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sábado, 15 de novembro de 2008
Algúns vídeos do RZO.
De: charada288 RzO - A Lei
De: MahMMF Não É Sério - Charlie Brown Jr e Negra Li (RZO) Clip Oficial
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O que é quilate?
O que é quilate?
Um quilate é uma unidade de peso para diamantes e outras pedras preciosas. Um quilate é igual a 200 miligramas (0,200 grama, o que equivale a dizer que 1 grama = 5 quilates). Há 1.000 gramas em 1 quilograma (kg). São portanto 5.000 quilates por kg (se você pesa 70 kg, você tem 350.000 quilates).
Quando se refere ao ouro, o quilate é uma unidade de pureza. Ouro 24 quilates é ouro puro. Geralmente, o ouro é misturado com metais como o cobre ou prata para fazer jóias, porque o ouro puro é muito mole. Cada quilate indica 1/24 do todo. Se uma jóia é feita de metal que tem 18 partes de ouro e 6 partes de cobre ela é de ouro 18 quilates.
De onde veio essa unidade de pureza tão engraçada? Acontece que uma moeda de ouro alemã chamada marco era comum há cerca de mil anos. Ela pesava 24 quilates (4,8 gramas). A pureza do ouro na moeda foi expressa com o número de quilates de ouro presente nessa moeda de 24 quilates.
Aqui vão alguns links interessantes:
- Como funcionam os diamantes
- Quanto seria todo o ouro existente no mundo?
- Como funcionam as jóias de moissanita
- Como funcionarão as jóias digitais
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/questao64.htm
Mais detalhes abaixo,
A pureza de Ouro é medida em quilates. O termo “quilate” vem da época dos bazares antigos onde os feijões “de alfarrobeira” eram usados para pesar metais preciosos.
O ouro puro é o 24 quilates, mas a sua pureza significa que é mais caro e menos durável do que o ouro que é misturado com outros metais.
O quilate de uma jóia lhe dirá que porcentagem de ouro que ela contém:
24 quilates é 100 por cento, 18 quilates é 75 por cento, e 14 quilates é 58 por cento. Comparando jóias de ouro, quanto mais alto o número de quilates, maior o valor.
O cálculo de preço de uma jóia em ouro é baseado em quatro fatores: o quilate, o peso em gramas, desenho ( design ) e o artesanato ( mão de obra ).
O quilate e o peso de grama dizem-lhe quanto ouro tem a peça, mas outros fatores cruciais determinam o preço, são eles a construção da peça e o desenho.
O preço baseado somente no peso em grama não reflete o trabalho que entrou na peça. É importante lembrar que cada peça em ouro é única e se cuidada devidamente durará uma vida inteira. E se levarmos em consideração o desenho, cada peça é uma obra de arte, por isso uma jóia as vezes pode parecer cara mas… como é dificil por preço em obras de arte não é mesmo ?
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A escola que não pára em pé
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Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/revista.asp
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Algúns Vídeos do Dr. Lair Ribeiro.
De: gruposintonia Cuidado com as aparências
De: gruposintonia Simplicidade vs Facilidade
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Como escolher o diretor da escola?
Índice do especial Gestão Escolar
FORMAÇÃO
É tudo na prática
Como existe um abismo entre os conhecimentos que as faculdades oferecem e a realidade do cotidiano escolar, os diretores acabam aprendendo na marra os meandros da função
Julia Priolli
Para atuar como diretor de escola, o profissional precisa ser formado em Pedagogia. Mas há uma concessão para os graduados em outras áreas, com licenciatura em Educação. Todos estão, teoricamente, aptos a gerir uma escola. Porém, na prática, o que se revela é uma distância abissal entre o cotidiano escolar e os conteúdos adquiridos no curso superior. Nem todos os diretores têm experiência mínima em docência, o que costuma ser um pré-requisito até mesmo no caso das indicações políticas. Inexperientes e cheios de atribuições e responsabilidades, eles acabam sentindo na pele as implicações e complicações do cargo.
