segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

O GESTO ESPONTÂNEO - D.W. WINNICOTT Martins Fontes - 1990 - 178 pp – 1ª. Edição – 2005 – 2ª. Edição. Resenha



Psicanálise em debate

O GESTO ESPONTÂNEO - D.W. WINNICOTT
Martins Fontes - 1990 - 178 pp – 1ª. Edição – 2005 – 2ª. Edição.

Sérgio Telles
psicanalista e escritor

Pediatra com grande experiência, D.WWinnicott (1896-1971) cons­tatou a importância decisiva dos fatores emocionais e psíquicos nas crianças que atendia em sua clínica, o que o fez voltar-se para a psica­nálise. Analisou-se com James Strachey e, posteriormente, com Joan Rivie­re; tornou-se um grande analista; produziu uma contribuição teórica original (conceitos como "objeto transicional", "mãe suficientemente boa", por exemplo) e ocupou por uma vez a presidência da Sociedade Britânica de Psicanálise.

"O Gesto Espontâneo" traz 126 cartas selecionadas por Robert Redman, um psicanalista de Los Angeles, que é também o autor da elucidativa nota introdutória onde são fornecidos elementos da vida e obra de Winnicott.

Um livro de cartas selecionadas (Rodman nos diz que há 825 car­tas) imediatamente levanta o problema dos critérios de tal seleção, o que, para um analista, resulta sempre suspeito, por saber que a omissão de dados importantes, ou seja - a repressão -, pode ser raciona1izada e justi­ficada das mais variadas maneiras. Fica, assim, a curiosidade sobre as não publicadas. Além do mais, o próprio Winnicott imaginava que tais cartas um dia seriam publicadas, dado serem cópias retidas e arquivadas por ele mesmo. Se isso evidencia a percepção (correta) de Winnicott sobre sua própria estatura e a importância de suas opiniões, por outro la­do, tira-lhes o frescor e a espontaneidade, dado estar ele escrevendo não para o destinatário explícito, mas visando, em última instância, a posteridade, o que implica sempre numa certa pose.

Mesmo assim pode-se ver um Winnicott extremamente atuante e par­ticipante, opinando sobre os eventos científicos da Sociedade Britâni­ca de Psicanálise, criticando honestamente os trabalhos que julgava merecedores de reparos, escrevendo com freqüência e veemência para jor­nais dando sua opinião sobre os mais variados assuntos. As cartas abor­dam, temas como a política de socialização da medicina na Inglaterra, os efeitos psicológicos na criança decorrentes da aferição da temperatura pelo reto (habitual na Inglaterra), as implicações da fabricação de bonecas com o sexo bem definido, as causas da criminalidade e de como a sociedade reage a ela, a luta contra a psiquiatria organicista, o uso de serviço social em psiquiatria e psicanálise, o problema da análise leiga, as creches, o parto realizado na própria residência da parturiente, a maneira de encarar as enquetes jornalísticas, o autismo, o curandeirismo, a mastectomia.

As cartas mais importantes giram em torno de sua luta para ter um lugar reconhecido como autor de idéias originais na Sociedade Britânica, colhido que foi pela luta que naquele momento ali acontecia.

Em 1926, Melanie Klein, vinda de Berlim, chega em Londres, onde se esta­belece definitivamente. Desenvolve teorias sobre a análise de crianças e, posteriormente, sobre o psiquismo em geral, teorias que entram em choque direto com as de Anna Freud e, consequentemente, com as do próprio Freud. Em 1933, Melita Schmideberg (filha de Melanie Klein) juntamente com Edward Glover (seu analista) desfere ataques virulentos contra Melanie Klein. Em 1938, Freud chega a Londres, fugindo dos nazistas, exacerbando as diferenças teóricas já existentes. O choque entre kleinianos e freudianos atinge intensidade máxima nos inícios dos anos 40.

      A única forma de ultrapassar o problema foi a formação, dentro da Sociedade Britânica de Psicanálise, de dois grupos - o grupo A (kleinianos) e o grupo B (freudiano), com diferentes programas de formação. Fora da polarização, configurou-se o chamado "Middle Group" (Grupo do Meio). Winnicott fazia parte deste grupo, apesar de ter-se analisado com Joan Riviere e ter feito supervisão durante 6 anos com Melanie Klein. Inicialmente tinha bom contato com ela e Melanie Klein chegou a encami­nhar-lhe o próprio filho para análise.

