segunda-feira, 22 de março de 2010

Resenha - Ensino fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo?



Abaixo a resenha (Ensino fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo?), e logo em seguida os sites pesquisados.

GORNI, Doralice A. Paranzini. Ensino Fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo? Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.15, n°54, p.67-80, jan./mar.2007

A implantação do Ensino Fundamental (EF) de 9 anos é uma altenativa para melhorar a qualidade da educação no país, e isso motivou a pesquisa e, em conseqüência, o artigo da Dra. em Educação e Professora Doralice Gorni: Ensino Fundamental de 9 anos: estamos preparados para implantá-lo?.

O artigo está organizado em duas seções. Na primeira, a autora aborda as “intenções” dela própria com a pesquisa e das propostas da Lei 11.274 (Brasil, 2006), que determinou a duração de 9 anos para o EF. Conforme a autora, a maneira como estas propostas chegam às escolas, como são analisadas e como são colocadas em prática produzirão, ou não, bons resultados. Ela considera o documento de orientações gerais desenvolvido adequado, mas questiona o prazo para implantação sem prévia verificação das condições das escolas.

Na seção seguinte, são detalhados a metodologia e os resultados da pesquisa coordenada pela Dra. Doralice e realizada por mestrandos da Universidade Estadual de Londrina, em 21 órgãos de ensino e escolas do Paraná. Com a investigação constatou-se que a referida Lei ainda é desconhecida em vários aspectos (algumas escolas, inclusive, ignoram totalmente o seu conteúdo) e que as propostas não foram suficientemente analisadas, nem mesmo nas escolas que pretendem colocá-las em prática no ano seguinte. A autora mostra desapontamento e inquietação com os resultados afirmando que “ainda não é o tempo certo”.

Os questionamentos de Doralice são relevantes e convidam à reflexão, pois são no mínimo instigantes. Suas considerações sobre a precocidade da implantação até 2010 são coerentes, e o fato de apresentar sugestões de melhora mostra seu comprometimento com a questão. Apesar de serem utilizados termos técnicos e linguagem formal, o artigo pode ser entendido por pessoas ligadas às áreas da Educação e serve como referencial para aprofundamento, devido às várias citações que a autora faz no decorrer do artigo.

Fonte(s):



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domingo, 21 de março de 2010

A diversidade (escola inclusiva nosso novo paradigma) esta indo a Escola


A diversidade (escola inclusiva nosso novo paradigma) esta indo a Escola, é um caminho sem volta. E aí meu caro professor ou futuro prefessor está se preparando, já esta preparado. (João C. Maria)
Para lidar com as questões abaixo.


I - Inclusão Social: o que é ?

II – Inclusão: por quê ?
III – Inclusão: como fazer?

Segue um texto sobre esta temática.

Inclusão social

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Inclusão social é um conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pela diferença de classe social, origem geográfica, educação, idade, existência de deficiência ou preconceitos raciais. Inclusão Social é oferecer aos mais necessitados oportunidades de acesso a bens e serviços, dentro de um sistema que beneficie a todos e não apenas aos mais aptos.


 Portadores de necessidades especiais no Brasil

A inclusão social orientou a elaboração de políticas e leis na criação de programas e serviços voltados ao atendimento das necessidades especiais de deficientes nos últimos 50 anos. Este parâmetro consiste em criar mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais comuns e, em caso de incapacidade por parte de alguns deles, criar-lhes sistemas especiais separados.
Tem sido prática comum deliberar e discutir acerca da inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência: mencionando direitos inerentes a uma deficiência específica, abrangendo todos os direitos de forma generalizada, embrulhando-os, sem maiores cuidados em mostrar detalhadamente estes.
Assim a sociedade modificará em suas estruturas e serviços oferecidos, abrindo espaços conforme as necessidades de adaptação específicas para cada pessoa com deficiência a serem capazes de interagir naturalmente na sociedade. Todavia, este parâmetro não promove a discriminação e a segregação na sociedade. A pessoa com deficiência passa a ser vista pelo seu potencial, suas habilidades e outras inteligências e aptidões.
Desta forma é proposto o paradigma da inclusão social. Este consiste em tornar toda a sociedade um lugar viável para a convivência entre pessoas de todos os tipos e inteligências na realização de seus direitos, necessidades e potencialidades.
Por este motivo, os inclusivistas (adeptos e defensores do processo de inclusão social) trabalham para mudar a sociedade, a estrutura dos seus sistemas sociais comuns e atitudes em todos os aspecto, tais como educação, trabalho, saúde, lazer.
Sobretudo, a inclusão social é uma questão de políticas públicas, pois cada política pública foi formulada e basicamente executada por decretos e leis, assim como em declarações e recomendações de âmbito internacional (como o Tratado de Madrid).
Por estas razões, surge a necessidade de uma atualização das diversas políticas sociais. Ora se sobrepondo em alguns pontos ora apresentando lacunas históricas, muitas das atuais linhas de ação estão em conflito ideológico com as novas situações, parecendo uma colcha de retalhos.
Existem hoje em todo mundo cerca de 500 milhões de pessoas com deficiência. De acordo com o Censo Demográfico de 2000 (IBGE), 25 milhões de brasileiros, 14,5 % da população, têm algum tipo de deficiência. São homens, mulheres, crianças e jovens que, em muitos casos, não têm assegurados seus direitos mais básicos: de ir e vir, de estudar, ao lazer. Se somarmos a estes números os familiares, amigos e profissionais da área, podemos concluir que uma importante fatia da população tem que lidar e também sofre com as dificuldades impostas ao deficiente.
É necessário mudar o prisma pelo qual são observados os direitos já ordenados e os que precisam ser acrescentados, substituindo totalmente o paradigma que até então é utilizado, até mesmo inconscientemente, em debates e deliberações.
A inclusão social, é um processo para a construção de um novo tipo de sociedade, através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos, aparelhos e utensílios mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, e portanto, também do próprio portador de necessidades especiais.
O processo de inclusão vem sendo aplicado em cada sistema social. Assim, existe a inclusão na educação, no lazer, no transporte, etc. Quando isto acontece, podemos falar em educação inclusiva, no lazer inclusivo, no transporte inclusivo e assim por diante. Uma outra forma de referência consiste em dizermos, por exemplo, educação para todos, lazer para todos, transporte para todos.
Quanto mais sistemas comuns da sociedade adotarem a inclusão mais cedo se completará a construção de uma verdadeira sociedade para todos – a sociedade inclusiva.