Segundo o Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), o país tem quase 200.000 diretores de instituições de Ensino Básico. Desses, 82,6% atuam na rede pública. No total, 86% têm curso superior, enquanto 85% possuem experiência de pelo menos dez anos em Educação. E, muitas vezes, uma década de prática docente não é suficiente para suprir as lacunas de conhecimento que quase todo diretor de primeira viagem tem.
Foto: Rodrigo Erib
Bernardete Gatti, diretora do Departamento de Pesquisas da Fundação Carlos Chagas
"Ninguém nasce sabendo administrar. Alguns cursos de Pedagogia preparam para a liderança, mas a maioria não."
"Ninguém nasce sabendo administrar", afirma a diretora do Departamento de Pesquisas da Fundação Carlos Chagas, Bernardete Gatti. Por isso, na opinião dela, a formação continuada é uma ferramenta essencial para o preparo e a atualização dos gestores escolares. "Alguns cursos de Pedagogia preparam para a liderança, mas a maioria não", diz ela. "O educador sai da faculdade sabendo apenas o básico e precisa de uma preparação posterior que amplie seus horizontes e crie a possibilidade de ele se tornar um profissional melhor."
Com a crença de que a escola que conta com bons diretores tende a obter bons resultados, educadores, pedagogos e teóricos da Educação vêm se agrupando, em diferentes locais e instâncias, com o objetivo de preparar e manter cursos capazes de ampliar o repertório e os conhecimentos sobre gestão dos atuais diretores de instituições públicas. Nesse sentido, despontam no país iniciativas consistentes tanto no âmbito público como no privado.
Capacitação a distância
Em 2004, o então ministro da Educação, Tarso Genro, encomendou um trabalho ao Inep sobre a pertinência de criar um programa de formação dirigida ao gestor. A iniciativa resultou no projeto experimental Escola de Gestores, do Ministério da Educação (MEC), que segundo Lia Scholze, uma de suas idealizadoras, foi uma experiência ao mesmo tempo nova e inusitada. "O MEC nunca havia feito nada parecido. O projeto piloto envolveu diretores na elaboração do currículo e utilizou a tecnologia nos módulos a distância", conta.
Conforme a educadora, o planejamento do programa incluía ações de curto, médio e longo prazos a serem tomadas em cada escola. Ao fim do curso, os resultados foram apresentados on-line. "Diretores que nem sequer sabiam entrar na internet aprenderam a usar a tecnologia a favor da gestão, estabelecendo uma rede de comunicação em municípios espalhados pelo Brasil", destaca.
Foto: Marcelo Casal Junior/Abr
Maria Auxiliadora Rezende, secretária de Educação do Tocantins e presidente do Consed
"A escola é gestora de recursos públicos e humanos, indicadores, licenciamentos... Não dá para ser gestor tendo sido apenas um bom professor."
A presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed) e secretária do Tocantins, Maria Auxiliadora Rezende, atenta para o fato de que o diretor hoje é chamado a lidar com muitas variáveis: "A escola é gestora de recursos públicos, recursos humanos, indicadores, licenciamentos... Não dá para ser gestor tendo sido apenas um bom professor", reflete.
Segundo Maria Auxiliadora, que também dirige o Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares (Progestão), existem conhecimentos específicos que devem ser contemplados, tornando o profissional de Educação apto, de fato, a gerir uma escola. "São saberes como liderança, capacidade de lidar com a diversidade, com o coletivo, ter metas e diretrizes, mesclar a dimensão pedagógica e a dimensão administrativa da gestão sem se transformar num burocrata e focar todas as ações para que a aprendizagem aconteça dentro da escola."
