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domingo, 16 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
Entrevistas e modelos de entrevistas (reais) com pedagogos empresariais.
Abaixo links de entrevistas e, roteiros de entrevistas com pedagogos empresariais. Muitas vezes é difícil você que vai fazer uma entrevista ( que seu curso de pedagogia ou especialização pede) ou bolar um roteiro, não é verdade. Com o material abaixo você terá, uma melhor noção.
http://rodrigosantos.com/arquivos/entrevista/entrevista_rs_fala_sobre_pedagogia_empresarial.pdf
http://maisdapedagogia.blogspot.com.br/2010/06/entrevista-pedagogo-empresarial.html
http://empresarialgesto.blogspot.com.br/2010/11/entrevista-com-pedagogo-empresarial.html
http://triodepedagogas.
http://triodepedagogas.blogspot.com.br/2010/06/entrevista-com-um-pedagoga-empresarial.html
http://www.ufpe.br/ce/images/Graduacao_pedagogia/pdf/2008.2/pedagogia%20empresarial%20o%20exerccio%20da%20pedagogia%20no%20processo%20d.pdf
http://www.unioeste.br/cursos/cascavel/pedagogia/eventos/2008/2/Artigo%2021.pdf
Obrigado pela visita, volte sempre.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
DISPRAXIA:[1]
natureza e intervenções na escola.
Joaquim de Paula Filho[2]
01-INTRODUÇÃO
A definição de dispraxia
e sua relação com o transtorno do desenvolvimento da coordenação ( TDC). São
consideradas a prevalência da dispraxia e possíveis fatores causais. Portanto, alguns
processos coadjuvantes associados: coordenação motora ampla e fina e
desenvolvimento perceptor-motor ( coordenação olho-mão, constância visual de
forma, posição espacial e relações espaciais). Ou seja, a identificação e a
avaliação da dispraxia, são mencionadas algumas das dificuldades referentes à
escrita manual, à educação física e às habilidades pessoais e sociais e são
apresentadas várias intervenções.
PALAVRAS: CHAVE
INCLUSÃO.
DISPRAXIA. INTERVENÇÃO. ESCOLA
02-IDENTIFICANDO A DISPRAXIA
Dispraxia é uma palavra grega que significa dificuldade (dys) de fazer ou
agir (praxia). Fazer não é simplesmente um ato que ocorre reflexivamente –
fazer requer um pensamento consciente para organizar e dirigir a ação
significativa. A dispraxia é um subtipo do TDC,
ou seja, TDC – é “um
comprometimento acentuado da coordenação motora” que “interfere
significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária. As
dificuldades de coordenação “não são devidas a uma condição médica geral” (American
Psychiatric Association, 2000, p. 56-57).
A dispraxia é definida nos seguintes termos:
·
É um comprometimento ou imaturidade da
organização do movimento;
·
A organização dos pensamentos e percepções é
afetada;
·
Às vezes, a organização da linguagemÉ é afetada;
·
As dificuldades não se devem a dificuldades
“globais” de aprendizagem, mas são específicas, e a maioria das pessoas com
dispraxia apresenta inteligência média.
·
Não há nenhum sinal neurológico clinicamente
evidente.
03-PREVALÊNCIA
As estimativas da prevalência de
dispraxia no Reino Unido variam muito. Uma possível interpretação para isso é
que a identificação e a avaliação não são seguras. São identificados mais
meninos do que meninas. As estimativas de
TDC variam de 6 a 22%, o que
se acredita depender do procedimento de avaliação e da experiência do avaliador
( Kirby e Drew, 2003, p. 52).
04-POSSÍVEIS FATORES CAUSAS
As causas da dispraxia não são totalmente conhecidas. Imagina-se que, em
algumas crianças, as células nervosas do córtex cerebral possuem “interconexões
reforçadas” (Portwood, 1999, p.10). Se os neurônios do cérebro não formam
conexões adequadas, isso sugere que a capacidade do cérebro para processar
informações fica mais lenta. Isso afeta
a capacidade da criança para integrar
informações sensoriais de diferentes sentidos, o desenvolvimento de um esquema corporal para
o planejamento motor pode ser afetado.
