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Fonte: REVISTA EDUCAÇÃO - 01/2007 - EDIÇÃO 117
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Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identifica uma sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.
Principais conceitos
Diversos sentidos da palavra variam consoante a aplicação em determinado ramo do conhecimento humano.
O uso de abstração é uma característica do que é cultura: os elementos culturais só existem na mente das pessoas, em seus símbolos tais como padrões artísticos e mitos. Entretanto fala-se também em cultura material (por analogia a cultura simbólica) quando do estudo de produtos culturais concretos (obras de arte, escritos, ferramentas, etc.). Essa forma de cultura (material) é preservada no tempo com mais facilidade, uma vez que a cultura simbólica é extremamente frágil.
A principal característica da cultura é o chamado mecanismo adaptativo: a capacidade de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos, mais rápida do que uma possível evolução biológica. O homem não precisou, por exemplo, desenvolver longa pelagem e grossas camadas de gordura sob a pele para viver em ambientes mais frios – ele simplesmente adaptou-se com o uso de roupas, do fogo e de habitações. A evolução cultural é mais rápida do que a biológica. No entanto, ao rejeitar a evolução biológica, o homem torna-se dependente da cultura, pois esta age em substituição a elementos que constituiriam o ser humano; a falta de um destes elementos (por exemplo, a supressão de um aspecto da cultura) causaria o mesmo efeito de uma amputação ou defeito físico, talvez ainda pior.
Além disso a cultura é também um mecanismo cumulativo. As modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte, de modo que a cultura transforma-se perdendo e incorporando aspectos mais adequados à sobrevivência, reduzindo o esforço das novas gerações.
Um exemplo de vantagem obtida através da cultura é o desenvolvimento do cultivo do solo, a agricultura. Com ela o homem pôde ter maior controle sobre o fornecimento de alimentos, minimizando os efeitos de escassez de caça ou coleta. Também pôde abandonar o nomadismo; daí a fixação em aldeamentos, cidades e estados.
A agricultura também permitiu o crescimento populacional de maneira acentuada, que gerou novo problema: produzir alimento para uma população maior. Desenvolvimentos técnicos – facilitados pelo maior número de mentes pensantes – permitem que essa dificuldade seja superada, mas por sua vez induzem a um novo aumento da população; o aumento populacional é assim causa e conseqüência do avanço cultural.
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano.
Para o teórico Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia. Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.
Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em grandes velocidades variadas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.
O ambiente exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.
O ser humano comum, imerso em sua própria cultura, tende a encarar seus padrões culturais como os mais racionais e mais ajustados a uma boa vida. Quando muito, percebe algo que é inadequado e que “poderia ser de outra forma.” O que permite uma percepção cultural mais intensa é o contato com outras culturas.
Mas, uma vez que se dá este contato, a tendência natural é rejeitar a outra cultura como inferior, como inatural. É o chamado etnocentrismo, uma barreira que, a despeito de prejudicar o entendimento e relação com outras culturas, serve justamente para preservar a identidade de uma cultura frente à possível difusão de preceitos de outras culturas.
Os estudiosos da cultura utilizam o chamado relativismo cultural contra o etnocentrismo: consideram cada aspecto cultural em relação à cultura estudada, e não em relação à sua própria cultura, enquanto sujeitos formados dentro de outro sistema de valores.
É possível, na opinião de alguns cientistas, identificar uma “espécie de cultura” em alguns animais superiores, especialmente mamíferos (e dentro destes, especialmente primatas). Toda esta “espécie de cultura” é muito diferente da que se identifica na espécie humana. Sendo ainda muito inferior à humana, é unicamente física, não englobando qualquer sinal comprovativo de aplicação racional, mas do entendimento. Enquanto os animais inferiores utilizam-se de adaptações físicas e biológicas para resistir aos perigos do meio (por exemplo, reprodução exagerada para manter a espécie - contorna as facilidades na extinção de indivíduos), grupos como os primatas utilizam-se do comportamento adaptável para sobreviver. Os primatas possuem como características fundamentadoras destas opiniões: o uso de instrumentos toscos (para quebrar cascas de alimentos, para se defender), a transmissão para os filhotes de conhecimento.
