sábado, 7 de setembro de 2024

Cem frases de Olavo de Carvalho • Cultura de Fato


Olavo Luiz Pimentel de Carvalho

A morte é uma das poucas certezas empíricas que temos. Uma idéia se avalia pela sua capacidade de se defrontar com a morte. Só importa aquilo que para nós é mortalmente importante, as verdades pelas quais morreríamos, e que valem mais que a vida. Noventa e nove por cento do que pensamos não têm importância nenhuma. Livrar-se da vaidade e adotar a morte como critério é um bom começo em filosofia.
Olavo de Carvalho

Hoje, 24 de janeiro, celebramos o dia de São Francisco de Sales, Doutor da Igreja e padroeiro dos educadores, escritores e jornalistas. No ano retrasado, em 2022, nesta mesma data, nosso professor Olavo de Carvalho fez sua Páscoa. Sobre tal fato, o jornalista Paulo Briguet comentou: “Pessoas me disseram ser coincidência. Coincidência é o novo nome do Espírito Santo”.

Na sequência, reunimos cem pensamentos do filósofo. Mas, não por acaso, afinal, motivados por Olavo Luiz Pimentel de Carvalho (1947 – 2022), sem que ele soubesse, lançamos este website em 2015 como Culturateca. Posteriormente, em 2020, adotamos o nome Cultura de Fato como uma singela homenagem ao programa True Outspeak, apresentado semanalmente por ele entre os anos de 2006 e 2012.