Outro fator possível é o nascimento pré-termor do bebê (Padsman et al.,
1998).
05-COORDENAÇÃO MOTORA AMPLA E FINA
Para desenvolver o controle motor, precisamos “compreender o
objetivo, formular um plano e depois
executar” (Dixon e Addy, 2004, p.14, grifos no original). Assim,
depende da interpretação correta das
informações do ambiente recebidas pelo sentidos. Ou seja, há três sistemas-chave
fornecem informações para ajudar a desenvolver movimentos coordenados e
controlados: os sistemas sensorial, proprioceptivo e vestibular.
06-DESENVOLVIMENTO PERCEPTO MOTOR
Os sistemas sensoriais, proprioceptivos e vestibulares influenciam a
percepção visual e auditiva. Entre os elementos inter-relacionados do
desenvolvimento perceptor-motor que são
atingidos estão a coordenação olho-mão
(coordenação visual-motora), a constância visual de forma, a posição espacial e
as relações espaciais. Entretanto, a constância visual envolve reconhecer objeto que talvez pareça diferente
( por exemplo, que está em uma posição diferente) de quando foi visto pela primeira vez ainda é
o mesmo objeto. Se uma criança com
dispraxia estiver recebendo informações incorretas sobre um objeto em virtude
de uma sensação tátil atenuada, ela não absorverá os importantes sinais táteis
sobre o objeto, e além do mais, em matemática, as colunas para cálculos podem
ser tão inconsistentes que provocarão erros, e as tarefas práticas envolvendo a
avaliação de distâncias serão árduas. De modo geral, atividades com atravessar
a rua com segurança serão problemáticas.
07-CARACTERÍSTICAS GERAIS NA IDENTIFICAÇÃO
E AVALIAÇÃO DA DISPRAXIA
O ideal é que vários profissionais, incluindo fisioterapeutas, terapeuta
ocupacional, fonoaudiólogo, quando houver implicações da linguagem, e psicólogo
educacional realizem a identificação e a avaliação da dispraxia. Todavia, a
criança tem uma dificuldade muito maior para subir ou descer escadas, aprende a
usar o banheiro de modo independente muito depois de seus pares e tem
dificuldade em manusear brinquedos e jogos que requerem destreza, como
quebra-cabeças.
Portanto, os alunos do ensino fundamental e ensino médio, as
características da dispraxia podem ficar
evidentes em várias matérias, como, por exemplo, artes, ciências, design e
tecnologia, ou seja, entre outras áreas em que a dispraxia cria desafios
especiais estão as relacionadas a escrita manual, atividades físicas e a
habilidade sociais e pessoais, como comer, usar o banheiro e vestir-se.
Para os alunos ( 6 a 11 anos ). A escrita manual pode ser complicada
pelas dificuldades de segurar o lápis ou posicionar as letras, ou seja, a má
posição no espaço pode prejudicar a
capacidade de desenhar objetos tridimensionais.
Uma adequada constância de forma é essencial, pois a parte central da
escrita manual envolve:
·
Reconhecer, identificar e distinguir formas e
tamanhos diferentes;
·
Reproduzir formas corretas, no formato e no
tamanho.
Assim, quando é
ensinada a escrever letras, ela tem maior facilidade para desenhá-las
adequadamente se for usado um papel com linhas. Convém que as letras sejam
ensinadas com traços de saída de ligação/integrais para ajudar a aprendizagem
da escrita cursiva.
08-EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
Para aluno com dispraxia, as atividades físicas em geral são
desafiadoras. Pode ser difícil saltar,
como ou sem uma corda. Andar de bicicleta é uma
tarefa complexa constantemente a informações visuais para pedalar bem.
Portanto, a criança com dispraxia, com suas dificuldades de coordenação, dificuldades
espaciais e julgamento deficiente da velocidade, esteja atrasa na habilidade de
aprender a andar de bicicleta. Na educação física, as dificuldades espaciais
criam problemas no uso de aparelhos. Dificuldades de avaliar distâncias e
velocidades tornam os jogos de bola muito desafiadores. No caso de alunos em
idade de ensino médio, algumas dificuldades de coordenação podem ser menos
perceptíveis, pois estão atravessando um período de desajeitamento, provocados
pelo estirão de crescimento adolescente.
