segunda-feira, 20 de maio de 2013

Complexo de Édipo: História e Conceito



O complexo de Édipo é um dos conceitos mais famosos de Sigmund Freud, que passou anos  e anos pensando e repensando-o, elaborando e reelaborando até chegar ao conceito final. Inicialmente, o complexo de Édipo era articulado com a chamada escolha de objeto e, lentamente, torna-se central para a psicanálise com o desenvolvimento do conceito de identificação. 

Neste texto, refaço o longo percurso de elaboração feito por Freud, com a ajuda do livro de Renato Mezan, um dos maiores psicanalistas brasileiros, Freud: a trama dos conceitos, que deve ser comprado por todos aqueles que se interessam por psicanálise e psicologia. 

O Complexo de Édipo em Freud

Inicialmente, o termo nem sequer aparecia na primeira elaboração da teoria da sexualidade infantil, embora Freud, em uma carta a Fliess, desde 1897, relate “ter descoberto em si mesmo impulsos carinhosos quanto à mãe e hostis em relação ao pai, estes complicados pelo afeto que lhe dedicava”. (Mezan, 2003: 189). A peça teatral de Sófocles, enquanto origem mitológica do tema, assim como o Hamlet de Shakespeare, são tomados como exemplo da universalidade do conflito edipiano, desde então. 

Segundo Renato Mezan, Freud já reconhecia a preponderância da sexualidade na década de 1890, no entanto, o desenvolvimento deste conceito se correlaciona com o próprio desenvolvimento e constituição da psicanálise. (Mezan, 2003:128). “O tema do Édipo, se aparece praticamente desde os inícios da psicanálise, só recebe uma elaboração definitiva na fase final da obra de Freud” (Mezan, 2003: 189). 

O termo Complexo de Édipo enquanto tal aparece apenas em 1910 em seu artigo Sobre um Tipo Especial de Escolha de Objeto no Homem. 

Em 1905, o conflito típico do Édipo ainda não esta formulado, e, embora esta passagem dos Três Ensaios sobre a sexualidade apresente-o, o esquema não menciona o termo posteriormente adotado por Freud: 

Ao mesmo tempo em que estas fantasias claramente incestuosas são superadas e repudiadas, completa-se uma das conquistas mais significativas, mas também mais dolorosas, do período puberal: a emancipação da autoridade dos pais, único processo que permite o surgimento da oposição entre a velha e a nova geração, tão fundamental para o progresso da civilização. (Freud apud Mezan:2003:136) 

Segundo Mezan, neste período “a própria concepção da sexualidade infantil como um feixe desorganizado de pulsões parciais impede a colocação do problema edipiano na sua totalidade (…) posteriormente, a introdução das organizações pré-genitais permitiria uma reformulação completa do problema”. (Mezan, 2003: 137) 

No caso clinico intitulado o Pequeno Hans, que Freud não analisou diretamente, mas interviu através do pai do garoto, este, no momento maior de sua crise para Freud “é verdadeiramente um pequeno Édipo, que gostaria de fazer seu pai desaparecer para ficar sozinho com sua mãe e dormir com ela”. (Freud apud Mezan: 2003: 189). 

Neste caso, ainda que o termo e conceito complexo de Édipo não tivesse sido elaborado, segundo Mezan, 

“o conceito inicial já era empregado por Freud. Chamamos de conceito inicial a forma dita ‘simples e positiva’ do complexo, em que a criança se sente atraída pelo progenitor do sexo oposto e hostiliza o do mesmo sexo” (Mezan, 2003: 190) 

No entanto, embora com a experiência do caso anteriormente citado, Freud manteve sua posição de que o conflito se desenrolava verdadeiramente na adolescência, ou melhor, na puberdade, como expresso nas conferencias de 1910, ainda que neste texto e nas Teorias Sexuais Infantis, Freud já estabelecesse a relação entre pais e filhos como “complexo nuclear das neuroses”. 

Mezan (2003: 191) analisa esta questão temporal, que até então era colocada na puberdade, como se dando em conseqüência da ausência do conceito de identificação; em virtude disso, o complexo de Édipo seria teorizado apenas com relação à escolha de objeto, pois neste momento da elaboração teórica da psicanálise a escolha de objeto era tida no período em que havia a subordinação das pulsões parciais à zona genital, período este que coincide com a puberdade. 

No texto Sobre um tipo Especial de Escolha de Objeto, Freud utiliza, como já foi dito, o termo Complexo de Édipo”: 

As revelações sexuais (que situamos nos anos imediatamente anteriores à puberdade) despertam no menino as recordações das impressões e desejos infantis mais precoces, reanimando consequentemente determinados impulsos psíquicos. Começa, pois, a desejar a mãe, no sentido descoberto, e a odiar o pai, como um rival que estorva a realização deste desejo. Em nossa terminologia, dizemos que o sujeito fica dominado pelo Complexo de Édipo. (Freud apud Mezan, 2003: 192). 

Somente com a elaboração dos conceitos de narcisismo e a lenta elaboração do conceito de identificação é que o Complexo de Édipo passa gradativamente de uma situação secundaria na teoria psicanalítica para a posição primordial que teria no final da obra freudiana. Isso se dá na medida em que o narcisismo implica em que a escolha narcisista de objeto recai sobre o sujeito, e por outro lado, a identificação (que em um primeiro momento é relacionada à identificação às figuras paternas) leva ao questionamento quanto a origem do ego. Segundo Mezan, “é no terreno do ego que o Complexo de Édipo assumirá sua significação completa” (Mezan, 2003:194). 

No Caso Schreber, Freud se depara com o problema da chamada forma “negativa” do Édipo, no qual o sujeito ama o progenitor cujo sexo é o mesmo que o seu, e hostiliza o que possui sexo oposto ao seu. Mesmo permanecendo não explorado o Édipo infantil é colocado como a mola mestre da doença, e tal correlação entre doença e Édipo se deve à conceituação do narcisismo, ou seja, na etapa narcisista e na escolha narcísica de objeto. Para Mezan “o conceito de ‘escolha narcisista de objeto’ fornece uma ponte para a identificação” (Mezan, 2003: 196), e por isso, o passo seguinte de Freud na elaboração da temática edipiana é dado na analise do Homem dos Lobos. 

Na analise do Homem dos Lobos, pode-se depreender a dita forma completa do Édipo, na medida em que tanto a identificação como a escolha de objeto incidem sobre o pai, fonte então de ambigüidade para o garoto, de forma que o pai é hostilizado e amado. Embora este caso especifico, bem como o Caso Schreber, não tenham o Édipo por temática privilegiada, pois cada um dos casos cumpre a elaboração de outros conceitos freudianos. 

O texto que vincula explicitamente o Édipo na primeira infância, ou melhor, por volta dos dois anos de idade é intitulado: Batem em uma criança. Este artigo datado de 1919, por vincular o complexo tão precocemente “abre pela primeira vez (…) a possibilidade do seu efeito estruturante sobre a personalidade total, seja no plano pulsional, seja no do ego” (2003:201). No entanto, “será preciso esperar pelo tournant de 1920, a partir de Além do Principio do Prazer, para que o Édipo ascenda ao primeiro plano da teoria psicanalítica” (Mezan, 2003:202). 

