sábado, 23 de dezembro de 2023

Islã: a conexão nazista | PHVOX - Análises geopolíticas e Formação: Heitor De Paola



Publicado no Mídia Sem Máscara em 19 de março de 2003


Terminada a Primeira Guerra Mundial, com a derrota do Império Otomano, a Turquia ficou reduzida à Anatólia e ao enclave europeu. O resto do Oriente Médio foi dividido entre mandados e protetorados ingleses e franceses de forma arbitrária e seguindo normas geográficas que não refletiam divisões efetivas de povos diferentes. T.E. Lawrence, o da Arábia, havia reunido diversas tribos beduínas que viviam em luta constante entre si. Na hora da divisão foram criadas “dinastias” baseadas nos principais chefes beduínos. Posteriormente Síria e Iraque estabeleceram ditaduras baseadas no mesmo Partido, o Baath, só que de facções diferentes e inimigas entre si. Outros territórios foram sendo criados para “acomodarem” outros aliados: o Reino Hachemita do Jordão (Jordânia), Kwait, Emirados, Qatar, etc.

Na Arábia Saudita, onde predomina a tribo sunita wahabita, toda religião que não a islâmica é proibida, os aviões que sobrevoam seu território têm que suspender o serviço de bebidas alcoólicas, existe uma polícia religiosa que tudo pode, até mesmo levantar a roupa das mulheres para ver se estão usando lingerie ocidental ou perfumes. A pena pode ser o apedrejamento, as mulheres não podem trabalhar, estudar, nem sair à rua sem a companhia do marido ou irmãos. Ainda existe a prática da ablação do clitóris para impedir o orgasmo feminino. Em recente declaração o Ministro da Defesa, Príncipe Sultan, disse que estão proibidos templos de quaisquer outras religiões.

A atitude em relação à religião pode ser resumida nas palavras do Mufti Al-Tayyeb: “A civilização Ocidental é diferente da Oriental primeiramente por sua atitude em relação à religião, que é de inspiração divina. Para nós, no Oriente, a religião é sagrada e é o ápice da honra. No Ocidente (…) a sociedade não está interessada na religião. Mesmo que haja pessoas religiosas, é um sociedade que não se posiciona em relação à religião, é uma sociedade secular. (…) Respeitamos os costumes ocidentais nos seus territórios, mas nos nossos Países não aceitamos que os ocidentais disseminem idéias contrárias à religião, em nome de direitos humanos.” Ou então, como disse o ex-Embaixador Iraniano na ONU Sa’id Raja-i-Khorassani: “a idéia de direitos humanos é uma invenção Judaico-Cristã, estranha ao Islam”.

Pode-se usar a Turquia como contraste. Lá, o fim da Primeira Guerra Mundial um grupo de oficiais, os Jovens Turcos, comandados por Mustapha Kemal, posteriormente cognominado Ataturk (Pai dos Turcos), derrubou o Império e impôs leis que restringem ao máximo o alcance da religião: o cha’dor é proibido, assim como, para os homens, o uso de bigodes ou o fez (chapeuzinho típico), e o sapato de bico retorcido que eram características dos turcos. Desde então os militares detém um poder supra constitucional que impede a volta dos velhos costumes. Também o Egito luta desesperadamente para manter a ordem política separada da religião. Em discurso na Universidade do Cairo o Professor de Teologia e Religião Aghajari argumentou que “existe um batalhão de clérigos que se desenvolveu no Islam, que pretende se colocar entre Allah e os crentes – algo que vai completamente contra a natureza do Islam, no qual difere do Cristianismo. (Criticou duramente) estes clérigos que estão no poder no Irã por seu conservadorismo e petrificação, por bloquearem o desenvolvimento da Sociedade e por explorarem o nome de Allah”.

 Pontos de identificação

“Nada tenho contra o Islã porque ele educa os homens destas divisões (SS) para mim e promete a eles o Paraíso se lutarem e morrem em ação. É uma religião muito prática para soldados”Reichsfüehrer-SS Heirinch Himmler

Sendo o Islã visceralmente autocrático e antidemocrático é inevitável sua ligação umbilical com outros movimentos socialistas ditatoriais e tirânicos, principalmente com o nazismo, com quem tem em comum o anti-semitismo [1], mas também com o comunismo. Já desde o início do século passado a versão em língua árabe da farsa denominada Os Protocolos dos Sábios do Sião era amplamente divulgada com o total apoio das autoridades muçulmanas religiosas e laicas. Os princípios que guiam as duas ideologias são similares: a visão de um povo unido frente à dominação estrangeira – principalmente Ocidental – que traz “deterioração moral e cultural. Ambas são ligadas, de forma bastante semelhante, à morte pelo martírio como instrumento de depuração sacrificial. A morte é vista como o supremo bem. Enquanto Hitler se baseava nas velhas lendas inspiradas nas sagas dos Nibelungen, do Valhalla como campo dos heróis nacionais mortos em combate, das Valkírias, e da superioridade do Homem Nórdico, o Islam se baseia nas lendas de Sinbad, nos Cavaleiros Árabes e do Rubayyat de Omar Kahyyam, povoadas de guerreiros e mortais que desafiam os deuses pela glória da morte pelo martírio.