  1. O amor não é um sentimento; é uma decisão, um ato de vontade e um comprometimento existencial profundo. Os sentimentos variam, mas o amor permanece. Quem não compreendeu isso não chegou nem perto da maturidade.
  2. O tipo mais desprezível que existe é aquele que esconde a própria sujeira por trás de versículos da Bíblia.
  3. Quando você defender uma ideia, procure a origem dessa ideia.
  4. A autoridade de um pai deve ser diretamente proporcional à sua capacidade de alegrar os filhos e à sua disposição de morrer por eles, se preciso.
  5. O amor nunca deve ser tímido nem discreto. Deve ser intenso, apaixonado e ostensivo, sobretudo quando é casto e sem cobiça.
  6. Numa discussão, o incapaz é invencível. Nenhum argumento infundirá jamais na cabeça de ninguém a capacidade de compreendê-lo.
  7. A sorte favorece os audazes. E quando entrar em um negócio, entre com a seguinte posição: ‘Sabe quando eu vou parar? Nunca.’ É assim que tem de ser.
  8. O homem que não domina as palavras é dominado por elas: vive num mundo de ilusões verbais, que toma por realidades. Quando você consegue montar uma fase, imagina que provou um fato. A fala, em vez de ser uma janela para o mundo, substitui o mundo.
  9. Não tenha medo de sofrer; aprenda com a humilhação, torne-se uma pessoa digna de ser amada, e o será.
  10. A coragem nasce do amor ao próximo, e só isso. Então não se preocupe em ser corajoso, pois a coragem é um resultado, não uma causa. A causa é amor ao próximo ou falta dele.
  11. Não suporto gente que fala bonitinho. Só dou ouvidos a quem não tem medo de falar com o coração nas mãos, mesmo ao preço de parecer doido.
  12. O xingamento serve precisamente para aquelas ocasiões onde responder delicadamente é compactuar com o intolerável.
  13. Se você quer vencer um inimigo, primeiro troque o ódio por desprezo sarcástico. Ódio é uma forma de culto.
  14. Nada paralisa mais as ações necessárias do que o medo do ridículo.
  15. Só preste atenção aos defeitos das pessoas se elas vierem pedir, rogar, implorar para você ajudar a corrigi-los.
  16. Os fortes não têm medo de encarar o pior: os fracos fogem dele porque sua mera visão os esmaga.
  17. A verdadeira coragem é sempre moral. Coragem é não fugir da morte, da derrota, da humilhação.”
  18. Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira.
  19. O homem medíocre não acredita no que vê, mas no que aprende a dizer.
  20. Conservadorismo significa fidelidade, constância, firmeza. Não é coisa para homens de geleia.
  21. Há coisas que são boas por alguns instantes, outras por algum tempo. Só algumas são para sempre.
  22. Cartoon de Olavo Luiz Pimentel de CarvalhoAs portas do espírito só se abrem à perfeita sinceridade de propósitos.
  23. O mundo seria melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo.
  24. Um búfalo é muito mais forte e temível do que um leão. A diferença é que o leão quer comer um bife de búfalo e o búfalo não quer comer um bife de leão. Resultado: o leão acaba vencendo.
  25. Você não tem que lutar para ser melhor que ninguém, você precisa lutar para ser melhor a cada dia consigo mesmo.
  26. A característica mais proeminente do imbecil é a incapacidade de sair fora de sua esfera de interesses e perceber que do interlocutor pode ser outra.
  27. Ser odiado por multidões de ignorantes é o preço de não ser um deles.
  28. Se você não tem sequer a coragem de enxergar a realidade, como pode ter a pretensão de mudá-la?
  29. O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza.
  30. Heróis genuínos fazem-me desde dentro, na luta da alma pela verdade da existência. Antes de brilhar em ações espetaculares têm de vencer a mentira interior e pagar, com a solidão moral extrema, o preço da sinceridade.
  31. Só um imbecil completo deseja ter uma opinião própria. Quem tem cabeça busca uma opinião verdadeira.
  32. Aquilo que te dá segurança é ao mesmo tempo aquilo que te aprisiona.
  33. Nada irrita mais um desesperado do que forçá-lo a uma longa espera na antesala de uma pura incerteza.
  34. O aprendizado é impossível sem o direito de errar e sem uma longa tolerância para com o estado de dúvida.
  35. Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos.
  36. Estudar de menos e opinar demais. Essa é a maior desgraça do brasileiro.
  37. É inútil tentar convencer quem acha que já sabe. Sem a humilhação preliminar que quebra a autoconfiança postiça e cria o desejo de saber, nada é possível.
  38. É próprio da idiotice tomar posição pelo valor nominal das causas defendidas ou atacadas, sem saber sua origem histórica, as forças políticas e econômicas que as sustentam e os planos estratégicos de maior escala que as abrangem e utilizam.
  39. Em grego, ‘idios’ que dizer ‘o mesmo’. ‘Idiotes’ de onde veio o nosso termo ‘idiota’, é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo, que julga tudo pela sua própria pequenez.
  40. Um homem maduro é aquele em cuja alma todos os sentimentos e emoções: ternura, ódio, esperança, pressa, indiferença. Todos eles são balizados pela consciência da morte.
  41. Muitas pessoas não alcançam o verdadeiro amor porque se apegam ao sexo para sentir que estão vivas, para fugir da angústia e do tempo da morte. Mas é só a consciência da morte que nos abre para o verdadeiro amor, quando vemos a nossa amada envelhecendo. Se extinguindo pouco a pouco, e imploramos a Deus que a preserve na outra vida.
  42. Eu só quero uma coisa, que Deus perdoe meus pecados e me leve pra perto dele.
  43. A terra é um planeta inabitável. Conforto só no céu.
  44. Burrice e maldade jamais foram termos antagônicos.
  45. No Brasil é preciso explicar, desenhar, depois explicar o desenho e desenhar a explicação.
  46. Marxismo, pragmatismo, nietzscheanismo e freudismo nada nos dizem a respeito da realidade, mas tudo a respeito da mentalidade de seus adeptos. São os quatro pilares do barbarismo contemporâneo.
  47. Sem senso de eternidade, não há senso de realidade.
  48. Não me julguem mal. Já pratiquei o jornalismo — confesso —, mas foi só porque tinha filhos pequenos para sustentar.
  49. O sentimento segue aquilo que amamos. Se amamos o que é verdadeiro, bom e belo, ele nos conduzirá para lá. O problema, portanto, não é sentir, mas amar as coisas certas. Do mesmo modo, o pensamento não é guia de si próprio, mas se deixa levar pelos amores que temos.”
  50. Sentir ou conhecer, nenhum dos dois é um guia confiável. Antes de poder seguir qualquer um dos dois, é preciso aprender a escolher os objetos de amor – e o critério dessa escolha é: quais são as coisas que, se dependessem de mim, deveriam durar para sempre? Há coisas que são boas por alguns instantes, outras por algum tempo. Só algumas são para sempre.
  51. É a proporção entre nossas representações e a experiência, que assegura a racionalidade dos nossos pensamentos.
  52. Primeiro o aborto é autorizado, depois recomendado, por fim imposto obrigatoriamente. É sempre assim. Cada novo ‘direito’ contém em si o germe de uma imposição totalitária. Quando vão entender isso?
  53. A crítica não tem sobre a psicologia das massas o poder sugestivo que têm as crenças afirmativas, mesmo falsas.
  54. O Brasil inventou a categoria do OBVIOSCENO: aquilo que, justamente por ser óbvio, é proibido como obsceno.
  55. Escrever bem’ e deixar a realidade falar, tal é a diferença entre um jornalista e um escritor. Deixar que os fatos da experiência falem é muito mais difícil do que ‘escrever bem’. Para isto basta dominar os instrumentos usuais da linguagem pública. Para aquilo, é preciso inventar uma linguagem capaz de dizer o que nunca foi dito antes.
  56. Nada debilita mais a inteligência do que a obstinação orgulhosa na astúcia fracassada.
  57. O advento da grande mídia democratizou a ignorância.
  58. Se a hipocrisia é a homenagem que o vício presta à virtude, o cinismo é a afirmação ostensiva do vício como virtude.
  59. A ciência política começa no instante que Platão e Aristóteles estabelecem a diferença entre o discurso do agente político e do observador científico. Quem quer que discurse em nome de um partido, de um grupo ou de uma instituição é, por definição, um agente político.
  60. O mais desprezível dos homens é aquele que considera a intensidade de seu ódio como prova da veracidade de sua crença.
  61. Tudo em volta induz à loucura, ao infantilismo, à exasperação imaginativa. Contra isso o estudo não basta. Tomem consciência da infecção moral e lutem, lutem, lutem pelo seu equilíbrio, pela sua maturidade, pela sua lucidez. Tenham a normalidade, a sanidade, a centralidade da psique como um ideal. Prometam a vocês mesmos ser personalidades fortes, bem estruturadas, serenas no meio da tempestade, prontas a vencer todos os obstáculos com a ajuda de Deus e de mais ninguém. Prometam ser e não apenas pedir, obter, sentir e desfrutar.
  62. O Império Eurasiano promete-nos uma guerra mundial e, como resultado dela, uma ditadura global. Alguns de seus adeptos chegam a chamá-lo ‘o Império do Fim’, uma evocação claramente apocalíptica. Só esquecem de observar que o último império antes do Juízo Final não será outra coisa senão o Império do Anticristo.
  63. O cúmulo da fé é o sujeito acreditar que sabe que Deus não existe.
  64. Na medida em que você se desliga do espírito daquela era, está ligado ao espírito de todas as eras. Isto quer dizer que, de fato, na constituição do próprio indivíduo, já está dada toda a dialética entre o mundo do sensível ou da temporalidade e o mundo da eternidade.
  65. As mudanças aceleradas, na tecnologia ou em tudo o mais, produzem um estado mental chamado ‘psicose informática’, cujo principal sintoma é a abdicação de todo discernimento, a aceitação passiva de qualquer ordem ou sugestão recebida.
  66. Se cometi tantos erros, se tão rico e variado é o repertório dos meus pecados, para que inventar mais um, acusando-me logo daquilo que não fiz?
  67. O liberalismo é um momento do processo revolucionário que, por meio do capitalismo, acaba dissolvendo no mercado a herança da civilização judaico-cristã e o Estado de direito.
  68. Filosofia é a busca pela unidade do conhecimento na unidade da consciência.
  69. Não se deve fingir saber o que não se sabe nem fingir não saber o que se sabe.
  70. A atenção é a coisa mais preciosa que há no mundo.
  71. No Brasil, ser um intelectual é um direito assegurado por lei a todos os incapazes.
  72. Não sei de outros ramos da economia, mas na mídia nunca vi ninguém perder o emprego por ser gay, preto, mulher ou índio. Só por ser conservador.
  73. Se Jesus exigisse fidelidade incondicional, teria demitido São Pedro.
  74. Orgulho hétero é veadagem.
  75. Não há nada mais difícil do que fazer alguém tomar consciência da sua inconsciência progressiva. É como tentar parar uma queda em pleno ar.
  76. Deus perdoa os adúlteros, os mentirosos, os ladrões e até os assassinos, mas não perdoa quem não perdoa.
  77. As pessoas que mais se angustiam na vida são aquelas que padecem de uma desesperadora falta de problemas.
  78. No Brasil, muitas pessoas acham que ‘Eu não gosto’ é o argumento definitivo contra qualquer coisa.
  79. Quando você perde o medo de ser ridicularizado, você retira a maior arma do seu inimigo.
  80. Ter a consciência tranquila não é próprio de um cristão.
  81. O histérico acha que a intensidade do seu ódio prova a veracidade da sua crença.
  82. Dos meus cursos, quem é inteligente sai mais inteligente, quem é burro sai maluco.
  83. O tempo é a substância da vida humana. O dinheiro que se perde, ganha-se de novo. O tempo, nunca.
  84. A política pró-diversidade consiste essencialmente em proibir a diversidade de opiniões.
  85. Emocionalismo tosco é a raiz de todos os males. O amor não segue as emoções, mas as dirige racionalmente para gerar alegria, confiança e esperança no coração da pessoa amada.
  86. Todo mundo que segue o caminho certo começa andando sozinho.
  87. É a minha prece de sempre: Eu não sei o que é ser bom, mas o Senhor sabe. Faça, portanto, que eu seja bom sem saber.
  88. Gastamos aquilo que recebemos, mas aquilo que damos nos pertence para sempre.
  89. A reeducação das emoções é impossível sem passar primeiro pela reeducação da inteligência, de modo que esta assuma, pouco a pouco, o comando da alma inteira e se torne o centro da personalidade em vez de um penduricalho inútil a serviço da vaidade.
  90. No Brasil denomina-se ‘ordem jurídica’ a proteção estatal dos criminosos contra suas vítimas.
  91. O amor morre porque o condicionamos a mil exigências que ele não pode cumprir: conforto, utilidade, funcionalidade social, prosperidade, até mesmo a fidelidade — tudo conspira para matá-lo.
  92. No país onde o dever máximo do cidadão é ser um cagão convicto, coragem é nazismo.
  93. Como não consegue acreditar seriamente que vai alcançar sucesso, o brasileiro acha mais seguro apostar no fracasso alheio.
  94. O fingimento requer mais investimento intelectual do que a vida sincera.
  95. Não fiquem tristes. Se todos os problemas tivessem solução, para quê precisaríamos de Deus? Só os problemas insolúveis levam à sabedoria.
  96. Qual é a minha ideologia? Eu não tenho nenhuma.
  97. Diferença crucial: na esquerda, as ideias corrompem as pessoas; na direita, as pessoas corrompem as ideias.
  98. A vocação é algo para o qual você tem uma resistência específica. A minha resistência específica é a burrice humana.
  99. A compulsão de discordar é sinal de inteligência deficiente.
  100. Aquilo que é nobre e elevado só transparece a quem o ama.

