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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023
Métodos E Técnicas De Pesquisa Em Lazer, Educação E Educação Física
A LdB diz que com pós em gestão posso ser diretor e supervisor educacional, minha interpretação está correta?
TÍTULO VI
Dos Profissionais da Educação
Art. 61. Consideram-se profissionais da educação escolar básica os que, nela estando em efetivo exercício e tendo sido formados em cursos reconhecidos, são: (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – professores habilitados em nível médio ou superior para a docência na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – trabalhadores em educação portadores de diploma de pedagogia, com habilitação em administração, planejamento, supervisão, inspeção e orientação educacional, bem como com títulos de mestrado ou doutorado nas mesmas áreas; (Redação dada pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – trabalhadores em educação, portadores de diploma de curso técnico ou superior em área pedagógica ou afim. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV - profissionais com notório saber reconhecido pelos respectivos sistemas de ensino, para ministrar conteúdos de áreas afins à sua formação ou experiência profissional, atestados por titulação específica ou prática de ensino em unidades educacionais da rede pública ou privada ou das corporações privadas em que tenham atuado, exclusivamente para atender ao inciso V do caput do art. 36; (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
V - profissionais graduados que tenham feito complementação pedagógica, conforme disposto pelo Conselho Nacional de Educação. (Incluído pela lei nº 13.415, de 2017)
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos: (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
II – a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e capacitação em serviço; (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de ensino e em outras atividades. (Incluído pela Lei nº 12.014, de 2009)
IV – a proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes e o apoio à formação permanente dos profissionais de que trata o caput deste artigo para identificação de maus-tratos, de negligência e de violência sexual praticados contra crianças e adolescentes. (Incluído pela Lei nº 14.679, de 2023)
Diretor de Escola e Supervisor de Ensino
II – DOS REQUISITOS MÍNIMOS
– Para Diretor de Escola: ser titular de cargo com Licenciatura Plena em Pedagogia ou Pós- Graduação na área da Educação e ter, no mínimo, 8(oito) anos de efetivo exercício de Magistério.
– Para Supervisor de Ensino: ser titular de cargo com Licenciatura plena em Pedagogia ou Pós-graduação na área de Educação e experiência profissional de, no mínimo, 8 (oito) anos de efetivo exercício de Magistério, dos quais 3 (três) anos em Gestão Educacional. (Lei Complementar nº 1.256, de 06 de janeiro de 2015).
Considera-se como Gestão Educacional os tempos no cargo/designação como Vice-Diretor de Escola, Diretor de Escola, Supervisor de Ensino ou Dirigente Regional de Ensino.
Ártico É assim que os ursos polares se movem em gelo fino💡 Buzz Fatos
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
Diálogo sobre o Conhece-te a Ti Mesmo Sócrates. com exercicios e provas além de livros em pdf.
I
Sócrates — agora, qual será a arte pela qual poderíamos nos preocupar conosco?
Alcibíades — Isto eu ignoro.
Sócrates — Em todo o caso, estamos de acordo num ponto: não é pela arte que nos permita melhorar algo do que nos pertence, mas pela que faculte uma melhoria de nós mesmos.
Alcibíades — Tens razão.
Sócrates — Por outro lado, acaso poderíamos reconhecer a arte que aperfeiçoa os calçados, se não soubéssemos em que consiste um calçado?
Alcibíades — Impossível.
Sócrates — Ou que arte melhora os anéis, se não soubéssemos o que é um anel?
Alcibíades — Não, isto não é possível.
Sócrates — Entretanto, será fácil conhecer-se a si mesmo? E teria sido um homem ordinário aquele que colocou este preceito no templo de Pytho? Ou trata-se, pelo contrário, de uma tarefa ingrata que não está ao alcance de todos?
Alcibíades — Quanto a mim, Sócrates, julguei muitas vezes que estivesse ao alcance de todos, mas algumas vezes também que ela é muito difícil.
Sócrates — Que seja fácil ou não, Alcibíades, estamos sempre em presença do fato seguinte: somente conhecendo-nos é que podemos conhecer a maneira de nos preocupar conosco; sem isto, não o podemos.
Alcibíades — É muito justo.
Platão, Alcibíades, 128d-129
II
— Dize-me Eutidemo, estivestes alguma vez em Delfos?
— Duas vezes, por Zeus!
— Viste, então, a inscrição gravada no templo: conhece-te a ti mesmo?
— Sim, certamente.
— Esta inscrição não te despertou nenhum interesse, ou, ao contrário, notaste-a e procuraste examinar quem tu és?
— Não, por Zeus! Dado que julgava sabê-lo perfeitamente: pois teria sido difícil para eu aprender outra coisa caso me ignorasse a mim mesmo.
— Então pensas que para conhecer quem somos, basta sabermos o nosso nome, ou que, à maneira dos compradores de cavalo que não crêem conhecer o animal que querem comprar antes de haver examinado se é obediente, teimoso...
— Parece-me, de acordo com o que acabas de dizer-me, que não conhecer o próprio valor equivale a se ignorar a si mesmo.
