sábado, 10 de agosto de 2013

Teoria dos dois fatores de Herzberg



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Na administração e na psicologia, a teoria dos dois fatores de Herzberg é a teoria proposta por Frederick Herzberg que aborda a situação de motivação e satisfação das pessoas. O objetivo era entender os fatores que causariam insatisfação e aqueles que seriam os responsáveis pela satisfação no ambiente de trabalho.1
Nesta teoria, Herzberg afirmava que existiam dois fatores que afetavam o individuo:2
  • "Fatores motivadores" (que levam a satisfação): a satisfação no cargo é função do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo;
  • "Fatores higiênicos"(que levam a insatisfação): a insatisfação no cargo é função do ambiente, do salário, da supervisão, dos colegas e do contexto geral do cargo, enriquecimento do cargo (ampliar as responsabilidades).
Herzberg, verificou e evidenciou através de muitos estudos práticos a presença de que dois fatores distintos devem ser considerados na satisfação do cargo; são eles: os Fatores Higiênicos e os Motivacionais.

Referências






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Teoria Dos Dois Fatores Herzberg




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Tipos de conflito e sua caracterização




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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

I Can't Wait (Live 1986) - Nu Shooz



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AS FERIDAS DO PATINHO FEIO: Uma Visão Junguiana do Conto de Hans Christian Andersen (Parte 2)