Os 42 primeiros pensamentos não foram diretamente selecionados por nós, mas obtidos do vídeo abaixo:



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Silvio Almeida é demitido por denúncias de assédio sexual. Meu comentário sobre este caso.

Esposa de Silvio Almeida diz que acusações de assédio são ‘absurdas’ e ‘injustas’

Organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual confirmou que recebeu denúncias contra o ministro

Brasília|Rafaela Soares, do R7, em Brasília

Ministro negou todas as acusações em postagem nas redes Reprodução/Instagram/@neiafkn - 1.1.2023

fonte: 
noticias.r7.com/brasilia/esposa-de-silvo-almeida-diz-que-acusacoes-de-assedio-sao-absurdas-e-injustas-06092024/

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Ganexa Chaturthi – Wikipédia, a enciclopédia livre 06/09/2024 sexta-feira.


Ganexa Chaturthi (ou Vinayaka ChaturthiGanesa Caturthī) é o festival Hindu comemorado em honra do deus com cabeça de elefante Ganexa. Conhecido no ocidente como o aniversário de Ganexa. As celebrações são tradicionalmente realizadas no 4º dia da primeira quinzena (Shukla Chaturthi) no mês de Bhaadrapada, de acordo com o calendário hindu. O que cai entre agosto e setembro meses do calendário gregoriano. O festival é celebrado tanto em público como em casas e dura por 10 a 14 dias.