Referências Bibliográficas

 MEZAN, R. Freud: A trama dos conceitos. Editora Perspectiva, 4°edição, 2003.


http://www.psicologiamsn.com/2012/03/complexo-de-edipo-historia-conceito.html

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Categorias Da Motivação Na Aprendizagem. Tese de Doutorado.



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Didática e Metodologia de Ensino Superior


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O que é Aprendizagem pára a Psicologia da Educação


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O processo emocional no desenvolvimento da aprendizagem



Por: livia alves branquinho
RESUMO 

De acordo com diversas teorias da Aprendizagem já postuladas por renomados autores como Gardner, Kolb, Ausubel dentre outros, o processo de aprimoramento e fixação do conhecimento se baseia principalmente na concentração de aspectos emocionais de cada individuo sobre aquilo que está sendo introduzido em sua linha de raciocínio, 
... embora as escolas declarem que preparam seus alunos pare a vida, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. As escolas devem favorecer o conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encorajem seus alunos a utilizar esse conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um. (GARDNER, 1989) 
Para Kolb,
Uma pessoa passa por uma experiência concreta, depois reflete sobre a situação e disso abstrai ou internaliza algum significado. Essa "bagagem" que passa a fazer parte dos conhecimentos, valores ou crenças dessa pessoa, pode então ser utilizado em outras situações, muitas vezes bastante diferentes da primeira. O ciclo é iniciado novamente. (KOLB, 1990) 

Ausubel,
Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrário e literalmente, então a aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio. (AUSUBEL, 1982)
Sendo a concentração do processo de aprendizagem baseada em resoluções mentais onde uma melhor absorção de conhecimentos pode ser concebida a partir da associação da vivência do individuo com aquilo que se pretende aprender, um aprofundamento sobre a necessidade da busca por processos que possam auxiliar na estimulação da associação emoção e aprendizagem se faz necessária, visto que vivemos em uma época em que a absorção do conhecimento tem que ser efetivada de forma muito mais precisa e dinâmica, sendo necessário uma nova abordagem de metodologias de aprendizagem que possamos viabilizar um alcance mais orientado e efetivo do conhecimento. 
Dessa forma, a proposta que se faz é que com o estudo aprofundado das emoções na aprendizagem possamos otimizar o processo educacional do individuo colocando-o cada vez mais próximo da adequação de suas necessidades básicas de vivência daquilo que almeja enquanto fator integrante no processo de desenvolvimento de seu espaço, seja ele escolar ou ambiental. 


O PROCESSO EMOCIONAL NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM 

Um dos grandes desafios de quem se propõe a ser “mediador do conhecimento” é exatamente a existência de diversos métodos de ensino. Esta realidade é conseqüência de outra, que é o fato de que as pessoas são diferentes umas das outras, o que faz com que seja inadequado um professor utilizar sempre o mesmo e único método de ensino 
A aprendizagem ou ato de aprender é conceituado por vários autores e teóricos como o objetivo final da assimilação de algo intimamente ligado ao individuo que se propõe a estar aprendendo, para CUNHA E FERLA (2002), os objetivos da aprendizagem vão bem além do ato de aprender, significa a ligação direta entre o processo de transformação pessoal ao objetivo final de cada individuo, 
Aprendizagem é uma modificação relativamente duradoura do comportamento através de treino, experiência e observação...para que a aprendizagem provoque uma efetiva mudança de comportamento e amplie cada vez mais o potencial do educando, é necessário que ele perceba a relação entre o que está aprendendo e a sua vida, pois as pessoas aprendem de maneiras diversas, conforme diferentes elementos. (CUNHA e FERLA, 2002)

A capacidade de aprender está presente em todos os indivíduos sendo que para alguns ocorre uma relativa dificuldade de assimilação e manutenção de seu conhecimento, ligando o processo de absorção daquilo que se quer aprender a fatores muito mais relevantes do que o simples fato de necessitar fixar aquilo que é ensinado. 
O pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por trás de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva. Uma compreensão plena e verdadeira do pensamento de outrem só é possível quando entendemos sua base afetivo-volutiva Desta forma não seria válido estudar as dificuldades de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivo (VYGOTSKY, 1991). 
A educação seja ela no âmbito escolar ou em qualquer ambiente de aprendizagem, tem buscado aprimorar seus conceitos e metodologias no sentido de propiciar ao integrante do processo educacional a assimilação adequada daquilo que lhe é ensinado, fato que tem sido alvo de constantes discussões e reflexões entre agentes educacionais e teóricos do assunto para que se consiga organizar o processo de aprendizagem de forma mais objetiva para a aquisição do conhecimento pelo individuo envolvido nesse processo. 

Como pode ser observado por ANTONACOPOULOU; GABRIEL (2001), a assimilação da aprendizagem é fator diretamente ligado ao emocional de quem integra o processo, dessa forma, podemos observar um envolvimento direto de fatores relacionados à capacidade de aprendizagem se promoverem através do envolvimento diretamente emocional do individuo com aquilo que está sendo ensinado, sendo que para ele a assimilação se processa diante daquilo que é relevante para sua vivência prática. Sobre esse conceito, 
De forma recíproca o aprendizado também é afetado pelas emoções: "aprendizagem então é um processo profundamente emocional – dirigido, inibido e guiado por diferentes emoções, incluindo medo e esperança, excitamento e desespero, curiosidade e ansiedade" Ou seja, existe uma relação dialógica entre emoção e aprendizagem. (ANTONACOPOULOU; GABRIEL, 2001). 
Para Kolb (1984) a importância de educar para a vida está em um contexto em que o individuo possa absorver o objeto de sua aprendizagem em sua vida cotidiana, reforçando assim o conceito aqui abordado de que para a concretização da aprendizagem é necessário que ocorra mais do que transmissão de conhecimento, mas também um envolvimento direto do individuo naquilo que lhe é ensinado, caracterizando assim um processo emocional vinculado à absorção do conhecimento. 
O conhecimento é criado através de um processo contínuo. Num primeiro momento, as experiências concretas vividas pela pessoa irão servir de base para os processos de observação e reflexão. Com os processos de observação e reflexão formam-se conceitos abstratos e generalizações, as quais serão testadas através da experimentação em situações novas. Desta forma, novos conhecimentos são construídos (KOLB, 1984; 1987). 
A partir de uma análise mais reflexiva da forma como ocorre a fixação da aprendizagem no individuo podemos afirmar que o conhecimento para ser relevante a pessoa e com isso permanecer em seus reflexos mentais para agrupar-se a seu processo de assimilação precisa ser relevante aos seus interesses, para que ele possa absorver com precisão aquilo que lhe é repassado enquanto objeto de aprendizagem. 
A aprendizagem é muito mais significativa à medida que o novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno e adquire significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio. Ao contrário, ela se torna mecânica ou repetitiva, uma vez que se produziu menos essa incorporação e atribuição de significado, e o novo conteúdo passa a ser armazenado isoladamente ou por meio de associações arbitrárias na estrutura cognitiva. (AUSUBEL, 2002)