 Imagens: Dayton: R. Worthington, 1884 

 Nos dias de hoje, Jacoby (1984, p.47) admite que “[...] teria dificuldade em citar pessoas que, num maior ou menor grau, não sejam vulneráveis a flutuações narcisistas, [...] que nunca caiam numa inflação irrealista ou que nunca sejam alcançadas por sentimentos de total desmerecimento”. Diz ainda estar havendo muita discussão sobre o aumento dos chamados distúrbios de personalidade, diagnóstico um tanto vago, que cobre uma gama enorme de pessoas, inclusive nós, que podemos a qualquer momento sofrer de complexos de inferioridade ou supercompensações. Portanto, elegemos patos feios para tudo e criamos com muita competência, filhos e indivíduos neuróticos e hipocondríacos, como era considerado inclusive o próprio Andersen à época.
Então perguntamos: Como fica o sujeito perante o discurso social da rejeição e do preconceito? O nosso personagem assimila este discurso e entende que a feiúra é um peso para si e para os outros. Kohut cita um fenômeno que ele denominou de mirroring (espelhamento) para descrever o “the gleam in mother’s eye” (o brilho no olho da mãe) que se constitui na “[...] empatia ótima parental que é base para um sentimento saudável de valor próprio”. (KOHUT, 1977, apud JACOBY, 1991, p.39, tradução nossa). Este fenômeno se configura como uma resposta à atuação narcísico-exibicionista da criança, confirmando sua auto-estima, ou seja, funciona como um espelho ao refletir o amor e o deslumbramento que a mãe sente por seu filho, fazendo com que ele se sinta confirmado, admirado e entendido como ser humano. Neste momento consideramos oportuna a transcrição de uma reflexão de Kohut acerca deste fenômeno, extraída do livro “Shame and the origins of self-esteem”.
[...] algo mais ocorre quando o self está se formando; não só o self deseja ser admirado e enfaticamente entendido pelo ‘Self-objeto’ (o cuidador); o self experiencia este self-objeto (pai ou mãe) como onipotentes e perfeitos; já que [...] o self-objeto dificilmente pode ser distinguido do próprio mundo do self, a perfeição atribuída ao self-objeto implica na própria perfeição da criança; a criança num sentido se funde com o self-objeto o qual o experiencia como idealizado, onipotente e perfeito; o desapontamento na percepção gradual que os pais são dificilmente todo-poderosos pode criar um efeito de ‘internalização transmutadora’ que cria estruturas que podem se tornar matrizes para o desenvolvimento de ideais (em termos junguianos, seria o recolhimento das projeções).
Em outras palavras, a auto-estima pode ser criada e mantida por meio de ideais que emergem fora da fusão com o self-objeto idealizado; estes ideais são convincentes e podem se tornar modelos para sua própria conduta. (KOHUT, 1971,1977, apud JACOBY, 1991, p.39-40, tradução nossa).
Esta reflexão pode ser constatada no conto quando, ao final, o patinho feio se transforma em cisne; mesmo ciente de que é belo e de que é reconhecido e amado pelos que estão a sua volta, ele se diz até satisfeito com as angústias e adversidades sofridas e que sentia agora a ventura, as maravilhas que o aguardavam. “Sentiu-se muito feliz, mas não ficou vaidoso nem soberbo, pois um bom coração nunca se torna soberbo.”
Se voltarmos à atenção para o próprio Andersen, seus contos deram um lugar à criança, ou seja, ela passa a ser um sujeito ativo e não passivo em suas estórias. Foi através de suas obras que a criança e a infância tiveram espaço na literatura. Seu desejo íntimo maior era apenas o de ser distinguido. As dificuldades reais ou imaginárias de Andersen, refletidas no personagem autobiográfico vão de encontro a uma reflexão de Jacoby (1984) que afirma que “[...] o equilíbrio narcísico deve ser mexido para que os processos de amadurecimento aconteçam”.
Vamos observar que existe no conto um sentimento no patinho feio que se apresenta como um estranhamento. Ao entrar em contato com cisnes adultos ele se vê aturdido pela beleza daquelas aves lindas e felizes. Ele pensa consigo mesmo: “Não sabia o nome daquelas aves, nem para onde voavam, mas apesar disso gostava delas como nunca antes gostara de alguém.” Poderíamos perguntar o que no patinho apontava para algo diferente de si? Que processo estaria em movimento a ponto de desejar para si tamanha felicidade representada pela numinosidade experimentada pela visão daqueles magníficos cisnes? As agruras porque passou o patinho não foram poucas. Poderia ele ter se resignado à sua feiúra e se submetido às pressões externas e se adaptado a ponto de negar-se completamente. No entanto, com todo o sofrimento um impulso mais forte o motivou a ir a campo, a buscar não se sabe o quê. É certo dizer que os acontecimentos externos foram grandes catalizadores desta busca. É uma estória de superação. O mundo interior frente às pressões normatizadoras do mundo exterior. Jung (1981, p.525) irá definir que
a individuação é, portanto, um processo de diferenciação cujo objetivo é o desenvolvimento da personalidade individual. A necessidade de individuação é natural, enquanto que o impedimento da individuação por uma normalização exclusiva ou preponderante, de acordo com os padrões coletivos, será prejudicial para a atividade vital do indivíduo, para a sua vivência pessoal.
Ao partirmos da idéia de que o sentimento de não pertença possa também estar associado a uma imagem (vide a rejeição de sua mãe), o patinho feio ao considerar seu estranhamento frente ao seu meio corresponderia a um investimento de libido na consciência e, a partir do momento em que na presença de outros cisnes, sem que perceba, faz um movimento de pescoço que culmina com um grito agudo típico da espécie, isto por si só já se constitui numa pequena resposta individuadora. O que importa, neste momento, falando em termos analíticos é a interação do sujeito com seu inconsciente (o investimento pessoal da libido), que corresponde ao estabelecimento de uma ligação do eu com o self. O Self, portanto, estaria atuando como o centro regulador da psique, o spiritus rector inconsciente, podendo seus conteúdos, sob determinadas condições, tornarem-se acessíveis ao Ego e passarem a atuar como orientadores do processo de individuação.
Jacoby (1984) vai dizer que o ser humano tem uma necessidade básica e vital de se refletir para poder se reconhecer. Necessitamos disso para nos sentirmos reais, aceitos, e assim, importantes para outras pessoas e conseqüentemente, para nós mesmos. Relembra ainda a lenda grega num hino de Píndaro na qual Zeus, após terminar sua criação, perguntou aos deuses se eles achavam que faltava algo e estes o pediram que criasse as musas, que louvariam seus feitos e seu universo, embelezando tudo através de suas palavras e música.
Assim, vemos que somente existir não é suficiente e não satisfaz. A criação e a coisa-em-si não são independentes. Os feitos de Zeus teriam que ser trazidos para a atenção consciente através de louvação. Da mesma forma, o ser humano individual precisaria ter sua frágil e vulnerável existência refletida e ressonante nos éteres. De que adianta existir, se ninguém o notará, compreenderá, amará ou apreciará o que você é e o que você faz? Diante disto, segundo Jacoby (1984), não há equilíbrio narcísico saudável que resista ou sensação de amor próprio que possa ser mantida.
                       