Ganexa Chaturthi

O fim das celebrações terminam com a imersão de ídolos de Senhor Ganexa em água. Essas imersões podem ocorrer tanto em rios como no mar, quanto em santuários temporários, chamados de pandals. Em casa, geralmente constrói-se uma imagem do Deus. O festival é geralmente celebrado em toda a Índia. No entanto com as novas ondas de imigração de indianos fora da Índia, celebra-se amplamente na região Terai, do Nepal, nos Estados UnidosCanadáInglaterraEspanha (em Tenerife[1][2][3]) e em outros lugares.

Não se sabe quando e como Ganexa Chaturthi foi celebrado pela primeira vez. Sabe-se que o festival de Ganexa é comemorado em eventos públicos em Pune desde os tempos de Shivaji (1630-1680), o fundador do Império Maratha. Os Peshwas, os administradores do Império, a partir de 1718 até o seu fim em 1818, incentivaram as comemorações em sua sede administrativa Pune pois Ganexa era a divindade família (Kuladevata). Com a queda dos Peshwas, o festival Ganexa perdeu o patrocínio do Estado e se tornou uma celebração familiar privada novamente em Maharashtra até o seu renascimento pelo combatente da liberdade indiano e reformador social Lokmanya Tilak.

Rituais

O festival começa por selecionar e criar um murti (o ídolo) feito de argila. Em casa as famílias o criam em um canto pequeno, limpo, decorado com flores e outros itens coloridos para instalar o ídolo. Nas celebrações públicas, os preparativos têm início com semanas de antecedência e envolvem erguer estruturas temporárias (pandals mandapas). Essas estátuas públicas são financiadas por fiéis e por estabelecimentos comerciais.

Uma vez instalado em ambos os casos é necessário decorar o ídolo e o local de instalação em vários temas, utilizando materiais preciosos, flores etc. Em preparação para o festival, artesãos qualificados criam modelos de barro artísticos de Senhor Ganexa, com o objetivo de vendê-los. Não é incomum para os ídolos públicos serem enormes, superiores a três metros.

Como parte do ritual de instalação um sacerdote vai realizar o ritual Prana Pratishtha com o objetivo simbólico de convidar a divindade habitar o murti. Durante o processo ocorrem várias oferendas como coco, açúcar mascavo, Modaks (um bolinho doce), durva (trevo), folhas de grama e flores vermelhas aos murti. Durante toda a cerimônia, hinos védicos do Rig Veda, o Ganapati Atharvashirsa, Upanishad, e o stotra Ganexa do Narada Purana são cantados.

Celebrações na Índia e em outros países

Celebrações caseiras na Índia

Nas comemorações caseiras, em Maharashtra e outros estados, a maioria das famílias hindus instalam as suas próprias pequenas estátuas de barro para a adoração a Ganexa. O ídolo é adorado todas as manhãs e à noite até a imersão. A adoração envolve várias ofertas ao ídolo incluindo flores e durva. As cerimônias de adoração diárias terminam com os fiéis cantando a Aarti em honra de Ganexa, outros deuses e santos. O aarti Ganexa cantado em Maharashtra foi composto por volta do século XVII.

Recentemente, devido a preocupações ambientais, um número de famílias evitam os rios e mares, mas deixam que as estátuas de barro desintegrarem em um balde ou na banheira em casa. Após alguns dias, a argila é utilizada no jardim em casa. Em algumas cidades, poços ecológicos foram criados para os fiéis submergirem suas estátuas.

Procissões públicas

Celebrações públicas do festival são muito populares, especialmente em Maharashtra. Estas são organizados por grupos locais de jovens (Tarun Mandal), associações de bairro ou grupos de comerciantes. Um exemplo deste último são as comemorações organizadas pelos comerciantes do mercado vegetal em Pune. O Mandai Ganpati, Como é chamado, foram comemoradas todos os anos desde a década de 1890. Os fundos para a festa pública são coletados para os membros das associações organizarem a celebração de residentes locais ou empresas locais. No festival, os Comitês locais do Festival competem entre si para criarem a maior estátua e o melhor pandal.

O festival também é o momento para atividades culturais como canto e teatro, orquestra e atividades comunitárias como checkup médico gratuito, campos de doação de sangue, e caridade para com os pobres. Hoje, o Festival de Ganexa não é apenas um festival popular, tornou-se uma actividade económica muito crítica e importante para Mumbai, Pune, Hyderabad, Bangalore e Chennai.

Fora da Índia

Ganexa Chaturthi é comemorado no Reino Unido pela população hindu imigrante, bem como o grande número de indianos que residem lá. A cultura hindu e a Heritage Society, do Reino Unido comemoraram o Ganexa Chaturthi, pela primeira vez em Londres, em 2005, no Vishwa Hindu Temple. O ídolo foi imerso no rio Tamisa no pier de Putney.

O festival é comemorado em muitos locais em todo o mundo. The Hindu Swayamsevak Sangh dos EUA, uma organização de hindus organiza muitas tais eventos para marcar os festivais hindus. O Philadelphia Ganexa popularmente conhecido como PGF é o maior festival Hindu (totalmente realizado por fundos públicos), comemorado na Philadelphia, na América do Norte. Na Pennsylvania, desde 2005, o festival é realizado todos os anos em Bharatiya Temple, Chalfont. Os 10 dias são marcados por procissões, programas devocionais, eventos culturais, Índia filmi-orquestra e um carnaval fim de semana.

