sexta-feira, 2 de maio de 2014

Relatório de Práticas Pedagógicas: Identidade e formação do professor (em uma relação com os indicadores de qualidade na educação).



* Relatório de Práticas Pedagógicas: Identidade e formação do professor (em uma relação com os indicadores de qualidade na educação).

*Sei que para os "marinheiros" de primeira viagem no curso de Pedagogia (e me refiro aos acadêmicos dos primeiros períodos), algumas tarefas solicitadas são quase que um bicho de muitas cabeças, exatamente pela carência de informação dos próprios professores que acham que pesquisar e "se virar" tem o mesmo significado. 

Por isso, sei que é muito importante recorrer a fontes como a internet para compreender como elaborar algumas tarefas como, relatórios, artigos, resumos, resenhas etc. 

Assim, sempre que possível, vou postar alguns dos meus trabalhos aqui para auxiliar quem procura algum tipo de modelo, esperando que esse material não seja apenas mais uma vítima do Ctrl+C e Ctrl+V, e se fizer isso, lembre-se que um dia você estará do outro lado!

** Primeiramente, vou postar os elementos pré-textuais, para quem tiver dúvidas de como organizar.
*** Esse é um modelo simplificado de relatório de PPP que também serve para relatório estágio.




SÓ LEMBRANDO:

  • Relatório é um trabalho científico, então, não relate em 1º pessoa, use uma linguagem formal e intercale relatos, vivencias, observações e práticas com embasamento teórico. Isso é muito importante!!! (Ex: Errado: "Eu constatei que a escola tal de tal não tinha banheiro". Melhor: " Nas observações realizadas foi constatado que a Instituição não possui instalações adequadas...").  Você vai observar que até utilizando uma linguagem um pouco mais formal, seu trabalho ficará maior...suas frases mais trabalhadas renderão, certamente, melhores resultados quantitativos (notas).
  • Não feche as portas para você mesmo (a) no semestre seguinte na escola onde você fez seu estágio ou prática pedagógica, então, seja ético em relatar os fatos, e até um pouco político. Lembre-se que um estagiário raramente mudará uma realidade relatada em um trabalho acadêmico, então, saiba escrever o que você vê e ouve!Você pode precisar da mesma escola no próximo período!
  • No mais... aí está meu exemplo. Espero que ajude alguém!



1 INTRODUÇÃO

Entende-se que a disciplina de PPP I (Prática Política Pedagógica) visa fazer a mediação entre a teoria, desenvolvida na academia, e a prática (realidade) vivenciada nas escolas públicas.
Nesse sentido, foi desenvolvida durante o período de quatro semanas a primeira etapa das Práticas Pedagógicas referente ao 1º período do curso de Pedagogia. O programa de Práticas Pedagógicas I foi desenvolvido na Escola Municipal XXXX, situada à XXXXXXXXXXXXXX.
Importante ressaltar que a direção da escola não se negou a prestar quaisquer informações sobre sua estrutura ou conduta pedagógica, propiciando liberdade para que as observações fossem realizadas a contento e ainda contando com a ajuda de funcionários como a coordenadora de disciplina e a secretária da escola.
Foram realizadas atividades baseadas em planejamentos organizados para desenvolver entrevistas e questionários com funcionários que conhecessem a dinâmica da escola, onde foram utilizadas fichas fornecidas pelo próprio curso de Pedagogia da NOME DA FACULDADE e questionários elaborados pelas próprias acadêmicas.
As atividades ocorreram de forma participante e sistemática por apresentar propósitos definidos, onde foi possível constatar através da pesquisa grande parte dos fundamentos aprendidos ao longo do período acadêmico, assim, destaca-se ser enriquecedor e fundamental esta etapa na formação acadêmica e profissional do futuro docente.
No sentido de conviver e observar de forma a direcionar a prática pedagógica como uma ação sustentada em fundamentos que englobam uma linha filosófica de aprendizagem, o trabalho a seguir apresenta informações concretas de entrevistas e questionários realizados na Escola Municipal XXXXXXX cumprindo, assim, os requisitos para PPP I.

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Observar e analisar a identidade e formação dos professores da educação básica buscando vincular à qualidade na escola pública, aplicando aos relatos os conhecimentos adquiridos nas disciplinas estudadas, buscando admissão de base teórico-prática.


2.2 Objetivos Específicos

  •  Articular teoria e prática em relação à visão da formação e identidade docente;
  • Observar e compreender como se dá a aquisição da qualidade educativa na escola pública;
  • Analisar os indicadores de qualidade na escola-campo: ambiente educativo, formação e condições de trabalho dos profissionais da escola (formação continuada), espaço físico escolar;
  • Refletir a respeito de necessidades educacionais (pedagógicas), administrativas e estruturais da escola visitada.