Winnicott gradativamente se afasta de determinadas posições do kleinismo radical, reprovando-lhe o proselitismo incessante dentro da Sociedade, a intolerância, o messianismo.

A importância dos fatores externos (ambiente, pai, mãe, família, etc.), a balança entre eles e os fatores internos (pulsões, “instintos" inatos) na estruturação do psiquismo continua sendo, a meu ver, um problema teórico fundamental em psicanálise. Winnicott defendia a impor­tância destes fatores externos, do “ambiente" (como chamava), na estru­turação básica do psiquismo infantil. Nisto se afastava largamente de Melanie KIein, que virtualmente ignorava a mãe real, enfatizando a importância das pulsões, do instinto de morte na formação do que chama "seio bom" e "seio mau", imagos primitivas da mãe, decorrentes não da intro­jeção de aspectos ou condutas reais, “concretas", da mãe e sim fruto de distorções devidas ao jogo pulsional da criança. Tal tendênca é levada a extremos quando postula o conceito de inveja primária, avatar direto da pulsão de morte, elemento inato decisivo na constituição do aparelho psíquico.

Como diz Rodman: “Klein havia levado a ênfase de Freud [nos fa­tores internos, pulsionais] a níveis irracionais, virtualmente excluindo a importância causativa da realidade externa na vida mental... O papel da realidade externa foi colocado em questão pela descoberta de Freud de que os relatos de ataques sexuais na infância geralmente eram resultado antes de fantasias edipianas que de eventos reais. Isso abriu o mundo da fantasia ao estudo cuidadoso e lançou Freud ao grande trabalho de demonstrar que os ímpetos pulsionais e a neurose infantil de uma pessoa colorem e dão forma ao curso da vida. Esse ponto de vista, que pode­ria ser considerado como a espinha dorsal da teoria e da terapia psicanalítica , foi desafiado repetidas vezes. Klein provavelmente representa sua apoteose. Ao virtualmente excluir a realidade externa de um papel formativo no desenvolvimento, sua teoria transmite a impressão de que a técni­ca por ela gerada irá beneficiar o paciente através de insights que "me­xam" com ele. Winnicott, firmemente enraizado na tradição psicanalítica, mas também um observador prático de crianças e pais aflitos, podia intro­duzir a realidade externa como influência sem sacrificar o significado da vida de fantasia da criança no processo. Seu senso de realidade, tal­vez até mesmo seu senso de justiça, exigiam isso dele". (p. XIX-XX).

Em muitas cartas Winnicott aborda esse tema, de fundamental importância teórico-clínica: "A 'mãe boa' e a 'mãe ma' do jargão kleiniano são objetos internos e nada têm a ver com mulheres reais"  ( p.34). "Meu problema, quando começo a falar com Melanie a respeito de sua formulação sobre a primeira infância, é que me sinto falando sobre cores com um daltônico. Ela simplesmente diz que não se esqueceu da mãe e da parte que a mãe desempenha, embora, na verdade, eu ache que ela não dá indí­cio nenhum de ter compreendido a parte que a mãe desempenha bem no início" (p. 84)".

Não quer Winnicott que sua postura seja considerada como um abandono da importância do interno, do pulsional e diz: “Estremeço ante o peri­go de que meu trabalho seja tomado como uma tentativa de fazer a balança da argumentação pender para o lado ambiental, embora eu realmente seja da opinião de que a psicanálise tem agora condições de dar importância plena aos fatores externos, tanto bons como maus, e, especificamente, à parte desempenhada pela mãe no estágio bem inicial, quando o bebê ainda não separou o “eu” do “não eu” (p.122).

Winnicott teve de lutar muito, inclusive contra a própria ex­-analista, para manter seus pontos de vista e poder desenvolver suas teorias. Em suas cartas vemos muito bem como a política institucional pode interferir diretamente no trabalho científico desta mesma instituição.

Diz ele: "Cara Dra.Riviere: Após o ensaio da Sra. Klein, a senhora e ela falaram comigo e, num contexto de amizade, deram-me a entender que am­bas estão absolutamente seguras de que não há nenhuma contribuição positiva que eu possa dar à interessante tentativa que Melanie está empreendendo o tempo todo para formular a psicologia dos estágios mais precoces. A senhora concordará que ambas sugeriram que o problema é que sou incapaz de reconhecer que Melanie diz exatamente as coisas que estou pedindo que diga. Em outras palavras, há um bloqueio em mim. Isso  naturalmente me preocupa muito e espero sinceramente que possa me dispensar um pouco de seu tempo (...) Quero que saiba que não aceito o que a senhora e Melanie insinuam, ou seja, que minha preocupação com a formulação de Melanie da psicologia da infância mais precoce fundamenta-se antes em fatores subjetivos que objetivos." (p. 84-85).