— Os que se conhecem sabem o que lhes é útil e distinguem o que podem fazer daquilo que não podem: ora, fazendo aquilo de que são capazes, adquirem o necessário e vivem felizes; abstendo-se daquilo que está acima de suas forças não cometem faltas e evitam o mau êxito; enfim, como são mais capazes de julgar os outros homens, podem, graças ao partido que daí tiram, conquistar grandes bens e livrar-se de grandes males... Contrariamente, caem nas desgraças.
Xenofonte, Memoráveis, IV, II, 26.
Fonte: SAUVAGE, M. Sócrates e a Consciência do Homem. São Paulo, Agir, 1959.
Deficiência Mental; uma abordagem espirita
Freddy Brandi
DEFINIÇÃO: Segundo a AAMR (Associação Americana de Deficiência Mental) e DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), por deficiência mental entende-se o estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, associado a limitações pelo menos em dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação e cuidados pessoais, competência domésticas, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, saúde e segurança, aptidões escolares, lazer e trabalho.A deficiência mental pode ser caracterizada por um quociente de inteligência (QI) inferior a 70, média apresentada pela população, conforme padronizado em testes psicométricos ou por uma defasagem cognitiva em relação às respostas esperadas para a idade e realidade sócio-cultural, segundo provas, roteiros e escalas, baseados nas teorias psicogenéticas.Todos os aspectos citados anteriormente devem ocorrer durante o desenvolvimento infantil para que um indivíduo seja diagnosticado como sendo portador de deficiência mental.
CAUSAS E FATORES DE RISCO
São inúmeras as causas e os fatores de risco que podem levar à instalação da deficiência mental.
É importante ressaltar entretanto, que muitas vezes, mesmo utilizando sofisticados recursos diagnósticos, não se chega a definir com clareza a etiologia (causa) da deficiência mental.
A. Fatores de Risco e Causas Pré Natais: são aqueles que vão incidir desde a concepção até o início do trabalho de parto, e podem ser:
desnutrição materna;
má assistência à gestante;
doenças infecciosas: sífilis, rubéola, toxoplasmose;
tóxicos: alcoolismo, consumo de drogas, efeitos colaterais de medicamentos (medicamentos teratogênicos), poluição ambiental, tabagismo;
genéticos: alterações cromossômicas (numéricas ou estruturais), ex. : Síndrome de Down, Síndrome de Matin Bell; alterações gênicas, ex.: erros inatos do metabolismo (fenilcetonúria), Síndrome de Williams, esclerose tuberosa, etc.
B. Fatores de Risco e Causas Periantos: os que vão incidir do início do trabalho de parto até o 30º dia de vida do bebê, e podem ser divididos em: Má assistência ao parto e traumas de parto;hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente); prematuridade e baixo peso (PIG - Pequeno para idade Gestacional). icterícia grave do recém nascido - kernicterus (incompatibilidade RH/ABO).
C. Fatores de Risco e Causas Pós Natais: os que vão incidir do 30º dia de vida até o final da adolescência e podem ser: desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global; infecções: meningoencefalites, sarampo, etc. intoxicações exógenas (envenenamento) remédios, inseticidas, produtos químicos (chumbo, mercúrio, etc.); acidentes: trânsito, afogamento, choque elétrico, asfixia, quedas, etc. infestações: neurocisticircose (larva da Taenia Solium).
IDENTIFICAÇÃO
Atraso no desenvolvimento neuro-psicomotor (a criança demora em firmar a cabeça, sentar, andar, falar). Dificuldade no aprendizado (dificuldade de compreensão de normas e ordens, dificuldade no aprendizado escolar).
Quem São? São pessoas que apresentam necessidades próprias e diferentes que requerem atenção específica em virtude de sua condição de deficiência. Genericamente também são chamados de “portadores de necessidades especiais”. São pessoas que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores inatos ou adquiridos, de caráter permanente, que acarretam dificuldades em sua interação com o meio físico moral e material.
O que são deficiências ou necessidades especiais?
A expressão "necessidades educativas especiais" refere-se a todas as pessoas cujas necessidades decorrem de sua capacidade ou de suas dificuldades de aprendizagem e têm, portanto, necessidades educativas especiais em algum momento de sua escolarização.
São todas as necessidades decorrentes do contexto de vida, particularmente das características da incapacidade, da Pessoa Portadora de Deficiência, que devem ser consideradas para que possa exercer todas a funções, direitos e deveres sociais. Assinala necessidade de garantir determinadas condições para garantia da igualdade de oportunidades.
Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. (Decreto Nº 3298, de 20 de dezembro de 1999)
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde - OMS, aproximadamente 10% de qualquer população são portadoras de algum tipo de deficiência. O Brasil possui atualmente cerca de + 180 milhões de habitantes, logo + 18 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência. Desse total, 50% são portadoras de deficiência mental.
O que eles precisam? Elas precisam exatamente das mesmas coisas que qualquer um de nós: dignidade, respeito, liberdade, educação, saúde, lazer, assistência social, trabalho e amparo. Direitos fundamentais e inalienáveis de todos os seres humanos.