3 REVISÃO DE LITERATURA

Os conceitos fundamentais discorridos no presente relatório dizem respeito à articulação teórico-prática, referente à identidade e formação dos professores das séries iniciais do Ensino Fundamental, aliada aos Indicadores da Qualidade na Educação como suporte principal para a pesquisa, que visam em sua variação, possibilitar mudanças necessárias ao alcance de objetivos na escola pública.
Dessa forma, compreende-se que a qualidade na escola está diretamente relacionada ao bom aprendizado dos seus alunos. Porém, uma série de fatores converge para a obtenção desses resultados, e é através dos Indicadores da Qualidade na Educação que se avalia as condições necessárias para que esse objetivo macro seja alcançado.
Respeitando a complexidade do significado do termo qualidade educativa foram organizados em sete dimensões ou sete diferentes aspectos da qualidade da escola. São elas:
I Ambiente educativo: Nesta dimensão os indicadores se referem ao respeito, à alegria, à amizade e solidariedade, à disciplina, ao combate à discriminação e ao exercício dos direitos e deveres.
II Prática pedagógica e avaliação: Aqui, reflete-se coletivamente sobre a proposta pedagógica da escola, sobre o planejamento das atividades educativas, sobre as estratégias e recursos de ensino-aprendizagem, os processos de avaliação dos alunos, incluindo a auto-avaliação, e a avaliação dos profissionais da escola.
III Ensino e aprendizagem da leitura e da escrita: Aborda a proposta pedagógica para a alfabetização inicial e desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita ao longo da educação básica; aponta as oportunidades que os alunos têm para desenvolver hábitos e a motivação para leitura, incluindo uso da biblioteca e equipamentos de informática.
IV Gestão escolar democrática: Focaliza o compartilhamento das decisões, a preocupação com a qualidade, com a relação custo-benefício e com a transparência.
V Formação e condições de trabalho dos profissionais da escola: Aqui, discute-se sobre os processos de formação dos professores, sobre a suficiência, assiduidade e estabilidade da equipe escolar.
VI Espaço físico escolar: Nesta dimensão, os indicares são o bom aproveitamento dos recurso existentes na escola, a disponibilidade e a qualidade desses recursos e a organização dos espaços escolares.
VII Acesso, permanência e sucesso na escola: As perguntas principais são: Quem são os alunos que apresentam maior dificuldade no processo de aprendizagem? Quem são aqueles que mais faltam na escola? Onde e como eles vivem? Quais são as suas dificuldades? Quem são os alunos que abandonaram ou evadiram? Quais os motivos?
Esse vínculo de qualidade na escola se entrelaça às questões de identidade e formação dos profissionais que atuam nessa Instituição e que, assim, são agentes ativos no processo para tornar a escola pública o espaço adequado a aquisição de conhecimentos pelos alunos.
Questões relacionadas à identidade e formação docente tem ocupado lugar de destaque no panorama acadêmico contemporâneo, por questões políticas, teóricas e práticas. No caso da teorização e prática pedagógica, tem-se realçado a necessidade de se discutir a identidade do docente, tendo em vista que o fim do processo educativo escolar está diretamente relacionado à sua atuação.
Sobre a identidade do professor que é o principal agente processo educativo na escola, Pimenta (2005, p. 18), faz a seguinte afirmação:
A identidade não é um dado imutável. Nem externo, que possa ser adquirido. Mas é um processo de construção do sujeito historicamente situado. A profissão de professor, como as demais, emerge em dado contexto e momento históricos como resposta a necessidade que estão postas pela sociedade, adquirindo estatuto de legalidade.

Assim, a identidade do professor, conforme Pimenta é construída a partir dos significados sociais da profissão, da reafirmação das práticas, ou seja, a identidade é construída a partir da significação social da profissão; da revisão constante dos significados sociais da profissão e das próprias necessidades sociais que emergem e exigem essa identidade.
Deve estar fundamentada na busca por ensinar e não apenas transferir conhecimentos como se fosse “pacotes sucateados” como cita Demo (1992, p. 153):
[...] ensinar já não significa transferir pacotes sucateados, nem mesmo significa meramente repassar o saber. Seu conteúdo correto é motivar o processo emancipatório com base em saber crítico, criativo, atualizado, competente. Trata-se, não de cercear, temer, controlar a competência de quem aprende, mas de abrir-lhe a chance, na dimensão maior possível. Não interessa o discípulo, mas o novo mestre. Entre o professor e o aluno não se estabelece apenas hierarquisação verticalizada, que divide papéis pela forma do autoritarismo, mas sobretudo confronto dialético. Este alimenta-se da realidade histórica formada por entidades concretas que se relacionam de modo autônomo, como sujeitos sociais plenos.


A identidade profissional desenvolve-se e adapta-se ao contexto sócio-político-histórico em que está inserido o professor. Enquanto, o perfil profissional, muitas vezes confundido com identidade profissional, desenvolve-se durante a formação acadêmica, neste caso, formação docente; está relacionado às competências e habilidades que o profissional apreende durante a formação. O perfil profissional não muda de acordo com o meio onde o profissional está inserido.
No que se refere à formação, não apenas dos professores, mas de todos os profissionais que vivenciam o ambiente escolar, entende-se que a postura de buscar formar-se e informar-se está relacionada diretamente a um investimento pessoal, que visa a construção, também de uma identidade profissional, como afirma Nóvoa (1992, p. 25):
[...] estar em formação implica em investimento pessoal, um trabalho livre e criativo sobre os percursos e sobre os projetos próprios, com vistas à construção de uma identidade, que é também, uma identidade profissional.

No caso da formação docente, o desenvolvimento profissional, significa produzir a profissão, estimulando o desenvolvimento autônomo e contextualizado pois, profissionais competentes tem capacidade de auto-desenvolvimento reflexivo. O que viabiliza a reconstrução constante e permanente da identidade do professor.
Essas questões sobre formação docente estão intrinsecamente relacionadas à qualidade na educação, pois como diz, Bruno; Almeida e Laurinda (2006, p. 25):
A discussão sobre formação docente é antiga e, ao mesmo tempo atual [...] a formação de professores tem se apresentado como ponto nodal das reflexões sobre qualidade do ensino, evasão e reprovação [...] por seu significado de ampliação do universo cultural e científico daquele que ensina, dadas as necessidades e exigências culturais e tecnológicas da sociedade.

Assim, Bruno, Almeida e Laurina (2006, p. 25-28) indicam as dimensões da formação de professores, que para eles são as fundamentais: Dimensão técnico-científica; Dimensão da formação continuada (manter-se pesquisando e questionando) e a Dimensão do Trabalho Coletivo e da construção coletiva do projeto pedagógico.
A qualidade do trabalho do professor está vinculada a uma série de condições, tais como: tamanho das turmas a que atende, horário de trabalho, tempo disponível para preparação das aulas, presença de profissional preparado para o acompanhamento e apoio sistemático da sua prática educativa, qualidade dos recursos didáticos existentes na escola e local próprio para reuniões de estudo.
A busca pelo alcance dessas dimensões, na formação do professor, favorecerá a motivação necessária para se construir um espaço educacional de qualidade.