09-(EPSSC) – EDUCAÇÃO PESSOAL, SOCIAL, DE
SAÚDE E CIDADANIA
Os alunos com dispraxia podem ficar frustrados, desmoralizados e ter sua
auto-estima diminuída devido às persistentes
dificuldades enfrentadas, pois
nem sempre são compreendidas
pelos outros. Na área de EPSSC, os
aspectos de habilidades pessoais e sociais criam dificuldades específicas para
os alunos com dispraxia.
Sessões de habilidades sociais para grupo de alunos com dispraxia depois
da escola têm bons efeitos (Dixon e
Addy, 2004, p. 126-137). Elas incluem, por exemplo, atividades para
incentivar maior auto-estima. Portanto, trocar
de roupa para aula de educação física em um tempo limitado é algo
desafiador. Alunos mais velhos, do ensino médio, podem continuar apresentando
uma aparência desalinhada, e as meninas
podem ter problemas para aplicar maquiagem com moderação.
10-PONTOS PARA PENSAR
O leitor pode
considerar:
·
Que treinamento a equipe recebeu com relação à
dispraxia;
·
Quão eficazmente a dispraxia é identificada e
avaliada nas escolas locais;
·
A variedade
de intervenções com as quais a
equipe se sente confiante;
·
A extensão em que as intervenções lidam com
dificuldades associadas/subja-centes e manifestações evidentes a dispraxia.
11-BIBLIOGRAFIA
Dixon, G. e Addy, L.M. Making
inclusion work for children with dyspraxia: practical Strategies for Teachers. Londres: RoutledgeFalmer, 2004.
Kirby, A. e Drew, S. Guide to
dyspraxia and developmental coordination disorders. Londres: David Fulton Publishers, 2003.
SKINNER, B.F. Conducta verbal. Trillas,
México, 1981.VIGOTSKY, Lev. El desarrollo de los procesos psíquicos superiores. Editorial Crítica, Barcelona, 1989.
_____________. Pensamiento y lenguaje. La Pléyade, Buenos Aires, 1977.
WALLON, Henri. Los orígenes del pensamiento en el niño. Ediciones Nueva Visión SAIC, Buenos Aires, 1976.
_____________. Del acto al pensamiento. Lautaro, Buenos Aires, 1947.
[1] É
uma disfunção motora neurológica que impede o cérebro de desempenhar os movimentos
corretamente. É a chamada “síndrome do desastrado”.
fonte: http://www.webartigos.com/artigos/dispraxia-natureza-e-intervencoes-na-escola/98256/
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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Indicação de leitura do editor do Blog: Laurentino Gomes 1808
1808 – Laurentino Gomes (uma resenha)
“Como uma
rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e
mudaram a História de Portugal e do Brasil”
Depois
de uma exaustiva pesquisa em fontes as mais diversas durante mais de 10
anos, Laurentino Gomes nos brinda com esta narração definitiva sobre a fuga
da Família Real Portuguesa para o Brasil, sob a escolta da Marinha
Britânica.
Antecedentes
Portugal
– uma das nações mais atrasadas da Europa em inícios do século XIX –
encontrava-se freqüentemente diante da possibilidade concreta, estimulada e
aconselhada por muitos a ter a sede de seu governo transferida para o
Brasil, colônia da qual se tornara totalmente dependente. A cada crise no
Continente Europeu a idéia se renova, mas somente a partir dos ecos da
Revolução Francesa, mais particularmente em seu período Napoleônico, a idéia
ganhou força e premência. Com maior vigor a partir de 1801 a idéia
freqüentemente era cogitada. No entanto o Príncipe Regente D. João era fraco
demais – inclusive fisicamente – medroso demais e indeciso demais para
adotar medida de tão graves monta e repercussão.