Artigos sobre Cultura
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O que é inclusão?
Adiron
14/07/2004
Entenda as bases da inclusão social e escolar e evite confusões em matéria de inclusão de pessoas com deficiência
Incluir
do Lat. includere
verbo transitivo direto
compreender, abranger;
conter em si, envolver, implicar;
inserir, intercalar, introduzir, fazer parte, figurar entre outros;
pertencer juntamente com outros
No bom e velho "Aurélio" , o verbo incluir apresenta vários significados, todos eles com o sentido de algo ou alguém inserido entre outras coisas ou pessoas. Em nenhum momento essa definição pressupõe que o ser incluído precisa ser igual ou semelhante aos demais aos quais se agregou.
Quando falamos de uma sociedade inclusiva, pensamos naquela que valoriza a diversidade humana e fortalece a aceitação das diferenças individuais. É dentro dela que aprendemos a conviver, contribuir e construir juntos um mundo de oportunidades reais (não obrigatoriamente iguais) para todos.
Isso implica numa sociedade onde cada um é responsável pela qualidade de vida do outro, mesmo quando esse outro é muito diferente de nós.
Inclusão ou integração?
Semanticamente incluir e integrar têm significados muito parecidos, o que faz com que muitas pessoas utilizem esses verbos indistintamente. No entanto, nos movimentos sociais inclusão e integração representam filosofias totalmente diferentes, ainda que tenham objetivos aparentemente iguais, ou seja, a inserção de pessoas com deficiência na sociedade.
Os mal-entendidos sobre o tema começam justamente aí. As pessoas usam o termo inclusão quando, na verdade, estão pensando em integração.
Quais são as principais diferenças entre inclusão e integração? O conteúdo das definições do quadro abaixo é de autoria de Claudia Werneck, extraído do primeiro volume do Manual do Mídia Legal:
Inclusão: a inserção é total e incondicional (crianças com deficiência não precisam "se preparar" para ir à escola regular)
Integração: a inserção é parcial e condicional (crianças "se preparam" emescolas ou classes especiais para estar em escolas ou classes regulares)
Inclusão: exige rupturas nos sistemas
Integração: Pede concessões aos sistemas
Inclusão: mudanças que beneficiam toda e qualquer pessoa (não se sabe quem "ganha" mais; TODAS ganham);
Integração: Mudanças visando prioritariamente a pessoas com deficiência (consolida a idéia de que elas "ganham" mais)
Inclusão: exige transformações profundas
Integração: contenta-se com transformações superficiais
Inclusão: sociedade se adapta para atender às necessidades das pessoas com deficiência e, com isso, se torna mais atenta às necessidades de TODOS
Integração: pessoas com deficiência se adaptam às necessidades dos modelos que já existem na sociedade, que faz apenas ajustes
Inclusão: defende o direito de TODAS as pessoas, com e sem deficiência
Integração: Defende o direito de pessoas com deficiência
Inclusão: traz para dentro dos sistemas os grupos de "excluídos" e, paralelamente, transforma esses sistemas para que se tornem de qualidade para TODOS
Integração: Insere nos sistemas os grupos de "excluídos que provarem estar aptos" (sob este aspecto, as cotas podem ser questionadas como promotoras da inclusão)
Inclusão: o adjetivo inclusivo é usado quando se busca qualidade para TODAS as pessoas com e sem deficiência (escola inclusiva, trabalho inclusivo, lazer inclusivo etc)
Integração: O adjetivo integrador é usado quando se busca qualidade nas estruturas que atendem apenas as pessoas com deficiência consideradas aptas (escola integradora, empresa integradora etc)
Inclusão: valoriza a individualidade de pessoas com deficiência (pessoas com deficiência podem ou não ser bons funcionários; podem ou não ser carinhosos etc);
Integração: Como reflexo de um pensamento integrador podemos citar a tendência a tratar pessoas com deficiência como um bloco homogêneo (exemplos: surdos se concentram melhor; cegos são excelentes massagistas)
Inclusão: Não quer disfarçar as limitações, porque elas são reais
Integração: Tende a disfarçar as limitações para aumentar a possibilidade de inserção
Inclusão: Não se caracteriza apenas pela presença de pessoas com e sem deficiência em um mesmo ambiente
Integração: A presença de pessoas com e sem deficiência no mesmo ambiente tende a ser suficiente para o uso do adjetivo integrador
A escola e a inclusão
Os objetivos tradicionais na educação de pessoas com necessidades educativas específicas, ainda se orientam por conseguir alcançar comportamentos sociais controlados, quando deveriam ter como objetivo que essas pessoas adquirissem cultura suficiente para que pudessem conduzir sua própria vida. Ainda vivemos em um modelo assistencial e dependente quando a meta da inclusão é o modelo competencial e autônomo.