Vê-se a que grau de atuações a política institucional pode levar, fazendo Joan Riviere, respeitada psicanalista, assumir uma atitu­de anti-ética, sob todos os aspecto indefensável, que foi a de usar seu poder advindo da transferência e de seu conhecimento do inconsciente de um ex-paciente, para castrá-lo, impedindo-o de desenvolver uma teoria contrária à que ela própria defendia, taxando-a come sintomática, uma manifestação patológica, fruto de uma inibição ou bloqueio.

Por imposição política, Winnicott também foi impedido de ensinar por um longo período: "Durante um bom tempo, como você sabe, não fui convidado para ensinar psicanálise, porque nem a Srta. Freud nem a Sra. Klein queriam me usar ou permitir que seus alunos viessem até mim em busca de ensino regular, mesmo em análise infantil. Eu, portanto, senti falta, num momento crítico de minha vida, do estímulo que teria feito com que eu elaborasse uma série de aulas claramente voltadas pa­ra o ensino da técnica. Mais tarde, quando me tornei aceitável e fui convidado a dar algumas aulas, eu já havia tido algumas idéias originais e estas naturalmente me vinham à mente quando eu planejava falar aos estudantes. Isso explica até certo ponto o modo como as coisas são. Não estou reclamando, apenas acho que essas questões de história às vezes são interessantes". (p. 156). ­

Claro que Winnicott está se queixando, apesar da sua negação (coisa que faz inúmeras vezes em suas cartas) e, a meu ver, as questões de história são sempre muito interessantes. A questão da história do movimento psicanalítico, das sociedades de psicanálise são circundadas por um campo minado de transferências, idealizações e identificações, que levam a uma quase intransponível resistência, onde imperam a repres­são, o pacto de silêncio, a negação, a luta pelo poder, jogo de interesses nem sempre muito cristalinos.

Assim, o livro de cartas de Winnicott, apesar de expurgado (das 825 apenas 126 vêm a lume) é muito salutar. É sempre saudável a desidealização, o ver santidades como Hanna Segall sendo desancada em sua pretensão e arrogância (p. 23) ou Bion sendo ironizado pelo uso excessivo dos clichês kleinianos (p. 81), ou ainda a maneira com Winnicott fustiga a formação dos grupelhos e igrejinhas, no caso as klei­nianas (p. 63, 19).

Ao responder a um torturado correspondente americano, que lhe fala da angústia insuportável da qual padece, Winnicott diz: “Pode ser que se e senhor estiver ‘inteiro’ lá, mais cedo ou mais tarde essa angústia que vai além do que pode tolerar se apodere do senhor, e o senhor não consiga mantê-la o suficiente para olhá-la e examinar seu conteúdo. Se conseguisse fazê-lo, perceberia que ela contém – na raiz – a fonte mais profunda de sua própria energia psíquica, de modo que, quando o senhor tem de encobrí-la (ou quando ocorre que ela seja encoberta) o senhor, por assim dizer, perde sua raiz principal".(p 159).

Winnicott sintetiza aí, com rara felicidade, a função e o trabalho do analista. Decifra-me ou te devoro, diz a esfinge-angústia para o ana­lisando. O analista é aquele que ajuda o analisando a entender que não deve fugir da angústia e sim enfrentá-la, tolerá-la, olhá-la nos olhos e decifrá-la. Em assim fazendo, o analisando integra a seu psiquismo impor­tantes forças até então paralisadas e inoperantes, provocando com isso seu enriquecimento e crescimento internos.


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domingo, 14 de janeiro de 2024

Um orangotango bate no vidro para pedir aos visitantes que o deixem ver melhor o bebê.




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O Alienista é uma obra do escritor brasileiro Machado de Assis que foi publicada em 1882. Dividida em 13 capítulos com títulos, ela está inserida no movimento do Realismo no Brasil.


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O Alienista: resumo e análise

O Alienista (resumo e análise da obra)


Daniela Diana
Professora licenciada em Letras
Salvar

O Alienista é uma obra do escritor brasileiro Machado de Assis que foi publicada em 1882. Dividida em 13 capítulos com títulos, ela está inserida no movimento do Realismo no Brasil.