Impacto ambiental

O impacto mais grave do festival sobre o meio ambiente é devido à imersão dos ídolos feitos de gesso de Paris em lagos, rios e mar. Tradicionalmente, os ídolos foram esculpidos na lama pegos nas proximidades das casas dos fiéis. Após o festival, ele era devolvido a Terra por imersão nas águas nas proximidades. Isso era uma forma de representar o ciclo da criação e dissolução da Natureza.

No entanto, como a produção de ídolos de Ganexa ganhou uma base comercial, a argila de barro ou naturais foi substituído por gesso. Que é um material sintético, mais fácil de moldar, mais leve e menos dispendioso do que a argila. No entanto, o gesso não é biodegradável e é insolúvel em água. Além disso, as tintas químicas utilizadas para adornar esses ídolos de gesso contêm metais pesados ​​como o mercúrio e o cádmio, causando poluição da água devido à acumulação nas camadas de areia na praia.

Na República de Trinidad e Tobago, Rádio Jaagriti, a estação de rádio líder hindu no país, tem ativamente educado o público das implicações ambientais da utilização de murtis de gesso de Paris . Em Goa, a venda de ídolos de Ganexa feitos de gesso é proibida pelo Governo do Estado. As pessoas são incentivadas a comprar ídolos de barro tradicionais feitas por artesãos. Recentemente, tem havido novas iniciativas patrocinadas por alguns governos estaduais para produzir ídolos Ganexa de argila. Várias organizações não governamentais e governamentais foram abordar esta questão. As soluções apresentadas foram:

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    quinta-feira, 5 de setembro de 2024

    Spotify introduz mudanças significativas para podcasters com nova integração com Riverside - CASTNEWS



    Mudanças estão a caminho para os podcasters que utilizam o serviço de hospedagem do Spotify. A partir de 9 de julho, várias ferramentas de criação proprietárias, disponíveis tanto nas experiências móveis quanto web do Spotify for Podcasters, não estarão mais disponíveis. A empresa está direcionando mais esforços de criação de podcast para sua integração com o Riverside.

    Essas mudanças, anunciadas pela primeira vez em fevereiro, significam que diversas ferramentas de construção de episódios, focadas em gravação, edição e segmentos de anúncios, serão removidas do serviço de hospedagem do Spotify. A biblioteca de músicas de fundo será movida para as Configurações, que agora terão acesso a todos os arquivos de áudio criados ou carregados usando o Spotify for Podcasters. Outras ferramentas, como a funcionalidade Music + Talk, que permitia aos podcasters incluir faixas de música licenciadas em seus episódios, também serão descontinuadas, juntamente com os recursos Record with Friends e Voice Messages. As ferramentas de gravação e edição nativas, usadas por podcasts desde que o Spotify adquiriu o Anchor em 2019, também serão desativadas.

    ‘Lira: os Atalhos do Poder’: UOL lança novo podcast com Thais Bilenky

    “Você pode continuar a carregar podcasts de áudio e vídeo para o Spotify for Podcasters para distribuição, gerenciamento e monetização. Todos os seus episódios publicados existentes permanecerão publicados e inalterados”, afirma o Spotify no anúncio.

    Na atualização para os usuários, o Spotify orienta os podcasters que precisam de ferramentas de criação de episódios a utilizarem sua nova integração com o Riverside, que oferece mais ferramentas para gravar e editar podcasts de áudio e vídeo.

    SQUADCAST BR - NOVO

    No início deste ano, o Spotify anunciou que estava expandindo seu relacionamento com a plataforma de gravação de áudio e vídeo Riverside como parte de um esforço mais amplo para reduzir suas despesas operacionais. O Riverside oferece ferramentas de gravação e edição alimentadas por IA, que agora serão nativas dentro do Spotify for Podcasters. A mudança permitirá que os criadores gravem e editem seus podcasts de áudio e vídeo com o Riverside diretamente no Spotify for Podcasters. Os usuários terão gravação de faixa única gratuita e ilimitada, que é a mesma experiência atualmente fornecida pelo Spotify.

    “Juntamente com o lançamento desta integração e para melhor otimizar as necessidades dos criadores hoje, estamos redirecionando nossa atenção — e recursos — de algumas de nossas ferramentas legadas para a próxima geração de inovações em podcasting”, disse a empresa em fevereiro.

    A integração é uma expansão de uma aliança anunciada em 2022, que permitiu aos usuários criar versões em vídeo de seus shows usando o Riverside e distribuí-los facilmente no Spotify.

    Estas mudanças refletem o compromisso contínuo do Spotify em oferecer ferramentas avançadas para podcasters, ao mesmo tempo em que busca maior eficiência operacional e inovação contínua no espaço do podcasting.

    fonte: https://www.castnews.com.br/spotify-introduz-mudancas-significativas-para-podcasters-com-nova-integracao-com-riverside/






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    Informe Jurídico com Kátia Magalhães #21 | Elon Musk X Moraes | Dino e a Jurisprudência