Sendo o estudo das emoções fator preponderante na descoberta da relação homem e mundo, necessário se faz integrar a esse contexto reflexões a cerca de como o processo de aprendizagem pode ser melhor trabalhado quando priorizada a utilização de meios e metodologias que viabilizem sua inserção no processo emocional da pessoa, buscando assim a fixação do conhecimento enquanto parte integrante da vivência de cada um. 
Ao se refletir sobre a aprendizagem, cabe destacar ainda que nenhuma época acumulou sobre o homem conhecimento tão numeroso e diverso como a atual. Mas, também, época nenhuma soube menos do homem, pois pouco se sabe acerca dos sentimentos presentes no processo de aprendizagem. Assim, este estudo propõe-se a diminuir tal lacuna, buscando aprofundar-se no conhecimento tácito e aliar a ele os aspectos emocionais do ser humano. (NONAKA; TAKEUCHI, 1997)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ANTANACOPOULOU, Elena. Desenvolvendo gerentes aprendizes dentro de organizações de aprendizagem. In: EASTERBY-SMITH, Mark; BURGOYONE, John; ARAUJO, Luis. Aprendizagem organizacional e organização de aprendizagem. São Paulo: Atlas, 2001. 
______.; GABRIEL, Y. Emotion, learning and organizational change. Journal of 
Organizational Change Management, v.14, n.5, p.435-451, 2001. 

AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. 

CUNHA, Ciristiano J. C. de Almeida e FERLA, Luiz Alberto. MANUAL DO MODERADOR – Facilitando a Aprendizagem de Adultos. Florianópolis: IEA-Instituto de Estudos Avançados, 2002. 

GARDNER. H.;Hatcb, T. Multiple intelligences go to school: educational implications of the theory of Multiple Intelligences. Educational Researcher, v.18, n.8. 1989. 

KOLB, David. Experiential Learning. Englewood Clitfs, New Jersey: Prentice Hall, 1984. 
______. A gestão e o processo de aprendizagem. In. STARKEY, K (Org) Como as 
organizações aprendem: relatos de sucesso das grandes empresas. São Paulo: Futura, 1997. 

_______. Comportamento Organizational. Por Joyce Sautters Osland, e por Irwin M. Rubin Paperback , agosto. 1990 

NONAKA; TAKEUCHI, H. Criação de Conhecimento na Empresa. Rio de Janeiro: 
Editora Campus, 1997. 

PELIZZARI, Adriana. KRIEGL, Maria de Lurdes. BARON, Márcia Pirih. FINCK, Nelcy Teresinha Lubi. DOROCINSK, Solange Inês. TEORIA DA PRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA SEGUNDO AUSUBEL. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, p.41-42, jul. 2001-jul. 2002 pg 38. 

SOUZA, A. M. M.; DEPRESBITERIS,L.; MACHADO, O.T.M. A mediação como principio educacional: bases teóricas das abordagens de Reuven Feurerstein. São Paulo: SENAC, 2004. 

VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991.


http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/o-processo-emocional-no-desenvolvimento-aprendizagem.htm

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Respondendo Objeções ao Argumento Ontológico



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O Argumento Teleológico O Que Ele Está Realmente Dizendo?



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domingo, 19 de maio de 2013

Meditação nas Escolas



Meditação nas Escolas

Um dos maiores desafios da educação hoje é responder a posição de “trunfo indispensável à humanidade” na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social‖ (Delors, 1998). Este programa pretende apresentar uma nova proposta para a educação escolar que venha a dar conta também da educação do ser humano na sua dimensão emocional. 
Para fundamentar a importância da dimensão emocional na formação de um ser humano, citamos o Projeto Genoma Humano (Correa, 2002). Este se diferencia da genética mendeliana ou clássica que estuda a correlação entre um único gene e um traço (cor dos olhos, por exemplo) ou uma doença (monogênica). A genômica, por sua vez, é o estudo direto de genes, de suas funções e interações simultâneas. A partir desse novo ponto de vista comportamento, inteligência, sentimento, resistência física e diferenças entre indivíduos e grupos tem sido objeto de muito investimento da pesquisa genômica. Como consequência dessa descoberta surge um novo conceito na neurociência (Llinás, 2002) denominado neuroplasticidade cerebral onde os alicerces das características humanas são o resultado da interação dos genes com o meio ambiente, intermediada pelas emoções.
Desse modo, amplia-se a importância de experiências carregadas de emoção uma vez que serão gravadas pelo cérebro gerando, assim, comportamentos. Torna-se, então, fundamental conhecermos nossa dinâmica emocional sob o risco de perdermos, também, o controle de determinados comportamentos e atitudes levando-nos a perder o contato com a civilidade, fato facilmente observado durante grandes eventos desportivos, sociais tornando-se, então, desafio educacional.
A escolha da experiência com a prática da meditação neste programa se preocupa em estar dissociada de qualquer religião, crença ou filosofia.  Entende que apesar dessa prática estar normalmente associada à religiões orientais, sua origem não está endereçada à nenhuma região, religião ou povo específico. Trata-se de uma técnica laica.
Johnson (1990), depois de fazer um amplo levantamento em diversas culturas, encontrou descrições precoces do exercício da meditação. Situou a origem dos primeiros estados alterados de consciência em situações de indução espontânea como, por exemplo, sentar-se frente ao fogo e observar as labaredas por longas horas. Tal evento levava os envolvidos à exclusão de todos os outros estímulos sensoriais, tirando a consciência do observador da díade lutar ou fugir e levando-a a um estado de não ansiedade. Em virtude disso, podemos afirmar que, o ato de meditar é, na verdade, uma habilidade humana que ao longo do tempo foi abandonado por conta de um ritmo frenético de vida que visava cada vez mais produtividade mas que, no entanto, encontrou nas práticas religiosas, filosóficas e culturais de alguns povos ou épocas uma razão de existir.
A prática da meditação laica introduz um espaço mental entre a consciência e seus objetos desenvolvendo a atenção a esses conteúdos, interferindo na relação estímulo-resposta que configura respostas automáticas capazes de causar a regulação do comportamento e melhorando as relações interpessoais (Brown, Ryan, & Creswell, 2007).
Este programa atende as expectativas de uma educação que se pretende comprometida com o preenchimento das lacunas apontadas pelo Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Dellors (1996), no prefácio desse importante relatório alerta para uma preocupação que esta proposta pretende comtemplar.
“É necessário, pois, optar, com a condição de preservar os elementos essenciais de uma educação básica que ensine a viver melhor, através do conhecimento, da experiência e da construção de uma cultura pessoal. Finalmente, e trata-se, também neste caso, de uma realidade permanente, a tensão entre o espiritual e o material. Muitas vezes, sem sequer se aperceber disso ou sem ter capacidade para o exprimir, o mundo tem sede de ideal ou de valores a que chamaremos morais, para não ferir ninguém. Cabe à educação a nobre tarefa de despertar em todos, segundo as tradições e convicções de cada um, respeitando inteiramente o pluralismo, esta elevação do pensamento e do espírito para o universal e para uma espécie de superação de si mesmo. Está em jogo — e aqui a Comissão teve o cuidado de ponderar bem os termos utilizados — a sobrevivência da humanidade. (p. 15-16)”
Trechos do livro: Meditação Laica Educacional para uma educação emocional
Claudiah Rato
Professora de  Educação Física 
Especialista em problemas do desempenho escolar
Psicóloga
Mestre em Ciências da Educação
Desenvolvedora da técnica de Meditação Laica Educacional
 
Sugestão para a próxima leitura: Página “Nova Consciência” e entenda os dez por cento da nossa capacidade cerebral.