Resumo da Obra

A obra gira em torno da história de Simão Bacamarte, médico respeitado que viajou pela Europa e pelo Brasil.

Quando criou um consultório na cidade brasileira de Itaguaí, resolveu se casar com uma viúva: Dona Evarista. A relação não era baseada no amor, e sim na possibilidade de ter filhos. Simão acreditava que Evarista seria uma boa parceira para o intuito dele, no entanto, nunca chegaram a ter filhos.

Mais tarde, ele resolve criar um manicômio na cidade, o qual recebeu o nome de Casa Verde. Empenhado em seus estudos voltados para a psiquiatria, Simão começa a ter muitos internos que viviam em Itaguaí e arredores.

Isso porque o médico começou a enxergar loucura em muitas pessoas. Costa, um homem que perdeu toda sua herança, foi considerado louco pelo alienista.

Essas atitudes começam a deixar os cidadãos da cidade apreensivos, o que gera um movimento liderado pelo barbeiro Porfírio. O movimento, que ficou conhecido como “Revolta do Canjica”, tinha sido batizado dessa forma por Canjica ser o apelido do barbeiro.

Diante dos protestos na frente da sua casa, o doutor recebe a massa com indiferença e retorna aos seus afazeres. No entanto, Porfírio tinha o intuito de seguir carreira política e, ao chamar Simão para uma reunião acaba se aliando a ele. E as internações continuam na cidade.

Devido as internações dos 50 membros que estavam apoiando a revolução de Porfírio, outro barbeiro da cidade, João Pina, consegue auxiliar na deposição de Canjica.

Ainda que todos tentassem lutar para acabar com a Casa Verde, o local se fortalecia com o passar do tempo. Numa passagem da obra, até mesmo Dona Evarista, mulher do Alienista, é internada. Tudo porque tinha tido uma noite mal dormida.

Quando 75% da cidade estava internada, Simão resolve voltar atrás e liberar todos os internos, certo de que sua teoria estava errada.

Assim, o alienista recomeça a internar outras pessoas, agora seguindo outra teoria. O primeiro interno é Galvão, o vereador da cidade.

Tempos depois, conclui que a sua teoria está errada novamente, por isso, libera todos os pacientes internados na Casa Verde e conclui que o louco era ele.

Assim, o alienista resolve se trancar na Casa Verde, onde morreu dezessete meses depois.

Personagens

Os principais personagens da obra são:

  • Simão Bacamarte: médico renomado e protagonista da obra.
  • D. Evarista: viúva e mulher de Simão.
  • Galvão: vereador da cidade.
  • Costa: homem considerado louco pelo alienista.
  • Porfírio: barbeiro da cidade, interessado na carreira política.
  • João Pina: outro barbeiro da cidade.
  • Crispim Soares: amigo de Simão e boticário da cidade.
  • Padre Lopes: Vigário da cidade.

Análise da Obra

Repleta de um tom humorístico e irônico, a obra de Machado de Assis possui um narrador onisciente.

Narrado em terceira pessoa, o livro revela a dedicação do Doutor Simão que, na verdade, fica obcecado com seus estudos na área de psiquiatria.

Além disso, ele aborda os temas dos interesses políticos, da ambição e do poder na figura de Porfírio. Para atingir seu objetivo, esse personagem acaba por ceder e se juntar ao alienista.

A crítica social e a análise psicológica das personagens revelam a fase realista de Machado de Assis.

O comportamento, as atitudes, os interesses, as relações sociais e o egoísmo humano são colocados em pauta. A loucura e a sanidade apresentam uma linha tênue na visão do autor.

Para alguns, essa obra é considerada um conto, para outros, ela contém a estrutura narrativa e as características de uma novela.

Confira a obra na íntegra, fazendo o download do PDF aqui: O Alienista.

Filme

A obra de Machado de Assis foi transformada em filme em 1970. Intitulada de “Azyllo Muito Louco” foi dirigido por Nelson Pereira dos Santos.

Em 1993, a rede globo de televisão cria uma minissérie baseada na obra de Machado chamada “O Alienista e as Aventuras de um Barnabé”.

O Alienista em Quadrinhos

O Alienista, ilustração de história em quadrinhos

O Alienista em quadrinhos, versão de Fábio Moon e Gabriel Bá

Transformada em histórias em quadrinhos (HQ), há várias versões dessa obra, das quais citamos as produções de Cesar Lobo e Luiz Antonio Aguiar, Fábio Moon e Gabriel Bá e Francisco S. Vilachã.