 Barreiras para a inclusão social

Em um mundo cheio de incertezas, o homem está sempre em busca de sua identidade e almeja se integrar à sociedade na qual está inserido. Há, no entanto, muitas barreiras para aqueles que são portadores de deficiência, em relação a este processo de inclusão. Geralmente, as pessoas com deficiência ficam à margem do convívio com grupos sociais, sendo privados de uma convivência cidadã. No Brasil, a Lei Federal n° 7853, de 24 de outubro1989, assegura os direitos básicos dos portadores de deficiência. Em seu artigo 8º constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa, quem: de
  1. Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência.
  2. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência.
  3. Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência.
  4. Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência.
Apesar de atualmente a maioria dos países apresentar alguma legislação que assegura os direitos de todos os cidadãos igualmente, poucas sociedades estão preparadas para exercer a inclusão social em plenitude. Pessoas com dificuldades de locomoção enfrentam barreiras para utilizar os transportes públicos e para ter acesso a prédios públicos, inclusive escolas e hospitais.
A necessidade de se construir uma sociedade democrática e inclusiva, onde todos tenham seu lugar é um consenso. Segundo especialistas, o Brasil é um dos países que tem uma das legislações mais avançadas sobre acessibilidade. O crédito vai, principalmente para a luta do movimento de pessoas com deficiência que compreenderam que a acessibilidade é um dos meios para se alcançar a inclusão social. O que deve ser feito já está previsto no Decreto Federal 5296/2004, conhecido como Lei de Acessibilidade, e em muitas outras normas. Mas a lei nem sempre é cumprida e, na realidade uma parte significativa da população ainda vive à margem.
Uma das reclamações mais comuns, por exemplo, é a falta de conscientização de quem usa o estacionamento destinado aos deficientes. Assegurar os direitos sociais da pessoa com deficiência, criando condições para promover sua autonomia, inclusão social e participação efetiva na sociedade deve ser uma luta diária e de cada um de nós.
Muitas pessoas e instituições estão trabalhando pela inclusão social e a informação é uma das grandes armas contra a discriminação.
Cláudia Werneck, idealizadora e presidente da Escola de Gente – Comunicação em Inclusão acredita que incluir não é simplesmente colocar para dentro quem está fora. “O conceito de inclusão nos ensina não a tolerar, respeitar ou entender a deficiência, mas sim a legitimá-la, como condição inerente ao ‘conjunto humanidade’. Uma sociedade inclusiva é aquela capaz de contemplar sempre, todas as condições humanas, encontrando meios para que cada cidadão, do mais privilegiado ao mais comprometido, exerça o direito de contribuir com seu melhor talento para o bem comum.”, analisa. A Escola de Gente nasceu em 2000 e trabalha para transformar a sociedade em um ambiente inclusivo, por meio de ações de direito e de comunicação.
Em países desenvolvidos é cada vez mais freqüente a presença na vida socialmente ativa de pessoas que antes eram excluídas e/ou marginalizadas. Por outro lado, nos países em desenvolvimento os avanços têm sido menos acentuados, parcialmente devido ao custo financeiro que determinadas mudanças exigem. No entanto, ao redor do mundo há atualmente uma mudança significativa na concepção de inclusão social.
Triste mundo, que veste quem está vestido e despe quem está nu

 Ver também

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sexta-feira, 19 de março de 2010

Indicação de livro do editor do blog. Jogos para Treinar o Cérebro - Desenvolvimento de Habilidades Cognitivas e Sociais



Indicação de livro do editor do blog. Jogos para Treinar o Cérebro - Desenvolvimento de Habilidades Cognitivas e Sociais

Autor(es) :   | Jorge Batllori |
Categoria(s) :   | Educação | Pedagogia |

Descrição:

O jogo é diversão e fonte de aprendizado, estimula o sujeito e facilita atitudes socializantes. Por meio de mais de cinqüenta divertidos jogos de lógica, raciocínio abstrato, matemática, atenção, solução de problemas da vida diária, linguagem, etc., Jogos para Treinar o Cérebro converte-se em um excelente instrumento didático.

Release:

O jogo é diversão e fonte de aprendizado, estimula o sujeito e facilita atitudes socializantes. Por meio de mais de cinqüenta divertidos jogos de lógica, raciocínio abstrato, matemática, atenção, solução de problemas da vida diária, linguagem, etc., Jogos para Treinar o Cérebro converte-se em um excelente instrumento didático.
Pensar, treinar o cérebro, não só não machuca como, ao contrário, é uma atividade que pode encher de satisfação a quem a ela se entregar. Comprovar que somos capazes de resolver um enigma, de achar a armadilha escondida em uma adivinhação, de construir uma coisa que parecia impossível com os meios que nos são dados, produz um prazer saudável, desconhecido por aqueles que nunca decidem colocar em andamento seu intelecto, algo que um indivíduo merece experimentar desde os primeiros anos de vida. Não se deve esquecer que a capacidade mental, da mesma forma que a força física, deve ser desenvolvida com o exercício. Cada indivíduo, de acordo com sua predisposição inicial, chegará mais ou menos longe nesse terreno, mas não há dúvida de que a pessoa mais bem dotada mentalmente dará muito menos de si, se nunca, ou em raras ocasiões, colocar em andamento seus mecanismos cognitivos.