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Os Yogasutras de Patañjali Traduzidos do sânscrito e comentados por Carlos Eduardo G. Barbosa








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sábado, 18 de maio de 2013

FILOSOFIA INTRODUÇÃO À TEORIA DO INDIVÍDUO 1.O Indivíduo Possessivo segundo John Locke2.O que faz o homem sair do Estado de Natureza e criar a sociedade? 3. O Indivíduo utilitarista segundo Jeremy Bentham e John Stuart Mill




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Yoga Sutra de Patanjali artigo


Patanjali Yoga Sutras
Por: Cláudio Azevedo | Comentários: Comente
Trabalho apresentado por Maria Rodrigues Lima
De acordo com a tradução do Yoga Sutra de Patanjali por Gustavo Dauster, baseado nas traduções e comentários de Howard J. Resnick, o verso I.2 do Yoga Sutra está assim descrito:
yogas citta-vrtii nirodhah
Yoga significa controlar as funções da mente
No entendimento dos tradutores, “A palavra “vrtti” significa “modificações, transformações, variações ou funcionamento” e “citta” mente. “Nirodhah” significa “parar, restringir ou controlar”. Patanjali inicia seu trabalho com uma definição de yoga que pode ser interpretada de duas maneiras. A primeira, comum nas traduções mais populares do Yoga Sutra, é que as funções, as agitações e os fluxos da mente precisam ser parados. No entanto, bastam uns segundos de auto-reflexão para percebermos que nossa mente normalmente está a mil por hora, pensando em inúmeras coisas, no passado, presente e futuro, pulando de um assunto para outro ininterruptamente. Yoga então visará encerrar esse processo. Porém, uma análise mais ampla deste e dos outros sutras, como também um estudo mais profundo da filosofia Sanhkya por trás do Yoga Sutra,  nos mostrará que esta é apenas metade do trabalho. Será necessário também direcionar e utilizar a mente da maneira correta e não somente deter ou mesmo reduzir os fluxos da mente”.
O ensinamento de Patanjali está além do tempo, local e circunstância. Realmente, nossa mente fica pulando de galho em galho como um macaco. E, na sociedade em que vivemos, a ansiedade de consumo, além dos altos e baixos emocionais, estão conduzindo a mente para um foco externo, deixando-nos cada vez mais longe de si, da consciência corporal, emocional e espiritual.
O mesmo verso, na tradução de Cláudio Azevedo, está assim expresso:
Yoga é a cessação (nirodhah) [da identificação com] dos processos reativos (vrtti) da mente (citta).
Acrescenta Azevedo que “Os processos reativos mentais são de cinco tipos, alguns dolorosos e outros não dolorosos (I-5); eles são: conhecimento correto, conhecimento equivocado, construção mental ou imaginação, sono e memória (I-6); o conhecimento correto é baseado em cognição sensorial direta, inferência lógica ou testemunho reconhecido (I-7); o conhecimento equivocado supõe um conhecimento mental falso de uma coisa, que não corresponde com a sua real forma, e sim com a aparente (I-8); processo reativo de construção mental ou imaginação, provém do conhecimento verbal vazio de (ou sem base em nada de) objetivo (I-9); o processo reativo mental que surge durante o sono profundo baseia-se na sensação de ausência de qualquer conteúdo mental (I-10) o não completo desaparecimento de um objeto percebido é o processo reativo mental de retenção ou memória (I-11).
Sobre o controle mental, Paramahamsa Hariharananda escreveu: “A mente é uma grande benção e simultaneamente o maior problema humano. Uma mente harmônica, controlada e sintonizada pode criar e atender todas as expectativas da vida humana. Em contrapartida, se a mente não for controlada, ela será responsável por situações infernais, misérias e sofrimentos. Embora dotado de extraordinário poder mental, o homem faz mal uso dele e, por vezes, abusa desse poder. A mente é a mais poderosa e mais rápida do que qualquer coisa”.
Mas, como conseguir este controle mental para que nossas vidas sejam mais harmoniosas, para que possamos incluir a vida de outros seres como fundamental para a felicidade pessoal e coletiva; como ultrapassar as amarras das crenças e criar outros padrões de memória e comportamentos?
Dos ensinamentos de Patanjali depreende-se que é preciso cessar a agitação mental. É necessário dar direção à mente, utilizar a mente de modo correto, para não cair em situações de aflição, que são causa de sofrimento. Para quem deseja alcançar esta divina realização faz-se mister determinação, disciplina, perseverança constantes na prática de cessação dos processos de reação mental.
Paramahamsa Hariharananda expressou: “A mente é o mestre dos cinco sentidos e o mestre da mente é a respiração. O controle da respiração é o controle da mente. Por meio do controle e domínio da respiração você pode obter tranqüilidade. Tranqüilidade é divindade. Nesse estado você pode ouvir o som do om continuamente”.
Para ter quietude psíquica é preciso consciência da respiração. Podemos experimentar dessa consciência. Fechemos os olhos e coloquemos consciência no movimento da respiração. A maioria das pessoas desconhece isso porque nunca experimentou. Não haverá êxito enquanto permanecermos estáticos.
Paramahansa Yogananda disse: “A verdade é que o autocontrole é o único caminho para gozar de saúde e felicidade, além de ser o mais sensato. Ser senhor de si mesmo e não ser dominado pelos sentidos é uma das maiores bênçãos que se pode ter”.
Patanjali ao enfatizar na cessação dos altos e baixos mentais, para que os “vrttis” permaneçam equilibrados, estava falando, com outras palavras, de saúde e felicidade. Saúde está aqui relacionada com o estado de paz interno.
Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, Cláudio. Yoga Sutra de Patanjali. Fortaleza: Editora Orion, 2006.
DAUSTER, Gustavo. Yoga Sutra de Patanjali. Uma abordagem prática. Baseado nas traduções e comentários de Howard J. Resnick, Phd. Chapada dos Veadeiros – Goiás: Editora Paraíso dos Pândavas.
HARIHARANANDA, Paramahamsa. KRYA YOGA. O processo científico de aperfeiçoamento espiritual e a essência de todas as religões. Rio de Janeiro: Lótus do Saber Editora, 2006.
YOGANANDA, Paramahansa. A ETERNA BUSCA DO HOMEM. COMO PERCEBER DEUS NA VIDA DIÁRIA. COLETÂNEA DE ENSAIOS E PALESTRAS – VOLUME I.  Sel-Realization Fellowship.
SARKAR, Prabhat R. Psicologia do Yoga. Brasília – DF: Editora Ananda Marga, 2007.