Referências
ANDERSEN, Hans Christian. O Patinho Feio. In: ______. Tìtulo en negrito. Local: Editora, data. p. 240-251.
ANDERSEN, Jens. Hans Christian Andersen, a new life. Overlook Duckworth, 2005. p. 329.
JACOBY, Mario. Individuation and narcissism: the psychology of the self in Jung and Kohut. Hove: Bruner-Routledge, 1990. 267p.
JACOBY, Mario. Narcisismo e transferência. In: ______. O encontro analítico:transferência e relacionamento humano. Tradução de Claudia Gerpe. São Paulo: Cultrix, 1984. Cap. 3, p. 47-64. (Coleção Estudos de Psicologia por Analistas Junguianos).
JACOBY, Mario. Shame and the origins of self-esteem: a junguian approach. London: Bruner-Routledge, 1991. 131p.
JUNG, C. G. Definições. In: ______. Tipos psicológicos. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. Cap 11, p. 471-552.

AS FERIDAS DO PATINHO FEIO: Uma Visão Junguiana do Conto de Hans Christian Andersen (Parte 1)

http://psiqueobjetiva.wordpress.com/2010/01/24/as-feridas-do-patinho-feio-uma-visao-junguiana-do-conto-de-hans-christian-andersen-parte-1/

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Teoria do caos e psicologia jungiana aplicadas à economia

Foi o psicanalista Carl Jung quem alertou que a política moderna havia se tornado uma religião e que haveria terríveis consequências para todos.

Em março de 1998, Murray Rothbard escreveu um fascinante ensaio intitulado "Teoria do Caos: Destruindo a economia matemática desde dentro?" no qual ele observou que a teoria do caos contém implicações "radicais". Àqueles que não estão familiarizados com a teoria do caos, trata-se de uma descoberta matemática aplicável às áreas meteorológica, física, biológica e econômica. De acordo com a teoria do caos, sistemas dinâmicos voláteis são altamente sensíveis às pequenas diversidades contidas nas condições iniciais. Rothbard explica:

"Há duas décadas, Edward Lorenz, um meteorologista do MIT se viu diante da teoria do caos ao descobrir que até mesmo a menor das mudanças climáticas poderia trazer enormes e voláteis mudanças no clima. Chamando isso de Efeito Borboleta, ele assinalou que o bater das asas de uma borboleta no Brasil poderia causar um tornado no Texas."
Imagine as implicações dessa teoria nas finanças internacionais. Um pequeno distúrbio pode produzir uma mudança completamente inesperada em toda a economia global. O resultado não só seria inesperado, como seria virtualmente impossível de prever (por conta da complexidade das interações de todos os fenômenos de menor escala). O verbete sobre "Caos" na Enciclopédia de Filosofia de Stanford nos informa que a teoria do caos postula uma sensível dependência (das condições iniciais) de dentro de um sistema que é determinista e não linear. O verbete assinala que Aristóteles "já estava ciente de algo similar ao que chamamos de dependência sensível". Mas o entendimento que Aristóteles tinha disso era mais epistemológico que metafísico. Acerca do assunto, o filósofo escreveu que "o mínimo desvio inicial da verdade é multiplicado mais tarde por mil". Em outras palavras, uma mentirinha no começo pode levar a uma completa ruptura com a realidade em algum momento — um corolário epistemológico da teoria do caos. (retornaremos a essa ideia a seguir).