O Progestão já formou mais de 100 mil gestores, em mais de 20 estados. Três quartos das 270 horas/aula são ministradas a distância. São nove módulos, baseados em preceitos como a gestão democrática da escola pública, a participação da comunidade na elaboração do projeto pedagógico, a oferta de conteúdos comuns entre os diferentes municípios (para assegurar unidade e padrão de qualidade, respeitando as especificidades de cada escola) e a utilização das competências empíricas dos gestores.
Características básicas
Para Bernardete Gatti, existem três características imprescindíveis para o bom diretor, independentemente de ele passar por uma formação continuada ou não. A primeira, quase elementar, é a noção do sistema escolar. "É fundamental, para estabelecer as ligações necessárias com os professores, inserir a escola na comunidade, conhecer a rede, o município, a região e as exigências próprias do sistema", diz. Outros traços essenciais para obter sucesso no cargo dizem respeito à capacidade de relacionamento com públicos estratégicos numa instituição de ensino. "O gestor deve ter espírito de equipe para articular as diferentes partes da escola e distribuir funções", ressalta Bernardete. "Por último, é fundamental a capacidade de se relacionar com a comunidade do entorno."
A formação de uma equipe colaborativa, a construção de conhecimento sobre gestão e a articulação com a comunidade formam o tripé que baliza o projeto Comunidade de Gestores do Programa Escola que Vale, parceria entre a Fundação Vale do Rio Doce e o Centro de Documentação para Ação Comunitária (Cedac). Totalmente presencial e com o propósito de formar não só diretores mas também formadores, o programa ganhou amplitude justamente graças a uma dificuldade encontrada inicialmente.
Foto: Marcos Lima
Tereza Perez, diretora do Cedac
"Começamos a trabalhar com os diretores quando nos demos conta de que o trabalho só com os professores não era suficiente."
O Escola que Vale se voltava exclusivamente para professores, mas, sem o envolvimento dos gestores, era muito difícil promover melhorias efetivas nas escolas. "Começamos a trabalhar com os diretores quando nos demos conta de que o trabalho só com os professores não era suficiente", explica a diretora do Cedac, Tereza Perez. "As mudanças que os docentes queriam fazer nas escolas dependiam do envolvimento de supervisores, de diretores e das Secretarias de Educação. Os professores eram tolhidos, boicotados. A escola não acolhia as novas ações, não atendia ao que estava sendo proposto."
Assim, lembra Tereza, nasceu a proposta de um programa mais amplo. "Como a equipe que desenvolvia o trabalho não tinha repertório em gestão, surgiu a idéia de capacitar formadores. Os próprios diretores seriam as pessoas mais indicadas para replicar o trabalho com os colegas de sua rede."
Por meio dos formadores, as ações planejadas por um só diretor são refletidas em todo o município. A cada encontro, a coordenadora regional do programa, Maria Maura Barbosa, faz o seguinte cálculo: soma o número de formadores presentes na sala, multiplica pelo número de escolas que cada um deles representa e multiplica de novo pelo número de alunos de cada escola. O resultado é invariavelmente volumoso: de 50 a 70 mil alunos são afetados pelas ações planejadas nos encontros.
Desde 2005, a Comunidade de Gestores do Escola que Vale realizou 324 horas/aula, em 36 encontros presenciais, que resultaram em melhorias físicas consideráveis nas escolas, bem como no atendimento aos alunos. Os resultados são vivenciados em cada realidade escolar. As mudanças mais impactantes mostram resultados quase imediatos. As ações de longo prazo se revelam aos poucos.
Para os especialistas, quando a engrenagem funciona bem, a escola não depende tanto do diretor para alcançar bons resultados. Assim, uma vez concluído o mandato dele, o impacto da troca de comando não deve ser grande. Aliás, mudança é uma palavra que deve fazer parte do dia-a-dia de uma instituição de ensino. Afinal, estar aberto às transformações impostas pelo mundo exterior é uma condição fundamental para o sucesso. "Por mais que as questões básicas estejam asseguradas, sempre haverá novas demandas", diz Tereza Perez. Para ela, a formação de gestores é um trabalho sem fim: "A escola sempre pode melhorar".
