisa.

Introdução:
É o primeiro capítulo de um relatório de pesquisa, onde o pesquisador irá apresentar, em linhas gerais, o que o leitor encontrará no corpo do texto. Por isso, apesar do nome Introdução, é a última parte a ser escrita pelo autor.

Justificativa:
É a parte mais importante de um projeto de pesquisa já que é nesta parte que se formularão todas as intenções do autor da pesquisa.
A justificativa num projeto de pesquisa, como o próprio nome indica, é o convencimento de que o trabalho de pesquisa é fundamental de ser efetivado. O tema escolhido pelo pesquisador e a hipótese levantada são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, de ser comprovada.
Deve-se tomar o cuidado, na elaboração da justificativa, de não se tentar justificar a hipótese levantada, ou seja: tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, ou justifica a necessidade imperiosa de se levar a efeito tal empreendimento.

Material Permanente:
É a descrição de todo capital necessário para aquisição de materiais que têm duração contínua. São aqueles materiais que se deterioram com mais dificuldade como automóveis, materiais áudio-visuais (projetores, retroprojetores, máquinas fotográficas, filmadoras etc.), mesas, cadeiras, armários, geladeiras, computadores etc.

Material de Consumo:
É a descrição de todo capital necessário para aquisição de materiais que têm duração limitada. São aqueles materiais que se deterioram como giz, filmes fotográficos, fitas de vídeo, gasolina, material de limpeza (sabão, detergentes, vassouras etc)

Método:
A palavra método deriva do grego e quer dizer caminho. Método então, no nosso caso, é a ordenação de um conjunto de etapas a serem cumprias no estudo de uma ciência, na busca de uma verdade ou para se chegar a um determinado conhecimento.

Metodologia:
"Methodo" significa caminho; "logia" significa estudo. É o estudo dos caminhos a serem seguidos para se fazer ciência.

Monografia:
"Mono" significa um, "grafia" significa escrita, ou seja, escrito por um. É um estudo científico, com tratamento escrito individual, de um tema bem determinado e limitado, que venha contribuir com relevância à ciência.

Objetivos:
A definição dos objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Os objetivos podem ser separados em Objetivos Gerais e Objetivos Específicos.

Paráfrase:
É a citação de um texto, escrito por um outro autor, sem alterar as idéias originais. Ou, eu reproduzo, com minhas próprias palavras, as idéias desenvolvidas por um outro autor.

Pesquisa:
É a ação metódica para se buscar uma resposta; busca; investigação.

Premissas:
São proposições que vão servir de base para uma conclusão.

Problema:
É o marco referencial inicial de uma pesquisa. É a dúvida inicial que lança o pesquisador ao seu trabalho de pesquisa.

Recursos Financeiros:
É a descrição minuciosa de todo o dinheiro necessário para a realização da pesquisa. Costuma ser dividido em Material Permanente, de Consumo e Pessoal.

Resenha:
É uma descrição minuciosa de um livro, de um capítulo de um livro ou de parte deste livro, de um artigo, de uma apostila ou qualquer outro documento.

Revisão de Literatura:
A Revisão ou Levantamento de Literatura é a localização e obtenção de documentos para avaliar a disponibilidade de material que subsidiará o tema do trabalho de pesquisa. Este levantamento é realizado junto às bibliotecas ou serviços de informações existentes.

Técnica:
É a forma mais segura e ágil para se cumprir algum tipo de atividade, utilizando-se de um instrumental apropriado.

Teoria:
"É um conjunto de princípios e definições que servem para dar organização lógica a aspectos selecionados da realidade empírica. As proposições de uma teoria são consideradas leis se já foram suficientemente comprovadas e hipóteses se constituem ainda problema de investigação" (Goldenberg, 1998: 106-107)

Tese:
É um trabalho semelhante a Dissertação, distinguindo-se pela efetiva contribuição na solução de problemas, e para o avanço científico na área em que o tema for tratado.

Tópico:
É a subdivisão do assunto ou do tema.

Universo:
É o conjunto de fenômenos a serem trabalhados, definido como critério global da pesquisa.






10.2 - Palavras ou expressões latinas utilizadas em pesquisa
apud:
Significa "citado por". Nas citações é utilizada para informar que o que foi transcrito de uma obra de um determinado autor na verdade pertence a um outro.
Ex.: (Napoleão apud Loi) ou seja, Napoleão "citado por" Loi

et al. (et alli):
Significa "e outros". Utilizado quando a obra foi executada por muitos autores.
Ex.: Numa obra escrita por Helena Schirm, Maria Cecília Rubinger de Ottoni e Rosana Velloso Montanari escreve-se: SCHIRM, Helena et al.

ibid ou ibdem:
Significa "na mesma obra".

idem ou id:
Significa "igual a anterior".