Chegando ao âmago do assunto, Rothbard diz: "a conclusão da teoria do caos não é que o mundo real é caótico ou imprevisível e indeterminado em princípio, mas que na prática muito dele é imprevisível"; Pois se nos encontrarmos dentro de um sistema dinâmico (matematicamente preciso e determinista) em que a previsão é efetivamente impossível, nossa matemática subitamente cessaria de ter qualquer serventia. De acordo com Rothbard, a teoria do caos tem "implicações subversivas (...) para a economia matemática ortodoxa, pois se as teorias acerca de expectativas racionais violam o mundo real, então elas violariam o equilíbrio geral também (...) e todo o resto do aparato neoclássico." 

Evidentemente, Rothbard não estava endossando a teoria do caos. Ele estava se divertindo com o uso de conclusões matemáticas para confundir os métodos matemáticos aplicados à economia. Neste caso os erros dos economistas são vários e são sérios. Para se certificarem, os economistas tencionam apresentar um quadro realista da atividade econômica, mas na verdade a falsificação dessa ciência é palpável. O sociólogo William Graham Sumner publicou um ensaio em 1902 intitulado "Propósitos e consequências" em que ele ofereceu uma distinção entre fatos e intenções, isto é, o primeiro é real enquanto o último é irrelevante ao desfecho. A coisa mais importante a se entender na economia não é apenas que somos incapazes matematicamente de chegar a prognósticos precisos, mas que (segundo Sumner) “ideais como liberdade perfeita, justiça ou igualdade (...) nunca podem fornecer motivos racionais ou científicos para as ações ou pontos de partida para esforços racionais”. No entanto, tudo dentro da civilização que se desmorona hoje se resume a esse tipo de coisa, considerando uma escala maciça. Constatamos então o corolário da “ação humana” na teoria do caos. Um pequeno equívoco (financeiro) no início pode levar a um colapso total no fim. A política econômica oficial dos Estados Unidos pode ser caracterizada deste modo. Ela está à mercê de slogans moralistas que não têm ligação com o fator econômico (ou com a matemática financeira). Eis algo que está além do caos e dos números: o caos do coração humano.