O pensamento pedagógico dos profissionais, é que "as crianças com necessidades educativas específicas são os únicos responsáveis (culpados) por seus problemas de aprendizagem (às vezes esse sentimento se estende aos pais), mas raras vezes questionam o sistema escolar e a sociedade... o fracasso na aprendizagem deve-se às próprias crianças com deficiência e não ao sistema, pensa-se que são eles e não a escola quem tem que mudar."*
É um modelo baseado no déficit, que destaca mais o que a criança não sabe fazer do que aquilo que ela pode realmente fazer. Assim, esse modelo se centra na necessidade do especialista, e se busca um modo terapêutico de intervir, como se a resolução dos problemas da diversidade estivesse sujeita à formação de especialistas que se fazem profissionais da deficiência.
Essa escola seletiva valoriza mais a capacidade dos que os processos; os agrupamentos homogêneos do que os heterogêneos; a competitividade do que a cooperação; o individualismo do que a aprendizagem solidária; os modelos fechados, rígidos e inflexíveis do que os projetos educativos abertos, compreensivos e transformadores; apóia-se em desenvolver habilidades e destrezas e não conteúdos culturais e vivenciais como instrumentos para adquirir e desenvolver estratégias que lhes permitam resolver os problemas da vida cotidiana.
Essa postura é um problema ideológico, por que o que se esconde atrás dessa atitude é a não-aceitação da diversidade como valor humano e a perpetuação das diferenças entre os alunos, ressaltando que essas diferenças são insuperáveis.
A escola inclusiva é aquela onde o modelo educativo subverte essa lógica e pretende, em primeiro lugar, estabelecer ligações cognitivas entre os alunos e o currículo, para que adquiram e desenvolvam estratégias que lhes permitam resolver problemas da vida cotidiana e que lhes preparem para aproveitar as oportunidades que a vida lhes ofereça. Às vezes, essas oportunidades lhes serão dadas mas, na maioria das vezes, terão que ser construídas e, nessa construção, as pessoas com deficiência têm que participar ativamente.
Esta incompreensão da cultura da diversidade implica em que os profissionais pensem que os processos de integração estavam destinados a melhorar a "educação especial" e não a educação em geral. Encontramo-nos em um momento de crise, por que os velhos parâmetros estão agonizando e os novos ainda não terminaram de emergir. Penso que a cultura da diversidade está colocando contra a parede o fim de uma época (o ocaso da modernidade?) educativa.
A cultura da diversidade vai nos permitir construir uma escola de qualidade, uma didática de qualidade e profissionais de qualidade. Todos teremos de aprender a "ensinar a aprender". A cultura da diversidade é um processo de aprendizagem permanente, onde TODOS devemos aprender a compartilhar novos significados e novos comportamentos de relações entre as pessoas. A cultura da diversidade é uma nova maneira de educar que parte do respeito à diversidade como valor.