Os
monarcas “perdem a cabeça”
O Rei
Jorge III, da Inglaterra, tinha ataques constantes de demência, amplamente
relatados: trazia ao colo uma almofada que informava ser uma criança; criou
uma “Nova Teoria da Santíssima Trindade” incluindo a si mesmo e a um criado,
além de Deus; passava por vezes 3 dias sem dormir, tempo durante o qual
passava a maior parte do tempo falando sem parar – e poucos compreendiam bem
o que exatamente estava ele a dizer.
Em
Portugal, D. Maria I, a Rainha Mãe, informava ver o fantasma de seu pai com
freqüência, ensangüentado e clamando vingança; seus gritos – talvez a
palavra “urros” expresse melhor o volume em que se expressava durante os
ataques de demência – eram tão lancinantes que ela foi recolhida a um
convento, declarada demente e seu segundo filho, despreparado para assumir o
trono, D. João, foi nomeado Príncipe Regente.
Na
França e em outros pontos da Europa reis e rainhas eram decapitados. Como
bem o enfatiza Laurentino Gomes, “era um tempo em que os monarcas, literal e
metaforicamente, perdiam a cabeça”
Decisão
às pressas
Somente
quando pressionado pelo avanço das tropas napoleônicas do General Junot, em
fins de 1807 e pressionado pela Inglaterra, a decisão foi tomada de maneira
tão apressada e atabalhoada que muitos bens dos fugitivos para o Brasil
ficaram empilhados no cais: bagagem, livros da Real Biblioteca, prataria
saqueada de igrejas, etc. Além disso, as embarcações vieram todas apinhadas
de gente, sem os cuidados técnicos necessários a uma tão longa travessia
(levaria cerca de 3 meses para atravessar o Atlântico nas rústicas naus da
época): pelo menos dois navios sequer conseguiram zarpar e o suprimento dos
que zarparam no dia 29 de novembro de 1807 mal eram suficientes para 2 ou 3
semanas. Foi sem dúvida uma fuga apressada e decidida às pressas e, sem a
escolta britânica a prover quase tudo o que faltava, a viagem estaria fadada
a uma tragédia.
Napoleão Bonaparte
- imbatível durante 2 décadas - Gênio Militar e uma Força da Natureza
Travessia
conturbada e escala em Salvador
Enfrentando as saunas em que os navios selados da época se transformavam nos
Trópicos, com água e refeições racionadas, condições sanitárias
precaríssimas, a Corte e seus inúmeros lacaios e bajuladores – de ministros
a clérigos e oportunistas com suas numerosas famílias – penou 3 meses de céu
e mar. O escorbuto (falta de vitamina C) e outras moléstias ceifaram vidas,
uma infestação de piolhos obrigou a todos a raspar a cabeça, uma tormenta
provocou um desvio de rota que a muito custo foi retificada – sempre com o
apoio logístico da Marinha Britânica – e finalmente, a 22 de janeiro de 1808
os navios aportaram em Salvador.
Um fato
curioso é que a princesa Carlota Joaquina, suas filhas e damas da corte
desembarcaram com uns turbantes rústicos enrolados na cabeça para disfarçar
a calva a que foram reduzidas pela infestação de piolhos. As damas da
sociedade soteropolitana consideraram ser aquela uma moda européia e
aderiram com tal entusiasmo que até hoje as Baianas usam a indumentária...
A escala
em Salvador proporcionou momentos de repouso após viagem tão longa e penosa
e, aconselhado pelos seus ministros, D. João decidiu receber autoridades do
Norte-Nordeste Brasileiro para as esquisitas cerimônias de “beijão-mão”:
filas de fidalgos esperando a vez para oscular as extremidades dos braços do
Príncipe Regente – uma constante na vida de D. João, que exigia estas
demonstrações de fidelidade e submissão com regularidade enquanto governou.
Era preciso fortalecer os vínculos entre as províncias do Brasil colônia
que, aos poucos, viria a se transformar numa nação, sede do governo
português no exílio.
Um príncipe
indeciso, medroso, fraco que, no entanto, enganou Napoleão...