    Conheça Varaha Jayanti 2024 Data e hora, significado, rituais



    Conheça Varaha Jayanti 2024 Data e hora, significado, rituais

    Publicado em 3 de setembro de 2024

    Varaha Jayanti é um festival hindu dedicado ao Senhor Varaha, o terceiro avatar do Senhor Vishnu, que assumiu a forma de um javali para resgatar a Terra do demônio Hiranyaksha. Este festival é observado no terceiro dia (Tritiya) do Shukla Paksha (fase crescente da lua) no mês de Bhadrapada, de acordo com o calendário hindu.
    Varaha Jayanti 2024 Data: Sexta-feira, 6 de setembro.
    Tritiya Tithi começa – 12h21 do dia 05 de setembro de 2024.
    Tritiya Tithi termina – 15h01 em 06 de setembro de 2024.
    Significado de Varaha Jayanti:
    Varaha Jayanti tem grande significado no hinduísmo, pois celebra a vitória do bem sobre o mal. De acordo com a lenda, o demônio Hiranyaksha submergiu a Terra no oceano cósmico, causando caos e destruição. Para salvar a Terra, o Senhor Vishnu encarnou como Varaha, um poderoso javali, e mergulhou no oceano. Após uma batalha feroz, Varaha matou Hiranyaksha e levantou a Terra em suas presas, restaurando-a ao seu devido lugar no universo.
    Celebrações:
    Os devotos observam Varaha Jayanti com devoção e rituais religiosos. Eles realizam orações especiais, oferecem flores, frutas e doces ao Senhor Vishnu e recitam hinos e mantras. Muitas pessoas também jejuam neste dia, buscando bênçãos para proteção, prosperidade e remoção de obstáculos. Templos dedicados ao Senhor Vishnu, especialmente aqueles com santuários para Varaha, realizam cerimônias especiais, e o dia é marcado pelo canto de canções devocionais e pela leitura de escrituras que narram a história do Senhor Varaha.
    Impacto cultural:
    Varaha Jayanti é celebrado com entusiasmo em várias partes da Índia, particularmente em regiões onde o Vaishnavismo (adoração ao Senhor Vishnu) é proeminente. O dia serve como um lembrete da importância da retidão e da proteção divina que o Senhor Vishnu fornece aos seus devotos. É um momento de reflexão, devoção e reafirmação da fé no poder do bem para superar o mal.

    Categorias: Datas e horários do festival

    Fonte https://hindufestivaldates-com.translate.goog/know-varaha-jayanti-2024-date-and-time-significance-rituals/?_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc


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    Desafios e possibilidades para inovar em reportagem multimídia

    Inovação em Jornalismo

    Projetos desenvolvidos na disciplina “Inovação, Tecnologia e Sociedade” do Mestrado Profissional em Produção Jornalística da ESPM-SP

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    Muito além do texto, o ambiente digital oferece ao trabalho jornalístico a oportunidade de apresentar conteúdos mais ricos e complexos, em que fotografias, vídeos, áudios, animações, infográficos, games, entre outros, surgem para contextualizar, elucidar e ampliar o conhecimento sobre os temas escolhidos

    Fabio Saraiva

    Se no início era o verbo, ou melhor, o texto, os avanços tecnológicos mais recentes têm permitido que palavras numa reportagem digital ganhem cada vez mais a companhia de imagens (na forma de fotos e vídeos), áudios, animações, infografia, mapas ou games. Tais combinações propiciam um terreno produtivo para narrativas inovadoras. Uma das missões aqui é oferecer conteúdo de qualidade e que se apresente relevante a um público que talvez seja até mais exigente em comparação ao passado, uma vez que está inserido num cenário de super oferta de informação e formatos. Se esta maior exigência pode ser questionada, a concorrência pela atenção da audiência com certeza nunca foi tão grande.

    Assim, as múltiplas oportunidades atuais representam ao mesmo tempo um desafio, já que o jornalista precisa cada vez mais ter noções de novas técnicas que vão muito além do apurar e escrever, mas também proporcionam um campo para projetos jornalísticos inovadores, a exemplo de reportagens multimídias realizadas nos anos mais recentes por veículos como Folha de S. Paulo, na série Tudo Sobre, pelo Estado de S. Paulo, em seus projetos especiais, ou no produto semanal UOL TAB, do portal UOL.

    Tela inicial da reportagem multimídia "A Batalha de Belo Monte", da Folha de S. Paulo | Reprodução/FSP

    Há um consenso entre estudiosos que o ponto de partida para esta nova fase no jornalismo digital ocorreu em 2012 com o lançamento da célebre reportagem Snow Fall — The Avalanche at Tunnel Creek pelo jornal norte-americano New York Times, influenciando tudo o que viria a seguir. Inovadora, Snow Fall é uma reportagem multimídia sobre uma avalanche no Estado de Washington em dezembro de 2012. Premiada com o Peabody Awards 2013 e o Pulitzer 2013, Snow Fall é, segundo Bertocchi (2013), um exemplo espetacular de formato narrativo no jornalismo. Com seis partes narrativas, a reportagem também traz gráficos e mapas interativos, vídeos, entrevistas, biografias e textos contendo em torno de 18 mil palavras.

    Tela inicial de Snow Fall — The Avalanche at Tunnel Creek, célebre reportagem multimídia do jornal New York Times | Reprodução/NYT

    Já em sua abertura, a reportagem apresenta um vídeo com vento soprando sobre uma montanha coberta de neve o que transmite ao leitor a sensação de uma foto em movimento. Bertocchi destaca em Snow Fall o chamado efeito de “rolagem paralaxe” (parallax scrolling), um modo de rolamento especial feito a partir de camadas visuais e de informações que criam no leitor a impressão de profundidade e imersão na tela. Sucesso de crítica, a reportagem também se destacou entre o público. “Snow Fall teve 2,9 milhões de visitas e 3,5 milhões de page views nos primeiros seis dias de publicação” (AMADO, 2013, apud LONGHI; WINQUES, 2015, p. 8).

    Ito e Ventura (2016a) consideram que a grande surpresa em torno de Snow Fall talvez esteja mais no sucesso com o número de acessos conquistado do que no formato em si, porque, na visão dos dois pesquisadores, se não houvesse o boom de visitas ao site, muito provavelmente a questão da originalidade do modelo de reportagem que ele representa estaria atualmente restrito às experimentações.