O processo de escolha
Existe mais de um caminho para a sala da diretoria. Quando o assunto é a melhor maneira de escolher o gestor, falta consenso e sobra polêmica. Há os defensores da eleição direta, os que acreditam que os concursos garantem a seleção dos mais bem preparados e ainda os que apóiam a indicação política para o cargo.
O acesso ao cargo (em %)
Fonte: Secretaria de Educação Básica/2003
Fernando Almeida, ex-secretário municipal da Educação de São Paulo, é categórico: o método é o fator de menor importância na discussão. "O diretor precisa ter clareza de que o projeto pedagógico de uma escola não é uma invenção, mas uma peça essencial, colocada no meio de um plano municipal de Educação, que por sua vez está no interior de um plano estadual e de um plano nacional", argumenta. "Na existência de uma política educacional sólida - e políticas são idéias de longo prazo -, se o diretor foi eleito, concursado ou nomeado, não faz muita diferença."
Já Luiz Fernando Dourado, da Universidade Federal de Goiás, embora concorde que a democratização da Educação seja um processo muito mais abrangente que o método de escolha do diretor, é um defensor da eleição direta. "Não se democratiza a escola por um só mecanismo. A eleição direta, bem como a existência do conselho e do grêmio escolares, faz parte desse processo de democratização", comenta Dourado.
Concursada, Lisete Arelaro, uma experiente diretora de escola pública em São Paulo, defende a eleição. "No concurso, se escolhe a escola por conveniência e não por concordar com seu caráter pedagógico". Lisete sugere que o professor seja o cargo-base do educador, podendo ser diretor durante um tempo e retornando mais tarde às funções docentes. O que, admite, não é possível devido à diferença salarial: "Ganha-se muito mais sendo diretor do que professor, por isso, muitos bons professores se tornam gestores. Não é por vocação, mas por remuneração".
Almeida diz que todas as formas de escolha têm prós e contras. "A eleição representa a vontade da maioria, mas nem sempre o eleito é o mais competente. Às vezes, ele é só o mais simpático."
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Sugstão de filmes para diretores de escola. (Revista Nova Escola).
INSPIRAÇÃO
Dos diretores de cinema para os de escola
Pensar na gestão de uma instituição não requer isolamento e porta de gabinete fechada. A seguir, sugerimos uma lista de filmes com conteúdo propício à reflexão, para ser vistos em hora de folga ou com a equipe no trabalho
Bagdá Café
Alemanha e EUA, 1987, Paris Filmes, tel. (11) 3879-9799
Everett Collection/Keystone
Depois de brigar com o marido e abandoná-lo na estrada, uma turista alemã caminha pelo deserto até chegar ao café que dá nome ao filme. Recebida com aspereza pela dona do local, que acabou de expulsar o cônjuge de casa, aos poucos a viajante conquista a simpatia de todos, ajudando a transformar o ambiente. O filme ajuda a entender a construção de grupos e a contribuição do olhar de quem chega, sem invadir o espaço do outro.
De: mellist
Patch Adams, o Amor É Contagioso
EUA, 1998, Universal Pictures, tel. (11) 2105-1234
Everett Collection/Keystone
Após tentar o suicídio, um homem voluntariamente se interna em um sanatório. Ao ajudar outros pacientes, descobre sua vocação e vai fazer o curso de medicina. Seus métodos nada convencionais causam espanto, mas acabam recebendo a adesão geral. A exceção é o reitor, que quer impedi-lo de clinicar. A obra discute a importância da identidade e do acolhimento, bem como as diferentes concepções e atuações dentro de uma equipe.