4 ATIVIDADES  REALIZADAS

4.1 Caracterização da Escola-Campo

A Escola Municipal XXXXXXXX teve sua implantação pelo município de XXXXXXXX no ano de XXXXX e tem como Diretora Geral a professora XXXXXXXXXXXXXX.
A escola funciona em um prédio próprio e possuindo instalações físicas relativamente adequadas ao ensino, como boas salas de aula onde as carteiras são adequadas para o tamanho dos alunos, banheiros privativos, bebedouro grande. Possui ainda, uma quadra onde são realizadas atividades recreativas e outras. Destaca-se na observação realizada a necessidade de maior dimensionamento da parte administrativa da escola: a sala dos professores é pequena, a sala da direção funciona, também como almoxerifado e biblioteca; e a área destinada aos agentes de administração funciona no rol de entrada da escola.
Escola possui uma média de 1.020 alunos que se dividem na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, nos três turnos de funcionamento, sendo que a Educação Infantil funcional em um Anexo.
O quadro de pessoal é composto por:
  • 39 professores
  • 01 Diretor Geral
  • (não possui Diretor Adjunto)
  • 01 Orientador Pedagógico
  • 01 Merendeiras
  • 01 Secretária
  • 06 Administrativos
  • 02 Porteiros
  • 04 Serviços gerais
  • 01 Auxiliar de Disciplina
  • 01 Supervisor
No aspecto estrutural e material verificou-se que a escola possui:
  • 16 Salas de aula
  • 01 Quadra de esportes
  • 01 Diretoria
  • 01 Sala dos professores
  • 01 Cozinha
  • 04 Banheiros

Convêm destacar, ainda, que a escola possui um ônibus disponibilizado pela Secretaria de Educação para o transporte dos alunos que residem em locais mais distantes.
Em relação ao corpo discente, o que se observou foi que a clientela da instituição do campo de estágio é composta por alunos de classe social baixa, que residem em bairros adjacentes à instituição. A clientela é de filhos de população assalariada, trabalhadores assalariados.
Um dado observado é a superlotação de algumas salas de aula que segundo Reis e Camargo (2008, não paginado), é um dos grandes “fatores que contribuem para um baixo rendimento escolar” e conseqüentemente refletem na qualidade da escola. Algumas salas, como por exemplo, a turma do 9º ano/matutino, possui 58 alunos.
O cuidado com o ambiente físico da escola também é de suma importância para o desenvolvimento da aprendizagem, pois, como afirmou Portela, (2001. p. 175):
Tudo na escola deve ser feito para educar. Tudo. Assim, a sujeira deseduca, o abandono deseduca, a desorganização deseduca. Por outro lado, a limpeza educa, a organização educa, as paredes educam, os quadros educam, as plantas educam. Por isso a estrutura física para mim é importante para a visualização da seriedade do processo e da concepção que se tem da escola. 
Baseadas nessa afirmativa as observações refletiram que no que se refere à higiene e organização, a escola mantêm uma boa estruturação em todos os espaços, onde além dos funcionários que trabalham para manter o asseio da Instituição, a gestora ainda conta com o auxilio de duas voluntárias (mães de alunos) que auxiliam diariamente na escola-campo.

4.2 Atividades desenvolvidas na Escola-campo

4.2.1 Observações e aplicação de questionários e entrevistas
De acordo com a LDB, Art. 32º:

O ensino fundamental, com duração mínima de nove anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Baseando as observações nos conhecimentos estudados previamente sobre o Ensino Fundamental analisou-se o seguinte em relação escola-campo: os procedimentos do processo de ensino-aprendizagem compreendendo a prática em uma sala de Ensino Fundamental, a prática pedagógica de professores, compreensão de linguagens infantis e conceitos apropriados na ministração das aulas, métodos e linhas pedagógicas na prática diária dos professores foi observado o ensino, considerando tanto as teorias sobre Educação como os conteúdos das disciplinas; conhecimento dos materiais (recursos didáticos) apropriados para cada faixa etária a serem utilizados nas aulas.
A escola já adotou o período de nove anos para o Ensino Fundamental Referente aos aspectos sócio-ambientais pôde ser observado e atribuído o conceito bom no que se refere aos relacionamentos e interação entre alunos, funcionários, docentes e família, e também à disciplina dos alunos, mesmo que a escola pública receba em sua maioria alunos da periferia e que apresentem em sua maioria instabilidade familiar.
O planejamento escolar ocorre quinzenalmente e tem a participação em cada fase específica e especificamente dos professores e supervisores. Os tipos de avaliações desenvolvidas são: diagnóstica e formativa, contemplando toda a produção e participação dos alunos em um processo dinâmico e contínuo.
O calendário escolar contempla datas como Páscoa; Tiradentes; Descobrimento do Brasil; Dia do Trabalho; Dia das Mães; Dia dos pais; Livro, Ambiente; Dia do Índio; Estudantes; Professor e outras. Todas as comemorações partem de projetos que tragam ao aluno o conhecimento e a vivência com o tema, envolvendo a família.
No recreio, foi observado que as crianças são deixadas “livres” para correr e brincar sem atividades dirigidas. Existe um dia de Recreação, mas nos demais dias as crianças não têm direcionamento nas brincadeiras realizadas nesse horário. O que contradiz a idéia do Ministério de Educação que defende que deve existir uma continuidade no processo de ensino-aprendizagem, também, no horário do recreio:
As atividades livres ou dirigidas, durante o período de recreio, possuem um enorme potencial educativo e devem ser consideradas pela escola na elaboração da sua Proposta Pedagógica. Os momentos de recreio livre são fundamentais para a expansão da criatividade, para o cultivo da intimidade dos alunos, mas, de longe, o professor deve estar observando, anotando, pensando até em como aproveitar algo que aconteceu durante esses momentos para ser usado na contextualização de um conteúdo que vai trabalhar na próxima aula. (MEC/CNE, Parecer 02/2003).
Os materiais utilizados pelos professores para a ministração das aulas variam entre livros didáticos, cadernos, quadro de giz e brando com pincel, cartazes, etc. As crianças utilizam-se ainda de atividades diárias em casa para reforçar os conhecimentos adquiridos em sala de aula. No que se refere ao controle de materiais, observou-se que a solicitação é feita informalmente pelos professores à secretaria da escola, não envolvendo nenhum tipo de pedido por escrito.
Acredita-se que muito do potencial humano, ainda não tem sido valorizado na maioria das escolas da rede pública por questões de conformismo do próprio sistema e conseqüentemente do docente que se vê desarticulado em sua formação e identidade, conflitando seus conteúdos com objetivos e métodos ainda minimizados e até desatualizados, onde o aluno acaba por receber apenas o básico suporte cognitivo.
A partir dessas constatações teóricas buscou-se destacar como tem ocorrido a formação dos profissionais da Escola Municipal XXXXXX e verificou-se que Formação Continuada só diz respeito, até o momento das Práticas Pedagógicas, aos professores e gestores, ficando os demais funcionários sem receber qualquer tipo de preparo teórico referente às suas tarefas, o que pode trazer prejuízos à qualidade da escola ao considerar-se as palavras de Bruno e Alemida (2008, p. 27) que afirmam a formação continuada para todos os profissionais, como um instrumento de favorecimento na “apropriação de conhecimentos [...] e introduz uma fecunda inquietação contínua com o já conhecido, motivando [...] criação e dialética com o novo”.