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http://blog.opovo.com.br/yoga/yoga-sutra-de-patanjali/

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A Arte do Perdão



A Arte do Perdão
Palestra de Swami Atmavidyananda
Por favor, fechem os olhos. Oh! Deus, por favor, nos proteja a todos. Vamos nos nutrir juntos. Que nosso estudo nos traga brilhantismo. Vamos brilhar com sabedoria e que entre nós não haja qualquer raiva ou inveja.
Om. Amém!
Boa tarde!
Em nosso ashram, todos os dias, antes do café da manhã, entoamos uma oração – é a oração criada por São Francisco de Assis:
“Oh! Senhor  faça de mim  um instrumento da Sua paz
Onde houver ódio, que eu possa levar o amor!”
Nessa mesma oração, São Francisco está dizendo: “Se souber perdoar, você também será perdoado. É perdoando  que seremos perdoados.”
O que é o perdão?
De uma maneira geral, significa livrarmos-nos de nossas velhas mágoas, de nossas velhas tristezas, esquecermo-nos da dor e do mal que outras pessoas nos causaram e libertarmos-nos do sofrimento.
Antes de começarmos a falar sobre o perdão, precisamos compreender a filosofia da vida. Precisamos compreender um pouco mais a nossa visão em relação a este mundo. Todos temos uma filosofia, uma visão sobre este mundo e sobre nós mesmos. Que filosofia é essa?
Reagimos às atividades que ocorrem neste mundo de acordo com a nossa própria filosofia e, dessa maneira, interagimos com as pessoas. Todos temos essa filosofia. Se essa filosofia individual for incompleta, se tiver alguns defeitos, não conseguiremos compreender Deus e a Sua criação. Em primeiro lugar, devemos identificar os defeitos no nosso modo de ver as coisas, na nossa filosofia pessoal. Os textos sagrados de todas as religiões nos ajudam a compreender esse conceito, essa filosofia. Os fundamentos principais desse conceito são basicamente, “Quem sou eu? Eu sou este corpo? Eu sou essa mente que muda o tempo todo? Eu sou essas emoções, esses pensamentos? Ou existe alguma outra coisa, além disso? Qual a minha relação com este mundo? Por que estou aqui? Como posso experimentar, vivenciar, a minha própria identidade?” Uma reflexão sobre todas essas questões básicas embasa a formação de uma decisão pessoal sobre a nossa filosofia de vida. Dependendo da nossa análise dessas perguntas, podemos construir nossa percepção de nós mesmos, das outras pessoas e do mundo que nos cerca. Após entender esses conceitos básicos, sobre a nossa filosofia de vida, a segunda coisa que precisamos compreender é “Por que não conseguimos perdoar?”
Seria muito fácil perdoar, se pudéssemos compreender o que é não perdoar, e quais são os sinais, os sintomas do não perdoar; quais são as emoções negativas que afloram em decorrência de nossa incapacidade de perdoar e como essa prática de não perdoar afeta a nossa vida. Então, uma vez aceito o fato de que todos temos uma filosofia de vida,  podemos começar a análise.
Vamos profundamente para dentro de nós. Todas as escrituras sagradas mencionam uma só realidade. Nas escrituras está escrito: “A verdade é uma, mas os sábios referem-se a ela de maneiras diferentes”. Todas as religiões dizem que existe apenas um Deus sem forma. Nenhuma das escrituras ou religiões diz que existe mais de um Deus. Essa realidade suprema: o um e o único - tem alguns poderes inatos de projetar, manter e remover. Essa suprema realidade também é chamada shakti, Poder Supremo. Nas Upanishads há um mantra que usa como exemplo uma aranha. Da mesma forma que uma aranha cria uma teia usando a sua própria saliva, não apenas cria, mas também vive dentro dessa teia. Muitas vezes ela se move de um canto ao outro dentro da teia, vive, age e se mantém dentro dessa teia. Por fim, ela come a própria teia. Toda a teia desaparece. Vocês já observaram isso? A aranha criando a teia com a  própria saliva, vivendo dentro dessa teia, e, quando quer se mudar para outro lugar,  come essa teia inteirinha e vai embora. Esse é um exemplo citado nas Upanishads como uma realidade Suprema de Deus.
Deus criou este mundo a partir de Si mesmo. É como se estivesse usando a saliva, assim como a aranha faz com sua teia. Então, após criar, Deus mantém essa criação. E depois Ele a remove, trazendo-a de volta para dentro de Si mesmo. Na verdade, este mundo não foi criado, foi concebido pelo poder de Deus. Podemos fazer outra analogia. Este mundo é concebido por Deus, assim como um dançarino/bailarino planeja e cria a coreografia de sua dança. Quando não está dançando, a dança, propriamente dita, está dentro do dançarino de uma maneira não manifesta. E, na verdade, a dança não está separada do dançarino que, apenas com o poder de sua vontade, pode conceber e criar a coreografia dessa dança.
Da mesma forma, este mundo é criado pela dança do Senhor Shiva, que  representa a realidade suprema. Quando o Senhor Shiva está planejando, este mundo é criado. Por que estamos comparando isso com uma dança? Porque a dança tem alguns movimentos. Tem algumas ações e fluidez. Da mesma maneira, esse mundo é criado, passa por algumas mudanças e, depois, é dissolvido. Deus criou a todos neste universo inteiro. O Deus Supremo, Todo-Poderoso, também tem dois poderes adicionais. Um deles, é o da ilusão. O outro, é o de remover essa ilusão. Assim sendo, somos filhos de Deus.
Na Bíblia Sagrada, Genesis 1:27 – “Deus fez a mulher e o homem à Sua própria imagem”. Se Deus tem todos esses poderes de criação, manutenção e dissolução,  também tem o poder de iludir e remover essa ilusão. Logo, como filhos de Deus, também possuímos esses poderes.
Para melhor compreender esse conceito, vamos tomar outro exemplo. Digamos que há uma pessoa com os olhos vendados. Muito embora tenha a visão perfeita, não consegue ver por causa da venda nos olhos. A venda impede que faça uso de sua visão perfeita. Similarmente, somos dotados de uma visão perfeita. Conhecemos e compreendemos a realidade interior, contudo somos iludidos pelo nosso próprio poder. Assim, vivemos em ignorância. Dessa forma, com o seu próprio poder ilusório, Deus também é iludido por Si mesmo. Por isso, Ele vive e se manifesta de diversas maneiras em vários e diferentes seres.
Então, nós, seres pequenos, somos ínfimas partes dessa realidade suprema. Embora tenhamos a ignorância ou o poder da autoilusão, ao mesmo tempo possuímos o poder de remover essa ilusão. Somos capazes de retornar à nossa própria fonte, à nossa própria realidade. Essa consciência suprema está oculta em nosso interior. Essa realidade suprema, ou consciência suprema, está limitada por uma camada do inconsciente. Esse inconsciente é conhecido como ignorância, ou maya, ou poder cósmico ilusório, que está limitado por outra camada, conhecida como subconsciente. Todos os nossos pensamentos, emoções, filosofia de vida, ideias, conceitos, residem no subconsciente. E a camada mais externa, que abarca essas três camadas da nossa personalidade, é conhecida como mente consciente.