De: SnapeSoul
Ser e Ter
França, 2002, Mais Filmes, tel. (11) 3266-5767
Everett Collection/Keystone
Documentário que mostra um vilarejo em que todas as crianças têm aula com um único professor, reponsável por acompanhá-las desde o jardim-de-infância até o fim do Ensino Básico. Sensível retrato da transição de alunos do universo familiar para um ambiente em que o que conta é a individualidade. Bom ponto de partida para discutir a importância da diversidade e ver como se estabelecem vínculos com o grupo.
De: fransefilms
Balzac e a Costureirinha Chinesa
China e França, 2002, Art Films, tel. (21) 2210-1371
Everett Collection/Keystone
Durante a Revolução Chinesa, dois jovens universitários de Pequim são enviados para o interior para a reeducação cultural. Em meio a lindas paisagens, eles trabalham a terra, sofrem com o chefe local e conhecem uma doce costureira, por quem se apaixonam. Os três vão desafiar as duras regras do regime ao ler livros ocidentais de grandes autores, como Honoré de Balzac. Mostra a leitura e o conhecimento como agentes humanizadores e libertadores na vida das pessoas.
De: pralini
Escritores da Liberdade
EUA, 2007, Paramount Pictures do Brasil, tel. (21) 2210-2400
Everett Collection/Keystone
Uma jovem professora, que leciona numa pequena escola de um bairro periférico nos Estados Unidos, ensina a seus alunos os valores da tolerância e da disciplina. Por meio de relatos de guerra, ela acaba realizando uma reforma educacional em toda a comunidade. Filme riquíssimo para refletir sobre a organização do trabalho num sistema de ensino, o caráter humanizador da escrita, os rituais de acolhimento da professora em relação aos alunos e o papel do diretor.
De: PolonesTattoos
Nenhum a Menos
China, 1999, Columbia Pictures, tel. (11) 5503-9871
Everett Collection/Keystone
Adolescente de 13 anos é escolhida para substituir um professor do primário. Ela é alertada para não permitir nenhum abandono e, quase da mesma idade de seus alunos, se preocupa mais com a evasão do que com a aprendizagem. Em meio à pobreza generalizada, uma criança deixa a escola para procurar emprego na cidade, mas a professora decide ir buscá-la. Indicado para discutir a responsabilidade do educador por todos os alunos e a constituição de um grupo em busca de um ideal comum.
De: CrowLord13
Narradores de Javé
Brasil, 2003, Lumière e Riofilme, tel. (21) 2132-3200
Divulgação
A rotina dos habitantes de um vilarejo é abruptamente mudada com o anúncio de que a região vai ser inundada para a construção de uma hidrelétrica. Para impedir a destruição, a comunidade decide preparar um documento contando sua história, para preservá-la. O primeiro desafio é escrever a obra, já que quase todos são analfabetos. Reflexão sobre a tradição oral e escrita e a importância do registro como forma de legitimar e materializar a história de um povo ou lugar.
Fontes: Revista Nova Escola. YouTube.
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PROJETO PEDAGÓGICO
Índice do especial Gestão Escolar
PROJETO PEDAGÓGICO
A grande articulação
É papel do diretor coordenar toda a equipe na condução do programa educativo. Veja aqui respostas para oito dúvidas comuns nesse processo
Thais Gurgel
Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), em 1996, toda escola precisa ter um Projeto Político Pedagógico (ou simplesmente projeto pedagógico). Esse documento deve explicitar as características que gestores, professores, funcionários, pais e alunos pretendem construir em sua escola e qual formação querem para quem ali estuda. Tudo definido, preto no branco. Elaborar um plano pode ajudar a equipe escolar e a comunidade a enxergar como transformar sua realidade cotidiana em algo melhor. A outra possibilidade - que costuma ser bem mais comum do que se gostaria - é que sua elaboração não signifique nada além de um papel guardado na gaveta.
Se bem formatado, porém, o próprio processo de construção do documento gera mudanças no modo de agir. Quando todos enxergam de forma clara qual é o foco de trabalho da instituição e participam de seu processo de determinação, viram verdadeiros parceiros da gestão.