Na primeira versão citada, predominam cores fortes, enquanto na versão de Fábio Moon e Gabriel Bá predomina a tonalidade sépia. Francisco S. Vilachã, por sua vez, utiliza tons pastéis.






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Direito Civil 3 - Editora Saraiva


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O CRIME DE LUIZ BARSI? Raiam Santos Nomade digital.

CENI SURPRISES EDERSON I The Evolution of the Modern Goalkeeper

Como a sua (des)motivação para estudar funciona

ELEMENTOS DE ARITMÉTICA _Irmão Isidoro Dumont_ FTD S.d. 1940


Livro de aritmética elementar ou primária do irmão católico Isidoro Dumont, publicado em torno de 1940 no Brasil. Esses livros eram direcionados às escolas religiosas fundadas em Minas Gerais no começo do século XIX, conforme site da E.E. irmão Isidoro Dumont, pela ordem religiosa irmãos maristas.

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sábado, 13 de janeiro de 2024

MEC, ONGs e Grandes grupos educacionais. Brasil não é para amadores. (feito com Spreaker)






I Want'a Do Something Freaky To You




Em 1975, "I Want'a Do Something Freaky To You" foi lançado alguns meses depois da música de retorno de Ben E King, "Supernatural Thing", e compartilhava o mesmo misterioso som orquestral. Leon vinha trabalhando em sua carreira solo desde o início dos anos 60, antes de conseguir invadir as paradas pop com sua marca de R&B. Ele assinou contrato com a 20th Century Records em 1974 e teve Barry White como seu companheiro de gravadora. Ele também foi agraciado com a presença de Gene Page, que fez os arranjos de cordas em todas as produções de Barry White/Love Unlimited. Seu primeiro single para sua nova gravadora foi "I Want'a Do Something Freaky To You" e subiu nas paradas para # 15 pop e # 7 R&B. Seu sucessor de 1976, "Strokin' (Pt II), alcançou a posição # 13 R&B e então, em 1978, sua música "Party" alcançou a posição # 24 R&B. Sua luz diminuiu por um tempo, mas ele voltou em 1980 com "Don't Push It Don't Force It", que alcançou a posição # 2 R&B, # 10 disco, mas só alcançou a posição # 49 no Hot100. Essa explosão de criatividade continuou com uma música que ele escreveu "She's A Bad Mama Jama", que ele deu e produziu para Carl Carlton em 1981. Essa música reviveu a carreira de Carlton quando alcançou a posição # 2 R&B e # 22 no Hot 100. Ele continuou a gravar para várias gravadoras como Casablanca e Modern Records, mas não conseguiu se conectar. Voltando-se para a produção, ele se juntou à Edge Records e trabalhou em seu próprio selo, Evejim Records, gravando álbuns de blues de Jimmy McCracklin, Ronnie Lovejoy e Buddy Ace. Em 5 de abril de 2016, Leon faleceu aos 74 anos. Sua influência foi sentida pela geração hip hop que sampleou "I Want'a Do Something Freaky To You" e "Mama Jama" para nomes como Dr Dre, Mariah Carey. , Aaliyah, Redman e Inimigo Público. É hora de ficar maluco!


ISRAEL SIMÕES | Direita tonta

13 de janeiro de 2024


Essa semana, mais uma vez, a Rede Globo conseguiu pautar a polêmica que, obrigatoriamente, todos deveriam comentar. Um homem feito, barbado, 31 anos de idade, soltou em rede nacional a seguinte pérola: “Minha mãe faz tudo pra mim. Organiza minhas coisas, arruma minha cama, faz minha comida, coloca minha comida. Vou ter que dar meu jeito, arrumar uma mãezona lá para cuidar de mim”.

Pronto. Bastou essa molecagem de um candidato ao Big Brother Brasil para que os influencers conservadores escolhessem a sua nova pauta-escândalo. Foram dezenas de vídeos reagindo à cena, alertando os pais sobre as fragilidades da nova geração. E eles estão certos em avisar sua audiência: se não tirarmos nossos filhos da frente das telas, eles correm o sério risco de se tornarem abobados como o filhinho da mamãe selecionado por Boninho.

Mas a reiterada exposição às mediocridades alheias pode gerar um efeito nocivo à personalidade: no lugar de se dignificar pela elevação, ela se orgulha de não estar nas camadas inferiores. Um transtorno que batizei como orgulho-de-não-ser.