Deficiência Mental - caracteriza-se por registrar um funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da média, oriundo do período de desenvolvimento, concomitante com limitações associadas a duas ou mais áreas da conduta adaptativa ou da capacidade do indivíduo em responder adequadamente às demandas da sociedade, nos seguintes aspectos: comunicação e cuidados pessoais, habilidades sociais, desempenho na família e comunidade, independência na locomoção, saúde e segurança, desempenho escolar, lazer e trabalho.
Deficiência Múltipla - é a associação, no mesmo indivíduo, de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.
Espiritismo
Quando nos deparamos com um deficiente físico ou mental, ficamos a indagar o porquê de determinadas pessoas encarnarem em corpos enfermos?
Na antiguidade, a humanidade pensava que os indivíduos vinham com essas enfermidades por que os deuses não gostavam deles, assim, seria um castigo imposto por algo indevido que haviam praticado.
Toda enfermidade é um resgate por excessos do pretérito. No livro Deficiente Mental: Por que fui um?, há o seguinte comentário sobre esse assunto: “Temos muitas oportunidades de voltar a Terra em corpos diferentes e que são adequados para o aprendizado necessário. Quando há muito abuso, há o desequilíbrio, e para ter novamente o equilíbrio tem de haver a recuperação. Quando se danifica o corpo perfeito, podemos por aprendizado tê-lo com anormalidades para aprender a dar valor a essa grande oportunidade que é viver por períodos num corpo de carne. Somos o que fizemos, somos o que praticamos e por isso iremos merecer aquilo que fizemos de bom ou de ruim, e as dificuldades que passamos no período da encarnação são lições preciosas”.
Convictos de que o espírito escolhe as provações que experimentará na terra, durante o processo reencarnatório nas esferas superiores, o individuo em plena condição moral dos seus atos, elege automaticamente, para si, grande parte das doenças que lhe incorporam ás preocupações.
Lembramos das decisões lamentáveis, em que assumimos no corpo físico, todos sabemos que a prática do bem é simples dever de praticar o bem, é o único antídoto contra o mal em nós próprios.Entretanto, criamos habitualmente, ás sugestões do mal, favorecendo á instalação de determinadas moléstias no corpo físico. Seja na ingestão de alimentos inadequados, por extravagância á mesa, seja no uso do álcool mesmo moderado, no aborto criminoso e nos abusos sexuais, estabelecemos em nosso prejuízo as síndromes das mais diferentes ordens.
Mantidas tais conexões, surgem freqüentemente os processos obsessivos que, muitas vezes, sem afetarem a razão, nos mantém nos domínios da enfermidade e assim pouco a pouco esterilizam nossas forças e corroem a nossa existência. É servindo ao próximo, serviremos á nos mesmo, lembrando que cada um adquire as doenças que deseja para tormento próprio.
“As ações geram reações semelhantes e sempre produzem choque de retorno, ninguém foge á ação da própria consciência”.
Como fica o espírito do deficiente mental em sua existência?
R: Sabemos que durante alguns momentos o espírito do deficiente, tem períodos de lucidez, afinal não seria justo que o doente não tivesse consciência do seu estado senão para que serviria a sua expiação. Por isso, o espírito sempre terá momentos de lucidez para saber valorizar o novo corpo e em muitos casos o deficiente tem plena certeza do seu estado atual. Durante o sono é que o deficiente mental tem a maior consciência e nitidez em que encontra o seu corpo material, é no momento do sono e dos sonhos que o espírito se desprende parcialmente do corpo e assim esta liberto por alguns momentos.
E a família como fica? Qual o seu papel???
R:A família tem um papel fundamental, a expiação não é só do enfermo mas sim de toda a família, o resgate e a regeneração também são para os membros da família, para que todos possam atingir uma conduta moral coletiva, isto é em muitos casos aquele deficiente esta nesta ou naquela condição para que a sua família ou um determinado membro evolua.
Outro fator importante é o convívio a família é o primeiro degrau, é o primeiro grupo social do qual fazemos parte e em segundo lugar a escola é em casa aonde aprendemos as primeiras noções de comportamento e atitudes, portanto, o convívio do deficiente com a família gera a compreensão, afetividade, carinho, companheirismo, união e principalmente que o lar esteja sempre em harmonia. E se possível à prática do evangelho no lar, mudança de atitudes e pensamentos. Na educação é necessário procurar escolas capacitadas e profissionais especializados e treinados, que possam oferecer as mais variadas atividades.
E a obsessão nos casos de deficiência mental???
R: O enfermo por estar mais no estado latente, não tem plena consciência dos seus atos, a ação obsessiva por parte dos desencarnados, contribui para algumas causas; o baixo consumo de oxigênio, a anemia secundária; baixo fluxo sangüíneo e outros distúrbios registrados nos pacientes portadores de deficiência, outra característica da obsessão é a vampirização, ideoplastia, telementalização, hipnose, alienação mental, desajustes temperamentais, conduta irregular. Em alguns casos pode levar o doente até ao autismo (Alienação mental), causando, rigidez, desagregação do pensamento, idéias delirantes, incoerência.