4.2.2 Sugestões ao campo de Práticas com base nos questionários e entrevistas realizadas


Nos questionários e entrevistas foi clarificado que os demais funcionários anseiam em também multiplicar seus conhecimentos para melhor desenvolvimento de suas atividades na escola, assim como os professores recebem periodicamente pela Secretaria de Educação do Município.
Outro fator a destacar a destacar é a organização estrutural da escola que necessita de uma Biblioteca, uma sala de Vídeo, ampliação da sala dos professores e um ambiente de trabalho mais propício para os administrativos. Além, de informatizar a área administrativa da escola que ainda tem seus trabalhos realizados manualmente.


5 CONCLUSÃO

O exercício nas Práticas Pedagógicas foi se suma importância por levar as acadêmicas a relacionarem os conteúdos referentes aos Indicadores de Qualidade na Educação e conceitos essencial sobre identidade e formação de professores.
É importante ressaltar que o período de PPP I na escola-campo proporcionou a aplicação de conhecimentos adquiridos na academia, a avaliação e o reconhecimento das condições necessárias para que a educação na Educação Básica seja processada com qualidade no aspecto prático-pedagógico.
Os resultados foram positivos com o PPP I principalmente no que se refere a liberalidade de alguns profissionais estarem plenamente abertos a fornecer as informações pertinentes ao desenvolvimento da pesquisa.
Foi possível constatar que a escola-campo visitada oferece uma regular estrutura física e no aspecto pedagógico apresenta uma melhor qualidade devido à Secretaria de Educação manter um vínculo direto com a escola no sentido de promover capacitação constante aos professores, para que a educação de fato seja um meio para ampliação do conhecimento e vivência das crianças.
Em suma, a PPP I foi de grande relevância, por proporcionar a relação entre teoria e prática ligada a diferentes dimensões na escola oferecendo a oportunidade de conhecer todo o conjunto escolar afim de seguir profissionalmente com o preparo necessário para lidar e atuar com as emergentes necessidades na educação atual.

REFERÊNCIAS


DEMO, Pedro. Desafios modernos da educação. Petrópoles: Vozes, 1993.


MEC/ CNE: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO e CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO. Parecer 02/2003. Disponível em: http://www.fenep.org.br/PARECER_CNE-CEB_N_02-2003.pdf


NÓVOA, António (Coord.). Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Dom Quixote/ IIE, 1992.


PAQUAY, Léopold; PERRENOUD, Philippe; ALTET, Marguerite; [et. al.] (Orgs.). Formando professores profissionais: Quais estratégias? Quais competências? 2. ed.rev. Trad. Fátima Murad e Eunice Gruman. Porto Alegre: Artmed, 2001.

PEREIRA, Mônica Souza Neves. O ensino criativo: uma forma divertida de aprender.1996. Disponível em: http://www.talentocriativo.com.br/003_ensino_criativo.pdf .

PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. 4. Ed. São Paulo: Cortez, 2005.

QUELUZ, Ana Gracinda; ALONSO, Myrtes (Orgs.). O trabalho docente: teoria e prática. São Paulo: Pioneira, 1999.

REIS, Maria das Graças Faustino e CAMARGO, Dulce Maria Pompêo de. Práticas escolares e desempenho acadêmico de alunos com TDAH. Psicol. esc. educ. [online]. jun. 2008, vol.12, no.1 [citado 29 Outubro 2009], p.89-100. Disponível em: http://pepsic.bvs-psi.org.br.


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quarta-feira, 30 de abril de 2014

O ativismo fake na América ESCRITO POR DANIEL GREENFIELD


Nunca é sobre os fatos. Os “ativistas fake” – seja na mídia, seja nas redes sociais – só se importam com a manipulação emocional a serviço da sua agenda.

O que há em comum entre a saída forçada de Brendan Eich da Mozilla e o caso #CancelColbert (1)? Ambos são exemplos de Fakectivism. (N. do T.: faketivism é a fusão de 'fake' (falso) com 'activism' (ativismo), ou seja, “ativismo fake” ou ainda “ativismo falso/fraudulento”. Doravante utilizarei “ativismo fake” sempre que o autor mencionar fakectivism.)

