sábado, 16 de julho de 2022

MURALHA DE LIVROS | Kírion, Auster, Danúbio e Centro Dom Bosco


MURALHA DE LIVROS | Kírion, Auster, Danúbio e Centro Dom Bosco

 

Destaques da semana vão para Maria Montessori e Viktor Frankl

Na Muralha desta semana destacam-se tijolos relacionados a educação e psicologia.

Edições Kírion lançou o sétimo volume da coleção Maria Montessori, com o título Da infância à adolescência. Nesta obra, a pedagoga italiana aborda questões e cuidados fundamentais a serem observados por pais e professores de crianças que se encontram na transição entre infância e adolescência (entre 7 e 12 anos de idade), período de particular importância para na formação da personalidade. O livro pode ser adquirido avulso ou com o Kit Maria Montessori, que reúne todos os títulos da autora já publicados pela editora.

Editora Auster lançou mais um título do neuropsiquiatra austríaco e fundador da Logoterapia, Viktor Frankl, A vontade de sentido: Conferências escolhidas sobre Logoterapia. O livro reúne conferências que Frankl proferiu entre 1946 e 1971 sobre o tema central de sua obra: a busca de um sentido. A vontade de sentido para a vida é algo natural ao homem, mas, em uma sociedade de abundância de bens materiais e de informações, o sentimento de falta de sentido difunde-se muito rapidamente. Um auxílio para se distinguir na vida as formas autênticas de sentido é justamente a Logoterapia, sobre a qual Frankl se debruça nas conferências selecionadas neste volume – que também pode ser adquirido no Kit Vivendo com Sentido, que reúne, além três títulos de Frankl, mais um de Ralph Waldo Emerson, um de Ernst Friedrich Schumacher, e um de Alex Pattakos sobre a busca por sentido na vida.

Danúbio, editora parceira do CEDET, lançou recentemente um importante título para o estudo da língua latina, Arte de Traduzir de Latim para Português, de Frei José da Encarnação Guedes, e organizado por Francisco Araújo da Costa e Veríssimo Anagnostopoulos. O livro foi o primeiro manual de tradução em língua portuguesa, originalmente em Lisboa, na Impressão Régia, no ano de 1818, e reimpresso ao menos uma vez, em Bombaim, em 1838. A obra se baseia em L’Art de traduire le latin en français, réduit en principes, à l’usage des jeunes gens qui étudient cette langue, par un ancien professeur d’éloquence, de 1762, do francês Louis Philipon de La Madelaine (1734-1818).

É interessante destacar, ainda, outro importante título recentemente publicado pela Danúbio, o romance Se houvesse um homem justo na cidade, de Diogo Fontana. A narrativa aborda as memórias de um professor venezuelano refugiado no Brasil, enquanto foge da Grande Fome Vermelha que assolou seu país. Obra fundamental para os brasileiros, sobretudo neste ano[1].

E já que falamos em manuais de latim, o Centro Dom Bosco lançou no início deste mês uma reedição da coleção Ludus, clássico do ensino da língua latina para crianças e adolescentes no Brasil até os anos 70. Os livros são adquiridos no combo Latim nas Escolas e nos Lares, que incluiu o volume Pré-Ludus, em que a professora e mãe homeschooler Ana Braga-Henebry prepara as crianças para o aprendizado do latim.

Enfim, os tijolos da semana são estes. Fica a dica de sempre: estudem, eduquem-se e construam suas Muralhas. Até a próxima sexta!


[1] Para saber mais sobre este romance, recomendados a entrevista com Diogo Fontana à Esmeril, conteúdo liberado: https://revistaesmeril.com.br/entrevista-diogo-fontana-fala-sobre-seu-novo-romance/

Fonte:https://revistaesmeril.com.br/muralha-de-livros-kirion-auster-danubio-e-centro-dom-bosco/

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Concursos públicos Impugnação de edital. Respondendo perguntas sobre edital na area educacional. Sobre mestrado pode ser aceito como PEL.

O edital, na grande maioria das vezes, não traz esclarecimentos sobre sua impugnação administrativa. Porém, o direito brasileiro garante a todo cidadão, ainda que não inscrito no referido concurso, o direito de impugnar o edital diante de alguma ilegalidade, erro ou inconsistência que possa prejudicar algum interessado no certame. Esse direito decorre, principalmente, do direito de petição previsto no art. 5º, inciso XXXIV, letra “a”, da Constituição Federal, além de Princípios importantes do Estado Democrático de Direito, como o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa previsto no art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal. Por analogia, utiliza-se, ainda, o art. 41 da Lei de Licitações, que prevê a impugnação do edital da licitação pública. Importante lembrar que a impugnação ao edital pode ser feita por qualquer cidadão, sem existência de necessidade de advogado como na esfera judicial. Havendo conhecimentos técnicos jurídicos suficientes, o interessado pode e deve elaborar e protocolar a impugnação ao edital junto ao departamento responsável pela realização do concurso.

fonte  http://mebadvocacia.com.br/concursos-publicos/impugnacao-de-edital/

 
 
 

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Deputado faz revelações sobre o jogo sujo em Brasília e alerta para arma...