Como o Centro espírita pode ajudar?
R: Os Centros Espíritas oferecem vários tipos de tratamento, isto é, dependendo da necessidade do doente e da avaliação dos Entrevistadores: Passe Magnético, Samaritano, Desobsessão, Passe à Distância, ou outros tratamentos que o Centro julgar necessário.
domingo, 24 de dezembro de 2023
sábado, 23 de dezembro de 2023
Islã: a conexão nazista | PHVOX - Análises geopolíticas e Formação: Heitor De Paola
Publicado no Mídia Sem Máscara em 19 de março de 2003
Terminada a Primeira Guerra Mundial, com a derrota do Império Otomano, a Turquia ficou reduzida à Anatólia e ao enclave europeu. O resto do Oriente Médio foi dividido entre mandados e protetorados ingleses e franceses de forma arbitrária e seguindo normas geográficas que não refletiam divisões efetivas de povos diferentes. T.E. Lawrence, o da Arábia, havia reunido diversas tribos beduínas que viviam em luta constante entre si. Na hora da divisão foram criadas “dinastias” baseadas nos principais chefes beduínos. Posteriormente Síria e Iraque estabeleceram ditaduras baseadas no mesmo Partido, o Baath, só que de facções diferentes e inimigas entre si. Outros territórios foram sendo criados para “acomodarem” outros aliados: o Reino Hachemita do Jordão (Jordânia), Kwait, Emirados, Qatar, etc.
Na Arábia Saudita, onde predomina a tribo sunita wahabita, toda religião que não a islâmica é proibida, os aviões que sobrevoam seu território têm que suspender o serviço de bebidas alcoólicas, existe uma polícia religiosa que tudo pode, até mesmo levantar a roupa das mulheres para ver se estão usando lingerie ocidental ou perfumes. A pena pode ser o apedrejamento, as mulheres não podem trabalhar, estudar, nem sair à rua sem a companhia do marido ou irmãos. Ainda existe a prática da ablação do clitóris para impedir o orgasmo feminino. Em recente declaração o Ministro da Defesa, Príncipe Sultan, disse que estão proibidos templos de quaisquer outras religiões.
A atitude em relação à religião pode ser resumida nas palavras do Mufti Al-Tayyeb: “A civilização Ocidental é diferente da Oriental primeiramente por sua atitude em relação à religião, que é de inspiração divina. Para nós, no Oriente, a religião é sagrada e é o ápice da honra. No Ocidente (…) a sociedade não está interessada na religião. Mesmo que haja pessoas religiosas, é um sociedade que não se posiciona em relação à religião, é uma sociedade secular. (…) Respeitamos os costumes ocidentais nos seus territórios, mas nos nossos Países não aceitamos que os ocidentais disseminem idéias contrárias à religião, em nome de direitos humanos.” Ou então, como disse o ex-Embaixador Iraniano na ONU Sa’id Raja-i-Khorassani: “a idéia de direitos humanos é uma invenção Judaico-Cristã, estranha ao Islam”.
Pode-se usar a Turquia como contraste. Lá, o fim da Primeira Guerra Mundial um grupo de oficiais, os Jovens Turcos, comandados por Mustapha Kemal, posteriormente cognominado Ataturk (Pai dos Turcos), derrubou o Império e impôs leis que restringem ao máximo o alcance da religião: o cha’dor é proibido, assim como, para os homens, o uso de bigodes ou o fez (chapeuzinho típico), e o sapato de bico retorcido que eram características dos turcos. Desde então os militares detém um poder supra constitucional que impede a volta dos velhos costumes. Também o Egito luta desesperadamente para manter a ordem política separada da religião. Em discurso na Universidade do Cairo o Professor de Teologia e Religião Aghajari argumentou que “existe um batalhão de clérigos que se desenvolveu no Islam, que pretende se colocar entre Allah e os crentes – algo que vai completamente contra a natureza do Islam, no qual difere do Cristianismo. (Criticou duramente) estes clérigos que estão no poder no Irã por seu conservadorismo e petrificação, por bloquearem o desenvolvimento da Sociedade e por explorarem o nome de Allah”.
Pontos de identificação
“Nada tenho contra o Islã porque ele educa os homens destas divisões (SS) para mim e promete a eles o Paraíso se lutarem e morrem em ação. É uma religião muito prática para soldados”Reichsfüehrer-SS Heirinch Himmler
Sendo o Islã visceralmente autocrático e antidemocrático é inevitável sua ligação umbilical com outros movimentos socialistas ditatoriais e tirânicos, principalmente com o nazismo, com quem tem em comum o anti-semitismo [1], mas também com o comunismo. Já desde o início do século passado a versão em língua árabe da farsa denominada Os Protocolos dos Sábios do Sião era amplamente divulgada com o total apoio das autoridades muçulmanas religiosas e laicas. Os princípios que guiam as duas ideologias são similares: a visão de um povo unido frente à dominação estrangeira – principalmente Ocidental – que traz “deterioração moral e cultural. Ambas são ligadas, de forma bastante semelhante, à morte pelo martírio como instrumento de depuração sacrificial. A morte é vista como o supremo bem. Enquanto Hitler se baseava nas velhas lendas inspiradas nas sagas dos Nibelungen, do Valhalla como campo dos heróis nacionais mortos em combate, das Valkírias, e da superioridade do Homem Nórdico, o Islam se baseia nas lendas de Sinbad, nos Cavaleiros Árabes e do Rubayyat de Omar Kahyyam, povoadas de guerreiros e mortais que desafiam os deuses pela glória da morte pelo martírio.