Considere o discurso do presidente Obama acerca da crise financeira na última quarta-feira em que ele falou sobre conquistar um “crescimento econômico mais durável”. Segundo Obama, “os ganhos nos últimos dez anos continuaram a fluir para o 1% que está no topo”. É lamentável para a república, mas duas intenções foram confundidas no discurso: primeira, a intenção do crescimento econômico; e depois, a intenção de tornar a economia justa. De acordo com Sumner, a ciência econômica pode nos dizer como promover o crescimento na economia, mas não pode nos dizer como tornar a economia justa. Sumner diria que as duas intenções são conflitantes, pois por natureza não é garantido que uma economia crescente é uma economia justa. A natureza permite apenas que uma economia crescente peça menos regulamentação governamental que uma economia estagnante. (Há, além disso, o problema em estabelecer um padrão científico de justeza e a impossibilidade prática em aderir a ele.)
O caos que pode ser liberado a partir da mania de igualdade econômica não pode ser menos que o causado pelo bater de asas de uma borboleta no Brasil. “O anseio por igualdade”, escreveu Sumner em outro ensaio, “é uma característica dos costumes modernos. Na Idade Média a desigualdade era um postulado em todas as doutrinas sociais e instituições”. Conforme Sumner explicou logo depois, “A afirmação de que todos os homens são iguais é talvez o dogma mais falso [...] já colocado na linguagem humana; cinco minutos de observação dos fatos mostram que os homens são desiguais por conta de uma vasta gama de variações”.
Aqui temos um constructo matemático (igualdade) aplicado às unidades irregulares (homens). Pode se chamar isso um “pequeno equívoco” no começo da modernidade. Em nenhum estado existente foi possível tornar os homens iguais mesmo em princípio (i. e. perante a lei). Tão desiguais são as verdadeiras condições da vida e tão imunes a intromissões exógenas, que a igualdade deveria manter-se como uma ideia puramente matemática. Como tal, Sumner chama isso de “fantasma político”. Segundo Sumner, “não sabemos de nenhuma força dentre aquelas que podem agir em nome da satisfação dos desejos humanos que tenha o poder de satisfazer o anseio de igualdade [...] e não sabemos de nenhuma interferência ‘estatal’, isto é, por um comitê de homens, que possa modificar o modus operandi dessas forças a fim de produzir esse resultado”.
Ainda assim, as borboletas da igualdade bateram suas asas e mais do que um tornado foi provocado. A comédia resultante foi há muito tempo parodiada na Revolução dos bichos de George Orwell onde os animais da fazenda se levantaram a fim de estabelecer um regime igualitário. E o que eles descobriram? “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais que outros”. A situação produzida pela igualdade de todos os animais da parábola é, na verdade, uma espécie de insanidade (um erro multiplicado por mil). Na chefia da revolução constatamos um porco chamado Napoleão cujos tenentes foram rápidos em afirmar: “Ninguém mais que o camarada Napoleão crê firmemente que todos os bichos são iguais. Feliz seria ele se pudesse vos deixar tomar decisões por vossa própria vontade; mas, às vezes, poderíeis tomar decisões erradas, camaradas; então, onde iríamos parar?”
O fantasma político da igualdade é possivelmente o principal fator que influi para o colapso da economia hodierna. É uma pequena ideia do submundo da sociedade pré-moderna que provocou um furacão político na França em 1789 e na Rússia em 1917. E continua a trazer uma tempestade após a outra. E não apenas tempestades políticas, mas ruína econômica e colapso. No coração propõe-se um grande projeto que fará irmãos todos os homens. Então os fatos mostram uma terrível série de eventos: governos de terror, empobrecimento universal, guerra e matança maciça. “Motivos e propósitos estão no coração e no cérebro do homem”, escreveu Sumner. “Consequências estão no mundo dos fatos”. O que quer que seja produzido pela orbita não-periódica de partículas ou pelo bater de asas da borboleta, não se compara com o que Sumner descreve como o caos da consciência humana, que está “infectada de ignorância humana, absurdidades, autoengano e paixão...”
Você deve se perguntar de onde vem essa infecção de ignorância. Foi o psicanalista Carl Jung quem alertou que a política moderna havia se tornado uma religião e que haveria terríveis consequências para todos. E se há uma religião que se coloca acima de todas as outras religiões políticas, essa religião é a igualdade. Jung questiona: há algum autoconhecimento em tal religião? Há algo de bom nela? Ou ela é uma cria do caos?

De acordo com Jung na obra Presente e Futuro, "a revolução comunista tirou a dignidade do homem numa escala bem superior do que a psicologia coletiva democrática o fez, pois retirou dele a liberdade tanto no sentido social como moral e espiritual" [§559]. Mas isso não é para deixar psicologia coletiva democrática fora do gancho. A ideologia igualitária infectou o Ocidente muito mais profundamente do que jamais infectou o Oriente. Durante a revolução contra-igualitária tentada na Europa durante as décadas de 1930 e 1940, Jung notou um perigoso sintoma psicológico no Ocidente: "(com o advento do nazismo) nas sombras pode-se apenas tatear. Hoje, esse dano já se localiza além dos limites políticos (i. e. Hitler), embora achemos que estamos do lado do bem e nos regozijemos da posse dos ideais corretos".

Na psicologia jungiana, a sombra refere-se aos aspectos de si próprio aos quais o ego consciente não pode ver. Assim, o que aconteceu de 1939 a 1945 não foi apenas a guerra mais destrutiva da história humana. Jung viu que o "oponente espiritual e moral [do homem ocidental], tão real quanto ele, é arrancado de seu próprio peito para habitar o outro lado geográfico da linha de separação que agora não é mais expressão de lima medida política e policial externa e sim algo bem mais ameaçador, a saber, a cisão entre o homem consciente e o inconsciente". Dizendo de modo simples, o que Jung quer transmitir nessa passagem é que o Ocidente estava começando a perder seu espírito coletivo; pois se o Leste comunista representou a liberdade diminuída, o Oeste representou a sanidade diminuída. Essa, talvez, é a mais chocante conclusão alcançada pelo grande psiquiatra.