O “ativismo fake” é o ativismo realizado por um pequeno número de pessoas nas redes sociais e que acaba sendo integrado aos noticiários por combinar com a agenda política das organizações de mídia.

Qualquer membro do Tea Party (2) sabe que hoje a cobertura midiática dos protestos é assimétrica. Duas dezenas de estudantes, a maioria dos quais voluntários em organizações ambientalistas sem fins lucrativos, protestando contra a Keystone (3) receberão uma cobertura da mídia que não será dispensada a milhares de membros do Tea Party que protestem contra o ObamaCare (4).
O mesmo é verdadeiro em relação aos protestos online.

Boa parte das manifestações “no mundo real” que recebem cobertura da mídia são falsas. Por exemplo, sindicatos contratam manifestantes não sindicalizados para protestar em seu nome, informação raramente mencionada pelas organizações de mídia fazendo a cobertura noticiosa. (O mesmo privilégio não é estendido aos membros do Tea Party que porventura contratarem manifestantes profissionais para gritar na frente das câmeras.) Outras manifestações fingem ter origem em movimentos sociais de base quando na verdade consistem de membros ou até mesmo de empregados pagos por uma única organização (5).

À medida que distorce totalmente o número de participantes em uma manifestação, o “ativismo fake” na internet piora ainda mais o problema da cobertura jornalística sobre o ativismo da esquerda, falseando também a credibilidade desses manifestantes em representar outros segmentos que não a si mesmos.

Nas manifestações no mundo real, a mídia rotineiramente noticia um número maior de participantes nos protestos da esquerda e um número menor de participantes nos protestos conservadores. Na internet, porém, o “ativismo fake” não necessita de contagem de cabeças. Se for um trending topic, então é notícia. E algumas vezes é notícia mesmo que não seja.

O “ativismo fake” começa em páginas de agitprop (7) esquerdista que de modo seletivo coletam tweets a favor ou contra alguma coisa. Esse punhado de tweets são descritos com expressões coletivas como “A Internet” está revoltada com tal coisa. A utilização da expressão coletiva “internet” faz parte do 'feijão-com-arroz' do “ativismo fake”, pois mistura (confunde) uma estória fabricada com a opinião de bilhões de pessoas.

Sendo bem sucedido, o “ativismo fake” sobe um grau na escala, passando para páginas esquerdistas mais bem acabadas que buscam por controvérsias pedagogicamente úteis. As páginas nesse nível possuem tal importância que elas são monitoradas por produtores e editores das principais organizações de mídia em busca de reportagens.

As grandes organizações de mídia coletam o conteúdo de portais como o Slate ou o Huffington Post e reformatam-no utilizando uma linguagem enviesada mas preservando a credibilidade ao mesmo tempo em que despistam a fonte. O “ativismo fake” no Twitter é invariavelmente descrito como sendo uma “reação”, uma “repercussão”, ou como uma “polêmica”. Frases como “O Twitter bombou com a reação de usuários revoltados” dá aos leitores leigos a impressão de que as reclamações representam o consenso de toda a página em vez de ser um pequeno número de usuários superativos.

Esse “falsoativismo” fabricado torna-se uma grande matéria jornalística através de processos sucessivos de filtragem para disfarçar a fonte duvidosa e a falta de credibilidade do evento original.

A doação do Brendan Eich para a defesa do casamento [tradicional] já havia entrado em discussão há dois anos. Os mesmos ataques via Twitter já haviam sido dispensados por páginas de “ativismo fake” da esquerda, porém faltou aquela 'fagulha' que permitiria que a estória fosse para a grande mídia. Assim, o Sr. Eich pode seguir adiante, praticamente são e salvo, pois aquelas manifestações não ganharam o impulso da mídia.

A campanha de Fakectivism direcionada contra o Sr. Eich se dissipou em 2012 pois, sem o envolvimento da grande mídia, os ativistas profissionais de justiça social nada mais são do que uma débil e insignificante caixinha de ressonância de ódio e fúria. É a grande mídia que faz o “ativismo fake” funcionar por meio daseleção daquilo que será divulgado. Seus prepostos dão o carimbo definitivo de “fake” na expressão “ativismo fake”. [N. do T.: “fake” em inglês significa “falso”, “fraudulento”].

O destino de alguém como Brendan Eich não é selado pela mística do ódio dos movimentos sociais. É a grande mídia quem faz isso. Os ativistas promotores da justiça social no Tumblr e no Twitter gostam de pensar que podem mandar cortar cabeças, porém, as únicas cabeças que eles cortam são aquelas que a mídia permite que sejam cortadas.

O “ativismo fake” é efetivamente um meio que permite aos profissionais da mídia exercer suas agendas políticas através da midiatização seletiva. O ecossistema online da esquerda vive ou morre mediante sua aptidão para por em movimento material “afiado” e agendas [ideológicas] para a grande mídia, sendo a mídia quem decide quando será o momento certo para forçar essa agenda sobre seus telespectadores, ouvintes e leitores.

Tanto a mídia quanto os “ativistas fakes” das redes sociais calculam suas reportagens em torno de uma agenda mais ampla.

Aos “ativistas fake” das redes sociais cabe o papel de incitar agressivamente a sua agenda mais radical, ao passo que moderar este tom é o papel dos “ativistas fake” na mídia. A mídia atua como o leão-de-chácara do esquerdismo, determinando qual agenda radical será ciceroneada na grande mídia naquela semana, enquanto que os ativistas das redes sociais tentam forçar a barra para ampliar ainda mais o tom desse esquerdismo.

Nunca é sobre os fatos. Os “ativistas fake” – seja na mídia, seja nas redes sociais – só se importam com a manipulação emocional a serviço da sua agenda. Suas reportagens são encenações morais cuja expectativa é fazer a audiência migrar para o seu lado assim como apoiar a sua agenda à medida que essa audiência visualize um drama humano. Esta dramatização é uma narrativa onde ambos os conjuntos de “ativistas fake”enviesam a história ao seu próprio modo por meio de informações falsas.