Entre 1920 e 1948 a Palestina foi governada pela Inglaterra sob mandato internacional que estipulava que aquela região deveria se tornar um Lar para os Judeus. No início deste mandato um Professor e Jornalista Palestino extremamente nacionalista, Haj Amin el-Husseini, instigou um progrom em Jerusalém e foi condenado a 10 anos de prisão, da qual escapou. Ironicamente, o primeiro Alto Comissário Britânico na Palestina, Sir Herbert Samuel, um Judeu que não queria parecer demasiadamente pró-Judeu, nomeou-o em Março de 1921 Mufti de Jerusalém, título que ele pessoalmente auto-promoveu a Grã Mufti. Em maio de 1930, Mohammed Nafi Tschelebi, estudante sírio estudante na Universidade de Charlottenburg fundou a Associação Germano-Islâmica (Deutsch-Moslemiche Gesselshaft) com a finalidade de estimular a camaradagem (Kameradeschaft) entre os povos. Já desde 1927, junto com Abdel Jabbar Kheiri havia fundado associações estudantis denominadas “Islamyia” e “El-Arabyia”.
Em 1937, mais de vinte anos antes da fundação do Estado de Israel, o Grã Mufti se encontrava com o enviado especial do Führer, Adolf Eichmann. Husseini se opunha ativamente à formação de um Estado Judeu na Palestina e fomentou a revolta árabe em 1936. Em outubro de 1939 o Mufti visitou o Iraque, na época submetido a Nuri el-Said, pró-britânico. O Mufti exerceu enorme pressão contra este dirigente até que conseguiu substitui-lo pelo Governo pró-alemão de Rashid Ali (1 de abril de 1941). Este novo Governo durou pouco por causa da invasão britânica e, em 2 de maio de 1941, Husseini se exilou na Alemanha, empregando o resto de seus dias trabalhando para os Nazistas, inclusive formando batalhões muçulmanos SS (como a Waffen-Gebirgs-Division-SS Handschar [Adaga]) – por ele considerada como a “nata do Islam” – e organizações nazistas no Egito, Palestina, Síria e Iraque. O golpe pró-nazi no Iraque contou ainda com a ajuda de Kharaillah Tilfah, por mera coincidência (sic) tio e tutor, e posteriormente sogro, de Saddam Hussein. Outra estranha coincidência (sic) é que o verdadeiro nome de Yassir Arafat é Abdul Rauf el-Codbi el-Husseini, sendo um dos sobrinhos do Grã Mufti. Arafat é um codinome retirado de uma colina próxima a Meca e significa “a culminância de uma peregrinação” (hadj), neste caso a libertação de toda a Palestina.
No Oriente Médio, diferentemente de nossa civilização ocidental, a importância dos simbolismos é imensa.
Em 1941 o Mufti foi enviado por Hitler para a Bósnia ocupada aonde obteve o título de “Protetor do Islam”. Lá foram exterminados 200.000 Cristãos Sérvios, 40.000 Ciganos e 22.000 Judeus. Ele, entretanto, se intitulava “Führer der Arabischen Welt”, Líder do Mundo Árabe. Além disto foi estabelecido uma Associação de Amizade Árabe-Germânica que funcionava no Restaurante Berliner Kindl, na Kufürsterdamm além de um Instituto Islâmico em Dresden (Islamische Zentralinstitut) e o Mufti foi agraciado com um Governo Nazi-Islâmico no Exílio A Jihad contra os Judeus foi pregada inicialmente pelo Grã Mufti já em 1943, em pleno apogeu do Holocausto, aliás sugerido por ele, quando dissuadiu Hitler de mandar os Judeus para a Palestina sugerindo, ao invés disto, a chamada “solução final do problema judaico na Europa” através do extermínio físico. A Jihad foi exigida por Al-Husseini numa locução na Rádio Berlin: “matem os Judeus onde os encontrarem, isto agrada a Allah” [2]. Existe evidência sobre a influência direta do Mufti [3].