In:
Significa "em".

ipsis litteris:
Significa "pelas mesmas letras", "literalmente". Utiliza-se para expressar que o texto foi transcrito com fidelidade, mesmo que possa parecer estranho ou esteja reconhecidamente escrita com erros de linguagem.

ipsis verbis:
Significa "pelas mesmas palavras", "textualmente". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou sic.

opus citatum ou op.cit.:
Significa "obra citada"

passim:
Significa "aqui e ali". É utilizada quando a citação se repete em mais de um trecho da obra.

sic:
Significa "assim". Utiliza-se da mesma forma que ipsis litteris ou ipsis verbis.

supra:
Significa "acima", referindo-se a nota imediatamente anterior.

file://localhost/C:/Documents%20and%20Settings/joão%20carlos/Meus%20documentos/GLOSSÁRIO%20-%20METODOLOGIA%20CIENTÍFICA%20VIII.htm

Obrigado por sua visita, volte sempre.

Meu Nome Não é Johnny. (filme)


Resenha crítica do filme.

Meu Nome Não é Johnny

Angélica Bito

Baseado no livro homônimo escrito por Guilherme Fiúza, Meu Nome Não É Johnny conta a história real de João Guilherme Estrella, que hoje atua como produtor musical. Nascido numa família carioca de classe média, passou sua juventude nos anos 80 e 90 envolvido com venda de drogas e é esta a passagem de sua vida que a história enfoca.

Calcado principalmente na atuação consistente de Selton Mello na interpretação de Estrella, o filme desenha de forma muito particular o retrato deste personagem. Deixando de lado a abordagem maniqueísta e o fácil impulso de transformar a história do traficante em uma lição de moral, Meu Nome Não É Johnny não pretende julgar os atos dos personagens e este é o grande trunfo do filme.

A recriação da época é sutil, porém bem marcada pela direção de arte e criação do figurino, transportando com competência o espectador à realidade vivida pelo protagonista nas várias fases que o longa abrange, desde seu envolvimento com as drogas – primeiramente como usuário, depois como traficante – até sua prisão. A forma como Mello transmite carisma ao personagem pode, ao primeiro olhar, dar a entender que existe uma “glamurizaração” do personagem e da situação toda, mas as intenções são contrárias, principalmente por essa posição que o filme toma ao se manter distante de qualquer julgamento.

Misturando o humor (principalmente conferido por esse cinismo que Mello é capaz de conferir aos seus personagens) ao drama, especialmente num segundo momento da produção, quando Estrella é julgado e preso, Meu Nome Não é Johnny envolve o espectador graças também à direção fluída e, principalmente, as atuações convincentes.

Por mais que Meu Nome Não é Johnny gire em torno das drogas, não tem a ver com filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite, que focam o tráfico nas favelas do Rio de Janeiro: Estrella era conhecido como um “traficante do asfalto”. Ou seja, nunca pisou numa favela, obtendo drogas por outros meios e distribuindo-as em seu círculo social. Portanto, trata-se de um recorte diferente e complementar de um mesmo mosaico, também formado pelas duas produções citadas anteriormente, que focam o tráfico de entorpecentes. As comparações são inevitáveis, mas devem ficar restritas somente ao tema.

Meu Nome Não é Johnny levou dois anos e meio para ser concluído, com orçamento de R$ 5,5 milhões.

Trailler do filme.
tainha2007


Assista e confira este filme do cinema brasileiro. Bom sábado.
http://br.cinema.yahoo.com/filme/14931/critica/9749/meunomenaoejohnny

Tangram


Tangram

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


As peças do Tangram
As peças do Tangram
O desafio aqui é formar esta figura com os 7 tans
O desafio aqui é formar esta figura com os 7 tans

O Tangram é um quebra-cabeça chinês antigo. O nome significa "7 tábuas da sabedoria".

Ele é composto de sete peças (chamadas de tans) que podem ser posicionadas de maneira a formar um quadrado:

Além do quadrado, diversas outras formas podem ser obtidas, sempre observando duas regras:

  • Todas as peças devem ser usadas
  • Não é permitido sobrepor as peças.

Ligações externas



Obrigado por sua visita, volte sempre.