É claro que, como qualquer outro exercício, não convém abusar do exercício intelectual. Os obssessivos mentais, que investem todo o seu tempo disponível com a matemática, o xadrez, a informática, ou outra atividade similar, não são um exemplo a ser imitado.

Com isso, tenta-se desenvolver nos alunos capacidades, conhecimentos, atitudes e habilidades cognitivas e sociais, tais como: favorecer a mobilidade, estimular a comunicação, ajudar a desenvolver a imaginação, facilitar a aquisição de novos conceitos, incentivar a diversão individual e em grupo, desenvolver a lógica e o sentido comum.

É possível, ainda, proporcionar experiências, explorar potencialidades e limitações, estimular a aceitação de hierarquias e o trabalho em equipe, incentivar a confiança e a comunicação, desenvolver habilidades manuais, estabelecer valores, ajudar no desenvolvimento físico e mental.

Não se trata de incluir na aula o mesmo jogo que a criança pratica em casa, na rua ou quando participa de acampamentos, mas sim de buscar jogos e atividades recreativas que sirvam para alcançar objetivos concretos de aprendizado, aquisição de novos conhecimentos, desenvolvimento de capacidades cognitivas e sociais, etc.

E o jogo não é fonte de aprendizado somente para a criança, mas também para os educadores (pais, professores, monitores, etc.). É um meio insuperável de conhecer a criança como ela é na realidade. Por meio do jogo a criança se manifesta espontaneamente, sem censura nem convenções, pois para ela o jogo é uma coisa tão séria e sagrada e fica tão interessada nele que se mostra como é, de forma que nos ajuda a elaborar novas estratégias.

Ao exercitar esses jogos, a criança estará mais aberta a abordar assuntos transversais do currículo, agilizar o raciocínio verbal, numérico, visual e abstrato, incentivar o respeito pelos outros e por suas culturas, buscar alternativas e estimular a aceitação de normas.
Este é um verdadeiro guia para educadores e pais aguçarem a mente de seus educandos.
 
Fonte:

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CINEMA NO FIM DE SEMANA

 

Drama

Um Sonho Possível (2009)

Um Sonho Possível

SINOPSE

O filme conta a história do jogador de futebol americano Michael Oher, um adolescente pobre que vive nas ruas até conhecer a personagem de Sandra Bullock, que o leva para casa para protegê-lo do frio.

FICHA DO FILME

  • Título original: The Blind Side
  • Diretor: John Lee Hancock
  • Elenco: Sandra Bullock, Kathy Bates, Quinton Aaron
  • Gênero: Drama
  • Duração: 128
  • Ano: 2009
  • Data da Estreia: 19/03/2010
  • Cor: Colorido
  • Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
  • País: EUA

Drama

Criação (2009)

Criação

SINOPSE

O naturalista Charles Darwin luta para encontrar um equilíbrio entre suas teorias revolucionárias sobre a evolução e seu relacionamento com a esposa religiosa, cuja fé entra em conflito com o seu trabalho.

FICHA DO FILME

  • Título original: Creation
  • Diretor: Jon Amiel
  • Elenco: Jennifer Connely, Paul Bettany, Jeremy Northam
  • Gênero: Drama
  • Duração: 108
  • Ano: 2009
  • Data da Estreia: 19/03/2010
  • Cor: Colorido
  • Classificação: Não recomendado para menores de 10 anos
  • País: Reino Unido

SINOPSE

O naturalista Charles Darwin luta para encontrar um equilíbrio entre suas teorias revolucionárias sobre a evolução e seu relacionamento com a esposa religiosa, cuja fé entra em conflito com o seu trabalho.

Aventura

O Livro de Eli (2010)

O Livro de Eli

SINOPSE

Num futuro pós-apocalítico, um homem solitário atravessa os Estados Unidos para proteger um livro que guarda os segredos da salvação da humanidade.

FICHA DO FILME

  • Título original: The Book of Eli
  • Diretor: Albert e Allen Hughes
  • Elenco: Denzel Washington, Mila Kunis, Gary Oldman
  • Gênero: Aventura
  • Duração: 118
  • Ano: 2010
  • Data da Estreia: 19/03/2010
  • Cor: Colorido
  • Classificação: Não recomendado para menores de 16 anos
  • País: EUA

Comédia

Soul Kitchen (2009)

Soul Kitchen

SINOPSE

Jovem chef resolve ir atrás de namorada na China e deixa seu restaurante nas mãos do irmão que cumpre pena em regime semi-aberto.

FICHA DO FILME

  • Título original: Soul Kitchen
  • Diretor: Fatih Akin
  • Elenco: Adam Bousdoukos, Moritz Bleibtreu
  • Gênero: Comédia
  • Duração: 99
  • Ano: 2009
  • Data da Estreia: 19/03/2010
  • Cor: Colorido
  • Classificação: Não recomendado para menores de 14 anos
  • País: Alemanha, Turquia

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no Ensino da Matemática



Uma reflexão sobre o uso de materiais concretos e jogos no Ensino da Matemática
 
Dario Fiorentini e
Maria Ângela Miorim
Docentes da Faculdade de Educação da UNICAMP