Se quisermos testar a ideia de Jung, temos de estudar a economia americana a fim de procurar as chocantes evidências da insanidade coletiva em curso. A grandeza da dívida nacional, a dimensão das tributações e as obrigações fiscais locais, estaduais e federais nos dão um razoável panorama. Mas esses aspectos, com efeito, dificilmente arranham a superfície. Se examinarmos o comportamento do mercado de ações na última década, teremos de fato bases para proclamarmos uma condição psicótica generalizada em boa parte do sistema financeiro. Existem até analistas financeiros que fazem referência explícita à insanidade de Wall Street. Pegue como exemplo o livro de David J. Scranton intitulado Stop the Financial Insanity: How to Keep Wall Street’s Cancer From Spreading to YourPortfolio [NT: Detenha a insanidade financeira: como impedir que o câncer de Wall Street se dissemine no seu portfólio]; ou o artigo no Finance Blog de Anthony Robbins "Financial Insanity: How to find the Best Investment Opportunities in Turbulent Economic Times" [NT: Insanidade financeira: como encontrar as melhores oportunidades de investimento em épocas de turbulência econômica]; ou veja também a paródia da insanidade financeira hodierna no Zerohedge intitulada "A bit of Humor amid the Financial Insanity" [NT: Um pouco de humor em meio a insanidade financeira]. Neste último podemos ler uma definição de banco como "uma cavidade sem fundo no chão que engole dinheiro e incautos", enquanto uma bolha é definida como "Pré-requisito fundamental para que funcione a economia anglo-saxã".

Se a teoria do caos estiver certa e um bater de asas de uma borboleta no Brasil puder gerar um tornado no Texas, o que poderia produzir a insanidade coletiva de toda uma civilização? Carl Jung escreveu que o homem civilizado é estranho ao "ponto de vista dos seus instintos" e que a própria civilização é "a fonte de todos os distúrbios psíquicos e das dificuldades provocadas pela alienação crescente do homem de sua base instintiva...". A teoria do caos encolhe diante da realidade caótica da insanidade humana bruta. Se você quiser ver caos, olhe nos olhos de uma pessoa insana. Ou você pode ouvir os pronunciamentos sobre as finanças do presidente dos Estados Unidos.



Publicado no Financial Sense.

Tradução: Leonildo Trombela Júnior

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True Outspeak - 7 de agosto de 2013

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Primeiro Reich

Ficheiro:Flag of Germany.svg

Com a ascensão do regime nazista  na Alemanha em 1933, um termo começou a ser bastante utilizado e explorado pela propaganda estatal: Terceiro Reich, ou a grosso modo, Terceiro Império, em português. Como a meta principal de Hitler no poder era elevar a Alemanha a uma condição de destaque jamais vista, o termo começou a ser bastante explorado. Com ele, o povo era lembrado ainda dos dois outros momentos mais importantes da nação alemã, ou seja, o Segundo Reich, de 1871 a 1918, quando a Alemanha conquistou sua unificação e montou um império ultramarino; já o Primeiro Reich seria o Sacro Império Romano-Germânico, ou Sacro Império Romano da Nação Alemã, surgido com o monarca Oto I, em 962 e que se esfacelou em 1806, com as invasões de Napoleão Bonaparte.