Pentaminó



Pentaminó

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Um pentaminó é um poliminó composto de cinco (Do Grego πέντε / pente) quadrados congruentes, conectados ortogonalmente.

Existem 12 pentaminós diferentes, e eles denominados de acordo com as letras com que se parecem. A simetria refletiva e a simetria rotativa de um pentaminó não contam como pentaminós diferentes.

Se você considerar que as imagens espelho contam como pentaminós diferentes, o total se eleva para 18. As letras T, V, I, X, U, e W têm imagens espelhadas que são equivalentes após a sua rotação. Isto tem influência nos jogos de computador, onde os movimentos das imagens espelho não são permitidos, tais como clones do Tetris e Rampart. O pentaminó “F” é geralmente relacionado também como pentaminó “R”, notavelmente em referência ao Jogo da vida (Conway).

Considerando apenas as rotações múltiplas de 90 graus, obtemos as seguintes categorias de simetria:

  • L, N, P, F e Y podem ser orientados por 8 maneiras: 4 por rotação, e mais 4 pelo efeito de imagem espelho.
  • Z podem ser orientados em 4 maneiras: 2 por rotação, e 2 pelo efeito de imagem espelho.
  • T, V, U e W podem ser orientados em 4 maneiras através da rotação.
  • I podem ser orientados em duas maneiras através da rotação.
  • X pode ser orientado apenas de uma maneira.

Por exemplo, as oito orientações possíveis do pentaminó Y seguem abaixo:

Image:Pentonimoy.png


Obrigado por sua visita, volte sempre.

Cubo soma



Cubo soma

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


As peças do cubo soma
As peças do cubo soma
O mesmo quebra-cabeça, montado como um cubo
O mesmo quebra-cabeça, montado como um cubo
Uma cadeira montada com as peças do cubo soma
Uma cadeira montada com as peças do cubo soma

O cubo soma é um quebra-cabeça criado pelo poeta e matemático dinamarquês Piet Hein. O objetivo é usar os sete policubos (peças formadas por pequenos cubos unitários) para montar um cubo de 3x3x3 unidades. As peças também podem ser usadas para montar uma variedade de formas tridimensionais interessantes, e por isso às vezes o cubo soma é considerado o equivalente 3D dos tangrans.

Há 240 maneiras distintas de montar o cubo soma, sem contar rotações e reflexões. As soluções podem ser facilmente geradas por um programa de computador simples.

História

De acordo com Martin Gardner, Piet Hein estava assistindo a uma aula de Werner Heisenberg sobre mecânica quântica e, enquanto Heisenberg descrevia um espaço dividido em células cúbicas, ele formulou a seguinte hipótese:

'Se pegarmos todas as formas irregulares construídas por até quatro cubos de tamanhos iguais unidos por suas faces, seremos capazes de montar um cubo maior.'

Ele se referia a policubos com até quatro cubos que são formas irregulares. Forma irregular, neste contexto, deve ser entendido como figura côncava. Uma figura é côncava quando é possível escolher dois pontos do interior da figura de modo que o segmento de reta que os une passa por fora da figura.

Existem 12 policubos com até quatro cubos, mas apenas 7 são irregulares: estas são as 7 peças do cubo soma.

Alguns autores afirmam que o nome "soma" foi tirado do livro "Brave new world", de Aldous Huxley, publicado pela primeira vez em 1932. No livro, soma é uma droga calmante.

Peças

Estas são as peças do cubo soma:


Algumas observações podem ser feitas em relação às peças:

  • A primeira peça é um tricubo, enquanto as outras seis são tetracubos.
  • Todos o tetracubos são formados pelo tricubo acrescido de um cubo extra.
  • As primeiras quatro peças são apenas poliminós em três dimensões.
  • A 6ª peça é a imagem especular da 5ª peça (e vice-versa). Não é possível obter uma delas através da rotação da outra.

Ver também


Obrigado por sua visita, volte sempre.

Cubo mágico



Cubo de Rubik

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Um cubo de Rubik ainda por resolver.
Um cubo de Rubik ainda por resolver.

O cubo de Rubik (ou também chamado o cubo mágico) é um quebra-cabeças tridimensional, inventado pelo húngaro, Ernő Rubik em 1974[1]. Originalmente foi chamado "o cubo Mágico" pelo seu inventor, mas o nome foi alterado pela Ideal Toys para cubo de Rubik[1]. Neste mesmo ano, ganhou o prémio alemão do "Jogo do Ano" (Spiel des Jahres).