Em 1945 ele foi colocado em prisão domiciliar de luxo, sob custódia protetora da França mas, “milagrosamente”, escapou para o Cairo em Maio de 1946. Tais apelos à Jihad formaram o embrião da maioria dos grupos terroristas atuais, como o Jihad Islâmico, o Hamas, o Hizbollah, a OLP, que recebem apoio material e ideológico e cujos “mártires” são tidos como heróis. Saddam Hussein doa U$ 245,000.00 para as famílias dos “mártires” , homens-bomba ou mortos em confronto com forças de Israel. Integrantes da Frente de Libertação Árabe Palestina estimam que o total já chegou a 35 milhões de dólares, somente desde o início da Intifada há 29 meses. Enquanto a história do Mufti é bem conhecida, não é a única que indica a estreita colaboração. Na Europa do Leste, principalmente na Ucrânia, nos Estados Bálticos e na Bielo-Rússia inúmeros muçulmanos nativos formaram batalhões voluntários como corpos auxiliares das Waffen-SS, chamados Askaris – nome originalmente dado aos soldados negros da África Alemã na Primeira Guerra Mundial, o que já indica o desprezo que os alemães lhes dedicavam. Os Askaris tomaram parte, principalmente, na Operação Reinhardt de deportação e de guarda dos campos de extermínio, principalmente os de Belzec, Sobibor e Treblinka. Da mesma forma batalhões muçulmanos foram os primeiros a tomarem parte da liquidação do ghetto de Varsóvia. Geralmente eram usados como “bucha de canhão”.
A Quarta Conferência da Academia Islâmica de Pesquisa na Universidade Al Azhar, em 1969, à qual compareceram 24 países muçulmanos reiterou a necessidade da Jihad contra os Judeus. Naquela reunião o “Ministro da Guerra” da OLP recebeu o nome de Abu Jihad (literalmente “Pai da Guerra Santa”). Segundo a agência espanhola EFE, o xeque Mohamed Sayed Tantawi, o Grande Imã da mesquita egípcia de Al Azhar, a instituição religiosa mais prestigiada do Islã sunita, procurou esclarecer que “há uma grande diferença entre o terrorismo e a “Jihad” (guerra santa). “A Jihad na religião islâmica significa que o muçulmano defenda sua fé, seu país com seus bens e integridade territorial. Se o inimigo invadir um país muçulmano, a guerra santa contra ele é um dever“ , afirmou o clérigo ao jornal árabe “Asharq Al Awsat”. Por outro lado, o terrorismo, que tem como objetivo o assassinato de civis inocentes, é algo que o Islã repudia e condena, destacou Tantawi. Mas para eliminar esta diferença, basta considerar o Estado de Israel como invasor, e é claro, aí pode tudo!
Finalizo citando um texto do Jornalista José Roitberg, Onde estão os Judeus de Esquerda?: “Sabe que dói e demonstra a aculturação até dos que se afirmam progressistas intelectualizados preferirem demonizar Israel e compartilhar termos como “Sharon Nazi”, “Bush Nazi” e nazi-sionistas, deixando de lado os verdadeiros nazistas brasileiros como Castan e Editora Revisão? Será tão mais fácil para o pessoal de esquerda esquecer o nazismo e o neo-nazismo? (…) Será que alguém podia nos responder por que as esquerdas cujo inimigo primordial era o nazismo e o fascismo não se interessam mais pelos verdadeiros inimigos, preferindo taxar os democratas de fascistas?”
FONTES PRINIPAIS
– Burkhard Schröder, Führer unter sich – Chuck Morse, Nazi Origins of Arab Terror
– Jamie Glazov, Symposium: Islam,a Religion of Peace or War? Part I, FrontPage Magazine
– Joachim Fest, Hitler
– Joseph B. Schechtman, The Mufti and the Führer, revisão de Linda Dangoor-Khalastchi
– Michael J. Martin, Arab Nazism: Then and Now, FrontPage Magazine
– T.E. Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria
NOTAS
[1] O argumento de que anti-semitismo é também contra os árabes, também descendentes de Sem não procede por ser falacioso. Em primeiro lugar não se confunda árabes com muçulmanos pois existem muçulmanos não-árabes, como os iranianos, indonésios, kazaks, usbeks, etc, e também árabes pertencentes a outras religiões, como os coptas, cristãos maronitas e católicos, etc. E também porque foram exatamente os árabes que se aliaram aos nazistas anti-semitas desde o início. Pelo contrário, tais países mais a Nigéria e a Turquia jamais aceitaram a Jihad e mantém boas relações com Israel, assim como o Líbano, até a sua destruição pela Síria e seus aliados do Hizbollah.
[2] Ver www.rb.org.il/Islam-Israel/commentary/islam25.htm
[3] ver livro de Schechtman citado
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
Teoria da Estupidez - esclarecedor ponto de vista de Bonhoeffer
A estupidez é um inimigo mais perigoso do bem do que a malícia[3]. Pode-se protestar contra o mal; ele pode ser exposto e, se necessário, prevenido pelo uso da força. O mal sempre carrega consigo o germe de sua própria subversão, deixando pelo menos um sentimento de inquietação nas pessoas. Contra a estupidez, somos indefesos. Nem protestos nem o uso da força conseguem algo aqui; razões caem em ouvidos surdos; fatos que contradizem o prejulgamento simplesmente não precisam ser acreditados – nesses momentos, a pessoa estúpida até se torna crítica – e quando os fatos são irrefutáveis, são simplesmente ignorados como inconsequentes, como incidentais. Em tudo isso, a pessoa estúpida, ao contrário da maliciosa, está completamente satisfeita consigo mesma e, sendo facilmente irritada, torna-se perigosa ao partir para o ataque. Por essa razão, é necessária uma precaução maior do que com a maliciosa. Nunca mais tentaremos persuadir a pessoa estúpida com razões, pois é insensato e perigoso.