No caso de Brendan Eich, a mídia narrou fatos deliberadamente errados sobre a Fundação Mozilla. Por exemplo, as notícias alegaram que os membros da diretoria estavam renunciando em protesto à presença de Brendan Eich. Não era verdade. A Mozilla passava por turbulências e já estava assim havia algum tempo, mas por razões que não tinham nada que ver com a visão de Brendan Eich sobre casamento. Dentro dessa organização cujo navegador tem continuamente perdido participação no mercado, Eich foi posto numa posição muito ingrata na qual ele mesmo não queria estar.

De forma semelhante, a mídia falhou em explicar as grandes contribuições dadas por Brendan Eich à internet moderna, ao mesmo tempo em que dava destaque aos tweets de protesto de um punhado de funcionários do Mozilla, a maioria dos quais de setores não técnicos e/ou associados com o projeto Open Badges.

Parte disso pode ser atribuído a desleixo, mas se Brendan Eich fosse um CEO gay e tivesse sido alvejado pelo Twitter por manifestantes furiosos com a sua identidade sexual, praticamente não há dúvidas de que toda a história teria sido pesquisada e esclarecida de modo preciso. Em reportagens onde a pesquisa irá causar danos à narrativa, o desleixo da mídia é uma cegueira calculada.

A mídia terceiriza muito do seu trabalho de investigação às páginas da esquerda e frequentemente ela apenas reescreve suas notícias. Uma verificação tardia dos fatos pode ocasionalmente derrubar uma notícia falsa como ocorreu com o Washington Post no caso do ataque aos Irmãos Koch em Keystone, mas a maior parte do conteúdo da Media MattersThink ProgressSalonGawker e outros piores aflui ininterruptamente para os Grandes Jornais oficiais e para as agências de notícias – sempre com mudanças apenas no estilo, mas não na substância.

A mídia hoje divulga principalmente notícias sobre conteúdo que é popular pela internet, seja um protesto viaTwitter, seja sobre celebridades ou vídeos de um gato. A distinção entre uma CNN e um portal qualquer que coleta esse mesmo tipo de conteúdo viral é que o portal de virais da internet normalmente mostra-o primeiro. Esta é, cada vez mais, a mesma distinção entre a NBC News e o Huffington Post.

O “ativismo fake” amplia uma relação de conveniência na qual a mídia atua como o porteiro das mídias sociais na seara política. A diferença é que, embora a mídia seja agnóstica quando se trata de divulgar o vídeo de um gato ou de relatar as vulgaridades abjetas de uma celebridade, ela, com muito cuidado, pinça quais manifestações serão levadas a sério, quais causas serão favorecidas e quais pessoas serão demitidas.

A mídia veio a incorporar uma relação descentralizada entre os diferentes níveis de esquerdismo dos provedores de conteúdo, desde os grandes grupos de ativismo até grupos coletivos casuais compostos por aspirantes a justiça social tentando fazer emplacar uma hashtag no Twitter. O que nós imaginamos como sendo a mídia, com seus nomes comerciais avaliados em bilhões de dólares e suas operações nacionais e internacionais, é apenas a ponta formal de um iceberg.

A verdadeira mídia não é uma emissora ou um jornal, é uma agenda. É uma rede de relações entre radicais declarados e radicais disfarçados. A mídia tornou-se um circuito fechado da esquerda, que inventa as suas próprias estórias e que faz reportagens sobre as estórias que ela mesma inventou.

Comentário do Tradutor:
O artigo em questão, embora descreva o falsoativismo nos Estados Unidos, serve perfeitamente para a realidade brasileira. Casos como Feliciano e a “Cura Gay”, o “linchamento da jornalista Rachel Sheherazade e a censura ao SBT”, os “Badernaços de Junho-Julho” e o #VdeVinagre e/ou #CadêoAmarildo são exemplos muito claros de falsoativismo.

Notas:
(1) Para uma descrição do caso #CancelColbert em português, em espanhol (mais completa), para o vídeo original (em inglês, em 04:45). O caso #CancelColbert é um bom exemplo de falsoativismo. O programa foi ao ar em 26/03. Em 28/03 já estava em sites de menor relevância em espanhol. No dia seguinte, 29/03, foi publicado na BBC Mundo (em espanhol), o mesmo fluxo descrito pelo autor.

(2) O Tea Party é um movimento social-político norte-americano: “O Tea Party é um movimento [social] de base (…) [que] inclui aqueles que acreditam nos ideais judaico-cristãos fundacionais que está entranhado nos grandes documentos de fundação [dos EUA] (…) Nós defendemos que a Constituição é inerentemente conservadora (...)” - http://www.teaparty.org/about-us/
(3) Sobre os protestos de keystone [oleoduto] leia este relato esquerdista:http://www.esquerda.net/printpdf/29715
(4) O ObamaCare é o SUS nos Estados Unidos. Leia: O Básico sobre o ObamaCare.
(6) Trending TopicSignifica o assunto (palavra chave) mais comentado no twitter.
(7) AgitProp – Agitação e Propaganda, segundo a Enciclopédia Britânica: “(...) estratégia política onde são utilizadas técnicas de agitação e propaganda para mobilizar a opinião pública. (…) A estratégia gêmea da agitação e propaganda foi originalmente elaborada pelo teórico marxista Georgy Plekhanov (...)”

Publicado no FrontPage Magazine - http://www.frontpagemag.com/2014/dgreenfield/the-rise-of-fakectivism/

Tradução: Francis Lauer


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Resenha: "Mentiram (e muito) para mim", de Flávio Quintela ESCRITO POR LUCIANO AYAN |


Mentiram-e-muito-para-mim
"Para uma pessoa que não possua fatos e argumentos que possam, de forma lógica, justificar sua ideologia – caso de todos os esquerdistas – a ofensa injustificada é a única saída."