*Melero, Miguel Lopez - Diversidade e Cultura: uma escola sem exclusões. Universidade de Málaga. Espanha.2002
EMBARGO
Em visita recente ao Vaticano, o presidente Lula disse que gostaria que o presidente eleito dos EUA acabasse com o embargo que aquele país impõe a Cuba já há várias décadas.
A palavra “embargo” originou-se do verbo “embargar”, que veio do latim ‘imbarricare.’. O termo designa qualquer coisa que represente um obstáculo, empecilho. Na política e no comercio internacional, entende –se “embargo” como a proibição do comércio e da comercialização com um determinado país, a fim de se criar uma situação desconfortável para seu governo.
>> Definição do “iDicionário Aulete”:
EMBARGO (em.bar.go)
Substantivo masculino.
1 Qualquer coisa que represente um obstáculo; EMPECILHO; IMPEDIMENTO. [ + a: embargo à presença de menores.]
2 Jur. Instituto jurídico que trata de impedir a conquista de algum direito
3 Jur. Ver arresto
[Formação: Dev. de embargar. Hom./Par.: embargo (fl. de embargar)]
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Palavra do Dia:
ETIQUETA
A partir 2009, os veículos incluídos no Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular sairão de fábrica com uma etiqueta indicando o consumo de combustível, o que oferece ao consumidor mais um critério de avaliação antes de comprar um novo veículo.
A palavra “etiqueta” originou-se no francês, ‘étiquette’, e, no sentido do texto acima, designa um adesivo, rótulo etc.. que dê informações sobre determinado produto. A palavra também designa o conjunto de regras e normas de comportamento e conduta em solenidades ou festas oficiais que tenham a participação de pessoas importantes na sociedade.
>> Definição do “iDicionário Aulete”.
ETIQUETA (e.ti.que.ta)
Substantivo feminino.
1 Conjunto de regras, de normas de conduta, que devem ser observadas na corte real ou em solenidades e festas oficiais de que participam altas autoridades.
2 Conjunto de normas de conduta us. no trato entre particulares, esp. em ocasiões formais.
3 Marca ou condição de produto feito ou vendido por fabricante ou lojista de prestígio (roupas de etiqueta)
4 Marca, rótulo, adesivo etc. que identificam ou têm informações sobre os produtos que os contém: Etiqueta de roupa, livro, bagagem, prazo de validade etc.
5 Produto que, fabricado ou vendido por fabricante ou lojista, tem fama ou prestígio: Usava um vestido de etiqueta.
[Formação: Do fr. étiquette.]
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1. Justificativa de alteração da lei do Conselho
3. Lei 10.297 que altera a lei 7.145
4. Lei comentada 1 (Lei do Conselho de Escola Comentada)
5. Lei do Conselho de Escola, com gráficos, reduzida
6. Regimento do Conselho das Escolas Municipais
7. Regimento Interno de 3 de agosto de 2004
8. Lei nº 8_869 de 24 de junho de 1996-conselhos
9. Lei nº 10_632, de 29 de setembro de 2000-conselhos
Palavra do Dia:
RAIVA
O Ministério da Saúde informou na última quinta-feira, 13 de outubro, que pela primeira vez na história o Brasil obteve a cura de um paciente infectado com o vírus da raiva.
A palavra “raiva” tem sua origem no latim vulgar, “rabia” e no texto acima ela designa uma doença que acomete o sistema nervoso central de alguns mamíferos, é causada por vírus e é transmitida ao homem pela mordida de um animal infectado. Além disso, o termo designa também um acesso violento de ira, fúria.
>> Definição do “iDicionário Aulete”:
RAIVA (rai.va)
Substantivo feminino.
1 Acesso violento de ira; CÓLERA; FÚRIA: Reagiu com raiva à provocação.
2 Ressentimento, ódio, rancor: Tem raiva de todos os seus inimigos.
3 Grande aversão; HORROR; OJERIZA: Tinha raiva dos oportunistas.
4 Vet. Doença infecciosa virótica que acomete o sistema nervoso central dos mamíferos (esp. cachorro, gato, morcego), transmissível ao homem pela mordedura do animal infectado; HIDROFOBIA.