Se quisermos saber como vencer a estupidez, devemos procurar entender sua natureza. Isso é certo: ela não é essencialmente uma deficiência intelectual, mas humana. Existem seres humanos com intelecto notavelmente ágil, mas estúpidos, e outros com intelecto bastante limitado, mas longe de serem estúpidos. Descobrimos isso com surpresa em situações específicas. A impressão que temos não é tanto a de que a estupidez é um defeito congênito, mas que, em circunstâncias específicas, as pessoas se tornam estúpidas ou permitem que isso aconteça com elas. Observamos ainda que pessoas que se isolaram dos outros ou que vivem em solidão manifestam esse defeito com menos frequência do que indivíduos ou grupos de pessoas inclinados ou condenados à sociabilidade. Assim, parece que a estupidez é talvez menos um problema psicológico do que sociológico. É uma forma particular do impacto das circunstâncias históricas sobre os seres humanos, uma concomitância psicológica de certas condições externas. Ao observarmos mais de perto, torna-se aparente que toda ascensão vigorosa do poder no âmbito público, seja de natureza política ou religiosa, infecta uma grande parte da humanidade com estupidez. Parece até mesmo que esta seja virtualmente uma lei sociológica-psicológica. O poder de um necessita da estupidez do outro. O processo em operação aqui não é que capacidades humanas específicas, como o intelecto, atrofiem ou falhem de repente. Em vez disso, parece que, sob o impacto avassalador do poder crescente, os seres humanos são privados de sua independência interior e, mais ou menos conscientemente, desistem de estabelecer uma posição autônoma em relação às circunstâncias emergentes. O fato de que a pessoa estúpida muitas vezes é teimosa não deve nos cegar para o fato de que ela não é independente. Em uma conversa com ela, tem-se a sensação de que não se está lidando com uma pessoa, mas com slogans, palavras de ordem e afins que a possuíram. Ela está sob um feitiço, cega, mal utilizada e abusada em sua própria essência. Tendo se tornado assim uma ferramenta sem mente, a pessoa estúpida também será capaz de qualquer mal e, ao mesmo tempo, incapaz de reconhecer que é mal. Aqui é onde se esconde o perigo do uso diabólico, pois é isso que pode destruir de uma vez por todas os seres humanos.
Contudo, é neste exato ponto que se torna bastante claro que apenas um ato de libertação, não de instrução, pode superar a estupidez. Aqui precisamos aceitar o fato de que, na maioria dos casos, uma genuína libertação interna se torna possível apenas quando a libertação externa a precede. Até então, devemos abandonar todas as tentativas de convencer a pessoa estúpida. Essa situação explica por que, em tais circunstâncias, nossas tentativas de entender o que ‘o povo’ realmente pensa são em vão e por que, nessas circunstâncias, essa pergunta é tão irrelevante para a pessoa que está pensando e agindo responsavelmente. A palavra da Bíblia que diz que o temor a Deus é o princípio da sabedoria declara que a libertação interna dos seres humanos para viver uma vida responsável diante de Deus é a única maneira genuína de superar a estupidez.
Mas esses pensamentos sobre a estupidez também oferecem consolo, pois nos proíbem categoricamente de considerar a maioria das pessoas como estúpidas em todas as circunstâncias. Dependerá realmente de se aqueles no poder esperam mais da estupidez das pessoas do que de sua independência interna e sabedoria.
Como citar este texto:
BONHOEFFER, Dietrich. Teoria da Estupidez. Blog Café com Sociologia, nov. 2023. Disponível em: https://cafecomsociologia.com/teoria-da-estupidez/
Notas:
[1] Trecho retirado de uma carta de Dietrich Bonhoeffer, que abordava variados temas. A Carta foi escrita para três amigos e colegas na conspiração contra Hitler, no décimo aniversário da ascensão de Hitler ao cargo de chanceler da Alemanha. Dietrich Bonhoeffer, de ‘After Ten Years’ em “Letters and Papers from Prison” (Obras de Dietrich Bonhoeffer/Inglês, vol. 8), Minneapolis, MN: Fortress Press, 2010.
[2] Dietrich Bonhoeffer (1906-1945) foi um teólogo, pastor luterano, e resistente alemão contra o regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Dietrich Bonhoeffer foi prezo por ajudar judeus a fugirem do nazismo e enforcado em um campo de concentração por Adolf Hitler em 09 de abril de 1945.
[3] O termo malícia refere-se a agir maldosamente e praticar o mal. Bonhoeffer estava se referindo as práticas e pensamentos presentes na sociedade alemã que culminou com o genocídio de mais de milhões de pessoas em campos de concentração nazistas.