O processo de elaboração e implantação do projeto pedagógico é complexo e dúvidas sempre aparecem no meio do caminho. A seguir, respondemos às oito mais comuns e mostramos alguns exemplos de instituições de ensino em que seu desenvolvimento representou um salto de qualidade. Assim, você pode verificar como andam seus conhecimentos sobre o assunto e rever o projeto pedagógico em sua escola.
Passaporte da virada
Foto: Ricardo Benichio
Novo projeto pedagógico em Jundiaí: jornais murais nos corredores da escola Prof. André Franco Montoro com as principais notícias do dia estimulam a leitura
Até 1998, o CEMEJA Prof. Dr. André Franco Montoro, em Jundiaí, na Grande São Paulo, seguia o padrão do ensino "supletivo": o aluno tinha de fazer a prova de cada um dos módulos de todas as disciplinas, não importando os conhecimentos já adquiridos. O resultado era o aumento constante dos índices de evasão. Sob o comando da diretora Kátia Carletti, a equipe docente partiu para uma verdadeira revolução em seus tempos e espaços de ensino e aprendizagem. A base foi um novo projeto pedagógico, feito após uma pesquisa sobre as necessidades dos estudantes. "Se o aluno encontra barreiras, ele se desestimula e desiste de estudar", diz Kátia. O sistema de módulos foi extinto e todo o material didático utilizado passou a ter elaboração própria. A bateria de provas foi trocada por outras formas de avaliação e criou-se o "passaporte" - em que os professores registram os avanços de cada estudante e sua freqüência nas diferentes atividades oferecidas. Os alunos passaram a receber atendimento individual para tirar dúvidas de acordo com sua disponibilidade. Como uma das bandeiras da escola é o incentivo à leitura, ela está presente tanto nos corredores, em jornais murais, como nas salas de aula, em leituras feitas pelos professores.
1 Em que contexto histórico surge o projeto pedagógico?
Na década de 1980, o mundo mergulhou numa crise de organização institucional, quando se passou a questionar o modelo de Estado intervencionista - que determinava o funcionamento de todos os órgãos públicos, inclusive a escola. Nesse contexto internacional, o Brasil vivia o movimento de democratização, após um longo período de ditadura. Durante o governo militar, a centralização e a planificação eram criticadas e, na elaboração da Constituição de 1988, o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (que congregava entidades sindicais, acadêmicas e da sociedade civil) foi um dos grandes batalhadores pela "gestão democrática do ensino público", um conceito que pretendia ser uma alternativa ao planejamento centralizador estatal. Outro aspecto importante é que nessa mesma época a escola brasileira passou a incluir em seus bancos populações antes excluídas do sistema público de ensino. Ela ficou, assim, mais diversa e teve de adequar suas práticas à nova realidade. A instituição de um projeto pedagógico surgiu como um importante instrumento para fazê-lo.
2 Qual é a relação do global e do local com o plano?
No modelo vigente durante a ditadura, o que se ensinava e aprendia nas escolas era decidido quase exclusivamente pelo governo militar. A Educação era organizada com base em determinações do poder central, em que os conteúdos eram tratados de maneira hegemônica e as instâncias locais (ou seja, as escolas) ficavam numa posição de "passividade". Com a instituição do projeto pedagógico, a realidade local passou a funcionar como "chave de entrada" para a abordagem de temas e conteúdos propostos no currículo e relevantes na atualidade. O plano, por outro lado, deve prever que a escola conecte seus alunos com as discussões globais de seu tempo, reencontrando sua importância cultural na comunidade.