Publicado no Boletim SBEM-SP
Ano 4 - nº 7

As dificuldades encontradas por alunos e professores no processo ensino-aprendizagem da matemática são muitas e conhecidas. Por um lado, o aluno não consegue entender a matemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado nesta disciplina, ou então, mesmo que aprovado, sente dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido", em síntese, não consegue efetivamente ter acesso a esse saber de fundamental importÂncia.
O professor, por outro lado, consciente de que não consegue alcançar resultados satisfatórios junto a seus alunos e tendo dificuldades de, por si só, repensar satisfatoriamente seu fazer pedagógico procura novos elementos - muitas vezes, meras receitas de como ensinar determinados conteúdos - que, acredita, possam melhorar este quadro. Uma evidência disso é, positivamente, a participação cada vez mais crescente de professores nos encontros, conferências ou cursos.
São nestes eventos que percebemos o grande interesse dos professores pelos materiais didáticos e pelos jogos. As atividades programadas que discutem questões relativas a esse tema são as mais procuradas. As salas ficam repletas e os professores ficam maravilhados diante de um novo material ou de um jogo desconhecido. Parecem encontrar nos materiais a solução - a fórmula mágica- para os problemas que enfrentam no dia-a-dia da sala de aula.
O professor nem sempre tem clareza das razões fundamentais pelas quais os materiais ou jogos são importantes para o ensino-aprendizagem da matemática e, normalmente são necessários, e em que momento devem ser usados.
Geralmente costuma-se justificar a importÂncia desses elementos apenas pelo caráter "motivador" ou pelo fato de se ter "ouvido falar" que o ensino da matemática tem de partir do concreto ou, ainda, porque através deles as aulas ficam mais alegres e os alunos passam a gostar da matemática.
Entretanto, será que podemos afirmar que o material concreto ou jogos pedagógicos são realmente indispensáveis para que ocorra uma efetiva aprendizagem da matemática?
Pode parecer, a primeira vista, que todos concordem e respondam sim a pergunta. Mas isto não é verdade. Um exemplo de uma posição divergente é colocada por Carraher & Schilemann (1988), ao afirmarem, com base em suas pesquisas, que "não precisamos de objetos na sala de aula, mas de objetivos na sala de aula, mas de situações em que a resolução de um problema implique a utilização dos princípios lógico-matemáticos a serem ensinados" (p. 179). Isto porque o material "apesar de ser formado por objetivos, pode ser considerado como um conjunto de objetos 'abstratos' porque esses objetos existem apenas na escola, para a finalidade de ensino, e não tem qualquer conexão com o mundo da criança" (p. 180). Ou seja, para estes pesquisadores, o concreto para a criança não significa necessariamente os materiais manipulativos, mas as situações que a criança tem que enfrentar socialmente.
As colocações de Carraher & Schilemann nos servem de alerta: não podemos responder sim aquelas questões sem antes fazer uma reflexão mais profunda sobre o assunto.
Com efeito, sabemos que existem diferentes propostas de trabalho que possuem materiais com características muito próprias, e que os utilizam também de forma distinta e em momentos diferentes no processo ensino-aprendizagem.
Qual seria a razão para a existência desta diversidade?
Na verdade, por trás de cada material, se esconde uma visão de educação, de matemática, do homem e de mundo; ou seja, existe, subjacente ao material, uma proposta pedagógica que o justifica.
O avanço das discussões sobre o papel e a natureza da educação e o desenvolvimento da psicologia, ocorrida no seio das transformações sociais e políticas contribuíram historicamente para as teorias pedagógicas que justificam o uso na sala de aula de materiais "concretos" ou jogos fossem, ao longo dos anos, sofrendo modificações e tomando feições diversas.
Até o séc. XVI, por exemplo, acreditava-se que a capacidade de assimilação da criança era idêntica ã do adulto, apenas menos desenvolvida. A criança era considerada um adulto em miniatura. Por esta razão, o ensino deveria acontecer de forma a corrigir as deficiências ou defeitos da criança. Isto era feito através da transmissão do conhecimento. A aprendizagem do aluno era considerada passiva, consistindo basicamente em memorização de regras, formulas, procedimentos ou verdades localmente organizadas. Para o professor desta escola - cujo o papel era o de transmissor e expositor de um conteúdo pronto e acabado - o uso de materiais ou objetos era considerado pura perda de tempo, uma atividade que perturbava o silêncio ou a disciplina da classe. Os poucos que os aceitavam e utilizavam o faziam de maneira puramente demonstrativa, servindo apenas de auxiliar a exposição, a visualização e memorização do aluno. Exemplos disso são: o flanelógrafo, as réplicas grandes em madeira de figuras geométricas, desenhos ou cartazes fixados nas paredes... Em síntese, estas constituem as bases do chamado "Ensino Tradicional" que existe até hoje em muitas de nossas escolas.
Já no séc. XVII, este tipo de ensino era questionado. Comenius (1592-1671) considerado o pai da Didática, dizia em sua obra "Didática Magna" (1657) que "...ao invés de livros mortos, por que não podemos abrir o livro vivo da natureza? Devemos apresentar a juventude as próprias coisas, ao invés das suas sombras" (Ponce, p.127).
No séc. XVIII, Rousseau (1727 - 1778), ao considerar a Educação como um processo natural do desenvolvimento da criança, ao valorizar o jogo, o trabalho manual, a experiência direta das coisas, seria o percursor de uma nova concepção de escola. Uma escola que passa a valorizar os aspectos biológicos e psicológicos do aluno em desenvolvimento: o sentimento, o interesse, a espontaneidade, a criatividade e o processo de aprendizagem, as vezes priorizando estes aspectos em detrimento da aprendizagem dos conteúdos.
Ë no bojo dessa nova concepção de educação e de homem que surgem, primeiramente, as propostas de Pestalozzi (1746 - 1827) e de seu seguidor Froebel (1782 - 1852). Estes foram os pioneiros na configuração da "escola ativa". Pestalozzi acreditava que uma educação seria verdadeiramente educativa se proviesse da atividade dos jovens. Fundou um internato onde o currículo adotado dava ênfase à atividades dos alunos como canto, desenho, modelagem, jogos, excursões ao ar livre, manipulação de objetos onde as descrições deveriam preceder as definições; o conceito nascendo da experiência direta e das operações sobre as coisas [ 4, pp. 17 - 18].
Posteriormente, Montessori (1870 - 1952) e Decroly (1871 - 1932), inspirados em Pestalozzi iriam desenvolver uma didática especial (ativa) para a matemática.
A médica e educadora italiana, Maria Montessori, após experiências com crianças excepcionais, desenvolveria, no início deste século, vários materiais manipulativos destinados a aprendizagem da matemática. Estes materiais, com forte apelo a "percepção visual e tátil", foram posteriormente estendidos para o ensino de classes normais. Acreditava não haver aprendizado sem ação: "Nada deve ser dado a criança, no campo da matemática, sem primeiro apresentar-se a ela uma situação concreta que a leve a agir, a pensar, a experimentar, a descobrir, e daí, a mergulhar na abstração" (Azevedo, p. 27)