5 Lus. Cul. Biscoito feito de farinha com ovos, manteiga e açúcar.
6 Prurido nas gengivas das crianças, causado pela dentição.
7 Grande apetite; desejo irresistível.
[Formação: Do lat. vulg. rabia. Hom./Par.: raiva (sf.), raiva (fl. de raivar).]
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Raiva
A raiva é um vírus que afeta o homem além dos animais. Embora erradicada em Portugal a sua vacinação é obrigatória O período de incubação anterior aos sinais clínicos é muito variável. Ataca rapidamente o sistema nervoso do animal.
É uma doença infecciosa de evolução aguda, causada por um vírus, quase sempre mortal, que se manifesta entre os animais por transtornos do conhecimento, aumento da excitabilidade nervosa e sintomas paralíticos. Transmite-se entre os animais, quase sempre através da mordedura ou contaminação de ferimentos por saliva de animais doentes do mal. O vírus está contido em alta concentração na saliva, e demais excreções e secreções dos animais acometidos da doença, além de também no sangue.
Vírus da Raiva
Grupo: Grupo V ((-)ssRNA)
Ordem: Mononegavirales
Familia: Rhabdoviridae
Género: Lyssavirus
Espécie: Virus da Raiva
O vírus da Raiva é um Rhabdovirus com genoma de RNA simples de sentido negativo (a sua cópia é que é lida como mRNA na síntese proteica). O vírus tem envelope bilípidico, cerca de 100 nanómetros e forma de bala.
Susceptibilidade
São susceptíveis de contraí-la os animais mamíferos em geral, porém mais de 80% dos casos assinalados pela literatura médica são carnívoros, e em especial o cão doméstico. Interessante assinalar-se que o sintoma da fobia à água somente ocorre no homem quando acometido da moléstia, portanto o termo hidrofobia deve ser reservado exclusivamente ao homo sapiens.
Foram os pesquisadores franceses, Louis Pasteur, Roux e Chanberlain, o primeiro químico, os dois seguintes médicos, auxiliados ainda pelo veterinário também francês Thuilier, que após exaustivas experiências, conseguiram o primeiro método eficiente para seu combate, através da vacinação pelos mesmos idealizada, e evidenciaram seu caráter infecto-contagioso, além de sua etiologia vírica.
A doença pode também acometer os animais herbívoros, como o boi, o cavalo, a ovelha, a cabra, sendo que nos ruminantes como os bovinos, os sintomas são predominantemente paralíticos.
A raiva quando declarada em um animal, assim como no homem não tem cura, culminando sempre com a morte, após período breve de evolução e sintomatologia que impressiona sobremaneira.
Prevenção
Para evitar-se a doença, ou seja, como medida profilática, a vacinação dos animais susceptíveis, principalmente de cães e gatos, é a medida básica.
No caso do homem, somente é indicada a vacinação como medida terapêutica, em caso do mesmo haver sido exposto à mordedura ou contato com animais suspeitos de raiva, ou tenha se contaminado acidentalmente, e nestes casos, a urgência da vacinação é de suma importância, assim como número de doses da vacina proporcional à gravidade do caso, o que o médico assistente deve julgar e prescrever, segundo o caso em si.