No total, a personalidade é constituída por quatro camadas. A verdadeira identidade, o ser ou a alma, que é uma pequena parte do Deus supremo está limitada por essa camada inconsciente da mente, que é a ignorância. Essa, por sua vez, é limitada pela mente subconsciente. E, finalmente, a mente consciente gera a última camada que é o Eu superior. Quando falamos sobre nossas ideias ou pensamentos, eles, na verdade, são regulados por quatro instrumentos. A camada subconsciente, constituída por Mana, a mente, Buddhi, o intelecto, Chitta, a memória e a Ankara, o ego. Esses quatro instrumentos compõem a mente subconsciente. A mente subconsciente, na verdade, é a ignorância completa, é um estado de sono profundo, onde não se está consciente de coisa alguma. É ao consciente, o estado da mente quando estamos em vigília, que atribuímos a responsabilidade por todas as nossas ações.
Falamos sobre algumas tendências negativas como, por exemplo, o medo. Hoje, alguém fez uma pergunta sobre o medo. Então, existe o medo. Ele pode ser ocasionado por qualquer situação, não importa. Pode ser o medo da morte. Pode ser um medo gerado pela insegurança ou o medo de perder alguma coisa. Se quisermos remover esse medo, deveremos fazer o melhor que pudermos. Com a mente consciente, pensamos racionalmente. Usamos a nossa inteligência e capacidade de análise para nos libertarmos desse medo. Assim, conscientemente, tentamos remover o medo da nossa mente. Agora, se você disser para uma pessoa triste ou amedrontada, “Ah, você não precisa ter medo! Ah, você não deve se entristecer!”, perceberá que essas frases não causarão qualquer efeito.  Em tese, ela poderá até concordar com você, mas não conseguirá mudar ou remover o medo permanentemente. Você quer ajudar a pessoa que está triste, mas não consegue!
Lembrem-se,  estamos tentando remover o medo ou estamos tentando acabar com a tristeza que está em nossa mente consciente? Porque todas as nossas ações e pensamentos racionalizados, nossa análise lógica, tudo pertence ao estado de vigília. Não se aprofunda. A tristeza não existe no nível consciente. Não é a mente consciente que está triste. É a mente subconsciente e inconsciente que está triste. Então, se quisermos remover a tristeza da mente, devemos ir para o nível subconsciente, para a camada subconsciente da mente. Se conseguirmos trabalhar nesse nível, aí sim haverá uma mudança permanente.
Muitas vezes, ocorrem algumas mudanças na mente consciente. As pessoas, por exemplo, aprendem a ser educadas. Algumas vezes, também aprendem a aparentar humildade. Podemos realizar algumas mudanças em nosso padrão de comportamento ou de ações em relação às outras pessoas. Mas, mesmo assim, não ocorre uma mudança permanente em nossa personalidade, porque todos os nossos esforços estão sempre ligados ao nível da consciência e, por isso, criam um resultado temporário. Quando as condições externas desaparecem, retornamos à nossa natureza original, o que nos impede de realizar uma mudança permanente em nossa personalidade. Todas essas mudanças foram superficiais. Então, como se pode transformar a personalidade? Como alcançar esses níveis mais profundos?  Lembrem-se de que o pensamento lógico, a análise, a racionalização, trabalham somente no nível da consciência, não conseguindo penetrar no nível subconsciente ou inconsciente.
Podemos alcançar o nível subconsciente somente através da fé. O que é a fé? Nas escrituras sagradas, a fé é definida como adesão e anuência pessoal a Deus, seus desígnios e manifestações, às palavras dos mestres e das escrituras sagradas. Se, por exemplo, o mestre diz: “Você deve praticar de uma determinada maneira”, você aceita a sua palavra e pratica com fé, porque confia nele. Essas palavras ou ensinamentos, nas quais você confia, alcançam o seu nível subconsciente. E aí, então, você descobre que houve uma transformação!
Todas as impressões adquiridas através de muitas vidas passadas, que são chamadas de tendências,  residem ali, no nível inconsciente. Mas o problema é o seguinte: mesmo com a fé, não se consegue atingir o nível inconsciente. Somente com a graça de Deus e dos mestres é possível atingir o nível inconsciente.
Então, enquanto se trabalha no nível consciente, as mudanças são superficiais. Tenta-se muito, esforça-se bastante, e se obtém apenas algumas mudanças comportamentais. Através dessa prática, de se trabalhar com o nível consciente, trabalha-se com o que se chama Karma Yoga. Seguimos o mestre ou professor e desenvolvemos, cultivamos, a fé. Fé em suas palavras, em seus ensinamentos. Por meio dessa prática, conseguem-se mudanças um pouco mais profundas, que estão num nível subconsciente. Esse é conhecido como o caminho do Jnana Yoga, ou o Yoga do Conhecimento. As mudanças mais profundas são possíveis porque, nesse nível, pode-se analisar: “Como mudar a minha personalidade? Como remover as minhas qualidades negativas?”.  Por meio de autossugestões, consente-se que os ensinamentos dos mestres fluam para esse nível subconsciente. Aí, conseguimos algumas mudanças. Quando se inicia com fé uma prática espiritual como o Kriya Yoga, a Graça dos mestres, de Deus, começa a fluir para nós. E essa graça, fluindo, ajuda-nos a remover as negatividades cravadas no nível inconsciente. Dessa maneira, conseguiremos uma transformação completa da personalidade. Mediante essa transformação, que vem da Graça dos mestres e de Deus,  conseguimos, finalmente, compreender a nós mesmos. Esse caminho é conhecido como Bakti Yoga ou Yoga da Devoção.
Com uma melhor compreensão de nossos processos mentais, conseguiremos nos aproximar de uma camada mais profunda, que é a Consciência Suprema. Para conseguir uma mudança permanente em nossa personalidade, é necessário trabalhar cada um desses níveis, um a um. Quando se tem fé, trabalha-se com o nível da fé, onde o pensamento lógico, as perguntas e as dúvidas estão ausentes. É preciso seguir integralmente os ensinamentos dos mestres, porque o uso da mente consciente, com seu raciocínio lógico e analítico, só poderá levar-nos a mudanças superficiais.
Agora, vou lhes contar uma história:
Havia um sacerdote, um monge. Certo dia, um discípulo/devoto confessou-lhe: “Num assomo de cólera, matei a minha esposa. Estou arrependido desse erro e quero corrigi-lo. Tenho muita fé em você. Tenho certeza de que ela voltará a viver se você for à minha casa e simplesmente tocar o corpo dela com os seus pés, porque você tem muitos poderes iogues”. Esse devoto, portanto, tinha uma fé muito forte. O sacerdote pensou um pouco e disse-lhe: “Tudo bem, eu irei com você.” Ao chegar à casa do devoto, o sacerdote tocou com o pé direito o corpo da esposa morta e, milagrosamente, o corpo ressuscitou. O discípulo ficou muito feliz e jurou que nunca mais se enraiveceria pelo resto de sua vida.