Entre seus materiais mais conhecidos destacamos: "material dourado", os "triÂngulos construtores" e os "cubos para composição e decomposição de binômios, trinômios".
Decroly, no entanto, não põe nada na mão da criança materiais para que ela construa mas sugere como ponto de partida fenômenos naturais (como o crescimento de uma planta ou a quantidade de chuva recolhida num determinado tempo, para por exemplo, introduzir medições e contagem). Ou seja, parte da observação global do fenômeno para, por análise, decompô-lo.
Castelnuovo (1970) denomina o método Decroly de "ativo - analítico" enquanto que o de Montessori de "ativo - sintético" (sintético porque construtivo). Em ambos os métodos falta, segundo Castelnuovo, uma "certa coisa" que conduz a criança à indução própria do matemático. é com base na teoria piageteana que aponta para outra direção: A idéia fundamental da ação é que ela seja reflexiva..."que o interesse da criança não seja atraído pelo objeto material em si ou pelo ente matemático, senão pelas operações sobre o objeto e seus entes. Operações que, naturalmente, serão primeiro de caráter manipulativo para depois interiorizar-se e posteriormente passar do concreto ao abstrato. Recorrer a ação, diz Piaget, não conduz de todo a um simples empirismo, ao contrário, prepara a dedução formal ulterior, desde que tenha presente que a ação, bem conduzida, pode ser operatória, e que a formalização mais adiantada o é também" [4, pp. 23-28].
Assim interpreta Castelnuovo, o 'concreto' deve ter uma dupla finalidade : "exercitar as faculdades sintéticas e analíticas da criança" ; sintética no sentido de permitir ao aluno construir o conceito a partir do concreto; analítica por que, nesse processo, a criança deve discernir no objeto aqueles elementos que constituem a globalização. Para isso o objeto tem de ser móvel, que possa sofrer uma transformação para que a criança possa identificar a operação - que é subjacente [4, pp. 82 - 91]
Resumindo, Castelnuovo defende que "o material deverá ser artificial e também ser transformável por continuidade" (p. 92). Isto porque recorrermos aos fenômenos naturais, como sugere Decroly, nele há sempre continuidade, porém, são limitados pela própria natureza e não nos levam a extrapolar, isto é, a idealizar o fenômeno por outro lado, podem conduzir ã idéia de infinito, porem lhes faltam o caráter de continuidade e do movimento (p. 92).
Para contrapor ao que acabamos de ver, gostaríamos de dizer algumas palavras sobre outra corrente psicológica: o behaviorismo, que também apresenta sua concepção de material, e principalmente, de jogo pedagógico. Segundo Skinner (1904), a aprendizagem é uma mudança de comportamento (desenvolvimento de habilidades ou mudanças de atitudes) que decorre como resposta a estímulos esternos, controlados por meio de reforços. A matemática, nesta perspectiva, é vista, muitas vezes, como um conjunto de técnicas, regras, fórmulas e algoritmos que os alunos tem de dominar para resolver os problemas que o mundo tecnológico apresenta.
Os Métodos de ensino enfatizam, além de técnicas de ensino como instrução programada (estudo através de fichas ou módulos instrucionais) o emprego de tecnologias modernas audiovisuais (retroprojetor, filmes, slides ...) ou mesmo computadores.
Os jogos pedagógicos, nesta tendência, seriam mais valorizados que os materiais concretos. Eles podem vir no início de um novo conteúdo com a finalidade de despertar o interesse da criança ou no final com o intuito de fixar a aprendizagem e reforçar o desenvolvimento de atitudes e habilidades.
Para Irene Albuquerque (1954) o jogo didático "..,serve para fixação ou treino da aprendizagem. é uma variedade de exercício que apresenta motivação em si mesma, pelo seu objetivo lúdico... Ao fim do jogo, a criança deve ter treinado algumas noções, tendo melhorado sua aprendizagem" (p. 33)
Veja também a importÂncia dada ao jogo na 'formação educativa' do aluno "... através do jogo ele deve treinar honestidade, companheirismo, atitude de simpatia ao vencedor ou ao vencido, respeito as regras estabelecidas, disciplina consciente, acato às decisões do juiz..." (Idem, p. 34)
Esta diversidade de concepções acerca dos materiais e jogos aponta para a necessidade de ampliar nossa reflexão.
Queremos dizer que, antes de optar por um material ou um jogo, devemos refletir sobre a nossa proposta político-pedagógica; sobre o papel histórico da escola, sobre o tipo de aluno que queremos formar, sobre qual matemática acreditamos ser importante para esse aluno.
O professor não pode subjugar sua metodologia de ensino a algum tipo de material porque ele é atraente ou lúdico. Nenhum material é válido por si só. Os materiais e seu emprego sempre devem, estar em segundo plano. A simples introdução de jogos ou atividades no ensino da matemática não garante uma melhor aprendizagem desta disciplina.
Ë freqüente vermos em alguns professores uma mistificação dos jogos ou materiais concretos. Até mesmo na Revista "Nova Escola" esta mistificação, pode ser percebida como mostra o seguinte fragmento: "Antes a matemática era o terror dos alunos. Hoje ... as crianças adoram porque se divertem brincando, ao mesmo tempo que aprendem sem decoreba e sem traumas..." Mariana Manzela (8 anos) confirma isto : "é a matéria que eu mais gosto porque tem muitos jogos" [ No.39, p. 16].
Ora, que outra função tem o ensino de matemática senão o ensino da matemática? Ë para cumprir esta tarefa fundamental que lançamos mão de todos os recursos que dispomos.
Ao aluno deve ser dado o direito de aprender. Não um 'aprender' mecÂnico, repetitivo, de fazer sem saber o que faz e por que faz. Muito menos um 'aprender' que se esvazia em brincadeiras. Mas um aprender significativo do qual o aluno participe raciocinando, compreendendo, reelaborando o saber historicamente produzido e superando, assim, sua visão ingênua, fragmentada e parcial da realidade.
O material ou o jogo pode ser fundamental para que isto ocorra. Neste sentido, o material mais adequado, nem sempre, será o visualmente mais bonito e nem o já construído. Muitas vezes, durante a construção de um material o aluno tem a oportunidade de aprender matemática de forma mais efetiva.
Em outro momentos, o mais importante não será o material, mas sim, a discussão e resolução de uma situação problema ligada ao contexto do aluno, ou ainda, à discussão e utilização de um raciocínio mais abstrato.
Bibliografias
1. ALBUQUERQUE, Irene de. Metodologia da Matemática. Rio de Janeiro : Ed. Conquista, 1953
2. AZEVEDO, Edith D. M. Apresentação do trabalho Montessoriano. In: Ver. de Educação & Matemática no. 3, 1979 (pp. 26 - 27)
3. CARRAHER, T. N. Na vida dez, na escola zero. São Paulo: Cortez, 1988.
4. CASTELNUOVO, E. Didática de la Matemática Moderna. México: Ed. Trillas, 1970
5. DIENNES, Z. P. Aprendizado moderno da matemática. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1970
6. PONCE, Aníbal. Educação e luta de classes. São Paulo: Cortez, 1985.
7. SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Cortez 1985.