    Mapa interativo que integra a reportagem “Snow Fall” | Reprodução/NYT

    Para alguns autores, como Malik (2013 apud LONGHI, 2014, p. 915), "projetos de peso como Snow Fall também representam oportunidades para organizações tradicionais como o New York Times se destacarem numa época de acirramento na disputa pela atenção do público leitor com concorrentes novos, como Buzzfeed e o Huffington Post, ou até mesmo com as redes sociais, como foi sinalizado no dossiê Innovation, do próprio Times".

    Vídeo do New York Times sobre "Snow Fall" | Reprodução/Youtube

    Depois de Snow Fall

    Com a publicação de Snow Fall e seus resultados positivos, multiplicaram-se os produtos jornalísticos que investiram no formato a fim de proporcionar aos leitores experiências narrativas mais intensas. Entre as publicações que adotaram tal caminho, estão a National Geographic, o portal ESPN, e o jornal The Chicago Tribune. No Brasil, Bertocchi aponta uma das primeiras reportagens com o efeito paralaxe no portal UOL, a produção Baú do Rock, em 2013, sobre as edições do Rock’n’Rio. A partir deste início, a evolução do uso no jornalismo brasileiro também se mostrou evidente.

    Formatos noticiosos hipermidiáticos vêm se destacando no ambiente online, com estratégias de navegação e interatividade evoluindo ano após ano. As crescentes possibilidades tecnológicas e o desenvolvimento dos produtos webjornalísticos têm permitido que a grande reportagem que os leitores estavam acostumados a encontrar no jornal impresso também marque presença no ambiente digital. (WINQUES, 2015, p. 2)

    Com tais avanços, a grande reportagem multimídia tornou-se o lugar “onde o jornalismo online mais tem explorado as possibilidades de convergência de linguagens do meio digital”, estando marcada ainda, no cenário atual, pelo texto longform e as narrativas imersivas (LONGHI, 2014, p. 900). A estabilização da linguagem de programação HTML5 para a produção de textos longos e mais imersivos permitiu esta evolução, segundo a autora, o que não era possível antes, com o Flash. A maior contribuição do HTML5 para o jornalismo digital, porém, teria sido a padronização, aponta Longhi.

    O design responsivo também se configura no grande definidor do momento de virada e de adaptação da grande reportagem ao meio. Essa característica diz respeito aos sites que se adaptam ao suporte que o usuário está usando, ou seja o design e as informações se adaptam ao celular, tablet, televisão ou computador. (LONGHI; WINQUES, 2015, p. 9)

    Tais avanços tecnológicos têm permitido que projetos cheguem aos leitores em todos os lugares, uma vez que não se trata mais, como no passado, do consumo de um conteúdo feito exclusivamente diante de uma tela fixa de computador. Tudo agora está ao alcance da mão, dentro do bolso. "O design responsivo é essencial para conteúdos pensados para o acesso via dispositivos móveis, como é o caso do TAB" (ITO; VENTURA, 2016b, p. 130).

    Investir é preciso

    Vale observar, no entanto, que a produção de reportagens multimídia requer um considerável investimento das empresas jornalísticas, fator que nunca deve ser menosprezado, sobretudo em tempos de crise nos modelos de negócios com quedas consideráveis nas receitas. Numa época em que os cortes de pessoal são sucessivos e expressivos sob a justificativa de equilibrar as contas, o mantra “fazer mais com menos” parece se chocar com o desejo de produzir grandes reportagens multimídia.

    Avaliemos um exemplo: a primeira grande reportagem multimídia produzida pela Folha na série Tudo Sobre consiste em um especial sobre a usina de Belo Monte, intitulado A Batalha de Belo Monte, de 2013. Para chegar aos leitores, foram 10 meses de trabalho, com a veiculação de dossiês digitais precedendo a reportagem. Ao todo, ela tem cinco capítulos, 55 fotografias, 24 vídeos, 18 infográficos, cerca de 15 mil palavras e um game sobre a hidrelétrica brasileira, a terceira maior do mundo. O trabalho envolveu uma equipe de 19 pessoas, em diferentes fases da produção, e ganhou em 2014 a medalha de prata no Malofiej, uma das mais importantes distinções de infografia e design mundiais (LONGHI; WINQUES, 2015, p. 10).

    Vídeo da reportagem multimídia "A Batalha de Belo Monte", da Folha de S. Paulo | Reprodução/Youtube

    Outro produto jornalístico digital fruto de investimento e que tem se destacado é a série UOL TAB, que desde 2014 traz uma nova reportagem multimídia às segundas-feiras no portal UOL. O TAB, cuja equipe é formada por 12 profissionais, conta com grandes reportagens disponibilizadas na página, cujos temas variam entre cotidiano, tendências, curiosidades e temas atuais. A diferença entre UOL TAB e Tudo Sobre é que as reportagens do TAB não estão divididas em capítulos; os leitores seguem a leitura apenas pelo rolar do scrolling. O diretor de conteúdo do UOL, Rodrigo Flores afirma que "150 mil visitantes únicos clicam nas homes web e mobile das grandes reportagens TAB por edição" (FLORES, 2014, apud LONGHI; WINQUES, 2015, p. 11). Ainda segundo Flores, o “TAB é a resposta do UOL para a necessidade do nosso público de consumir conteúdo de qualidade em formatos criativos, interessantes e interativos” (FLORES, 2014 apud ITO; VENTURA, 2016b, p. 124).