Passados alguns dias, o sacerdote se envolveu numa acalorada discussão com sua esposa. Ficou com raiva e a matou. Logo em seguida se deu conta do erro que havia cometido. Lembrou-se, então, da esposa do devoto que havia ressuscitado com o simples toque de seu pé. Então, encostou o seu pé direito no corpo da esposa. Repetiu a operação várias vezes e nada aconteceu. Acabou perdendo a esposa. Por quê? No caso anterior, o discípulo, o devoto, possuía uma fé inabalável no mestre. A sua fé ressuscitou a esposa. Não foi o pé do sacerdote que fez o milagre. Foi a fé do devoto. A sua fé inabalável nos ensinamentos e nos mestres realizou o milagre. A fé é assim. Todos temos fé em Deus e nos mestres, contudo, muitas vezes, duvidamos até de nós mesmos. Necessitamos de uma fé completa, inabalável, porque se assim não for, não poderá ser chamada de fé. Muitas vezes, esquecemo-nos das instruções de nossos mestres e professores. Ficamos em dúvida quanto a estar executando a nossa prática de uma maneira correta. Isso é natural.
Certa vez, havia na Índia um devoto muito sincero, que desejava ardentemente alcançar maior progresso espiritual. Procurou o seu mestre realizado e disse-lhe: “Mestre, quero compreender, realizar Deus. Por favor, dê-me algum mantra. Como devo adorar a Deus?”.  “Ok”, o mestre disse. “Você deverá adorar o Senhor Vishnu, pois é ele quem mantém esta criação”. Assim dizendo, o mestre deu-lhe uma pequena estátua metálica do Senhor Vishnu. Forneceu-lhe, também,  um mantra para ser entoado continuamente. O discípulo começou, então, a entoar o mantra continuamente, todos os dias, diante da estátua. Passou-se um ano e nada aconteceu. O devoto, desapontado e impaciente, disse: “Não estou fazendo qualquer progresso”. Procurou novamente o mestre e disse-lhe: “Você me deu um mantra e a estátua para eu adorar e estou seguindo as suas instruções com fé, mas até agora não tive qualquer visão de Deus. Por favor, dê-me um mantra mais poderoso”. (Da mesma forma, as pessoas pedem: “Dê-me a 2ª. Kriya para eu ter um progresso maior”. Essa é uma concepção errônea). Voltando à história, o mestre disse: “Durga, a Mãe Divina, é a personificação da força e da coragem. Então, você deve praticar o mantra da Mãe Divina para obter a visão de Deus”. Assim  dizendo, o mestre deu-lhe uma imagem metálica da Mãe Divina. Com entusiasmo, o discípulo voltou à sua prática. Novamente, um ano se passou e ele não obteve a visão de Deus. Ele pensou: “Essa prática não dá em nada”.
E, assim como havia feito com o Senhor Vishnu, colocou a estatua da Mãe Divina num armário. Novamente, retornou ao mestre e lhe disse: “Você me prometeu a visão de Deus, disse-me que esse mantra era mais poderoso, mas não funcionou. Realmente, preciso de algo que me dê à visão de Deus”. o mestre respondeu-lhe: “O Senhor Shiva é muito sem malicia, ficará muito satisfeito com uma pequena prática. Agora, leve essa estátua de Shiva. Esse é o mantra de Shiva. O Senhor Shiva ficará muito feliz com o seu sadhana e lhe abençoará concedendo-lhe a Sua visão”. Todos os dias, O discípulo entoou o mantra. Seis meses se passaram. Certa manhã, enquanto recitava o mantra, acendeu alguns incensos. De repente, percebeu que a fragrância sagrada estava fluindo para dentro do armário. Viu que a fumaça ia direto para o nariz de Vishnu, ficou muito aborrecido e disse: “Poxa, eu Lhe adorei e o Senhor não ficou satisfeito comigo! O Senhor não tem o direito de absorver essa fumaça sagrada!”. Pegou uma mecha de algodão e tampou o nariz do Senhor Vishnu.  Estava tão emocionado que, ao empurrar a mecha de algodão para dentro da narina da estátua, o Senhor Vishnu manifestou-se diante dele com toda a Sua glória. O devoto não acreditou no que via! O Senhor Vishnu disse-lhe: “Eu estou contente com você. O que mais você quer?” Ele obteve, assim, a visão de Deus, mas estava perplexo! “Por favor, diga-me: eu Lhe adorei sinceramente durante um ano e o Senhor não apareceu para mim e, hoje, quando sequer estou me importando, o Senhor me aparece. Por acaso, está com ciúmes do Senhor Shiva?” O Senhor Vishnu respondeu-lhe: “Não estou com ciúmes,  meu filho. Você me adorou e recitou o meu mantra, todavia tratou-Me como uma estátua. No momento em que me tratou como um ser vivo, não tive outra escolha a não ser aparecer diante de você. A sua fé fez com que tratasse a Minha estátua como a um ser vivo! Ao tentar tapar o Meu nariz com algodão, tratou-Me com o poder vivo de Deus”.
Adoramos e meditamos, mas não temos a fé completa. O Senhor Jesus disse: “Este corpo é o templo vivo de Deus.” O espírito de Deus habita este corpo. Mas, ainda assim, não reconhecemos isso. Lemos muitas vezes esse lindo ensinamento deixado por Jesus, mas estamos realmente compreendendo esse poder divino que vive dentro de nós? Isso seria a nossa fé. Devemos fortalecer essa fé de uma maneira inabalável. Uma fé que, de forma alguma, se desvia! Se alguém diz que você é um burro, você aceita. Por quê? Por que você aceita? Você é o poder de Deus. Você é Deus. Mantenha esse tipo de fé em você. Somente através da fé, pode-se atingir o nível subconsciente e conseguir algumas mudanças permanentes. Ainda assim, para se conseguir a realização da consciência suprema, a fé não conseguirá nos ajudar de uma maneira completa. Necessitamos da graça de Deus e dos mestres.
Existem quatro tipos de Graça nas escrituras sagradas. Uma é chamada a Graça de você mesmo. O que é isso? Devemos lembrar-nos, o tempo todo, de que somos o poder de Deus, que somos filhos de Deus. Pensar que se está cheio de negatividade, de fraqueza, não é uma atitude de quem tem o poder de Deus. Primeiro, favoreçamos a nós mesmos. É a Graça que damos a nós mesmos.
Depois, vem a Graça das escrituras sagradas. Todas as escrituras sagradas ensinam sobre a nossa identidade superior, a nossa identidade sagrada. Então, tenham fé nas escrituras sagradas. Acreditando nessas palavras, obtemos a Graça das escrituras e essa verdade vai se cristalizando dentro de nós. Dessa maneira, assimilaremos a essência de todas as escrituras sagradas.
Em terceiro, temos a Graça oferecida pelo nosso mestre. Se praticarmos com sinceridade e seguirmos incondicionalmente nossos mestre e professores, receberemos a Graça que vem do mestre. Quando recebemos a graça dos mestres, ela vem automaticamente acompanhada da graça de Deus e começa a fluir em nossa direção. Então, conseguiremos a realização em Deus. Dessa maneira, conseguiremos fazer as mudanças em todos os níveis até alcançar a consciência suprema.