 
Fonte: http://www.matematicahoje.com.br/telas/sala/didaticos/recursos_didaticos.asp?aux=C

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terça-feira, 16 de março de 2010

Questão técnica ou política?

REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 155
Questão técnica ou política?
Secretário estadual paulista culpa universidades por má formação docente. Representantes de USP e Unicamp desqualificam a crítica
 
Rubem Barros




Poucos são aqueles que discordam do fato de a formação docente ser um dos principais nós a serem desatados na educação brasileira. A forma de fazê-lo, no entanto, é uma das razões de acalorados embates entre gestores e educadores. Sobretudo em São Paulo, estado em que o tema está no centro da arena, que opõe, de um lado, o secretário de Educação local e ex-ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e, de outro, as universidades estaduais paulistas USP e Unicamp.

Desde que assumiu a secretaria paulista, em substituição a Maria Helena Guimarães, em abril do ano passado, Souza tem distribuído alfinetadas às duas universidades, sempre enfatizando que a formação ofertada em seus cursos de pedagogia e licenciaturas tem pouca ênfase na didática e uma excessiva preocupação teórica, embasada num ideário que não passa de "um marxismo de segunda ou terceira categoria". Os últimos lances da contenda vieram à tona no início do ano: a publicação, no dia 13 de janeiro, de uma carta de repúdio às afirmações do secretário, assinada pela coordenadora do curso de pedagogia da Unicamp (Márcia Malavasi), por sua antecessora (Ângela Soligo) e pelo diretor da Faculdade de Educação da mesma universidade (Sérgio Leite); e a admissão, por parte da secretaria estadual, de que terá de atribuir aulas a professores temporários reprovados no processo de seleção que a própria instituição promoveu. A seleção faz parte de um pacote de medidas, editadas em maio do ano passado, que prevê, além da seleção dos provisórios, a mudança no sistema de ingresso (com a obrigatoriedade de se cursar, durante quatro meses, a recém-criada Escola de Formação de Professores), a criação de duas novas jornadas de trabalho (de 40 e de 12 horas semanais) e de 50 mil novos cargos de professores efetivos.
Na carta, intitulada "Em defesa do curso de pedagogia da Unicamp", os professores acusam Souza de desconhecer os cursos de pedagogia das duas universidades e questionam a pretensa neutralidade ideológica de sua atuação. A reportagem tentou ouvir o secretário sobre o episódio e acerca de sua visão da formação, mas a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Educação alegou "problemas de agenda" para que ele não respondesse à revista. 
Visões divergentes
Além da evidente divisão de campos políticos dos quais fazem parte os principais protagonistas da dissensão - as universidades situam o secretário como um defensor ferrenho da presença das instituições privadas na educação; Souza, por sua vez, parece identificar as universidades com o PT, principal adversário de seu partido, o PSDB - o que está em jogo são visões diferentes de educação. E, consequentemente, de como deve ser a formação docente.
Para Sérgio Leite, diretor da Faculdade de Educação da Unicamp e um dos três signatários da carta, o secretário derrapa nos fatos ao querer atribuir à atuação das universidades públicas o fracasso da educação paulista. Isso porque essas universidades são responsáveis por menos de 20% da oferta de vagas na área de educação no ensino superior. "Isso [o baixo número de docentes formados por universidades públicas] é fruto de uma política adotada pelo Estado. Houve uma transferência ao ensino privado, para resolver o problema quantitativo, sem que houvesse preocupação com a qualidade", diz. De fato, em algumas disciplinas, como em matemática, uma das que apresentam maior carência de docentes, o percentual de professores formados em universidades públicas cai para menos de 10%.
Solicitada a informar os percentuais de professores da rede estadual formados por instituições públicas e privadas, assim como outros dados que dessem um perfil docente no estado, a Assessoria de Comunicação da Secretaria de Educação disse não poder fazer o levantamento, alegando que demandaria muito tempo.
Bom professor, boa escola?
José Sérgio Fonseca de Carvalho, presidente da Comissão permanente de licenciaturas que elaborou o Programa de Formação de Professores da Universidade de São Paulo, lançado em 2004, identifica uma falha analítica na avaliação da educação feita pela secretaria. "Há uma visão distorcida de que uma boa escola é o somatório de bons professores. O bom desempenho de uma escola não é apenas resultado do bom desempenho individual, mas sim de um bom desempenho institucional. Tanto que professores que não têm bom desempenho na rede pública, vão bem na rede privada."
Ou seja, apenas mirar o professor não vai resolver o problema. Sonia Penin, diretora da Faculdade de Educação da USP, concorda. Para ela, a Educação Básica brasileira é um fenômeno complexo e não se pode explicá-lo a partir de uma única variável. Carreira pouco atraente, questões políticas, a própria formação e fatores decorrentes da democratização da escola são alguns dos que, segundo a diretora, concorrem para essa complexidade.