Neste Primeiro Reich, a Igreja tinha uma enorme influência, pois era o Papa quem coroava o imperador (daí a expressão “sacro”, ou sagrado). Do ponto de vista administrativo, o Império era organizado conforme o sistema do antigo Império Romano e tentava resgatar também as tradições herdadas do império de Carlos Magno. Além disso, sua organização era baseada nos povos germânicos.
Apesar de nunca ter suas fronteiras completamente definidas, o poder no Sacro Império orbitava em torno da área onde hoje está a moderna Alemanha. O império reunia ainda partes das atuais República Tcheca, Áustria, Holanda, Bélgica, Polônia, Suíça, França e Itália.
Para governar este estado multiétnico e politicamente complexo, os príncipes das dezenas de províncias elegiam o imperador. Destaca-se entre as famílias reais a casa dos Habsburgo, que foi responsável por todos os monarcas de 1438 até 1740, além de, por meio de casamentos, assumir ainda a coroa da Espanha. Isso conferiu aos Habsburgo um poder inigualável em toda a Europa, permitindo que estes liderassem a Contra-Reforma nos séculos XVI e XVII na Europa.
Mesmo sendo um estado de importância crucial dentro da Europa, o Sacro Império vai aos poucos se esfacelando. A razão, como em quase todos os casos, está nas guerras, que se somaram sem trazer nenhum resultado prático para o império. O marco inicial de sua queda é a derrota na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) para as potências protestantes e para a França católica, o que vai minar em demasiado o seu poder. Ainda assim, o final chega somente em 1806, quando Napoleão Bonaparte, recém-coroado imperador dos franceses, resolve construir seu próprio império continental, e com isso implode o velho Sacro Império Romano-Germânico.

Bibliografia:


O que foi o primeiro Reich da Alemanha? Disponível em: <http://www.oragoo.net/o-que-foi-o-primeiro-reich-da-alemanha/>. Acesso em: 01 jul. 2012.
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Guerra Franco-Prussiana, o surgimento do Império Alemão e as consequências

Guerra Franco-Prussiana, o surgimento do Império Alemão e as consequências

Publicado: fevereiro 15, 2013 por erickchba2 em Século XIX
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Com a Áustria enfraquecida, Bismarck via a grande possibilidade para a concretização dos planos de unificação prussianos. Mais uma vez, seguindo sua realpolitik, o chanceler cria um inimigo externo comum para todos os povos alemães, com o intuito de unifica-los e alimentar o nacionalismo: a França, que desde a finalização dos tratados de Vestifália, em 1648, havia tomado a Alsácia e Lorena dos germânicos; se opunha às aspirações de unificação da Prússia; e era contra a candidatura de Leopoldo da Prússia como rei da Espanha (cujo trono se encontrava vago).
A Prússia, com apoio dos Estados germânicos do sul e do norte, declara guerra à França em 1870, iniciando a Guerra Franco-Prussiana. O conflito termina em 1871 com a vitória germânica, com estes tomando parte importante da Alsácia-Lorena e a França pagando pesadas indenizações de guerra, após as negociações do Tratado de Frankfurt.
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Território do Império Alemão em 1871. Territórios da Alsácia e Lorena (conquistados da França) em marrom claro, em baixo, à esquerda.

Em janeiro daquele mesmo ano, em Versalhes, Guilherme I Hohenzollern da Prússia foi coroado como imperador da Alemanha Unificada.
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Kaiser Guilherme I da Prússia.

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Em Versalhes: Coroação de Guilherme I como imperador alemão (segundo, da direita para esquerda, no topo do altar).

Como resultado do processo de unificação, tem-se:
-Enfraquecimento da Áustria-Hungria, que perde territórios, poder e influência, já que perdeu os conflitos contra os germânicos e contra os italianos (ambos em processo de unificação).
-Relativo enfraquecimento da França, que perde importante parte dos territórios da Alsácia e Lorena (fonte de recursos naturais, como o ferro) para a na nova Alemanha unificada.
-Surgimento de uma forte e relevante potência europeia, o Império Alemão, como uma nação militarista, com sede de crescimento e aspirações revisionistas do Status Quo vigente.

http://diariodosextremos.wordpress.com/2013/02/15/guerra-franco-prussiana-o-surgimento-do-imperio-alemao-e-as-consequencias/
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