Lembrem-se: As palavras do Guru ou do mestre trabalham em todos esses níveis. Por quê? Porque tudo o que diz o Guru é dito a partir do nível da consciência suprema. Depende do aluno, do nível a partir do qual consegue ouvir e compreender os ensinamentos. Se estiver  recebendo os ensinamentos e aceitando as palavras do mestre apenas no nível da consciência, analisando, duvidando, usando só o pensamento lógico: será que aquilo que Paramahamsa Prajnanananda disse é verdade? Baba disse aquilo? Por que ele disse aquilo? Será que isso é verdade? Será que não é? todo esse pensamento racional causará alguma mudança, mas num nível superficial. Não causará qualquer mudança permanentemente. Mas se o discípulo conseguir ouvir a partir do nível subconsciente, conseguirá alguma mudança permanente dos seus velhos hábitos. Se  conseguir ouvir num nível mais profundo, inconsciente, ou seja, se permitir que o mestre trabalhe nele no nível inconsciente, que o mestre mande esses sinais na forma de Graças, o discípulo poderá se livrar das impressões negativas permanentemente. Só então,  conseguirá atingir essa camada interna, o estado de supraconsciência. Essa é a realidade suprema que reside dentro de nós. Todos os dias, atingimos o nível subconsciente. Pouco antes de dormir e logo antes de acordar completamente, existe uma zona muito curta de transmissão, em que estamos num estado de sonolência. Nesse nível, todos os nossos pensamentos e ideias são projetados na forma de sonho. Esse é um estado onde a consciência está alerta. A consciência está alerta, mas o corpo está descansando. Contudo, estamos conscientes dos nossos pensamentos. Quando meditamos,  alcançamos esse nível da mente subconsciente. E, nesse estado, o mestre ou professor nos dá instruções, sinais positivos ou energia que penetram diretamente na mente subconsciente e, assim, obtemos as mudanças necessárias em nosso comportamento, em nossa personalidade.
Todos os dias, quando meditamos, chegamos a esse estado. Somos capazes de operar essas mudanças permanentes na personalidade. E, lentamente, através dessa prática, conseguiremos alcançar essa mudança permanente e completa com a Graça dos gurus e dos mestres. Os hipnotizadores utilizam essa capacidade de trabalhar no nível subconsciente da mente, enviando sinais positivos para os pacientes, quando esses se encontram no nível subconsciente. Dessa forma, eles se curam. Todas as nossas aflições físicas e mentais podem ser curadas quando, por meio da meditação, alcançamos esse estado de subconsciência.
Outra técnica muito poderosa é a autossugestão. No estado mais profundo de meditação ou de concentração, quando enviamos sinais positivos para nós mesmos, conseguimos obter mudanças permanentes. Quando trabalhamos nesse nível de subconsciência, conseguimos remover todas essas tendências negativas tais como o ódio, a raiva e o medo. Todavia, se apenas pensamos, analisamos e criamos sugestões para nossa mente consciente, isso não nos ajudará de uma forma permanente.
Existe uma diferença muito pequena entre as emoções positivas e negativas. Nosso nível mental inconsciente é constituído por todas as antigas impressões. Todas as impressões negativas estão armazenadas nesse nível inconsciente. Lá, também, se encontram as impressões positivas. Dependendo das circunstâncias externas, interagimos com esse mundo e respondemos às interações com esse mundo de acordo com o que está armazenado em no nível inconsciente. É por isso que, muitas vezes, num determinado momento, decidimos que não desejamos sentir raiva. Mas ocorrem situações em que sentimos raiva novamente. Então, por exemplo, se sugerimos para a nossa mente: “Ah, não devo sentir raiva. Esse  é um mau hábito”. Por algum tempo, isso pode até funcionar. Mas como trabalhamos num nível subconsciente, as sementes da raiva estão ainda no subconsciente. Precisamos alcançar esses níveis e remover as sementes que estão armazenadas lá.
Todos sentimos amor. Se modificarmos o amor um pouquinho, ele se transformará em raiva. Se negarmos a humildade, ela se transformará em orgulho. A capacidade de perdoar será suprimida, o que sufoca o perdão e se torna o não perdão. Então, primeiro, devemos compreender esses níveis. Como alcançar esses níveis. Como remover as impressões desses níveis. E conseguir, realmente, mudanças permanentes na personalidade. Porque a nossa visão, a nossa filosofia de vida é constituída por todos esses níveis. Logo, se temos uma visão e uma filosofia de vida que é completa, tanto sobre nós como sobre o mundo, conseguiremos agir de uma maneira total. A nossa percepção não mais será fracionada. Mas, se nossa percepção da vida for incompleta, não conseguiremos ver as coisas nem os seres na sua totalidade. A visão parcial nos trará mais e mais sofrimento.
Por isso, devemos nos empenhar em pensar de uma maneira completa, total. Por exemplo, se estou olhando para vocês, consigo ver o rosto de cada um, mas não posso dizer que conheço cada um de vocês completamente. Não consigo ver suas emoções, nem suas impressões passadas. Apesar disso, afirmamos: “Conheço aquela pessoa”. Na verdade, o que sabemos a respeito daquela pessoa? Nada! Conhecemos  apenas uma pequena parte. E baseados nessa visão parcial, respondemos aos estímulos deste mundo. A nossa resposta jamais será uma resposta completa. Devemos conseguir essas mudanças em nossa personalidade através da meditação. Em todos esses níveis, permitam que seus mestres trabalhem. Rendam-se inteiramente aos pés dos seus mestres. Tenham fé nas palavras do mestre e em seus ensinamentos. Só dessa forma, conseguiremos nos libertar dessas negatividades, desse lixo que coletamos ao longo de várias vidas.
Todos temos esses dois poderes. Devido à ignorância, somos iludidos por nós mesmos, mas temos essa capacidade e esse poder para remover essa ilusão. Então, já que têm essa capacidade, aceitem a ajuda do seu mestre.
Agora temos que aprender a nos livrar de todas essas negatividades. E o que nos impede de perdoar? Se alguém fez alguma coisa errada,  nunca esqueceremos. Lembramo-nos desse incidente várias vezes. Por isso, sofremos. Provavelmente, a pessoa que feriu os nossos sentimentos dorme tranquila e nós, tomados pela raiva, nos debatemos no sofrimento. Pensem bem: quem foi o responsável por isso? A pessoa que feriu os nossos sentimentos não é a responsável, foi apenas um instrumento. Um instrumento para nos apresentar uma situação em que pudéssemos aprender alguma coisa. Devemos assumir a responsabilidade por nossos atos e sentimentos. Se tivermos consciência dessa responsabilidade, poderemos remover essa ilusão mais facilmente. Contudo, não aceitamos essa realidade. Sempre tentamos botar a culpa nos outros: “Ah, estou sofrendo por causa de fulano.” Não é verdade. Na verdade, estamos sofrendo porque fizemos alguma coisa errada nessa vida ou em vidas passadas. Devemos compreender o quanto sofremos somente pela mão dos outros. Existe uma lei de “Perdoe e será perdoado”. Quais são os diferentes tipos de não perdão? Devemos investigar nossa personalidade e transformar em perdão essa incapacidade de perdoar.
Amanhã, discutiremos sobre as diferentes formas de incapacidade de perdoar e como nos livrarmos delas.
Agora feche os olhos.
Lembre-se sempre que é filho de Deus.
Não sou separado de Deus.
Tenho todos os poderes de Deus.
Não posso permanecer no sofrimento.
Tenho o poder de remover meus sofrimentos, minha raiva, meu ódio.
Vou praticar a meditação.
Vou manter uma fé inabalável nas palavras dos mestres.
Com sinceridade, vou permitir que os mestres trabalhem comigo. .
Por meio de meus esforços sinceros, vou receber a Graça, e, assim, realizar mudanças permanentes em minha personalidade.
Por meio dessa Graça, poderei compreender minha  verdadeira natureza.
E, assim, poderei alcançar a realização de Deus.
Sem perder nenhum momento, lembrar-me-ei de Deus em cada respiração.
Que as bênçãos de Deus e dos mestres estejam sempre comigo.