Tanto USP como Unicamp ressaltam que têm priorizado uma visão mais institucional para os processos de estágio de seus estudantes. Inês Petrucci Rosa, coordenadora de licenciaturas da FE da Unicamp e coordenadora de graduação da licenciatura integrada em química e física da mesma unidade, explica que a faculdade tem buscado associar os estágios a projetos temáticos em três esferas: sala de aula, espaços escolares além da sala de aula e espaços extraescolares. Essas três esferas correspondentes a áreas de pesquisa de seus professores. Hoje, há 22 turmas de estágio na licenciatura, dos quais apenas 10% não contam com o acompanhamento de professores com títulos de doutor. Nesses casos, o acompanhamento é feito por doutorandos.
O modelo busca investir nas práticas de pesquisa associadas ao aprendizado docente, beneficiando aquilo que as universidades públicas destacam como um de seus grandes diferenciais. Atualmente, a faculdade mantém convênio com duas diretorias regionais de ensino e com a Prefeitura de Campinas. Nesses casos, há uma interlocução institucional feita por supervisores de escola, de um lado, e orientadores-pesquisadores de outro.
"O estágio dialoga com uma concepção que vai para além da questão da metodologia de ensino", diz a coordenadora. Como exemplo da ampliação do leque de questões que a pesquisa acoplada à prática docente traz aos novos professores, cita o seu próprio grupo de estudos, sobre a questão da interdisciplinaridade no ensino médio. Como se sabe, a ideia de interdisciplinaridade tem sido cada vez mais defendida em relação a essa etapa da educação. Há, inclusive, quem defenda no Conselho Nacional de Educação a adoção de professores polivalentes. Mas que consequências isso tem sobre a formação? Numa fase ainda preliminar da pesquisa, Inês avalia que não se tratará de "fazer uma fusão epistemológica". "As disciplinas escolares estão sob rasura, mas não serão apagadas. É mais uma questão de instalar definitivamente um trabalho coletivo", avalia.
Na Feusp, o direcionamento para estágios que se enquadrem em projetos de pesquisa é semelhante. A faculdade visa identificar um grupo de 50 a 70 escolas para onde possa encaminhar seus alunos, para que suas experiências representem uma continuidade em termos de objeto de análise. A tônica, como na Unicamp, é a de ver o estágio como uma prática profissional supervisionada, num diálogo entre base teórica e ação pedagógica.
Modelo de docente
No frigir dos ovos, os exemplos parecem levar de volta à questão de origem: onde está o problema da formação de professores, na falta de uma boa formação didática e no conhecimento do objeto ou na inconsciência e no despreparo para o exercício de uma função pública, que exige não só conhecimento das variadas realidades educacionais, mas também um senso de trabalho coletivo que transcende a qualificação pessoal?
Agente educacional
Sérgio Leite analisa a questão a partir do significado da introdução da Educação a Distância na formação docente. Coincidentemente, aliás, a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), a princípio uma iniciativa que seria tocada pelas três universidades estaduais paulistas, está até então primordialmente com a Unesp. "O que temos de explicitar é que tipo de professor queremos formar. Se for um professor para replicar respostas já prontas, a EAD pode dar conta. Mas, se pensarmos no professor como um agente educacional para formar um aluno crítico, não", diz Leite.
Fonseca de Carvalho acrescenta que um dos grandes empecilhos para o exercício da docência no estado é o excessivo número de regras e procedimentos previamente definidos, como as cartilhas implantadas pela ex-secretária Maria Helena e as avaliações padronizadas. "Querem que a universidade prepare os alunos para que eles tenham bom desempenho nas provas elaboradas pelo próprio governo", diz.
Um dos problemas da formação docente advém, segundo Sonia Penin, do fim do curso normal, de nível médio, com a edição da Lei de Diretrizes e Bases de 1996. Voltado à formação de professores da pré-escola e das primeiras séries do fundamental, esse curso tinha menos carga teórica. Com a mudança - e a consequente obrigatoriedade de curso superior para todos os professores - configurou-se um curso de pedagogia "superdimensionado em termos de objetivos", diz Penin. Assim, a formação para a docência mesclou-se com aquela voltada a gestores e pesquisadores.
De certa forma, o secretário Paulo Renato concorda com a premissa. Em debate com o ministro Fernando Haddad, no ano passado, afirmou: "As faculdades de Educação foram construídas para formar especialistas em educação, não têm vocação para formar professores de 1ª a 4ª série". A discordância, nesse caso, parece ficar por conta das soluções. Souza prefere uma formação mais técnica, pontual, voltada ao domínio didático. Penin e muitos educadores das universidades preferem alargar os conteúdos e tornar o curso mais denso, aliando fundamentos (sociológicos, históricos, psicológicos e filosóficos) à didática.
Contradição
Para reparar os problemas da formação, o governo paulista aposta na formação complementar de sua escola. Mas ela parece representar uma contradição: afinal, em 2007, quando o governo federal lançou o Projeto de Lei 7.569-A, que, entre outras medidas, dava à Capes a missão de "induzir e fomentar a formação inicial e continuada de profissionais de magistério, utilizando especialmente recursos e tecnologias de educação a distância", o ex-ministro tachou, em artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo a 25 de fevereiro daquele ano, a medida de "estatização da formação de professores" e seus conteúdos de "eivados de ideologia e da visão de mundo do Partido dos Trabalhadores". Agora, no governo do estado, a "liberdade acadêmica" antes defendida parece passível de uniformização. A visão técnica da formação, quer fazer crer, seria desprovida de ideologia.