BRUNA TORLAY丨O paradoxo do aprimoramento moral.

 

 
É lugar comum entre pessoas dedicadas ao estudo e à reflexão profunda sentir-se isoladas, sozinhas, um peixe fora d’água em seu círculo social próximo. Maior o conhecimento de si e do mundo, menor o interesse pelos assuntos comumente partilhados por aí, mais entediante parecem as conversas corriqueiras, mais superficiais parecem os juízos daqueles com quem, até outro dia, compartilhávamos felizes a mesa.

Não deixa de ser um paradoxo que justamente as pessoas reflexivas, profundamente preocupadas com o aprimoramento intelectual e moral, portanto, com o agir bem, o que supõe ser melhor para si e para o próximo; não deixa de ser um paradoxo que sua jornada se acompanhe de um pendor à solidão. Acredito, porém, que este é um labirinto com saída.

Todos os homens estão submetidos ao império da necessidade. Somos seres de carne e osso atrelados à ordem da natureza e, consequentemente, sujeitos ao plano da necessidade. Temos fome. Temos frio. Temos medo. Temos doenças e dores lancinantes. Somos seres de natureza limitada, permanentemente sujeitos à ordem que nos abrange. Daí que boa parte de nossa vida consista em responder ao império das necessidades.

Sucede-nos, contudo, não estar reduzidos a essa dimensão. Algo dentro de nós reivindica nossa atenção e, mesmo invisível, revela-se profundamente forte, a ponto de capacitar-nos a recusar, por livre e espontânea vontade, o plano das necessidades. Temos desejo. Mas somos capazes de conter o pendor ao desejo. Sentimos muita sede, mas temos a capacidade de nos abster de água para ceder a vez a alguém mais frágil e menos capaz de conter-se. Temos medo, um profundo medo de tudo o que nos ameaça, mas encontramos força dentro de nós para confrontar temores e afastá-los. Somos seres sujeitos ao império da necessidade aptos, por outro lado, a nos libertar dos grilhões desse domínio. Somos seres capazes de educar a vontade, contendo o ímpeto de corresponder ativamente a cada desejo que surge.

Parte considerável dos seres-humanos passa a maior parte de seu tempo presa ao impulso infinito de corresponder aos reclames do desejo. Reagir à dimensão da necessidade, mesclando sua percepção de fantasias a respeito da extensão do que se julga “necessidades”.

Há, contudo, seres humanos incrivelmente comprometidos com a educação da vontade, passo fundamental para a conquista do voo livre, essa habilidade propriamente humana de sobrevoar a existência e tocar a eternidade do mundo, ainda que por clarões descontínuos e com os auxílios de mentes privilegiadas, cuja obra, sólida sombra de sua alma, guardou-lhe o vigor de ciceronear almas menores pelo paraíso do conhecimento. Há entre nós pessoas que amam a liberdade, experiência máxima da força peculiar ao espírito, sede da consciência.

Todos os homens estão submetidos ao império da necessidade. Há pessoas que amam a liberdade intrínseca ao estudo e à reflexão.

Não é difícil aferir, no final das contas, porque os amantes da liberdade, os cultores da consciência e da reflexão profunda, sentem-se solitários a maior parte do tempo: não experimentam cumplicidade com aqueles que, entretidos o tempo inteiro com a dimensão do desejo, parecem presos a uma superfície e ineptos a vislumbrar a beleza panorâmica da paisagem, aquela visível apenas a quem conquistou a arte do voo livre – a arte de aproximar-se da alma, como disse Platão.

Breve, em seu voo livre, aptos a ser melhores para todos ao seu redor, acabam, paradoxalmente, afastados desse derredor.

A saída do paradoxo? Um gesto que chamo silêncio compreensivo. Não o inventei. Observei-o no olhar dos monges em convivência com seu rebanho. Sendo monges, têm uma experiência de Deus incrivelmente mais profunda e complexa que qualquer boa alma que o siga. Mas é justamente por eles que cultiva essa proximidade, razão pela qual seria absurdo perder com eles a cumplicidade típica do universo amoroso, cujo horizonte maior é a caridade. Então mantém-se atentos ao seu coração, sem perder contato com o do próximo. Uma contemplação compreensiva da essência humana se torna a ponte entre o coração sóbrio e o desesperado. Eis o exemplo que me parece apropriado a toda pessoa às voltas com o paradoxo do aprimoramento moral.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2022

Bruna Torlay 

Bruna Torlay  Estudiosa de filosofia e escritora, frequenta menos o noticiário que as obras de Platão.

 

 

 fonte: https://revistaesmeril.com.br/bruna-torlay%E4%B8%A8o-paradoxo-do-aprimoramento-moral/

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