O Cubo de Rubik é um cubo geralmente confeccionado em plástico e possui várias versões, sendo a versão 3x3x3 a mais comum, composta por 54 faces e 6 cores diferentes, com arestas de aproximadamente 5,5 cm. Outras versões menos conhecidas são a 2x2x2, 4x4x4 e a 5x5x5.

É considerado um dos brinquedos mais populares do mundo, atingindo um total de 900 milhões de unidades vendidas, bem como suas diferentes imitações.

Variações do Cubo de Rubik.
Variações do Cubo de Rubik.


História

O primeiro prototipo do cubo foi fabricado em 1974 pelo professor do Departamento de Desenho de Interiores na Academia de Artes e Trabalhos Manuais Aplicados em Budapeste (Hungria). Quando Rubik criou este quebra-cabeças, a sua intenção era criar uma peça que fosse perfeita em si mesmo, no que se refere à geometria. A sua principal função foi para ajudar a ilustrar o conceito da terceira dimensão aos seus alunos de arquitectura. A primeira peça que realizou foi em madeira e pintou os seus seis lados com seis cores distintas, para que quando alguém girasse as fases do cubo, tivesse uma melhor visualização dos movimentos realizados.

Descrição

O invento, descendente dum prototipo 2x2x2, criado por Larry Nichols em Março de 1970, é um quebra-cabeças que consiste num cubo. Cada uma das suas seis fases está dividida em nove partes, 3x3, num total de 26 peças que se articulam entre si devido ao mecanismo da peça interior central, oculta dentro do cubo.

Curiosidades

  • O cubo de Rubik possui 43.252.003.274.489.856.000 (43 triliões) combinações possíveis diferentes.
  • Se alguém podesse realizar todas as combinações possíveis a uma velocidade de 10 por segundo, demoraria 136.000 anos, supondo que nunca repetisse a mesma combinação.
  • Ernő Rubik, inventor deste quebra-cabeças, demorou um mês a resolver o cubo pela primeira vez.

Algoritmo de Deus

Um algoritmo que conseguisse resolver qualquer cubo de Rubik no menor número de movimentos possíveis é designado por Algoritmo de Deus. Actualmente não se sabe a 100% qual é o menor número de movimentos para resolver qualquer cubo, e seria necessário sabedoria de um ser superior (daí Deus no título) para conseguir o tal "Algoritmo de Deus". Não passa, portanto, de um mito e há grandes dúvidas de tal coisa ser possível.[1].

Número de combinações possíveis

O número total de todas as combinações possíveis que nos permite realizar no cubo de Rubik são as seguintes:

  • Por uma porte podemos combinar entre si, de qualquer forma, todos os vértices, o que dá lugar a 8!\,\! possibilidades.

Variantes

Algumas variantes do cubo de Rubik:

Foram também criados versões 6×6×6 e 7×7×7, mas são foram comercializados e foram inventados por Panagiotis Verdes.

Outras variantes

Outras das variantes consistem em interligar o poliedro utilizado. Na maioria foram inventadas por Uwe Mèffert:


Referências

  1. 1,0 1,1 http://www.rubiks.com/lvl3/index_lvl3.cfm?lan=eng&lvl1=inform&lvl2=medrel&lvl3=history

Ver também

Commons
O Wikimedia Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Cubo de Rubik

Ligações externas



Obrigado por sua visita, volte sempre.

A FORMAÇÃO MATEMÁTICA NA EJA: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS CURRICULARES


A FORMAÇÃO MATEMÁTICA NA EJA: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS CURRICULARES

Políticas Públicas para a formação de Pessoas Jovens e Adultas

Méri Bello Kooro[1]

Celi Espasandin Lopes[2]

Universidade Cruzeiro do Sul - UNICSUL

Introdução

Esse trabalho refere-se a um projeto de pesquisa que se encontra em desenvolvimento no Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática na Universidade Cruzeiro do Sul em São Paulo.

As discussões sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA) alertam para que esta se configure como um campo próprio nas políticas públicas, com suas especificidades, sendo que o grande desafio da área está em construir uma educação pautada na dimensão humana.

A nossa experiência como professora de matemática em EJA desde 1993 têm nos colocado uma série de questionamentos a respeito de como trabalhar com esse público com características tão diferenciadas.

Diversas variáveis intervêm no ensino de Matemática para jovens e adultos: um público especial, um curso com limitação de tempo, a falta de materiais didáticos específicos para esse público, um professor geralmente sem formação específica para essa atuação.