Sempre apontei um erro em muitos autores (e demais formadores de opiniões) da direita quando estes apontavam inconsistências no discurso da esquerda e reagiam com condescendência e as vezes até uma injustificada compaixão para com o oponente. Enquanto os esquerdistas ficavam criando mentiras para que seus líderes aumentassem ou mantivessem seu poder, a direita reagia dizendo coisas como “ah, eles não tem jeito” ou “mais uma vez eles se enganam”.
Não, não é assim que se reage a fraudadores contumazes. A assertividade deveria ser uma das principais característica de quem é de direita. No mundo corporativo, não se passa a mão na cabeça de fraudadores. Por que no mundo dialético a coisa deve ser diferente?
“Mentiram (e muito) para mim” é o primeiro livro de Flávio Quintela, do blog Maldade Destilada, E logo de cara o autor já mostra que é daqueles que há tempos superaram o comportamento conivente com a mais desonesta das doutrinas criadas pelo homem, o socialismo.
O livro traz 20 capítulos (em apenas 166 páginas, o que significa que tratamos de algo rápido e direto), dos quais 19 são focados no desmascaramento de mentiras que a esquerda tradicionalmente nos conta, ou mesmo na exposição de situações criadas para enganar não só os direitistas como também os neutros.
Por exemplo, a mentira dizendo que “não existe mais direita ou esquerda” é desmascarada no capítulo 5. Logo no seguinte, vemos o desmascaramento de outra mentira feita para confundir a audiência: “O PSDB é um partido de direita”. Em seguida, o próximo capítulo desmascara a mentira dizendo que a direita é inerentemente promotora das maiores maldades humanas. Mentira, aliás, muito propagada com base em outra mentira (“O nazismo é de direita”), demolida no capítulo 8.
Diz Quintela:
[...] para uma pessoa que não possua fatos e argumentos que possam, de forma lógica, justificar sua ideologia – caso de todos os esquerdistas – a ofensa injustificada é a única saída, e não há maior nível de ofensa injustificada do que atribuir a alguém inocente a cumplicidade na morte de mais de vinte milhões de pessoas e a associação ao regime mais repudiado da história do mundo. Isso é o que, na gíria, se chama de “apelar”.
Daí, com uma sóbria demonstração dos fatos, ele fornece argumentos para mostrar que todo aquele professorzinho esquerdista afirmando que Hitler “é de direita” não passa de um mentiroso que só merece um tipo de reação: a refutação assertiva. E com o dedo apontado na cara, de preferência.
A esquerda toma como um valor fundamental a mentira como um meio de chegar aos seus objetivos. A direita, por outro lado, preza a honestidade, a sinceridade e a busca pela verdade, como frisa Quintela logo no começo de sua obra.
Mas, politicamente, de nada adianta prezar pela verdade e a integridade moral se não tivermos a capacidade de exprimir nosso ponto de vista de maneira assertiva, assim como comunicarmos para nossos público a diferença entre quem entra em campo para dizer a verdade e quem toma a mentira como um método.
Sem essa dureza dialética, o que nos resta é assistir a contínuas vitórias esquerdistas, não por que eles possuem qualquer forma de conteúdo, mas por usarem uma quantidade tão grande de mentiras que nós desistiremos de contra-argumentar, pelo tanto de desmentidos que precisaremos fazer.
O único antídoto a isso é a refutação contínua das fraudes que eles divulgam. Mas essa refutação precisa ser feita nos termos mais fortes possíveis, pois também precisamos sub-comunicar para o público em geral que há um abismo ético entre a direita e esquerda, e que estes últimos possuem “argumentos” e comportamentos dignos de ânsia de vômito.
Por acertar tanto ao apresentar uma argumentação coesa e direta como ao usar a assertividade necessária para combater as fraudes intelectuais do oponente, o livro de Quintela é um dos mais recomendados no ano.
Em tempo: Para quem tem pressa, “Mentiram (e muito) para mim” pode ser adquirido também em formato Kindle, na Amazon. E também está disponível nas principais livrarias do Brasil no formato tradicional.




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A teoria de Kohlberg TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORAL




 A teoria de Kohlberg


Lawrence Kohlberg (1927-1987)

  • Trabalhou na Marinha mercante entre o ensino secundário e a universidade.
  • Ingressou na Universidade e completou a licenciatura em Psicologia em 2 anos em vez de 4, terminou em 1949, na Universidade de Chicago.
  • Iniciou logo o Doutoramento o qual só foi terminado em 1958.
  • Tese que se iniciou por uma análise entre as perspectivas psicanalítica (conceito de superego) e piagetiana acerca do desenvolvimento moral, conduziu à elaboração de uma nova teoria.

Desenvolvimento moral: Teoria de Kohlberg
Para Kohlberg (1984):
  •  A essência da moralidade reside mais no sentido de justiça do que, propriamente no respeito pelas normas sociais.
  •  A moralidade tem mais a ver com considerações de igualdade, de equidade, de contratos sociais e de reciprocidade nas relações humanas e menos com o cumprimento ou violação de normas sociais ou regras.
  •  A justiça é o princípio moral básico.

  

Cada estádio de desenvolvimento moral:

  • É qualitativamente diferente do precedente;
  • Representa um novo e mais compreensivo sistema de organização mental;
  • Ocorre numa sequência invariante;
  • Está relacionado com a idade de forma global e, mais especificamente, com o desenvolvimento cognitivo.



Metodologia de Kohlberg:

  • Método clínico através da apresentação de dilemas (tal como Piaget);
  • Um dilema é um problema complexo em que não há resposta correcta única. O essencial são as razões apontadas como justificativos da resposta.
  • A análise dos argumentos permite situar o sujeito num estádio de desenvolvimento moral.

Kohlberg identificou três níveis de desenvolvimento moral no interior de cada um distinguiu dois estádios.