Entre 1920 e 1948 a Palestina foi governada pela Inglaterra sob mandato internacional que estipulava que aquela região deveria se tornar um Lar para os Judeus. No início deste mandato um Professor e Jornalista Palestino extremamente nacionalista, Haj Amin el-Husseini, instigou um progrom em Jerusalém e foi condenado a 10 anos de prisão, da qual escapou. Ironicamente, o primeiro Alto Comissário Britânico na Palestina, Sir Herbert Samuel, um Judeu que não queria parecer demasiadamente pró-Judeu, nomeou-o em Março de 1921 Mufti de Jerusalém, título que ele pessoalmente auto-promoveu a Grã Mufti. Em maio de 1930, Mohammed Nafi Tschelebi, estudante sírio estudante na Universidade de Charlottenburg fundou a Associação Germano-Islâmica (Deutsch-Moslemiche Gesselshaft) com a finalidade de estimular a camaradagem (Kameradeschaft) entre os povos. Já desde 1927, junto com Abdel Jabbar Kheiri havia fundado associações estudantis denominadas “Islamyia” e “El-Arabyia”.

Em 1937, mais de vinte anos antes da fundação do Estado de Israel, o Grã Mufti se encontrava com o enviado especial do Führer, Adolf Eichmann. Husseini se opunha ativamente à formação de um Estado Judeu na Palestina e fomentou a revolta árabe em 1936. Em outubro de 1939 o Mufti visitou o Iraque, na época submetido a Nuri el-Said, pró-britânico. O Mufti exerceu enorme pressão contra este dirigente até que conseguiu substitui-lo pelo Governo pró-alemão de Rashid Ali (1 de abril de 1941). Este novo Governo durou pouco por causa da invasão britânica e, em 2 de maio de 1941, Husseini se exilou na Alemanha, empregando o resto de seus dias trabalhando para os Nazistas, inclusive formando batalhões muçulmanos SS (como a Waffen-Gebirgs-Division-SS Handschar [Adaga]) – por ele considerada como a “nata do Islam” – e organizações nazistas no Egito, Palestina, Síria e Iraque. O golpe pró-nazi no Iraque contou ainda com a ajuda de Kharaillah Tilfah, por mera coincidência (sic) tio e tutor, e posteriormente sogro, de Saddam Hussein. Outra estranha coincidência (sic) é que o verdadeiro nome de Yassir Arafat é Abdul Rauf el-Codbi el-Husseini, sendo um dos sobrinhos do Grã Mufti. Arafat é um codinome retirado de uma colina próxima a Meca e significa “a culminância de uma peregrinação” (hadj), neste caso a libertação de toda a Palestina.

No Oriente Médio, diferentemente de nossa civilização ocidental, a importância dos simbolismos é imensa.

Em 1941 o Mufti foi enviado por Hitler para a Bósnia ocupada aonde obteve o título de “Protetor do Islam”. Lá foram exterminados 200.000 Cristãos Sérvios, 40.000 Ciganos e 22.000 Judeus. Ele, entretanto, se intitulava “Führer der Arabischen Welt”, Líder do Mundo Árabe. Além disto foi estabelecido uma Associação de Amizade Árabe-Germânica que funcionava no Restaurante Berliner Kindl, na Kufürsterdamm além de um Instituto Islâmico em Dresden (Islamische Zentralinstitut) e o Mufti foi agraciado com um Governo Nazi-Islâmico no Exílio A Jihad contra os Judeus foi pregada inicialmente pelo Grã Mufti já em 1943, em pleno apogeu do Holocausto, aliás sugerido por ele, quando dissuadiu Hitler de mandar os Judeus para a Palestina sugerindo, ao invés disto, a chamada “solução final do problema judaico na Europa” através do extermínio físico. A Jihad foi exigida por Al-Husseini numa locução na Rádio Berlin: “matem os Judeus onde os encontrarem, isto agrada a Allah” [2]. Existe evidência sobre a influência direta do Mufti [3].