Muitos jovens e adultos dominam noções matemáticas que foram aprendidas de maneira informal ou intuitiva. No entanto esse conhecimento que o aluno traz não é considerado como ponto de partida para a aprendizagem das representações simbólicas convencionais.

Em função da freqüente redução de tempo dos cursos da EJA, as instituições e os professores se vêem, muitas vezes, obrigados a fazer uma redução de conteúdos entre os já selecionados nos currículos da escola “regular”.

A carência de material apropriado para esse segmento faz com que o professor “adapte” o material destinado ao Ensino Fundamental, tratando os alunos como crianças ao não se considerar todo conhecimento construído fora da escola.

Não podemos nos esquecer que é de fundamental importância o resgate e/ou despertar da auto-estima do aluno da EJA, valorizando os conteúdos atitudinais e procedimentais tanto quanto, ou até mais que os conceituais, uma vez que, através desses conteúdos, o fluir dos conhecimentos conceituais se processará de forma cada vez mais intensa.

A educação de jovens e adultos se apresenta como um campo de práticas educativas que, embora tendo em comum um segmento da população como objeto de sua atenção, abriga uma diversidade de concepções. A síntese desses elementos é objeto de preocupação e o campo curricular apresenta-se como um lugar privilegiado para se analisar como tais concepções se acomodam ou se sobrepõem nas tentativas de se elaborar um projeto educativo coerente onde se expressem as várias identidades da educação de jovens e adultos.

Naturalmente, alunos e alunas da EJA percebem-se pressionados pelas demandas do mercado de trabalho e pelos critérios de uma sociedade onde o saber letrado é altamente valorizado. Mas trazem em seu discurso não apenas as referências à necessidade: reafirmam o investimento na realização de um desejo e a consciência (em formação) da conquista de um direito. Diante de nós, educadores da EJA, e conosco, estarão, pois mulheres e homens que precisam, que querem e que reivindicam a Escola. (FONSECA, 2002, p.49)

Tendo em vista as considerações anteriores, conscientes de que as estruturas e conteúdos que vêm sendo utilizadas na EJA não são adequados para as especificidades desse segmento, definimos como problema: Que estruturas e conteúdos privilegiar no ensino de matemática na EJA do ensino fundamental, que sejam adequados às especificidades desse segmento?

Metodologia

Com o auxílio e as considerações da minha orientadora decidimos optar por uma pesquisa bibliográfica na qual se irá analisar como é organizado o currículo para o ensino de matemática no segundo segmento do ensino fundamental da EJA, usando como fonte dessa análise os referenciais curriculares elaborados pelo MEC, e as propostas curriculares municipais e estaduais. Os critérios de análise estão sendo definidos a partir da leitura dos documentos, na medida que emergirem idéias coincidentes e conflitantes. Tomamos como parâmetro a reflexão sobre Educação Matemática numa perspectiva cultural e buscamos discutir de que maneira as propostas oficiais atendem às especificidades desse segmento.

Concepção do Currículo de Matemática com um Enfoque Cultural

Currículos com um enfoque cultural ressaltam a necessidade de se explicitarem os valores da cultura matemática. Priorizam o aspecto individualizador e personalizador do ensino e buscam relacionar significativamente as pessoas e sua cultura matemática (Bishop,1991).

Caracterizam-se por três componentes: simbólico, social e cultural. Os componentes simbólico e social transmitem mensagens importantes sobre o poder das idéias matemáticas em um contexto social. O componente cultural se ocupa mais de critérios internos da matemática. O autor enfatiza a necessidade de um equilíbrio entre esses três componentes do currículo. Para ele, compreender a matemática apenas como uma tecnologia simbólica concreta é compreender uma pequena parte dela, talvez a menos importante para a educação e para nosso futuro.

Concepção da Proposta Curricular Nacional da Educação de Jovens e Adultos MEC

A linha mestra da proposta curricular nacional para a EJA é a formação para o exercício da cidadania. Considera fundamental a atuação do próprio aluno na tarefa de construir significados sobre os conteúdos de aprendizagem. Dá ênfase à relação de confiança e respeito mútuo entre professor e aluno numa pratica cooperativa e solidária e reconhece os saberes gerados pelo individuo dentro do seu grupo cultural, como ponto de partida para gerar novos conhecimentos. Propõe o compartilhamento de responsabilidade sobre a aprendizagem, na busca de alternativas que auxiliem o aluno a aprender a aprender. Ressalta a importância de contemplar as diferentes naturezas do conteúdo escolares (conceituais, procedimentais e atitudinais) de maneira integrada no processo de ensino e aprendizagem, visando o desenvolvimento amplo e equilibrado dos alunos, tendo em vista sua vinculação à função social da escola.