Pseudoprofundidade: o teatro da mentira
Postado por Netmundi.org - Filosofia na Rede em Falácias, Podcast
Pseudoprofundidade é uma forma de falar coisas óbvias ou mal-intencionadas como se fosse algo novo, profundo e revelador. Apesar de não se tratar de uma falácia — mas sim de uma habilidade teatral — a pseudoprofundidade costuma caminhar lado a lado com as falácias, pois é uma forma de camuflar argumentos fracos, incoerentes ou desonestos com um falso revestimento de “conhecimento profundo” ou “sabedoria divina”.
Ouça esse post:
Muitos líderes religiosos, políticos e gurus são especialistas nessa estratégia. Normalmente é utilizada para abordar os grandes temas da vida, como as questões existenciais, o amor, a morte e a sobrevivência. Ainda que sejam temas essenciais, são também assuntos de grande apelo emocional, e por isso mesmo são um vasto campo atuação para oportunistas e aproveitadores que exploram o desespero, a ingenuidade e a fragilidade das pessoas.
Pseudoprofundidade nas religiões
Essa é uma estratégia utilizada apenas por líderes religiosos desonestos que pretendem passar uma impressão de inspiração divina, mas escondem intenções egoístas e vaidosas.
Imagine o orador em silêncio. De repente, ele começa a falar pausadamente: “Para morrer, basta estar vivo”, “É importante conhecer a si mesmo”, “Deus é misterioso” e coisas afins. A forma como a frase é dita, a teatralidade dos gestos e o fundo musical compõem a pseudoprofundidade. A impressão, para o crédulo, é de estar ouvindo uma genuína mensagem espiritual. Chorar, gritar e se emocionar também são formas de passar a impressão de inspiração divina. Ainda que o discurso traga certa verdade, o uso da teatralidade exagerada — um traço característico da pseudoprofundidade — pode sugerir a tentativa de manipulação do público.
Ao assistir programas religiosos, podemos perceber — além da pseudoprofundidade — as falácias da falsa autoridade, do argumento divinizado, do apelo à ignorância e da rampa escorregadia. Tudo isso se aplica também a seitas e gurus espirituais mal-intencionados.
Pseudoprofundidade nas empresas
No mundo corporativo, criar jargões e neologismos é uma forma de parecer inteligente. Assim, um clichê pode ser dito com outras palavras, passando a impressão de grande novidade e domínio do assunto. Excesso de termos em inglês também é recurso muito utilizado, já que, infelizmente, no Brasil, se valoriza mais as culturas estrangeiras do que nossa própria cultura.
Preferencialmente, o orador deve ter “experiência de sucesso”, comportamento despojado e segurança na voz. Por isso, a pseudoprofundidade é aliada da falácia da falsa autoridade. Atualmente existem os “gatilhos mentais”, que são táticas de venda que utilizam frases que denotam empatia, expectativa, autoridade, escassez do produto, etc. Tudo isso, claro, é amparado pela teatralidade.
No meio empresarial, em muitos casos, os palestrantes estão falando as mesmas coisas com outras palavras. Algumas palestras de gurus do marketing mais parecem shows de rock que, em muitos casos, são um exemplo caricato de pseudoprofundidade. Existem bons líderes e palestrantes no ramo corporativo que trazem, de fato, inovação em seus discursos e também utilizam teatralidade como forma de transmitir suas ideias. Como a teatralidade não é exatamente um traço de desonestidade em palestras empresariais, mas também uma forma de descontração, é necessário mais atenção para perceber a pseudoprofundidade.
Pseudoprofundidade na política
Na política, a pseudoprofundidade quase sempre é a exposição de um problema grandioso atrelado à uma solução igualmente grandiosa. Nesse caso, como a maioria dos eleitores é influenciável, vence o candidato que transmite a impressão de entendimento profundo da situação, ainda que esse entendimento seja apenas encenação. Após eleito, o candidato não resolve o problema e até demonstra incapacidade de lidar com ele.
A pseudoprofundidade na política foi explorada no livro 1984, de George Orwell. Na história do livro, cartazes com a frase “O grande irmão zela ti“ transmitiam a ideia de poderosa proteção, contudo, a população era dominada pelo medo. Esse contraste evidente escondia o discurso político falacioso.
Na Alemanha Nazista e na União Soviética de Stalin, a magnífica propaganda política e os discursos grandiosos transmitiam uma forte impressão paternal e revolucionária em prol do povo e do futuro da nação, mas escondiam projetos obscuros de seus líderes.
É comum durante as eleições a utilização de alertas sombrios, demonstrando com dados históricos e teorias econômicas o “desastre que está por vir”. E, claro, a solução para esse desastre é o próprio candidato que expõe a situação.
Conhecer a falácia da pseudoprofundidade é importante para que as pessoas desconfiem de discursos teatrais e desonestos, e, cada vez mais, abram espaço para líderes voltados para o bem comum, e não apenas para si mesmos.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
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