    A redação do TAB, em especial, surgiu após a análise de uma empresa de consultoria de inovação que indicou um protótipo do produto e a necessidade de se formar uma equipe que só trabalhasse com as reportagens. Portanto, os profissionais que trabalham para o TAB não executam outras pautas do UOL. Em março de 2016, a equipe do TAB era composta por jornalistas, editores, designers/UX, videografistas e programadores. (ITO; VENTURA, 2016a, p. 152)

    Tela de reportagem do UOL TAB | Reprodução/UOL

    Ao pesquisar as redações do UOL e do Estado de S.Paulo, Ito e Ventura (2016b) também destacam a flexibilidade no deadline para a finalização de reportagens. No TAB o tempo de produção pode variar entre três semanas a mais de um mês, dependendo da complexidade do tema abordado. Já no Estadão, projetos especiais, como reportagens multimídia interativas ou infográficos, podem levar, da apuração dos dados até a entrega, de três a cinco meses.

    Vídeo que integra reportagem do UOL TAB | Reprodução/Youtube

    Jornalistas multitarefa

    Mas e quanto aos profissionais da área, o que é preciso para se inserir nesta nova realidade? Se no passado, numa redação de jornal, saber escrever e apurar bem eram imperativos, no cenário atual tais habilidades não perderam importância, mas há novas exigências que também são bem-vindas.

    Tanto no UOL quanto no Estadão foi identificada a existência de pessoas — jornalistas ou não — multiespecializadas, que se destacam dos demais por acumularem conhecimentos e competências não apenas do campo jornalístico, como também de outras áreas, como a estatística ou a linguagem de programação. (ITO; VENTURA, 2016a, p. 153)

    García Avilés e Carvajal (2008 apud ITO; VENTURA, 2016a, p. 155) apontam que "uma redação com jornalistas de múltiplas habilidades oferece flexibilidade aos gestores no planejamento diário da produção noticiosa e torna possível realocar cada profissional em diferentes plataformas de mídia, quando necessário". Para fazer produtos jornalísticos diferenciados, como os do TAB e no Estadão, a presença de profissionais polivalentes, jornalistas ou não, parece, segundo os autores, se configurar também como uma vantagem importante para o aprofundamento do conteúdo e a sofisticação em sua apresentação.

    "Na atualidade, a aposta em conteúdo jornalístico relevante, como a reportagem multimídia interativa, vem tornando-se um diferencial de empresas jornalísticas de maior porte, algo que vai ao encontro do que defende Canavilhas (2014 apud ITO; VENTURA, 2016, p. 155). Para os autores, o investimento em formatos especiais se relaciona à manutenção de duas questões-chave para a sobrevivência dos veículos de mídia estudados: a credibilidade e a monetização.

    Enquanto no TAB a quantidade de acessos é bastante significativa, nos projetos especiais do Estadão, apesar do volume menor, ainda assim há interesse de patrocinadores em apresentar esse tipo de conteúdo. O patrocínio, por sua vez, ocorre porque há um reconhecimento das marcas sobre os índices de audiência web descritos no TAB e no Estadão, segundo Ito e Ventura.

    Portanto, é possível concluir que os avanços tecnológicos recentes alteraram de muitas formas e consideravelmente a estrutura do trabalho jornalístico. Por um lado, eles propiciam a criação de reportagens cada vez mais complexas e inovadoras, que têm encontrado público consumidor e, consequentemente, potencial para monetização. Ao mesmo tempo, isso também requer que sejam feitos investimentos pelas empresas jornalísticas para a formação de equipes multidisciplinares e, para quem trabalha na área, exige que novos conhecimentos e capacidades sejam incorporados à prática profissional. Um cenário cada mais rico, multifacetado e desafiador inserido num mundo que parece girar em velocidade crescente.

    Referências

    BERTOCCHI, Daniela. Dos Dados aos Formatos: o sistema narrativo no jornalismo digitalCompós, XXIII Encontro Anual da Compós, Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação. Belém/PA, 28 e 29 maio 2014.

    ITO, Liliane de Lucena. VENTURA, Mauro de Souza. A Reportagem Multimídia Interativa: inovação, produção e monetização. Brazilian Journalism Research, v. 12, n. 3, 2016a.

    ITO, Liliane de Lucena. VENTURA, Mauro de Souza. Inovação no jornalismo brasileiro: o caso das reportagens multimídia Tab, do UOLComunicação & Inovação, PPGCOM/USCS. v. 17, n. 35. 2016b.

    LONGHI, Raquel Ritter. O turning point da grande reportagem multimídiaRevista FAMECOS. Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 897–917, set.-dez. 2014.

    LONGHI, Raquel; WINQUES, Kérley. O lugar do longform no jornalismo online. Qualidade versus quantidade e algumas considerações sobre o consumo24º Encontro Nacional da Compós, Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, Brasília, Universidade de Brasília. 2015.

    WINQUES, Kérley. Apuração e inovação: uma análise da série UOL Tab, do portal UOL6º Simpósio Internacional de Ciberjornalismo, UFMS, Campo Grande, 2015.

    Fabio Saraiva é jornalista com mais de 15 anos de vivência em redações, com passagens pelo Diário de S. Paulo (Infoglobo), Agora (Folha de S. Paulo) e Metro (Rede Bandeirantes), onde cobriu de chacinas a celebridades, de cultura a saúde e sexualidade. É pós-graduado em Jornalismo Digital pela ESPM e foi aluno ouvinte do Mestrado Profissional em Produção Jornalística e Mercado da ESPM, na linha de pesquisa “Lógicas e Modelos de Gestão em Jornalismo”, no segundo semestre de 2018.




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