sábado, 18 de maio de 2013

Yoga Sutra de Patanjali artigo


Patanjali Yoga Sutras
Por: Cláudio Azevedo | Comentários: Comente
Trabalho apresentado por Maria Rodrigues Lima
De acordo com a tradução do Yoga Sutra de Patanjali por Gustavo Dauster, baseado nas traduções e comentários de Howard J. Resnick, o verso I.2 do Yoga Sutra está assim descrito:
yogas citta-vrtii nirodhah
Yoga significa controlar as funções da mente
No entendimento dos tradutores, “A palavra “vrtti” significa “modificações, transformações, variações ou funcionamento” e “citta” mente. “Nirodhah” significa “parar, restringir ou controlar”. Patanjali inicia seu trabalho com uma definição de yoga que pode ser interpretada de duas maneiras. A primeira, comum nas traduções mais populares do Yoga Sutra, é que as funções, as agitações e os fluxos da mente precisam ser parados. No entanto, bastam uns segundos de auto-reflexão para percebermos que nossa mente normalmente está a mil por hora, pensando em inúmeras coisas, no passado, presente e futuro, pulando de um assunto para outro ininterruptamente. Yoga então visará encerrar esse processo. Porém, uma análise mais ampla deste e dos outros sutras, como também um estudo mais profundo da filosofia Sanhkya por trás do Yoga Sutra,  nos mostrará que esta é apenas metade do trabalho. Será necessário também direcionar e utilizar a mente da maneira correta e não somente deter ou mesmo reduzir os fluxos da mente”.
O ensinamento de Patanjali está além do tempo, local e circunstância. Realmente, nossa mente fica pulando de galho em galho como um macaco. E, na sociedade em que vivemos, a ansiedade de consumo, além dos altos e baixos emocionais, estão conduzindo a mente para um foco externo, deixando-nos cada vez mais longe de si, da consciência corporal, emocional e espiritual.
O mesmo verso, na tradução de Cláudio Azevedo, está assim expresso:
Yoga é a cessação (nirodhah) [da identificação com] dos processos reativos (vrtti) da mente (citta).
Acrescenta Azevedo que “Os processos reativos mentais são de cinco tipos, alguns dolorosos e outros não dolorosos (I-5); eles são: conhecimento correto, conhecimento equivocado, construção mental ou imaginação, sono e memória (I-6); o conhecimento correto é baseado em cognição sensorial direta, inferência lógica ou testemunho reconhecido (I-7); o conhecimento equivocado supõe um conhecimento mental falso de uma coisa, que não corresponde com a sua real forma, e sim com a aparente (I-8); processo reativo de construção mental ou imaginação, provém do conhecimento verbal vazio de (ou sem base em nada de) objetivo (I-9); o processo reativo mental que surge durante o sono profundo baseia-se na sensação de ausência de qualquer conteúdo mental (I-10) o não completo desaparecimento de um objeto percebido é o processo reativo mental de retenção ou memória (I-11).
Sobre o controle mental, Paramahamsa Hariharananda escreveu: “A mente é uma grande benção e simultaneamente o maior problema humano. Uma mente harmônica, controlada e sintonizada pode criar e atender todas as expectativas da vida humana. Em contrapartida, se a mente não for controlada, ela será responsável por situações infernais, misérias e sofrimentos. Embora dotado de extraordinário poder mental, o homem faz mal uso dele e, por vezes, abusa desse poder. A mente é a mais poderosa e mais rápida do que qualquer coisa”.
Mas, como conseguir este controle mental para que nossas vidas sejam mais harmoniosas, para que possamos incluir a vida de outros seres como fundamental para a felicidade pessoal e coletiva; como ultrapassar as amarras das crenças e criar outros padrões de memória e comportamentos?
Dos ensinamentos de Patanjali depreende-se que é preciso cessar a agitação mental. É necessário dar direção à mente, utilizar a mente de modo correto, para não cair em situações de aflição, que são causa de sofrimento. Para quem deseja alcançar esta divina realização faz-se mister determinação, disciplina, perseverança constantes na prática de cessação dos processos de reação mental.
Paramahamsa Hariharananda expressou: “A mente é o mestre dos cinco sentidos e o mestre da mente é a respiração. O controle da respiração é o controle da mente. Por meio do controle e domínio da respiração você pode obter tranqüilidade. Tranqüilidade é divindade. Nesse estado você pode ouvir o som do om continuamente”.
Para ter quietude psíquica é preciso consciência da respiração. Podemos experimentar dessa consciência. Fechemos os olhos e coloquemos consciência no movimento da respiração. A maioria das pessoas desconhece isso porque nunca experimentou. Não haverá êxito enquanto permanecermos estáticos.
Paramahansa Yogananda disse: “A verdade é que o autocontrole é o único caminho para gozar de saúde e felicidade, além de ser o mais sensato. Ser senhor de si mesmo e não ser dominado pelos sentidos é uma das maiores bênçãos que se pode ter”.
Patanjali ao enfatizar na cessação dos altos e baixos mentais, para que os “vrttis” permaneçam equilibrados, estava falando, com outras palavras, de saúde e felicidade. Saúde está aqui relacionada com o estado de paz interno.
Referências Bibliográficas:
AZEVEDO, Cláudio. Yoga Sutra de Patanjali. Fortaleza: Editora Orion, 2006.
DAUSTER, Gustavo. Yoga Sutra de Patanjali. Uma abordagem prática. Baseado nas traduções e comentários de Howard J. Resnick, Phd. Chapada dos Veadeiros – Goiás: Editora Paraíso dos Pândavas.
HARIHARANANDA, Paramahamsa. KRYA YOGA. O processo científico de aperfeiçoamento espiritual e a essência de todas as religões. Rio de Janeiro: Lótus do Saber Editora, 2006.
YOGANANDA, Paramahansa. A ETERNA BUSCA DO HOMEM. COMO PERCEBER DEUS NA VIDA DIÁRIA. COLETÂNEA DE ENSAIOS E PALESTRAS – VOLUME I.  Sel-Realization Fellowship.
SARKAR, Prabhat R. Psicologia do Yoga. Brasília – DF: Editora Ananda Marga, 2007.


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