I – Nível pré-convencional ou pré-moral (infância)

II – Nível convencional (adolescência)

III – Nível pós-convencional

 

Nível Pré-convencional ou Pré-moral

            Típica da maioria das crianças até aos 9 anos, alguns adolescentes e adultos.
  • A criança sabe que existem normas sociais, coisas que se podem ou não fazer, mas estas normas permanecem externas.
  • As normas são obedecidas por duas razões: evitar o castigo e satisfazer desejos e interesses concretos e individualistas, imediatos, pela recompensa que pode advir.
Não deve roubar porque senão vai para a cadeia.
Deve roubar porque senão a mulher zanga-se com ele.

Nível Convencional

            Típica da maioria dos adolescentes e adultos.
  • As normas e expectativas sociais foram interiorizadas. O justo e o injusto não se confundem com o que leva à recompensa ou ao castigo, mas definem-se com as normas estabelecidas na sociedade.
  • A moralidade implica cumprir os deveres e respeitar a lei e a ordem estabelecidas. As necessidades individuais subordinam-se às normas sociais.
Não deve roubar porque é proibido, é contra a lei.

Nível Pós-convencional

                 Apenas uma minoria de adultos e, em geral, só depois dos 20-25 anos. 
  • O valor moral depende menos da conformidade às normas morais e sociais vigentes e mais da sua orientação em função de princípios éticos universais, como o direito à vida, à liberdade, à justiça.
  •  As normas sociais devem ter subjacentes princípios éticos universais e, por vezes, pode haver contradição, impondo-se a necessidade de hierarquizar os princípios e as normas (moral versus legal).
Tendo roubado o medicamento o Senhor Heinz tem a atenuante que estava a defender uma vida humana.


Os três níveis de moralidade podem ser concretizados no seguinte exemplo:

Porque não se deve roubar?

  • Alguém pode ver e chamar a polícia. Pré-convencional

  • É uma questão de lei. Há leis que protegem as pessoas e as propriedades. Convencional

É uma violação dos direitos humanos, neste caso, do direito de propriedade. Pós-convencional



Moral Pré-convencional


Estádio 1: moralidade heterónoma (moral do castigo)

  • Orientação dominante: obediência e punição;
  • Trata-se de obedecer à autoridade e evitar o castigo;
  • A moralidade é confundida com o castigo: é incorrecta toda a acção que leva à punição e toda a acção punida é incorrecta. Está tudo bem se não for apanhado!
  • A acção é vista como tanto mais incorrecta quanto maior for o dano causado;
  • O dever baseia-se nas necessidades externas e objectivas;
  • As normas sociais são entendidas à letra e de modo absoluto. O castigo deve ser a reacção automática à violação da norma.

Estádio 2: Individualismo, propósito e troca instrumental (a moral do interesse)

  • As acções são justas e correctas quando são um instrumento que permite satisfazer desejos, interesses e necessidades do próprio e, por ventura de um outro, entendido de um ponto de vista individualista e concreto;
  • A justiça e a moralidade são questões de pura troca, orientadas por preocupações hedonistas (satisfação de desejos e necessidades concretas e individuais) e pragmáticas.
  • Deve-se retribuir o favor ou presente de alguém apenas pelo facto de esse alguém me ter dado um presente ou feito um favor.

Moral Convencional


Estádio 3: Expectativas e relações interpessoais mútuas e comformidade interpessoal (a moral do coração do “bom rapaz”).

  • O sujeito deste estádio está preocupado com as normas e convenções sociais;
  • Esta preocupação é mais do ponto de vista de uma terceira pessoa (“bom marido”, “bom amigo”, “bom cidadão”) que do ponto de vista social, legal e institucional;
  • O sujeito está preocupado em manter a confiança interpessoal e a aprovação social;
  • As justificações para uma boa ou mé acção têm origens afectivas e relacionais.
  • Devia denunciar o irmão ao pai, porque teria remorsos em relação ao meu pai se não lhe dissesse, porque o meu pai não poderia ter mais confiança em mim.

Estádio 4: Sistema Social e Consciência (a moral da lei)

  • Orientação dominante: Predomínio da lei, das normas e dos códigos socialmente aceites, (“se toda a gente fizesse isso…”);
  • Os comportamentos são tido como bons se se conformam a um conjunto rígido de regras e o sujeito cumpre o seu dever, se respeita a autoridade e mantém a ordem social;
  • É assumido o ponto de vista não de um sujeito individual mas de um “nós, membros de uma sociedade”;
  • As regras e princípios morais foram interiorizados.
  • Não estacionava o carro em cima da passadeira de peões porque é proibido.

 Moral Pós-convencional


Estádio 5: Contrato Social (a moral do relativismo da lei)

  • Orientação dominante: O maior bem para o maior número;
  • As leis são obedecidas porque representam uma estrutura necessária de acordo social;
  • Mas a relatividade das normas é reconhecida;
  • As normas podem entrar em conflito com a moral;
  • As leis são relativas a uma sociedade. Existem valores e direitos de cariz universal independentes da sociedade;
  • Nos julgamentos morais, são tomados em consideração os diferentes pontos de vista em confronto;
  • Presente uma perspectiva de transformação da sociedade.
  • Se Heinz fosse julgado o juiz deveria ter em conta o ponto de vista moral, mas preservar o ponto de vista legal e aplicar-lhe uma pena ligeira.

Estádio 6: Princípios Éticos Universais (a moral da razão universal)

  • Este último estádio constitui o ideal supremo do desenvolvimento moral e não uma realidade empírica;
  • A conduta é controlada por um ideal interiorizado que solicita a acção e que é independente das reacções do outro;
  • Este ideal interiorizado representa a crença do sujeito no valor da vida e está marcado pelo respeito para com o indivíduo;
  • Trata-se de princípios universais de justiça, reciprocidade, de igualdade, do respeito pela dignidade dos seres humanos considerados como pessoas individuais.
  • Trata cada pessoa como um fim e não como um meio!






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