No centro da bolha neoconservadora de Instagram, vai emergindo uma altivez de quem sabe que não é assim tão idiota, fútil, perverso, promíscuo e tantas outras vulgaridades em moda hoje em dia. A classe média tradicionalista parece estar forjando, no próprio self, uma falsa unidade baseada na negação, no lugar da substância densa com a qual deveria construir a sua identidade. E isso não é nada bom.

Quanto mais são postos diante de subcelebridades como os participantes do BBB, de funkeiros, MC’s e blogueiros de YouTube, atores globais e jornalistas da Folha, coaches, marqueteiros e palpiteiros oportunistas, os pais e mães de família têm a certeza de que estão prontos e acabados, maduros, santificados e realizados em suas vocações, porque passam dias de noites trabalhando, cuidando dos filhos e frequentando as programações da igreja.

“Na minha casa não entra BBB!”, bradam eles, como se a ausência de ladrão fosse suficiente para deixar a sala bem decorada. Um ufanismo por pouca coisa muito bem explorado pelos tais influenciadores, homens católicos e evangélicos com bom gosto para ternos e inúmeros filhos na foto de Natal. É assim que eles vão erigindo, em torno de si, uma comunidade que dita as próprias regras morais e códigos de conduta, classificando todos os adeptos como os esclarecidos pela incorporação automática, via cursos e eventos de palco, das qualidades do seu mestre.

De tanto interpretarem a realidade a partir destes dualismos arquetípicos que distinguem o santo do profano, o justo do pecador, o nobre do popular por um simples gosto ou estilo melhorzinho, estas consciências ainda precoces perdem as sutilezas das mudanças culturais que, de fato, ameaçam seus lares.

O rapaz que, no lugar de uma namorada, queria uma empregada doméstica dentro da casa do BBB sequer entrou no programa. Foi rejeitado pelos participantes que já haviam sido selecionados em uma votação ao vivo. Quem está, de fato, dando o que falar é Wanessa Camargo. A cantora tem milhões de seguidores, dinheiro, fama e presença constante nos programas de maior audiência da Rede Globo, mas parece querer mais e, surpreendentemente, entrou para o elenco do Big Brother Brasil.

Logo de cara a filha de Zezé conquistou o público pela simples coragem de se expor no jogo de monitoramento 24 horas. Ganhou ainda mais pontinhos ao elogiar, já confinada, a atual namorada do ex-marido, Marcus Buaiz, de quem se separou, após 17 anos juntos, para retomar a antiga relação com o namorado de adolescência Dado Dolabella. “Mulher bem-resolvida é assim”, foi um dos comentários no trecho da conversa que rodou as páginas de fofocas.

O que Wanessa foi fazer no BBB? Obviamente botar seu nome na boca do povo e, quem sabe, agregar mais popularidade, ainda que com o risco de ser rejeitada pelo público ao expor sua personalidade não artística, como ocorreu com o ator Fiuk e a rapper Karol Conká. É uma jogada de marketing da Rede Globo para reforçar a sensação de que o telespectador está com o poder nas mãos, ditando o destino até mesmo de grandes artistas por meio da mobilização da opinião geral através das redes sociais.

Este sim é o verdadeiro pão e circo que aliena o cidadão brasileiro de sua circunstância. Um país em que avança, sem qualquer protesto, uma inédita aliança político-jurídica comprometida com a perda de liberdades, sem medo de impor a censura e criminalizar a oposição, agora oferece a cabeça de uma cantora pop em decadência para que o povão decida, por meio do voto, se ela será amada ou odiada. Se Wanessa Camargo os representa.

É este estratagema que os conservadores deveriam estar denunciando, no lugar de fazerem caras e bocas contra um jovem mimado com síndrome de Peter Pan. Estão mirando em Urias enquanto o rei come Bate-seba, derrubando os soldados da linha de frente de uma guerra cultural empreendida nas sutilezas, que pedem para serem decifradas.

Toda a atividade de denúncia da “direita” brasileira está reduzida à propaganda de um Brazilian Way of Life caipira, conservadorismo de interior, que caçoa do filho vagabundo da vizinha, das putarias e outras malandrices juvenis, porque é incapaz de elaborar e executar o desmascaramento do verdadeiro sistema de poder que a oprime.

Esmeril Editora e Cultura. Todos os direitos reservados. 2023


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