Países como Portugal praticamente conseguiram erradicar de seus territórios o mal, a traves de campanhas de vacinação em massa dos animais susceptíveis de se contaminarem.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é inicialmente feito pelos sintomas manifestados pelos animais que adoecem quando contaminados pelo vírus; Inicialmente apresentam esses animais alteração de seu comportamento, procurando locais escuros para se abrigarem, já que existe a chamada fotofobia, o que é sua causa determinante; Deixam de se alimentar e beber água e mesmo de atenderem ao chamado quando instados pelos donos. Com o evoluir da doença que é extremamente rápido, quando se trata de animais das espécies carnívoras, como cães, quase sempre ocorre em seguida a chamada fase prodrómica, em que esses animais fogem de casa passando a vagarem pelas ruas, quando então passam a ser perseguidos por outros cães vadios, os quais são mordidos pelo animal com raiva, que assim agem como meio de defesa, e a través dessa mordida contaminam novos cães de rua, dando continuidade a doença. Em seguida evolui a doença para a chamada fase paralítica, em que não podendo mais se locomoverem podem tanto morrerem atropelados por automóveis nas ruas, ou mesmo sucumbirem em decúbito pelo próprio evoluir da doença. Ocorrendo a chamada paralisia do maxilar, sintoma quase sempre presente, não conseguindo fecharem a boca passam a babar copiosamente, o que chama a atenção do observador atento sendo mesmo sintoma da raiva guardado na memória popular. O latido do cão com raiva torna-se característico, sendo emitido num duplo tom o que permite o diagnóstico da doença pelo simples ouvir desse latido. Quem teve oportunidade de ouvi-lo uma única vez não o esquecerá jamais. Como já mencionado, é a saliva o principal veículo de transmissão da doença, já que nela o vírus encontra-se concentrado, porém outras secreções como a urina, fezes e até o sangue são também contagiantes para outros animais ou pessoas.
Vacina
Existem vacinas anti-rábicas apropriadas para cada espécie animal, e das mais variadas técnicas de fabricação, desde a antiga vacina Pasteuriana, preparada pela dessecação de medulas de animais inoculados com o vírus, até as mais modernas obtidas por técnicas especiais, quando o vírus é cultivado em meios vivos, como ovos embrionados de galinha, neste caso denominadas vacinas avinizadas, e até em cultivos de células de rim de porco ou de hamster.
O vírus encontrado quando isolado de um animal doente, é denominado de vírus de rua, e é altamente infectante (virulento); Já aquele cultivado em laboratório, e inativado em sua patogenicidade e virulência, por sucessivas passagens em meios de cultura próprios, e por repiques diretos no meio em que é cultivado, é denominado vírus fixo. É este último o utilizado no preparo de vacinas, pelo fato de perder sua virulência e patogenicidade, conservando não obstante sua capacidade antigênica, qualidade esta última que é a visada na vacina, por ser a responsável pelo estímulo formador de anticorpos pelo organismo no qual for inoculada.
Dependentemente da técnica empregada no preparo dessa vacina anti-rábica, poderá a mesma dar imunidade por um ou dois anos, aos animais em que venha a ser inoculada. Existem vacinas para serem aplicadas em cães, assim como em gatos, bovinos ou eqüinos e outros animais susceptíveis, devendo por essa circunstância serem procuradas e selecionadas de acordo com a espécie animal a ser imunizada. Como advertência final devo frisar não ser a Raiva doença curável quando já declarada, assim os meios profiláticos existentes de vacinação, são apenas preventivos e não curativos. Mesmo o homem quando mordido por um cão suspeito de estar com raiva, essa vacinação subsequente deve ser efetuada o mais rapidamente possível, a fim de possibilitar que o organismo humano fabrique sob o estímulo da vacina os anticorpos necessários a deterem a propagação do vírus em sentido ao cérebro, e antes que isto tenha tempo de ocorrer, já que essa propagação do vírus é em sentido centrípeto para o cérebro e lenta porque efetuada pelos nervos da região que se deu a mordida, ou foi lesada por esse traumatismo.
Drª Cristina Alves ( Veterinária )
Referências Bibliográficas:
http://www.hospvetprincipal.pt
Imagem: http://pt.wikipedia.org
Fonte deste artigo: http://br.geocities.com/amorhumanno/raiva.htmh ttps://archive.org/details/doctrina40705 Obrigado pela visita, volte sempre. Se você observar que a postagem, vídeo ou Slideshare...