3 O que o bom projeto pedagógico deve conter?
Alguns aspectos básicos devem estar presentes na elaboração do projeto pedagógico de qualquer escola. Antes de mais nada, é preciso que todos conheçam bem a realidade da comunidade em que se inserem para, em seguida, estabelecer o plano de intenções - um pano de fundo para o desenvolvimento da proposta. Na prática, a comunidade escolar deve começar respondendo à seguinte questão: por que e para que existe esse espaço educativo? Tendo isso claro para todos, é preciso olhar para os outros três braços do projeto. São eles:
- A proposta curricular - Estabelecer o que e como se ensina, as formas de avaliação da aprendizagem, a organização do tempo e o uso do espaço na escola, entre outros pontos.
- A formação dos professores - A maneira como a equipe vai se organizar para cumprir as necessidades originadas pelas intenções educativas.
- A gestão administrativa - Viabiliza o que for necessário para que os demais pontos funcionem dentro da construção da "escola que se quer".
Assim, é importante que o projeto preveja aspectos relativos aos valores que se deseja instituir na escola, ao currículo e à organização, relacionando o que se propõe na teoria com a forma de fazê-lo na prática - prevendo prazos para tal. Além disso, um mecanismo de avaliação de processos deve ser criado, revendo as estratégias estabelecidas para uma eventual reelaboração de metas e ideais.
Indo além, o projeto tem como desafio transformar o papel da escola na comunidade. Em vez de só atender às demandas da população - sejam elas atitudinais ou conteudistas - e aos preceitos e às metas de aprendizagem colocados pelo governo, ela passa a sugerir aos alunos uma maneira de "ler" o mundo.
4 Quem deve elaborá-lo e como deve ser esse processo?
A elaboração do projeto pedagógico deve ser pautada em estratégias que dêem voz a todos os atores da comunidade escolar: funcionários, pais, professores e alunos. Essa mobilização é tarefa, por excelência, do diretor. Não existe uma única forma de orientar esse processo. Ele pode se dar no Conselho Escolar, em que os diferentes segmentos da comunidade estão representados, mas também pode ser conduzido de outras maneiras - como a participação individual, grupal ou plenária. A finalização do documento também deve ocorrer de forma democrática - embora alguém ou um grupo possa se responsabilizar pela redação - para que todos os atores se identifiquem com ele e possam sugerir alterações e acréscimos. É importante garantir que o projeto tenha metas e estabeleça propostas permanentes para médio e longo prazos (esses itens devem ser decididos com muito cuidado, já que precisam ser válidos por mais tempo).
Mudança à portuguesa
Foto: Tatiana Cardeal
Professores trabalhando em grupo: a mobilização deu origem a uma nova proposta pedagógica e impactou a aprendizagem dos alunos na EM Pres. Campos Sales, em São Paulo
Um grupo de professores bateu à porta do diretor da EM Pres. Campos Sales, na favela de Heliópolis, em São Paulo, com uma queixa: eles achavam que as salas de aula não funcionavam como espaço de aprendizagem. Insatisfeito em ver as crianças freqüentemente ociosas devido às faltas dos docentes, Braz Rodrigues Nogueira imediatamente concordou com a crítica e topou o desafio. A partir daí, todos começaram a discutir uma nova proposta pedagógica para a escola. "Até então, o que imperava era a 'pedagogia da maçaneta', em que a porta fechada impedia qualquer troca entre os professores e a melhoria daqueles que apresentavam deficiências", conta Nogueira. Assim, o grupo começou a se aproximar da experiência da Escola da Ponte, em Portugal, pesquisando soluções para a própria realidade. A proposta acordada pela equipe era que professores e alunos se beneficiassem com trabalhos em grupo, o que culminou na reestruturação física da instituição. Agora, ela tem salas amplas para receber classes maiores e, assim como na escola portuguesa, as crianças contam com um roteiro de estudos que é acompanhado de perto pelos professores. "A comunidade abraçou a proposta também porque percebeu que seus filhos passaram a estudar mais", diz o diretor. "Mas encontramos ainda muita dificuldade com os professores novos, que trabalham num sistema ao qual não estão acostumados."
