quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), famoso por sua obra The Theory of Economic Development, nasceu na Áustria.

02 julho 2008

Schumpeter, Joseph

"Esses indivíduos chamados empreendedores são os agentes de mudança na economia." (Joseph Schumpeter)

Joseph Alois Schumpeter (1883-1950), famoso por sua obra The Theory of Economic Development, nasceu na Áustria. Seu pai morreu quando ele tinha quatro anos. Sua mãe, sete anos mais tarde, casou-se com um general e Schumpeter foi enviado para Theresianum, uma exclusiva escola para os filhos da aristocracia. Influenciado pelo ambiente dessa escola, logo adquiriu ares aristocráticos que o acompanharam por toda a vida. Mais tarde, estudou na Universidade de Viena, um grande centro de aprendizado na época, e logo se tornou um aluno-estrela, o que lhe propiciou a ser um grande economista.

Schumpeter, da mesma época de Keynes, deste divergiu em muitos aspectos. Embora os dois compartilhassem de muitas visões sociais, tais como a vida burguesa culta e os valores gerais do capitalismo, ainda assim produziram expectativas diametralmente opostas quanto ao futuro. Para keynes, o capitalismo achava-se intrinsecamente ameaçado pela possibilidade de estagnação; a visão otimista para os nossos netos dependia do adequado apoio governamental. Para Schumpeter, o capitalismo era intrinsecamente dinâmico e orientado para o crescimento; ele não via necessidade de o governo desgastar-se como uma ferramenta auxiliar permanente, apesar de concordar que o governo deveria aliviar as perturbações econômicas, principalmente a depressão.

A exposição da sua The Theory of Economic Development começa de forma contraditória. É um livro sobre o crescimento econômico e dinâmica capitalista, mas começa com uma visão da economia capitalista na qual o crescimento está ausente por completo. Ele não pressupõe acumulação de capital nos moldes de Smith, Mill, Marx e Keynes. Um capitalismo sem acumulação de capital, um capitalismo cujo fluxo de produção é perfeitamente estático e imutável, transformando-se em "fluxo circular" que nunca altera ou expande sua criação de riqueza. Assemelha-se ao estado estacionário de Ricardo e Mill, com a diferença de que enquanto para eles é o fim do ciclo, para Schumpeter é o início.

Na teoria do "fluxo circular" Schumpeter chama-nos a atenção para que removamos todos os ganhos que excedam o valor da contribuição de cada um na produção. Assim, a competição entre empregadores irá forçá-los a pagar aos seus trabalhadores o valor total do produto que criam e que os donos de terras e de outras riquezas naturais irão, da mesma forma, receber por arrendamentos os mesmos valores com que os seus recursos contribuírem. Assim, trabalhadores e proprietários terão as suas quotas no fluxo circular. E os capitalistas? Os capitalistas não irão receber nada, exceto seus ordenados como gerentes.

A sua teoria dirige-se à figura do inovador, que ele chama de empreendedor. Somente estes teriam lucro, porque as suas inovações teriam o condão de baixar os custos de produção. Esse lucro, porém, seria temporário; logo esta inovação passaria a fazer parte dos concorrentes, que também diminuiriam os seus custos, abaixando o preço do produto final. Além disso, é também uma teoria dos juros e do crédito. Quer dizer, o afã da imitação leva os empresários a procurar crédito para expandir a produção.

Vemos, assim, que a grande contribuição de Schumpeter, em sua teoria do ciclo econômico, foi enfatizar a presença do inovador/empreendedor, único agente capaz de diminuir custos e aumentar o bem-estar da população.

Fonte de Consulta

HEIBRONER, R. A História do Pensamento Econômico. São Paulo, Nova Cultural, 1996.

 


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