Relação entre a concepção do currículo de Matemática com um enfoque cultural e a concepção da proposta curricular nacional para a EJA

Julgamos que há aspectos fundamentais que são comuns às duas propostas. Ambas criticam o conhecimento concebido como algo que possa ser transmitido de uma pessoa para outra. Segundo Bishop (1991) este ensino está relacionado com o método “de cima para baixo”. Na proposta curricular da EJA, este enfoque é dado ao referir-se a educação bancaria nomeada por Paulo Freire e ao mito da concepção cartesiana e linear do conhecimento.

Ao ressaltar a necessidade de conhecer os valores da matemática, Bishop (1991) elucida que a educação é um processo social e, sendo a matemática um fenômeno cultural, transcende os limites sociais. Sendo assim, cada cultura desenvolve sua própria tecnologia simbólica da matemática como resposta às demandas do entorno, experimentadas através das seis atividades universais. A proposta curricular da EJA aponta para o mito existente no tocante à concepção de conhecimento, no qual os saberes gerados por diferentes grupos culturais, como por exemplo, a etnomatemática, não é tratada como conhecimentos.

Um outro aspecto citado por Bishop (1991) diz respeito à importância que deve ser dada à individualidade do aluno e ao contexto social e cultural do ensino visando promover conexões e significados pessoais no processo de aprendizagem. Julgamos que este aspecto é contemplado na proposta quando enfatiza a importância do respeito à experiência e à identidade cultural dos alunos e aos saberes construídos pelos seus fazeres, de acordo com as idéias freireanas.

Nesta perspectiva a aprendizagem cultural é um processo criativo e interativo em que interacionam os que vivem a cultura com os que nascem dentro dela, e que se dá como resultado idéias, normas e valores que são similares de uma geração a seguinte. Assim sendo, a aprendizagem cultural é um ato de re-criação por parte de cada pessoa. Parece-nos que a proposta da EJA contempla esse aspecto fundamentando-se na teoria de Vygotsky que estabelece uma forte ligação entre o processo de desenvolvimento e de aprendizagem com o ambiente sociocultural, onde ressalta a importância de considerar o que denomina zona de desenvolvimento proximal, situada entre aquilo que o individuo já sabe e consegue realizar sozinho e o que pode ser desenvolvido com a ajuda e intervenção de outros.

Face ao exposto, consideramos que ambas as concepções enfatizam os valores culturais, o respeito à individualidade, o reconhecimento dos saberes dos alunos e seus distintos interesses e, concebem a aprendizagem como um processo pessoal, proporcionado pelas interações sociais.

Considerações Finais

Um dos princípios ordenadores que deve estar presente em um currículo da EJA refere-se ao problema da identidade própria. Definida essa identidade as intenções serão apresentadas através de objetivos, conteúdos, orientações didáticas e formas de avaliação.

Muito embora não se tenha ainda concluído esta pesquisa, alguns aspectos se destacam no que se refere às estruturas e conteúdos a serem privilegiados no ensino de Matemática na EJA.

Para tanto definimos como critérios de análise dos documentos curriculares da EJA que se referem à Matemática, os eixos que orientam a organização curricular, o que cada eixo privilegia em relação ao conhecimento matemático a ser adquirido na EJA e quais recomendações metodológicas são apresentadas para o trabalho do conteúdo matemático.

Referências Bibliográficas

BISHOP, Alan J. Enculturación matemática: la educación matemática desde una perspectiva cultural. Barcelona / ES: Paidós, 1991.

FONSECA, Maria da Conceição Ferreira Reis. Educação Matemática de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Referenciais Curriculares para a educação de jovens e adultos: segundo segmento do ensino fundamental, 2002.


[1] Mestranda em Ensino de Ciências e Matemática na UNICSUL/SP.

[2] Profa. Titular do Programa de Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática na UNICSUL/SP.

http://www.ufscar.br/~crepa/Textos_CREPA/trabalhos_apresentados_por_eixo_tematico/Politicas_publicas_para_a_formacao_de_pessoas_jovens_e_adultas/comunicacao_oral/Meri_Kooro.doc

Obrigado por sua visita, volte sempre.

Como tirar parafuso quebrado - Dica Jogo Rápido

Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou Slideshare está com erro entre em contato.