5 O projeto pedagógico deve ser revisado? Quando?
Sim, ele deve ser revisto anualmente, ou mesmo antes desse período, se a comunidade escolar sentir tal necessidade. É importante fazer uma avaliação periódica das metas e dos prazos para ajustá-los conforme o resultado obtido pelos estudantes - que pode ficar além ou aquém do previsto. As estratégias utilizadas para promover a aprendizagem fracassaram? Os tempos foram curtos ou inadequados à realidade local? É possível ser mais ambicioso? A revisão é importante também para fazer um diagnóstico de como a instituição está avançando no processo de transformação da realidade. Além disso, o plano deve incluir os conhecimentos adquiridos nas formações permanentes, revendo as concepções anteriores e eventualmente modificando-as.
6 Como atuar ao longo de sua elaboração e prática?
O diretor deve garantir que o processo de criação do projeto pedagógico seja democrático, da elaboração à implementação, prevendo espaço para seu questionamento por parte da comunidade escolar. O gestor é a figura que articula os diferentes braços operacionais e conceituais em relação ao plano de intenções, a base conceitual do documento. É quem deve antecipar os recursos a serem mobilizados para alcançar o objetivo comum. Para sua implantação, ele também cuida para que projetos institucionais que se estendam a toda a comunidade escolar - como incentivo à leitura ou proteção ambiental - não se percam com a chegada de novos planos, mantendo o foco nos objetivos mais amplos previstos anteriormente. Além disso, é ele quem garante que haja a homologia nos processos, ou seja, que os preceitos abordados no "plano de intenções" não se dêem só na relação professor/aluno, mas se estendam a todas as áreas. Por exemplo: se ficou combinado que a troca de informações entre pares colabora para o processo de aprendizagem e é positiva como um todo, a organização dos espaços da escola deve propiciar as interações, a relação com os pais tem de valorizar o encontro entre eles, as propostas pedagógicas precisam prever discussões em grupo etc.
7 O projeto pedagógico precisa conter questões atitudinais?
Sim, há uma função socializadora inerente à escola e ela é difusora de valores e atitudes, quer tenha consciência disso ou não. As instituições de ensino não são entidades alheias às dinâmicas sociais e é importante que tenham propostas em relação aos temas relevantes do lado de fora de seus muros - já que eles se reproduzem também em seu interior. O que não se pode determinar no projeto pedagógico são respostas a essas perguntas que a própria sociedade se coloca. Como resolver a questão da violência, da gravidez precoce, do consumismo, das drogas, do preconceito? Diferentemente do que propunha o modelo do Estado centralizador, não há uma só resposta para cada uma dessas perguntas. O maior valor a ser trabalhado nas escolas talvez seja o de desenvolver uma postura crítica.
8 Quais são as maiores dificuldades na montagem do projeto?
É muito comum que o plano de intenções - que deve ser o objetivo maior e o guia de todo o resto - não fique claro para os participantes e que isso só se perceba no decorrer de seu processo de implantação. Outro aspecto freqüente é que os meios e as estratégias para chegar aos objetivos do projeto pedagógico se confundam com ele mesmo - por exemplo, que a pontualidade nas reuniões ganhe mais importância e gere mais discussões do que o próprio andamento desses encontros. Um processo democrático traz situações de divergência para dentro da escola: os atores têm diferentes compreensões sobre o que é de interesse coletivo. Por isso, é preciso estabelecer um ambiente de respeito para dialogar e chegar a pontos de acordo na comunidade.
Outro ponto que gera problemas é a confusão com o Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) - que guia municípios e instituições a desenvolver objetivos e estratégias para melhorar o acesso, a permanência e os índices de aprendizagem das crianças.
Consultoria
- Nora Rut Krawczyk, professora de Sociologia da Educação na Universidade de Campinas
- Suzana Mesquita Moreira, coordenadora pedagógica e formadora de professores
- Gilda Cardoso de Araújo, coordenadora do curso de especialização em Gestão Escolar da Universidade Federal do Espírito Santo
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