Em 1945 ele foi colocado em prisão domiciliar de luxo, sob custódia protetora da França mas, “milagrosamente”, escapou para o Cairo em Maio de 1946. Tais apelos à Jihad formaram o embrião da maioria dos grupos terroristas atuais, como o Jihad Islâmico, o Hamas, o Hizbollah, a OLP, que recebem apoio material e ideológico e cujos “mártires” são tidos como heróis. Saddam Hussein doa U$ 245,000.00 para as famílias dos “mártires” , homens-bomba ou mortos em confronto com forças de Israel. Integrantes da Frente de Libertação Árabe Palestina estimam que o total já chegou a 35 milhões de dólares, somente desde o início da Intifada há 29 meses. Enquanto a história do Mufti é bem conhecida, não é a única que indica a estreita colaboração. Na Europa do Leste, principalmente na Ucrânia, nos Estados Bálticos e na Bielo-Rússia inúmeros muçulmanos nativos formaram batalhões voluntários como corpos auxiliares das Waffen-SS, chamados Askaris – nome originalmente dado aos soldados negros da África Alemã na Primeira Guerra Mundial, o que já indica o desprezo que os alemães lhes dedicavam. Os Askaris tomaram parte, principalmente, na Operação Reinhardt de deportação e de guarda dos campos de extermínio, principalmente os de Belzec, Sobibor e Treblinka. Da mesma forma batalhões muçulmanos foram os primeiros a tomarem parte da liquidação do ghetto de Varsóvia. Geralmente eram usados como “bucha de canhão”.

A Quarta Conferência da Academia Islâmica de Pesquisa na Universidade Al Azhar, em 1969, à qual compareceram 24 países muçulmanos reiterou a necessidade da Jihad contra os Judeus. Naquela reunião o “Ministro da Guerra” da OLP recebeu o nome de Abu Jihad (literalmente “Pai da Guerra Santa”). Segundo a agência espanhola EFE, o xeque Mohamed Sayed Tantawi, o Grande Imã da mesquita egípcia de Al Azhar, a instituição religiosa mais prestigiada do Islã sunita, procurou esclarecer que “há uma grande diferença entre o terrorismo e a “Jihad” (guerra santa). “A Jihad na religião islâmica significa que o muçulmano defenda sua fé, seu país com seus bens e integridade territorial. Se o inimigo invadir um país muçulmano, a guerra santa contra ele é um dever“ , afirmou o clérigo ao jornal árabe “Asharq Al Awsat”. Por outro lado, o terrorismo, que tem como objetivo o assassinato de civis inocentes, é algo que o Islã repudia e condena, destacou Tantawi. Mas para eliminar esta diferença, basta considerar o Estado de Israel como invasor, e é claro, aí pode tudo!

Finalizo citando um texto do Jornalista José Roitberg, Onde estão os Judeus de Esquerda?: “Sabe que dói e demonstra a aculturação até dos que se afirmam progressistas intelectualizados preferirem demonizar Israel e compartilhar termos como “Sharon Nazi”, “Bush Nazi” e nazi-sionistas, deixando de lado os verdadeiros nazistas brasileiros como Castan e Editora Revisão? Será tão mais fácil para o pessoal de esquerda esquecer o nazismo e o neo-nazismo? (…) Será que alguém podia nos responder por que as esquerdas cujo inimigo primordial era o nazismo e o fascismo não se interessam mais pelos verdadeiros inimigos, preferindo taxar os democratas de fascistas?”

FONTES PRINIPAIS

– Burkhard Schröder, Führer unter sich – Chuck Morse, Nazi Origins of Arab Terror

– Jamie Glazov, Symposium: Islam,a Religion of Peace or War? Part I, FrontPage Magazine

– Joachim Fest, Hitler

– Joseph B. Schechtman, The Mufti and the Führer, revisão de Linda Dangoor-Khalastchi

– Michael J. Martin, Arab Nazism: Then and Now, FrontPage Magazine

– T.E. Lawrence, Os Sete Pilares da Sabedoria

NOTAS

[1] O argumento de que anti-semitismo é também contra os árabes, também descendentes de Sem não procede por ser falacioso. Em primeiro lugar não se confunda árabes com muçulmanos pois existem muçulmanos não-árabes, como os iranianos, indonésios, kazaks, usbeks, etc, e também árabes pertencentes a outras religiões, como os coptas, cristãos maronitas e católicos, etc. E também porque foram exatamente os árabes que se aliaram aos nazistas anti-semitas desde o início. Pelo contrário, tais países mais a Nigéria e a Turquia jamais aceitaram a Jihad e mantém boas relações com Israel, assim como o Líbano, até a sua destruição pela Síria e seus aliados do Hizbollah.

[2] Ver www.rb.org.il/Islam-Israel/commentary/islam25.htm

[3] ver livro de Schechtman citado


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