A chegada
ao Rio de Janeiro
No dia 7
de março de 1808 a esquadra de D. João chega à Baía de Guanabara, mas o
desembarque ocorre somente no dia seguinte. Os puxa-sacos que sempre cercam
esse tipo de acontecimento no Brasil prepararam uma recepção retumbante, com
muitos tiros de canhão, fogos de artifício e festas populares para saudar “a
chegada do primeiro monarca Europeu a terras americanas”.
Portugal
foi saqueada pelos fugitivos de Napoleão antes de embarcar para o Brasil,
mas mesmo assim os recursos eram insuficientes para sustentar uma das
maiores cortes que qualquer monarca da época ousava manter em torno de si.
Todos dependentes dos cofres governamentais e sequiosos de um enriquecimento
rápido por aqui para uma volta a Portugal à primeira oportunidade.
Casas
foram requisitadas pela coroa portuguesa que nelas colava cartazes com as
iniciais P.R. (casa requisitada pelo Príncipe Regente) que a irreverência
carioca rapidamente entendeu como “Ponha-se na Rua!” Os impostos foram
aumentados a níveis até então inusitados; nada comparável aos 40% que os
brasileiros pagam hoje para os mensaleiros e sanguessugas e portadores de
cartões corporativos de Lula da Silva, mas uma taxação severa para a época
e, tal qual hoje, todos desconfiavam que os impostos não seriam empregados
para o bem público e sim para o benefício privado dos dependentes do
governo.
Um
príncipe frouxo e uma princesa irascível: uma união com tudo para jamais dar
certo...
Medidas
progressistas
Uma vez
que a sede do governo português situava-se no Rio de Janeiro, foram
necessárias algumas medidas – muitas das quais adrede acertadas com a
Inglaterra pela “cortesia” da escolta – progressistas para a época, como a
Abertura dos Portos às Nações Amigas, decreto Régio de 28 de janeiro de
2008. “Nações Amigas” eram basicamente Portugal e a Inglaterra. Pelo acordo
acertado com antecedência, o Brasil seria o principal escoadouro do
excedente comercial britânico e a Inglaterra contava com benefícios
alfandegários ainda superiores aos dos portugueses. Em pouco tempo os cais
brasileiros estavam atulhados de coisa absolutamente inúteis para nosso
clima tropical: patins para gelo, aquecedores de colchões e outras
bugigangas caríssimas que muitos acabavam empregando em outras finalidades –
um viajante da época informa que percebeu uma maçaneta de uma casa modesta
modelada a partir de um patim para gelo, por exemplo...
Foi
necessário ainda criar um órgão para cunhar a moeda que circularia por aqui:
o Banco do Brasil. Como foi criado na base do compadrio e muita corrupção,
teve vida efêmera. Em 1820 teve seus cofres saqueados pela Família Real de
volta para Portugal, faliu e acabou sendo liquidado em 1829. Somente em
1835, já no governo de D. Pedro II o Banco do Brasil foi recriado.
Hábitos
esquisitos
Havia as
esquisitíssimas e regulares cerimônias de beija-mão, acima relatadas.
D. João
VI era gordo, flácido e devorador voraz de franguinhos que trazia fritos e
desossados nos bolsos de seus uniformes sempre sujos e engordurados. Não
conseguia caminhar a pé mais de alguns metros sem sentir extrema fadiga e
era, na mais completa acepção do termo, um dos homens mais fracos que já
governaram esta nação, mas, surpreendentemente, logrou ser o único a enganar
Napoleão Bonaparte e realizou um governo medianamente satisfatório.
Uma vez
encontrar-se já em situação de separação definitiva de corpos da princesa
Carlota Joaquina, o Autor Tobias Monteiro, apontado por Gomes na obra hora
em análise, informa que D. João mantinha relações homossexuais “de
conveniência”, particularmente com um de seus camareiros, Francisco Rufino
de Souza Lobato cuja função primordial era masturbar o príncipe com
regularidade, atividade pela qual Rufino foi recompensado regiamente:
recebeu títulos, pensões portentosas e promoções sucessivas.