Dimensões falhas
As universidades brasileiras, públicas e privadas, estão distantes da escola e a formação tem sido falha em suas três dimensões centrais (política, técnica e afetiva). É a opinião de Anna Helena Altenfelder, pesquisadora e gerente de projetos do Centro de Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), ONG que tem experiência conjunta com universidades públicas e particulares e governo no Estado de Goiás.
Para Anna Helena, a formação tem pecado nos três campos, pois muitos educadores mostram desconhecer as realidades em que vão atuar (dimensão política); deixam a desejar em relação ao domínio da didática e do objeto a ser ensinado (técnica) e não têm clareza sobre como as relações permeiam o processo de aprendizagem (afetiva).

"Historicamente, houve uma valorização maior de uma dessas dimensões em diferentes épocas. O desafio é ultrapassar as visões unidimensionais. Culpar o professor, porém, não resolve a questão. O problema não é individual, é do contexto social", defende. A saída é buscar ações integradas, como melhoria da infraestrutura, investimento na formação e maior participação dos professores na formulação de políticas.

Sem resposta
As perguntas de Educação que o secretário Paulo Renato Souza não respondeu:
» O que fundamenta sua afirmação de que o problema da formação, no âmbito das universidades estaduais paulistas, está relacionado à ênfase dada à função pública da docência (ou "a um marxismo de terceira categoria", segundo sua expressão) pelas faculdades de educação de USP e Unicamp?
» O problema está nas universidades públicas, que formam menos de 1/5 dos professores em atividade na rede estadual paulista ou 25% do total no Brasil, ou nas universidades privadas, que cresceram em proporção muito maior a partir dos anos 90?
» Qual o perfil de professor que deveríamos formar para atender às necessidades da Educação Básica em seus diversos níveis?
» Qual seria o tempo ideal para a formação inicial desse professor?
» O senhor é favorável à introdução de um processo de residência docente, similar ao que existe na medicina, em que os novos professores tenham suas primeiras experiências em sala de aula acompanhados de docentes mais tarimbados, com quem tivessem interlocução constante?
» Como o senhor vê a questão da necessidade de ensino, pesquisa e extensão serem indissociáveis em relação à formação docente?
» Em artigo no jornal Folha de S. Paulo, (pág. A3, em 28/01/2010), o senhor mencionou que 94 mil temporários foram aprovados em prova ministrada pela secretaria. Não faltou mencionar que outros 88 mil não atingiram a nota?
Como espera que a população reaja ao fato de a secretaria utilizar como temporários professores reprovados no exame que ela
própria ministrou?
» O governo de São Paulo vem apostando muitas fichas na formação a distância, via Univesp. Até que ponto essa formação pode substituir a formação inicial presencial, principalmente levando-se em conta que os alunos que postulam a docência na Educação Básica estão entre os mais mal formados de nossos estudantes?
» Os recursos destinados à formação docente em 2009 (R$ 90 milhões) correspondem a 0,4% do orçamento da educação (de R$ 22,3 bilhões). Em relação aos gastos efetivamente executados, esse índice cai para R$ 44 milhões, ou 0,19%. Não é muito pouco para um estado que, assumidamente, vê seus professores como despreparados para o exercício docente?

- Menos metas, mais compromisso
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Fonte: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12861 

 
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Enc: PALAVRA DO DIA (16/03/2010) – PIÁ



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Enviadas: Terça-feira, 16 de Março de 2010 1:19:04
Assunto: PALAVRA DO DIA (16/03/2010) – PIÁ

Semana de gírias e regionalismos

 

PALAVRA DO DIA – PIÁ

 

Piá é uma palavra originária do tupi-guarani e significa, na língua indígena, menino, índio jovem. No sul do Brasil, especialmente em Curitiba, é frequentemente usado como sinônimo de guri, garoto, moleque. O termo está presente na expressão "piá de prédio", típica dos curitibanos e que é empregada pejorativamente para se referir a jovens que são criados em condomínios fechados e são mimados pelos pais.

>> Definição do iDicionário Aulete:

(pi:á)

sm.

1. Bras. Etnog. Menino indígena ou mestiço de índio com branco; índio jovem, caboclinho.

2. Qualquer menino; FEDELHO; GAROTO; GURI [Esp. no PR e em sua capital.]

3. RS SC Qualquer menor, não branco, que trabalha como peão de estância.

4. Qualquer menino

[F.: Do tupi-guar. pï'a. Hom./Par.: piá (sm.), pia (sf., fl. de piar).]

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Nossos ancestrais tinham esse conhecimento. O ano era dividido em 13 meses.

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