Numerosas salvas de canhão eram ordenadas a cada entrada de navio na Baía de
Guanabara. Um estadunidense surpreso comenta o quanto os portugueses
gostavam de gastar sua pólvora, a ponto de se ouvir o troar dos canhões à
entrada da Baía ao longo de todos os dias.
Sem
esgoto sanitário o lixo era invariavelmente jogado às ruas pelas janelas e,
não raro, um passante recebia o “batismo” de dejetos humanos. Classes mais
abastadas contavam com escravos encarregados de levar seus dejetos
acumulados para despejar na Baía de Guanabara. Ficavam conhecidos como
“carijós” pois quando o ácido de urina misturada com fezes caía sobre suas
costas deixava em suas peles negras algumas manchas brancas.
Imprensa
Enquanto
a Europa se encaminhava a passos largos para a ampliação dos Direitos da
Pessoa Humana e do Cidadão, o Brasil recebia um dos mais atrasados
representantes do Antigo Regime...
Como a
oposição ao governo era um crime gravíssimo, o único jornal com alguns
eivores críticos que, mais tarde, contudo, precisou ceder ao governo
português, era o Correio Braziliense, que Hipólito da Costa editava
em Londres.
Legado
Com
todas as fraquezas, todo o medo e covardia, além de toda a corrupção que
cercou a fuga da Família Real para o Brasil, devemos o princípio de nossa
emancipação política (vulgarmente conhecida como “Independência”) a este
episódio, a esta travessia de 1808.
Através
de brutais repressões e da concentração autocrática o Brasil – ex-colônia
portuguesa – manteve sua integridade territorial, lingüística e, em alguns
aspectos “cultural”, ao contrário do Império Colonial Espanhol que se
fragmentou em dezenas de Nações distintas.
Quando
as cortes em Portugal, já livres de Napoleão Bonaparte e de seus
“protetores” ingleses exigiram a volta da Família Real para o Continente
além do juramento a uma constituição com alguns lustros de republicanismo,
D. João VI – já então na posição de Monarca Português após o falecimento de
D. Maria I, “a louca” – deixou o Brasil a cargo de seu filho D. Pedro com a
recomendação de, em caso de revolta ou tentativas mais autonomizantes que o
desejavam as cortes portuguesas, D. Pedro tomasse a coroa “antes que algum
aventureiro o fizesse”. Assim, o Brasil simplesmente passou de pai para
filho sem grandes azedumes em 1822. Por incrível que pareça – se é que a
palavra “incrível” pode se aplicar a alguma situação no Brasil – os únicos
problemas armados envolvendo o episódio conhecido como “Independência”, o 7
de setembro de 1822, quando D. Pedro rompeu com as cortes portuguesas, foram
de alguns portugueses e brasileiros nativos que se rebelaram contra a
autonomia desejosos de continuar mamando nas tetas de Portugal. Estes foram
repelidos, novamente, com a ajuda de mercenários ingleses contratados pois
nossa Marinha estava ainda em projeto...
De mais
a mais, como Portugal devia 2 milhões de libras esterlinas à Inglaterra,
para reconhecer a autoridade de D. Pedro I sobre o Brasil a ex-metrópole
exigiu o repasse da dívida para a nova Nação Brasileira, dando o pontapé
inicial em nossa interminável dívida externa – que hoje Lula da Silva
“internalizou”: em 2008 devemos mais de 1 Trilhão e 400 Bilhões de Reais
“internamente” a empresas como o Grupo Santander, o Citibank, a Monsanto –
fabricante do desfolhante “Agente Laranja” -, a IBM – fabricante das
máquinas gravadoras de números nos braços dos judeus nos campos de
concentração nazistas -, a Ford, a Chrysler... Nossa dívida foi deixando de
ser considerada “externa” mas avolumou-se de maneira descontrolada e nossos
credores “brasileiros” têm suas matrizes bem longe daqui. Como diz na
paródia de nosso hino (também conhecido como “ouvirundum ou “nó suíno”): “o
sol da liberdade em raios fugidios brilhou em outra pátria muito distante!”
http://www.culturabrasil.org/1808-laurentino.htm
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